04.06.2013 Views

MÓIN-MÓIN - UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina ...

MÓIN-MÓIN - UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina ...

MÓIN-MÓIN - UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

114<br />

114<br />

Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s sobre Teatro <strong>de</strong> Formas Animadas<br />

<strong>MÓIN</strong>-<strong>MÓIN</strong><br />

especta<strong>do</strong>r, imerso em processos não-narrativos, muitas vezes, não<br />

busca “o senti<strong>do</strong>, mas o sensível”. (1996:60) Por outro la<strong>do</strong>, ele<br />

po<strong>de</strong> também aban<strong>do</strong>nar-se à trajetória “suave” <strong>de</strong> um barco,<br />

singran<strong>do</strong> um oceano aristotélico, e alcançar um porto seguro, pela<br />

continuida<strong>de</strong> das ações ou das imagens.<br />

Na socieda<strong>de</strong> contemporânea, ocupamo-nos constantemente<br />

com objetos, porém, o i<strong>de</strong>ário consumista propõe, <strong>de</strong> forma<br />

enfática, que mantenhamos as mãos livres para “agarrarmos” o<br />

próximo (in)vento. Nos apelos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> hodierno, as mãos, ao<br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s olhos, <strong>do</strong>s ouvi<strong>do</strong>s e da boca são o corpo-metonímia,<br />

receptor <strong>do</strong>s estímulos que fazem com que o nosso corpo se mova.<br />

Durante o século vinte, o objeto foi motivo <strong>de</strong> especulações<br />

filosóficas e teatrais. No primeiro caso, Baudrillard (1973) nos<br />

chama a atenção para as transformações <strong>do</strong> objeto no seio <strong>do</strong> lar<br />

burguês, alteran<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> forma significativa os seus arranjos<br />

estruturais. Quanto ao teatro, Ubersfeld diz-nos que “um<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> espaço, uma <strong>de</strong>terminada<br />

relação <strong>do</strong>s personagens consigo mesmos e com o mun<strong>do</strong> vem<br />

indicada <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> imediato”. (1989:139) Para a autora, o objeto<br />

cênico po<strong>de</strong> ter um estatuto escritural ou uma existência cênica.<br />

Neste último aspecto, o corpo <strong>do</strong>s atores, os elementos <strong>do</strong> cenário<br />

e os acessórios adquirem uma importância relativa e variável,<br />

verifican<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>slizamentos entre essas três categorias. Assim, um<br />

ator po<strong>de</strong> ser um locutor, mas também ser um objeto da<br />

representação, como um móvel. Em seu estatuto textual, Ubersfeld<br />

<strong>de</strong>fine o objeto teatral como um sintagma nominal, não-anima<strong>do</strong><br />

e suscetível <strong>de</strong> ser figura<strong>do</strong> em cena. Diz-nos ainda que o texto<br />

po<strong>de</strong> buscar no objeto o aspecto <strong>de</strong>corativo, a ambientação cênica<br />

e o mo<strong>do</strong> funcional e utilitário. Quan<strong>do</strong> investi<strong>do</strong> em sua função<br />

retórica, o “mais usual <strong>do</strong> objeto é o <strong>de</strong> ser metonímia <strong>de</strong> uma<br />

“realida<strong>de</strong>” referencial cuja imagem é o próprio teatro”. (1989:140)<br />

Ao mesmo tempo, icônico e referencial, a par o seu <strong>de</strong>sempenho<br />

funcional, exerce um papel metafórico. Por sua vez, Pavis nos diz<br />

que enten<strong>de</strong> por objeto “tu<strong>do</strong> o que po<strong>de</strong> ser manipula<strong>do</strong> pelo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!