Contos interligados - pucrs
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CONTOS INTERLIGADOS: FACES DO CÍRCULO EM<br />
OS LADOS DO CÍRCULO<br />
Moema Vilela Pereira <br />
Os lados do círculo, de Amilcar Bettega Barbosa, é um livro com uma curiosa<br />
trajetória no mercado editorial brasileiro. Recusado por todas as editoras, conforme<br />
conta o autor, o livro acabou saindo na esteira de uma publicação posterior, Deixe o<br />
quarto como está (2002), pela poderosa Companhia das Letras. Quando publicado, em<br />
2004, Os lados do círculo ganhou as loas da crítica e o Prêmio Portugal Telecom de<br />
Literatura, um dos mais importantes do Brasil. A inventividade e inteligência do livro<br />
rejeitado foi celebrada por leitores, escritores e críticos, e o autor saiu dessa experiência<br />
sentindo na pele a instabilidade dos sucessos e fracassos.<br />
A primeira e mais óbvia referência literária em Os lados do círculo é Julio<br />
Cortázar. Ele é figura central de um dos contos, onde um escritor mais jovem, que<br />
―imita descaradamente‖ o mestre naturalizado argentino, narra um par de encontros<br />
entre os dois. O primeiro termina com um original de Cortázar deixado na mesa do café<br />
e resgatado pelo narrador, Amaro Barros; o segundo, com as conseqüências desse<br />
episódio, anos depois.<br />
Em ―A/c editor cultura segue resp. cf. solic. fax‖, Amilcar Bettega se vale de<br />
parte da biografia e ensaísmo do Cortázar real como matéria de ficção, misturando-a,<br />
ainda, a elementos que sugerem relação com sua própria história. No conto, depois de<br />
ler, reler, traduzir e devolver a obra que Cortázar queima numa lareira em Paris, o<br />
narrador Amaro Barros a recria, de memória. Como cereja do bolo de referências<br />
metatextuais, o resultado da reescrita do conto de Cortázar é uma narrativa que tem<br />
como enredo justamente o próximo texto de Os lados do círculo, um conto chamado<br />
―Mano a mano‖, que o narrador de ―A/c editor...‖ não se furta em explicar – e nem o<br />
autor de nomear com título passível de leitura tanto em português como em espanhol, e<br />
editar todo em itálico, emulando a recriação traduzida de um original inédito de Julio<br />
Cortázar.<br />
Moema Vilela é mestre em Linguística e Semiótica pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul<br />
(UFMS) e mestranda em Teoria Literária - Escrita Criativa na Pontifícia Universidade Católica do Rio<br />
Grande do Sul (PUCRS), com bolsa CNPq.
Se investigarmos essa marca intertextual, ampliando o olhar em busca de<br />
paralelos com Cortázar, podemos enxergar facilmente em Os lados do círculo muitas<br />
analogias na forma e no conteúdo, como, entre outras, a estrutura circular, a presença do<br />
insólito no cotidiano, o fantástico, o tema da urbanidade, da boemia e da busca de<br />
rompimento com o ordinário, a trivialidade das relações, a relação com o lugar, o rigor<br />
vocabular e que muitas vezes destaca a musicalidade, numa escrita aparentemente<br />
descuidada. Indo mais longe, a partir da esfera de influência de Cortázar no conto,<br />
podemos observar a inserção de Os lados do círculo na linha poética que o liga ao<br />
americano Edgar Allan Poe, e ainda a outra linhagem fundamental do conto moderno,<br />
tal como o entendem pensadores da literatura como Harold Bloom, capitaneada por<br />
Jorge Luís Borges.<br />
Em Como e Por que ler, Haroldo Bloom divide o conto moderno em duas<br />
tendências gerais, uma impressionista, sob a influência de Tchekhov, e outra borgiana,<br />
que teria Kafka como precursor e, depois, abarcaria nomes como o de Ítalo Calvino<br />
(2000). Para este trabalho, Os lados do círculo se insere claramente nesta última linha,<br />
que, sem deixar de ter como base o realismo da narrativa, o rompe, flertando com o<br />
fantástico e incluindo muitas vezes em seu interior o desejo de mostrar a artificialidade<br />
do texto, seja acentuando a mágica de sua produção ou revelando o seu maquinário<br />
narrativo 1 .<br />
As possibilidades de estudar Os lados do círculo a partir de sua filiação dentro<br />
do conto internacional renderiam longo trabalho; para os interesses desse artigo, vamos<br />
tratar de um dos aspectos da circularidade do livro, tal como o apresenta o autor em seu<br />
título. Crucial na estruturação da obra, na configuração da narrativa e no conteúdo<br />
temático e ideológico dos contos, a estrutura e simbologia circular dialoga com os<br />
autores e linhas do conto que mencionamos acima, que se valeram delas, de diferentes<br />
maneiras, em sua produção literária. Parte de um trabalho maior que busca esclarecer os<br />
efeitos e causas desse expediente auto-referente e circular, este artigo se propõe a<br />
discutir a questão da autonomia do conto, de início a partir da teoria do conto moderno,<br />
como o pensaram Edgar Allan Poe e Julio Cortázar.<br />
1 Um trabalho recente do escritor e professor Charles Kiefer sobre a poética do conto relaciona, das<br />
citadas, três figuras de notada influência em Os lados do círculo: Poe, Cortázar e Borges. ―A poética do<br />
conto – de Poe a Borges, um passeio pelo gênero‖ foi publicado pela Editora Leya em 2011.
1 O círculo VS a autonomia do conto<br />
O primeiro e último conto de Os lados do círculo podem ser lidos como duas<br />
partes de uma mesma história, a começar pelo título em comum. Juntos, ―O puzzle<br />
(fragmento)‖ e ―O puzzle (suite et fin)‖ narram a história de um grupo que se reúne à<br />
beira do Rio Guaíba, para arranjar, na areia, figuras formadas na combinação dos mais<br />
diferentes objetos que trazem consigo. O encontro fortuito, proposto por Lautréamont,<br />
de uma máquina de costura e um guarda-chuva sobre uma mesa de dissecação torna-se<br />
aqui ―o ferro de passar de Breno diante da chaleira de Helena‖. A combinação faz parte<br />
de um ritual, do desvendar de um enigma, de uma proposta vital que o narrador ensaia<br />
explicar. Deste grupo, se destaca uma dupla, que nas últimas páginas do livro se<br />
reencontra e se separa, como na música ―Le tourbillon de la vie‖, celebrizada em Jules e<br />
Jim na voz de Jeanne Moreau. Marta vai para França, mas quando o ônibus está prestes<br />
a partir, ela promete continuar a relação com o narrador através da escrita. O fim é<br />
impossível, como enuncia Os lados do círculo desde a epígrafe.<br />
―O puzzle (fragmento)‖ abre o livro flertando com a circularidade da obra, ao<br />
apresentar personagens que serão protagonistas dos contos seguintes. O Wagner,<br />
linchado até a morte no conto ―Verão‖, aqui aparece como o diretor-executivo de uma<br />
empresa de construção. O Breno, que vive de rendas e pensa em comprar uma casa na<br />
praia com dois amigos, no conto ―Teatro de bonecos‖ se mostra já morando na praia<br />
com esses companheiros: uma boneca de pano comprada em uma boutique e um boneco<br />
de brique que ―à primeira vista podia ser até confundido com um desses super-heróis<br />
infláveis que depois de fazer a alegria dos meninos murcham esquecidos no canto da<br />
garagem‖.<br />
A ligação se dá prioritariamente pelo nome do personagem, que garante a<br />
continuidade de leitura entre as histórias. Parece supérfluo fazer essa relação, mas<br />
enxergamos melhor o aspecto convencional desse procedimento quando um autor o<br />
viola – como quando, no cinema, Luis Buñuel coloca duas atrizes para fazer a<br />
personagem Conchita em Esse Obscuro Objeto do Desejo, de 1977. A continuidade no<br />
plano da expressão, seja em um nome ou em um ator, é uma exigência para que este<br />
conteúdo reconhecido culturalmente se concretize, no caso, que se trata do mesmo<br />
personagem.<br />
Além do nome, Amilcar Bettega também espalha outras pistas para entendermos<br />
esses personagens do primeiro conto como os mesmos dos contos seguintes – de
Roberto, diz-se que é jornalista, é o Roberto jornalista que se apresenta no terceiro<br />
conto, ―Círculo vicioso‖. Breno e a casa na praia também se confirmam, e o assassino<br />
de ―A aventura prático-intelectual do sr. Alexandre Costa‖ é um personagem chamado<br />
Alexandre, funcionário do Tribunal de Justiça, como é funcionário do Tribunal de<br />
Justiça o Alexandre do primeiro conto. Para visualizar definitivamente: na página 15, o<br />
narrador diz que ―o Campinelli tinha por prenome Marcos, era engenheiro orçamentista<br />
e cinéfilo inveterado‖. Na página 125, ―é tão fácil ver a praça, esse banco, tão fácil ver<br />
esse homem e pensar Marcos e isso já ser a pura verdade de uma rotina de orçamentos,<br />
licitações e mulher e churrasco aos domingos (...)‖. Detalhe: o conto é narrado em parte<br />
como um roteiro de cinema, com reflexões sobre a arte cinematográfica. A coincidência<br />
esclarece sua intenção.<br />
Juntar as informações do primeiro conto ao enredo dos próximos textos não<br />
fornece algo fundamental sobre os personagens e as narrativas que aparecerão a seguir.<br />
Ficamos sabendo a profissão de um, o bairro onde mora o outro, a preferência de um<br />
terceiro por objetos que podia carregar no bolso. Ao mesmo tempo em que, em seu<br />
conjunto, essas informações oferecem uma chave interpretativa que interfere na leitura<br />
de cada texto e da obra como um todo, elas não são necessárias para desvendar o enredo<br />
dos contos do livro, que se mantêm autônomos em sua unidade – tal como o conceitua a<br />
teoria tradicional do conto moderno, iniciada com Edgar Allan Poe.<br />
Além da produção literária essencial para compreender o surgimento do conto<br />
moderno, entre 1842 e 1847 Poe escreveu uma série de resenhas em jornais e revistas<br />
onde traçou uma espécie de primeira poética da (short) story – prevendo uma definição,<br />
enunciando as características desejáveis do gênero, e, ao analisar a obra de seus<br />
contemporâneos a luz desses conceitos, oferecendo exemplos práticos do que seriam<br />
bons e maus procedimentos do conto. Essa ensaística primordial se uniu ainda a<br />
trabalhos como A filosofia da composição, que ajudam a compor o primeiro quadro<br />
teórico sobre a história curta. Nesses ensaios e críticas literárias, Poe caracterizou o<br />
conto como fundado sobre a brevidade e, conseqüentemente, sobre a concisão.<br />
Comentários do autor ou descrições secundárias serviriam ao romance, mas não a um<br />
bom conto. Nele, para submeter o leitor ao domínio do escritor e conquistar sua atenção<br />
plena, toda informação acessória deveria ser abandonada.<br />
If any literary work is too long to be read at one sitting, we must be content<br />
to dispense with the immensely important effect derivable from unity of
impression — for, if two sittings be required, the affairs of the world<br />
interfere, and every thing like totality is at once destroyed 2 . (POE, 1846)<br />
Para Poe, essa unidade de efeito (ou ―de impressão‖, dependendo da tradução)<br />
com vistas à totalidade deve determinar toda a construção do texto. Desde a primeira<br />
frase, tudo que há no conto ou na poesia deve direcionar para esse efeito. Ao mesmo<br />
tempo, o desenlace precisa estar presente na mente do autor para que, a luz dele,<br />
componha-se o resto. ―It is only with the dénouement constantly in view that we can<br />
give a plot its indispensable air of consequence, or causation, by making the incidents,<br />
and especially the tone at all points, tend to the development of the intention 3 ‖. (idem)<br />
Em Os lados do círculo, essa organicidade da trama não aparece só no<br />
progressivo fechamento da história, que faz com que cada ação leve a uma<br />
conseqüência essencial e que se completa nas linhas finais do conto, em uma cena<br />
necessária após tudo que se semeou. O que acontece é que o conflito é continuamente<br />
alimentado, do início ao fim, pela repetição de sua configuração, como se cada conto<br />
andasse em círculos em seus temas, imagens e motivos.<br />
No primeiro, a frase final retoma o primeiro parágrafo, ligando ―as peças que<br />
somos eu, tu, o teu vizinho, a telefonista‖ e o novo jogo inventado para ―as peças que<br />
éramos eu, tu, o teu vizinho, a telefonista...‖.<br />
A paisagem do morro Santa Teresa, do conto seguinte ―A próxima linha‖, se<br />
repete na paisagem do ―Puzzle (suite et fin)‖, e é chamada, nas duas vezes, pelos<br />
personagens ou pelo narrador, de ―cartão-postal‖. Parece um cartão-postal, eles dizem, e<br />
mais tarde é exatamente ―um cartão-postal‖ o que é pedido, pelo narrador e protagonista<br />
do último conto, à velha companheira que vai embora.<br />
A estrutura especular já é sugerida pela divisão do livro em duas partes, ―Um<br />
lado‖ e ―Lado um‖, mas, sem ser exata, sugere muitas vezes a dúvida sobre a<br />
necessidade (ou intencionalidade) da relação entre um conto e outro. Pequenos gestos e<br />
palavras que se repetem são muitos, fazendo pensar se a menção a, digamos, servir-se<br />
de um uísque e bebê-lo a caminho da sacada no ―O Puzzle (fragmento)‖ se repita no<br />
2 Tradução nossa: Se uma obra literária é muito extensa para ser lida de uma só assentada, devemos nos<br />
resignar a perder o efeito soberbamente decisivo da unidade de efeito – porque quando são necessárias<br />
duas assentadas, os assuntos do mundo interpõem-se, e o que chamamos de totalidade é destruído.<br />
3 Tradução nossa: Apenas com o desenlace constantemente na mente é que podemos tornar um enredo<br />
conseqüente, com sua indispensável aparência de causalidade, fazendo com que os incidentes e<br />
especialmente o tom de todos os pontos tendam ao desenvolvimento da intenção.
―Álibi‖ por aquela espécie de descuido que faz com que apertemos, no elevador, o andar<br />
da vizinha atraente, em vez do nosso. Independentemente dessa avaliação, é certo que,<br />
ao se repetirem, os temas e imagens confirmam o significado de sua obsessão.<br />
No borgiano ―Círculo vicioso‖, Roberto lê sobre o assassinato de uma<br />
pesquisadora e professora argentina e vai até a cidade do crime para investigá-lo. Lá,<br />
conhece a estudante Cláudia, com quem se casa e volta para o Brasil. Após a morte de<br />
Roberto, Cláudia volta à argentina, e lá, já pesquisadora e professora, é assassinada –<br />
dando origem à notícia de jornal que Roberto lê num tempo que está além do continuum<br />
de passado, presente e futuro.<br />
Na teorização do autor de ―O corvo‖, o efeito é causado pela compreensão do<br />
leitor e determinada pelo arranjo de um autor extremamente consciente, manipulador<br />
habilidoso dos sentimentos despertados por sua arte. O conto iniciaria pelo fim, e é<br />
interessante pensar essa premissa não considerando o ―fim‖ como aquilo que está na<br />
última parte da trama, mas como o efeito final que o autor imprime no conjunto<br />
considerado, independente de intencionalidade maquiavélica, intuição ou santo que<br />
baixe. A construção de Os lados do círculo revela, a esse respeito, uma possibilidade<br />
lúdica de enxergar relações entre os contos e, especialmente no expediente de costurar<br />
inícios e finais, decanta o efeito de andar em círculos, de impossibilidade de evolução<br />
ou encerramento definitivo. O ponto final é impossível porque remete ao começo, mas o<br />
procedimento de caminhar em círculos se dá por acréscimo, não por lacunas de sentido.<br />
Com exceção de um caso, que examinaremos em seguida, as coincidências que<br />
permeiam o livro não exigem a leitura de todas as suas recorrências para serem<br />
compreendidas, de forma que a totalidade, tal como pensada por Poe, se mantém e<br />
confere força a cada conto.<br />
A unidade não é quebrada pelas referências que um conto faz a outro, mas<br />
iluminada. Esta é uma proposta que pode ser mais bem lida através da teoria do conto<br />
de Cortázar, que também foi leitor e crítico-admirador de Edgar Allan Poe.<br />
Nos ensaios ―Alguns aspectos do conto‖ e ―Do conto breve e seus arredores‖,<br />
Julio Cortázar apresenta as idéias de esfera, tensão e intensidade, que hoje são conceitos<br />
essenciais no inventário sobre o conto como gênero literário e se comunicam<br />
intimamente com as idéias de Poe. Um dos conceitos especialmente interessantes para<br />
ler os círculos de Amilcar Bettega é o da esfera.
(...) vale dizer que a situação narrativa em si deve nascer e dar-se dentro<br />
da esfera, trabalhando do interior para o exterior, sem que os limites da<br />
narrativa se vejam traçados como quem modela uma esfera de argila. Dito<br />
de outro modo, o sentimento da esfera deve preexistir de alguma maneira<br />
ao ato de escrever o conto, como se o narrador, submetido pela forma que<br />
assume, se movesse implicitamente nela e a levasse à sua extrema tensão,<br />
o que faz precisamente a perfeição da forma esférica. (CORTAZAR,<br />
1993, 228)<br />
A esfera fechada do conto não significa, portanto, suspensão ou imobilidade,<br />
mas um movimento preciso e denso que decorre da pressão interna do texto.<br />
De novo, encontramos o paradigma da economia do conto como forjadora de<br />
intensidades. ―O que chamo de intensidade num conto consiste na eliminação de todas<br />
as idéias ou situações intermédias, de todos os recheios ou fases de transição que o<br />
romance permite e mesmo exige.‖ (idem: 157) Nada que seja dispensável deve figurar<br />
no conto, a não ser que seja um falso rodeio. Por isso o bom conto magnetiza o leitor:<br />
todo movimento é importante e concorre para a conclusão final. Nesta esfera precisa<br />
que une início e fim, o conto significativo ―quebra seus próprios limites com essa<br />
explosão de energia espiritual que ilumina bruscamente algo que vai muito além da<br />
pequena e às vezes miserável história que conta.‖ (ibidem: 153)<br />
Referências<br />
BARBOSA, Amilcar Bettega. Os lados do círculo. São Paulo: Companhia das Letras,<br />
2004.<br />
BARBOSA, Amilcar Bettega. O vôo da trapezista. Porto Alegre: IEL: Movimento,<br />
1994.<br />
BLOOM, Harold. Como e por que ler. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.<br />
CORTAZAR, Julio. Valise de cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1993.<br />
POE, Edgar Allan. The philosophy of composition. Virgínia: American Studies at the<br />
University of Virgínia. Disponível em<br />
. Acesso em 8 de agosto<br />
de 2011.