12.05.2013 Views

Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs

Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs

Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Recepção</strong> e <strong>efeito</strong> <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>digitais</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong><br />

<strong>na</strong> formação do leitor no processo de ensino e de<br />

culturalização <strong>na</strong> sociedade contemporânea.<br />

Prof. Eduardo Reis Dourado<br />

(UNEB/UEFS)<br />

Resumo: Este trabalho tem por objetivo revisar a literatura teórica a respeito <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong><br />

<strong>digitais</strong> e seu impacto <strong>na</strong> formação do educando da educação básica, no contexto da virtualidade no<br />

âmbito escolar. Para tanto, ficou dividido em quatro partes, a saber: estu<strong>dos</strong> dialoga<strong>dos</strong> e aproxima<strong>dos</strong><br />

sobre os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>; a ampliação <strong>dos</strong> horizontes de leitura no mundo virtual;<br />

recepção e <strong>efeito</strong> <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>; gestão <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>: limites<br />

e quebra de fronteiras. Percebe-se que este tema ainda tem muito que se discutido, seja pela sua <strong>na</strong>tureza<br />

subjetiva, seja pelo seu uso e contribuição para a (re) leitura e da experiência <strong>na</strong> (re) construção do saber.<br />

Utilizamos como procedimento teórico-metodológico a pesquisa bibliográfica para verificação da<br />

existência de estu<strong>dos</strong> e pesquisas relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> à temática. Enfim, discussões foram apresentadas e há<br />

subsídios que podem contribuir para o (re) dimensio<strong>na</strong>mento quanto ao citado objeto de pesquisa.<br />

Palavras-Chave: Conteú<strong>dos</strong> Educacio<strong>na</strong>is Digitais. <strong>Recepção</strong>. Efeito. Leitura. Cultura. Tecnologias<br />

Abstract: This paper aims to review the theoretical literature about the digital educatio<strong>na</strong>l content and<br />

its impact on elementary education of basic education in the context of virtuality in the school. To this<br />

end, it was divided into four parts, <strong>na</strong>mely: Studies in dialogue and approximated on digital educatio<strong>na</strong>l<br />

content, the expansion of horizons in the virtual world of reading, reception and effect of digital<br />

educatio<strong>na</strong>l content, digital learning content ma<strong>na</strong>gement: limits and break borders. It is felt that this issue<br />

still needs to be discussed, either by their <strong>na</strong>ture subjective, both for its use and contribution to the (re)<br />

reading and experience in (re) construction of knowledge. We use as theoretical and methodological<br />

procedure bibliographical research to verify the existence of studies and research related to the theme.<br />

Fi<strong>na</strong>lly, discussions were presented and there are subsidies that may contribute to the (re) sizing said<br />

about the research object.<br />

Keywords: Digital educatio<strong>na</strong>l content.Reception. Effect. Reading. Culture. Technologies<br />

Introdução<br />

O conhecimento, malgrado os esforços de<br />

objetividade, está “contami<strong>na</strong>do” pelo recorte ou<br />

pela grade que a sensibilidade e o entendimento de<br />

cada um lhe conferem. O objeto, por outro lado, já<br />

aparece aos olhos do sujeito comprometido pelas<br />

“ideias” e imagens que suas experiências anteriores<br />

lhe transferem.<br />

(Elia<strong>na</strong> Yunes)<br />

O objetivo deste trabalho é revisar a literatura teórica a respeito <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong><br />

<strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> e seu impacto <strong>na</strong> formação do educando <strong>na</strong> era da globalização. O<br />

universo virtualizado se constitui no principal deslinde para a elaboração deste texto.<br />

É provocativa a complexidade e subjetividade intrínsecas nos processos de leitura e/ou<br />

desleitura de saberes, os quais formam e/ou formatam o(s) conjunto(s) de conteú<strong>dos</strong>


<strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> à disposição do leitor, ou melhor, dizendo, do educando e do<br />

educador frente às questões travadas no cotidiano social contemporâneo.<br />

Pode-se compreender desleitura, a partir do pensamento de Bloom (2003) como<br />

uma interpretação que permite ao leitor estabelecer uma relação de similaridade entre<br />

textos, e, por conseguinte, entre os conteú<strong>dos</strong> e/ou conceitos, contribuindo para uma<br />

aprendizagem mais sólida e o exercício de liberdade tanto <strong>na</strong> seleção quanto ao uso <strong>dos</strong><br />

saberes aprendi<strong>dos</strong>.<br />

Como se dá a recepção e que <strong>efeito</strong>(s) produz (em) os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong><br />

<strong>digitais</strong> nos alunos do ensino médio através do uso das tecnologias da informação e da<br />

comunicação existentes no laboratório de informática <strong>na</strong> escola pública? E, a partir da<br />

experiência no laboratório, como tal experiência interfere e altera o processo de<br />

culturalização do mesmo <strong>na</strong>s suas “comunidades interpretativas”?<br />

A relação é intrínseca, pois a existência e categorização <strong>dos</strong> mo<strong>dos</strong> de recepção,<br />

mo<strong>dos</strong> esses que são (re) cria<strong>dos</strong> dentro e fora das mencio<strong>na</strong>das comunidades, assim<br />

como os <strong>efeito</strong>s que os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> produzem leva-nos à tentativa<br />

de refletir como esses conteú<strong>dos</strong> são considera<strong>dos</strong> parte ou o todo do saber aprendido.<br />

O leitor tem à frente um leque infinito de saberes para ser (re) descoberto a partir<br />

da leitura considerando o lugar que tal leitor está ocupando e qual sua função política<br />

dentro do resepctivo contexto. Diante do computador há um universo imaginário e<br />

sedutor que se constitui numa travessia, a qual, diferente e não antagônica <strong>na</strong> qual o<br />

leitor desenvolve a sua escrita. Os conteú<strong>dos</strong> são representações <strong>dos</strong> saberes já<br />

circula<strong>dos</strong> e articula<strong>dos</strong> no meio social, porém num novo espaço, num novo formato,<br />

com novas perspectivas com vistas à aprendizagem e o seu devido uso social. Em<br />

frente à tela do computador, verifica-se, como justificativa para a investigação em<br />

curso, estímulo alicerçado por desafios no (re) encontro com a linguagem, e desta à<br />

imagem e ao som, o que, não ocorre em sala de aula.<br />

Para que possamos compreender melhor é importante considerarmos algumas<br />

situações didáticas, <strong>na</strong>s quais os conteú<strong>dos</strong> são muito usa<strong>dos</strong> sob várias perspectivas,<br />

como por exemplo, a leitura e a produção textual após o contato com o universo virtual.<br />

Estu<strong>dos</strong> dialoga<strong>dos</strong> e aproxima<strong>dos</strong> sobre os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong><br />

Atualmente, convivemos com espaços desti<strong>na</strong><strong>dos</strong> à aprendizagem que não se<br />

limitou ape<strong>na</strong>s ao ambiente escolar, mas também fora dele: os telecentros, instituições


que funcio<strong>na</strong>m diutur<strong>na</strong>mente em bibliotecas ou espaços culturais para oportunizar o<br />

acesso à internet à população de determi<strong>na</strong>da localidade.<br />

Nesses espaços os alunos das mais diversas escolas (públicas, privadas e<br />

comunitárias) realizam pesquisas, leituras de conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong>, acessam pági<strong>na</strong>s<br />

de relacio<strong>na</strong>mento pessoal, etc.<br />

É pertinente afirmar que não e tão-somente nos espaços <strong>dos</strong> telecentros, mas<br />

também nos laboratórios de informática das escolas os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> são<br />

acessa<strong>dos</strong> e a<strong>na</strong>lisa<strong>dos</strong> à luz de objetivos propostos para determi<strong>na</strong>das atividades, o que<br />

permite que a recepção e o <strong>efeito</strong> produzido alargue o pensamento sobre determi<strong>na</strong>do<br />

saber.<br />

Para Roque; Pedrosa; Campos (2009:3) “os conteú<strong>dos</strong> estão sendo produzi<strong>dos</strong><br />

de modo a constituir uma cultura de produção de diversas plataformas visando à<br />

complementaridade e integração entre eles”. Apesar desta citação se referir à<br />

modalidade a distância, começa-se a compreender qual a funcio<strong>na</strong>lidade <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong><br />

<strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> como instrumentos complementares e integradores do<br />

conhecimento partilhado em sala de aula.<br />

Tais conteú<strong>dos</strong> são dissemi<strong>na</strong><strong>dos</strong> por ferramentas pedagógicas, como a mídia ou<br />

o texto imagético os quais se encontram, <strong>na</strong> maioria das vezes, atrela<strong>dos</strong> às pági<strong>na</strong>s de<br />

blogs, de sites gover<strong>na</strong>mentais ou não gover<strong>na</strong>mentais. Se, antes do acesso à internet, o<br />

som e a imagem eram usa<strong>dos</strong> de forma complementar à prática pedagógica, com a<br />

implantação <strong>dos</strong> laboratórios de informática, muitos professores criaram novos<br />

formatos, inserindo <strong>efeito</strong>s sonoros, visuais, ou seja, especiais para atrair ainda mais a<br />

atenção do aluno e, consequentemente, enriquecer o processo ensino aprendizagem.<br />

Para Laaser, Rodrigues e Fachin (2009:1):<br />

As mudanças <strong>na</strong>s tecnologias de informação e comunicação afetam<br />

diretamente a educação presencial, a educação à distância e as estruturas das<br />

universidades que têm que atender alunos e professores que modificam suas<br />

práticas em função da disponibilidade de novas ferramentas de comunicação.<br />

Tais mudanças interferem <strong>na</strong>s instituições em um fluxo contínuo de ajustes<br />

que requer atenção permanente em vários focos. (LAASER; RODRIGUES;<br />

FACHIN, 2009:1)<br />

A disponibilização <strong>dos</strong> computadores corrobora para a democratização do acesso<br />

ao conhecimento. Percebe-se que o uso <strong>dos</strong> mencio<strong>na</strong><strong>dos</strong> computadores perpassa pela<br />

indicação de leitura, de busca e/ou pesquisa de conteú<strong>dos</strong> trabalha<strong>dos</strong> em sala de aula,<br />

os quais são encontra<strong>dos</strong> em diferentes formatos soma<strong>dos</strong> aos recursos que os


acompanham, levando o aluno a se inserir num universo imagético e ao mesmo tempo<br />

criativo.<br />

Segundo Lévy (1996:11) apud Coelho (2004:2)<br />

Um movimento geral de virtualização afeta hoje não ape<strong>na</strong>s a<br />

informação e a comunicação, mas também os corpos, o<br />

funcio<strong>na</strong>mento econômico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o<br />

exercício da inteligência. A virtualização atinge mesmo as<br />

modalidades do estar junto, a constituição do “nós”: comunidades<br />

virtuais, empresas virtuais, democracia virtual... Embora a<br />

digitalização das mensagens e a extensão do ciberespaço<br />

desempenhem um papel capital <strong>na</strong> mutação em curso, trata-se de uma<br />

onda de fundo que ultrapassa amplamente a<br />

informatização.”(LÉVY,1996:11 apud COELHO 2004: 2).<br />

Os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>, <strong>na</strong> tentativa de dialogar com o pensamento<br />

acima de Lévy, propiciam uma aproximação virtual entre os sujeitos, estabelecendo<br />

comunicação, expressando subjetividades, etc. Há, com <strong>efeito</strong>, uma mutação de perfis<br />

entre os sujeitos interativos, sem a preocupação de apresentar um pouco de si mesmo,<br />

mas, certamente, buscando algo a mais para a demanda de si <strong>na</strong> troca de “saberes”.<br />

Partindo dessa premissa, a cultura transita entre dois pólos, permitindo que o<br />

conjunto de manifestações das mais diversas ordens é repassado através de uma<br />

educação informal para os envolvi<strong>dos</strong>, dessa forma, to<strong>dos</strong> possuem um valor cognitivo<br />

gerado pelas relações culturais que realizam.<br />

A educação formal foi se modificando e passou pelo seu mais importante<br />

processo de mudança, que foi a laicização, <strong>na</strong> qual a escola ganhou a sua independência<br />

dissociando-se da religião, entretanto, manteve as bases europeias e burguesas<br />

continuando a favorecer a elite da sociedade. No Brasil esta escola é chamada por<br />

muitos como o espaço de mudança, principalmente, após a atuação do educador Paulo<br />

Freire que revolucionou a didática brasileira com a sua teoria da educação libertadora.<br />

A escola brasileira mantém uma política de exclusão das classes desfavorecidas,<br />

instauradora um processo avaliativo que valoriza mais a quantidade de conteú<strong>dos</strong><br />

assimilado de forma decorativa do que o conhecimento de mundo que os mais<br />

desfavoreci<strong>dos</strong> economicamente possuem. A imagem romântica da educação como a<br />

libertadora das classes oprimidas se desfaz quando notamos que ao invés da tão<br />

desejada mudança, a escola continua com o seu papel de reprodutora da sociedade<br />

desigual.


Segundo da<strong>dos</strong> do IBGE 1 , “em 2002, o Brasil tinha 32, 1 milhões de a<strong>na</strong>lfabetos<br />

e a defasagem entre idade e série escolar cresce com a idade: é de 14,4 % entre as<br />

crianças de sete anos e de 65,7 7% para as de 14 anos”. A escola é o “centro” de<br />

socialização das pessoas, das famílias, das classes, mas, <strong>na</strong> contramão da própria rua, é<br />

o “centro” da promoção da desigualdade econômica, cultural, social.<br />

Com a virtualização do ensino, os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> promovem a<br />

revisão das perguntas, das dúvidas e das inquietudes. O aluno que tinha como único<br />

instrumento pedagógico o livro didático, agora tem acesso e tem certa liberdade<br />

disponível ao computador ligado a um provedor de internet, onde ele busca diretórios de<br />

pesquisas, e através destes, selecio<strong>na</strong>, escolhe, toma para sua pasta determi<strong>na</strong>do<br />

conhecimento ou pela empatia ou pelo desafio de conhecer o conteúdo disposto.<br />

Há uma inquietação pela necessidade de se descobrir como “caminhar” sem<br />

perder a própria identidade, ou, como forma de evoluir no tempo e no espaço virtual<br />

assumindo um papel imaginário num universo “fantástico” e ilusionista. A partir <strong>dos</strong><br />

anos 90 passou-se a valorizar os processos de aprendizagem extraescolares que<br />

certamente influenciam o desenvolvimento <strong>dos</strong> sujeitos enquanto cidadãos críticos,<br />

participativos e políticos dentro da sociedade. Estes aprendiza<strong>dos</strong> consistem no processo<br />

de absorção de uma cultura virtual, ou seja, a educação transmitida pelo acesso à<br />

internet, pela produção midiática somada ou não à educação dada pelos pais <strong>na</strong> família,<br />

no convívio com os amigos, teatros, leitura de jor<strong>na</strong>is, livros etc. carrega<strong>dos</strong> de valores e<br />

representações, são fatores determi<strong>na</strong>ntes para o sucesso escolar das crianças de baixa<br />

renda.<br />

Colaborando com a importância da cultura para o desenvolvimento do sujeito<br />

Bourdieu apud Nogueira e Nogueira (2002) afirma que:<br />

Cada indivíduo passa a ser caracterizado por uma bagagem socialmente<br />

herdada. Essa bagagem inclui, por um lado, certos componentes objetivos,<br />

externos ao indivíduo, e que podem ser postos a serviço do sucesso escolar.<br />

Fazem parte dessa primeira categoria o capital econômico, tomado em termos<br />

<strong>dos</strong> bens e serviços a que ele dá acesso, o capital social, definido como o<br />

conjunto de relacio<strong>na</strong>mentos sociais influentes manti<strong>dos</strong> pela família, além<br />

do capital cultural institucio<strong>na</strong>lizado, formado basicamente por títulos<br />

escolares. (BOURDIEU apud NOGUEIRA E NOGUEIRA, 2002: 1)<br />

Alguns aspectos culturais, como a cultura de mundo, as práticas e manifestações<br />

artísticas populares que não fazem parte do capital cultural acima definido, favorecem o<br />

1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, responsável pela PNAD. Disponível em<br />

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao_no_brasil.html, acessado em 29 de outubro de 2010.


desempenho escolar <strong>na</strong> medida em que facilitaria a aprendizagem <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong><br />

escolares, as referencias linguísticas, o domínio maior ou menor da língua culta<br />

facilitaria o aprendizado promovendo uma articulação entre cultura familiar e estrutura<br />

escolar. Cabe ao professor identificar os saberes e não saber <strong>dos</strong> alunos para formular<br />

novos méto<strong>dos</strong> de ensino e rever a sua pratica para tor<strong>na</strong>r o processo avaliativo uma<br />

fonte de resulta<strong>dos</strong>.<br />

O surgimento de tecnologias a serviço da educação básica tem mostrado avanços<br />

significativos no processo ensino-aprendizagem. Podemos citar como exemplos o<br />

computador, internet, data-show, ipad, dentre outros. To<strong>dos</strong> estão contribuindo para o<br />

surgimento de novas linguagens, portanto, (re) apresentando os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong><br />

<strong>digitais</strong> em formatos diversos, contando com a presença de áudio e de <strong>efeito</strong>s<br />

especiais/específicos com menor duração de tempo que <strong>na</strong>s ditas aulas tradicio<strong>na</strong>is, <strong>na</strong>s<br />

quais eram marcantes as presenças de questionários, sabati<strong>na</strong>s, etc.<br />

Para Xavier (2010: 2)<br />

Ser letrado digital pressupõe assumir mudanças nos mo<strong>dos</strong> de ler e escrever<br />

códigos e si<strong>na</strong>is verbais e não-verbais, como imagens e desenhos, se<br />

compararmos às formas de leitura e escrita feita no livro, até porque o suporte<br />

sobre qual estão os textos <strong>digitais</strong> é a tela, também digital. (XAVIER,<br />

2010:2)<br />

A partir da premissa apresentada por Xavier (2010) podemos constatar que a<br />

mudança de ordem metodológica interfere no estudo teórico <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong><br />

<strong>digitais</strong>. Como exemplo, há maior interesse no aluno em contato com a tela do<br />

computador em compreender um mapa geopolítico de determi<strong>na</strong>da localidade com<br />

imagens e <strong>efeito</strong>s especiais retira<strong>dos</strong> de sites gover<strong>na</strong>mentais do que manusear o livro<br />

didático à procura do mencio<strong>na</strong>do mapa.<br />

Esse interesse é resultado de uma série de aspectos que são intrínsecos ao<br />

universo digital, que, a meu ver, aproxima dois elementos que até então se encontravam<br />

distantes um do outro: o aluno e o conhecimento.<br />

Atualmente, no território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, há várias maneiras de ter acesso ao conhecimento, de<br />

forma gratuita principalmente, haja vista a expansão do número de laboratórios de<br />

informática e aquisição de monitor educacio<strong>na</strong>l (aparelho de TV com entrada para cabo<br />

USB e para aparelho de DVD).<br />

Se para o professor o conteúdo educacio<strong>na</strong>l é a ferramenta veicular da<br />

aprendizagem, para o aluno se constitui num instrumento de sobrevivência. A


velocidade com que as informações sobre os acessos disponíveis ao conhecimento são<br />

visíveis ao ponto de alunos e professores acessarem arquivos produzi<strong>dos</strong> com o auxílio<br />

da tecnologia existente nos satélites de comunicação manti<strong>dos</strong> pelas instituições<br />

gover<strong>na</strong>mentais ou empresariais.<br />

A ampliação <strong>dos</strong> horizontes de leitura no mundo virtual<br />

“Quem é o outro? É alguém que sabe. E que sabe as coisas que não sei”.<br />

(Pierre Lévy)<br />

Há uma preocupação latente no ambiente escolar entre o que se quer ensi<strong>na</strong>r e o<br />

que se aprende. De um lado, sem antagonismo, está o professor à espera de um bom<br />

resultado como termômetro do seu trabalho; do outro lado está o aluno à espera de um<br />

saber por vias mais facilitadas e com a necessidade de cumprimento de suas<br />

“obrigações” pela ocupação do espaço que lhe foi dado no cenário educacio<strong>na</strong>l.<br />

A defesa do papel do professor e do aluno no ambiente escolar é tradicio<strong>na</strong>l,<br />

autoritária e contributiva para o fracasso escolar. Dois aspectos de abrangência<br />

continental devem ser debati<strong>dos</strong> para que se incite à mudança <strong>dos</strong> paradigmas<br />

apresenta<strong>dos</strong>: a leitura e produção textual de conteú<strong>dos</strong> e a ampliação <strong>dos</strong> horizontes de<br />

leitura.<br />

O primeiro tem em si um elemento paradoxal que tor<strong>na</strong> o processo dificultoso<br />

para o aprendiz: o erro. Os padrões pré-estabeleci<strong>dos</strong> pela sociedade deixam<br />

transparecer o erro como algo que não tem sentido nem utilidade. A teoria de Einstein<br />

mostra que uma pessoa ao entrar e sentar em uma poltro<strong>na</strong> de um <strong>na</strong>vio pode estar em<br />

movimento ou parada, dependendo de quem a observa.<br />

Desse modo, o erro deve ter um caráter relativizado, percebido <strong>na</strong> clareza da<br />

pergunta e <strong>na</strong> subjetividade da resposta. Além da relatividade das interpretações, outro<br />

fator deve ser considerado, o processar das informações. A mente faz algumas a<strong>na</strong>logias<br />

com informações já existentes, processando-as e fazendo as alterações necessárias.<br />

Enquanto os adultos possuem a capacidade maior de solucio<strong>na</strong>r problemas, para a<br />

criança é mais difícil quando ainda não possui uma base concreta de compreensão das<br />

idéias.


Isso indica que todo ser humano e principalmente as crianças, possuem limites e<br />

estágios cognitivos, não sendo considera<strong>dos</strong> “erros”, mas limitações que apontam a<br />

existência de funções biológicas e mentais que precisam de tempo para amadurecer.<br />

Segundo Castori<strong>na</strong> apud Hoffman (1991):<br />

Ao considerar os erros sistemáticos os fatos de as crianças diante de situações<br />

diferentes se equivocam da mesma maneira teve-se que ir alem de sua própria<br />

fenome<strong>na</strong>lidade para descrever e especificar a organização intelectual que os<br />

explicavam. Os erros infantis respondiam a certa estruturação das ações que<br />

podiam ser caracterizadas positivamente. Os erros deixam de ser só indícios<br />

de uma dificuldade ou de uma incapacidade e passaram a ser reveladores de<br />

uma lógica infantil e irredutível a lógica <strong>dos</strong> adultos (CASTORINA,<br />

apud.,HOFFMANN, 1991:80)<br />

Pensando essas informações em um contexto escolar, as metodologias de<br />

ensino/aprendizagem devem ser pensadas de forma clara e objetiva. A resposta do aluno<br />

deve ser a<strong>na</strong>lisada com acuidade para descobrir o que realmente ele aprendeu, mesmo<br />

de forma incompleta, mostrando-lhe e não atacando a resposta, afirmando que está<br />

errada ou entregando de bandeja a resposta correta.<br />

É importante o uso de mecanismos que ajudem o aluno a refletir sobre os<br />

caminhos que o levou a resposta, dando-lhes algumas outras informações e indicando<br />

outras hipóteses para que confronte suas respostas. Nesse sentido fica “evidente que em<br />

toda capacidade, em todo saber fazer, partimos de certas proposições, de certas<br />

informações, sem as quais a resolução de um novo problema é praticamente impossível”<br />

(CARVALHO, 1997:15). Sendo assim, o desempenho do aluno não deve ser medido<br />

por um fator isolado, como uma prova ou um teste, mas em um contexto que leve em<br />

consideração as variáveis estabelecidas.<br />

É previsível que o “erro” implicará no processo de leitura e produção textual.<br />

Tor<strong>na</strong>-se relativo discutir a abordagem qualitativa da avaliação que se incidirá sobre tal<br />

atividade. Os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> podem abrir um novo espaço para a<br />

aprendizagem, considerando-os enquanto ferramentas de educação virtual.<br />

Segundo Schwarzelmüller e Ornellas (2009:3) “as ferramentas de educação<br />

virtual e à distância trazem sempre a idéia de uma produção cooperativa, onde to<strong>dos</strong><br />

criam simultaneamente e em conjunto, e onde nenhuma obra pertence a ninguém, e sim<br />

a um coletivo”.<br />

Sabe-se que determi<strong>na</strong><strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> digitaliza<strong>dos</strong> são concebi<strong>dos</strong><br />

para certo fim pedagógico, quer seja pela facilidade ao acesso, quer seja pela sua<br />

relevância <strong>na</strong> (re) construção do conhecimento posto. O horizonte de expectativa é o


elemento que vai delimitar a construção do horizonte de leitura. Nessa incursão entre o<br />

que se espera e o que se constrói, o professor defende a tese de que o aluno deva<br />

contemplar o que ele propôs e realizou em sala de aula. Porém, quando a ação do<br />

professor foi desenvolvida, há outros aspectos que devem ser considera<strong>dos</strong>, como por<br />

exemplo, a relativização entre o conteúdo educacio<strong>na</strong>l e o conhecimento de mundo do<br />

aluno. A sala de aula é heterogênea porque é um espaço diversificado de representações<br />

socioculturais que buscam respostas para as demandas de suas “comunidades<br />

interpretativas”.<br />

Stanley Fish (1997:159), linguista norte-americano, em Como reconhecer um<br />

poema ao vê-lo afirma que “Os significa<strong>dos</strong> não são propriedades nem textos fixos e<br />

estáveis nem de leitores livres e independentes, mas de comunidades interpretativas que<br />

são responsáveis tanto pela formação quanto pelas atividades que esses produzem”.<br />

Diante dessa afirmação, é válido considerar a que o pensamento de Fish somado<br />

ao de Schwarzelmüller e Ornellas nos mostra o entrecruzar das ideias, da discussão sob<br />

os vários ângulos representativos e, principalmente, a (re) adequação do saber no<br />

universo virtual.<br />

É sabido que as grandes mudanças ocorridas pelo impacto da tecnologia no<br />

cotidiano social vêm crescendo <strong>na</strong> entrada da última centúria. Convivemos com<br />

computadores de alta tecnologia em lugares que <strong>na</strong>s últimas décadas nem existia um<br />

indício de sua existência. Hoje é possível, realizar testes de conhecimento no formato<br />

tecnológico virtual sem precisar sair de casa; é permitida, com restrições de segurança,<br />

realizar operações bancárias em nossas casas; é notória a ascensão profissio<strong>na</strong>l através<br />

<strong>dos</strong> cursos realiza<strong>dos</strong> à distância, otimizando tempo e recurso.<br />

A defesa que se faz no ambiente escolar da melhoria da qualidade de ensino está<br />

tomando novos rumos, pois ainda há questio<strong>na</strong>mentos sobre a qualidade da educação<br />

virtual.<br />

Para Schwarzelmüller e Ornellas (2009):<br />

[...] o objeto de aprendizagem pode ser entendido como uma entidade digital<br />

entregue pela Internet, o que significa que muita gente pode acessá-lo e usálo<br />

simultaneamente, em contextos <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> diverso sendo um arquivo<br />

digital qualquer (imagem, filme, etc) ou um programa criado especificamente<br />

para ser utilizado com fins pedagógicos (SCHWARZELMÜLLER E<br />

ORNELLAS, 2009:4).<br />

O contato com o conteúdo educacio<strong>na</strong>l digital é visto como uma apropriação de<br />

um objeto de aprendizagem concebido num formato diverso de outros objetos, como


por exemplo, os livros didáticos, detentor do título de enciclopédia do saber, como<br />

assim o queriam os defensores do cientificismo exacerbado do século XIX.<br />

O livro didático não perdeu a sua importância, foi reconfigurado para o formato<br />

virtual e hoje já é possível ler um livro pela internet. No site<br />

www.dominiopublico.gov.br qualquer pessoa pode baixar livros, obras literárias,<br />

imagens, arquivos de áudio para complementar o estudo sobre determi<strong>na</strong>do assunto.<br />

Para Xavier (2010):<br />

A competência para usar os equipamentos <strong>digitais</strong> com desenvoltura permite<br />

ao aprendiz contemporâneo a possibilidade de reinventar seu quotidiano, bem<br />

como estabelece novas formas de ação, que se revelam em práticas sociais<br />

específicas e em mo<strong>dos</strong> diferentes de utilização da linguagem verbal e nãoverbal.<br />

O letramento digital requer que o sujeito assuma uma nova maneira<br />

de realizar as atividades de leitura e de escrita, que pedem diferentes<br />

abordagens pedagógicas que ultrapassam os limites físicos das instituições de<br />

ensino [...] (XAVIER, 2010:4)<br />

A essa nova maneira de se usar o computador com vistas à realização de<br />

atividades pode-se ser nomeada como letramento computacio<strong>na</strong>l (computer literacy)<br />

conforme Barton (1998) apud Xavier (2010), ou seja, a aquisição de novas habilidades e<br />

competências no uso das práticas da leitura e da escrita no universo <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong><br />

<strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>.<br />

Considerando a oferta das ferramentas pedagógicas, pode-se afirmar que, <strong>na</strong><br />

contemporaneidade, a (re) descoberta e uso <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> vêm<br />

transformando a vida do aluno, levando-o a perceber o quão ele é capaz de interagir no<br />

mundo virtual ampliando e melhorando o seu desempenho escolar e, por conseguinte, as<br />

suas relações sociais com a família, com os amigos, com os colegas, etc.<br />

<strong>Recepção</strong> e <strong>efeito</strong> <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong><br />

“Os sujeitos não falam mas são fala<strong>dos</strong> pela linguagem”<br />

(Elia<strong>na</strong> Yunes)


A criação, o uso e a interação que os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> levam-nos<br />

à compreensão do seu horizonte histórico de <strong>na</strong>scimento, juntamente com o lugar<br />

ocupado pelo aluno. O contexto histórico e cultural de vivência e de aprendizagem<br />

desse aluno influencia <strong>na</strong> (re) descoberta, no estranhamento e <strong>na</strong> percepção <strong>dos</strong><br />

mencio<strong>na</strong><strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong>. Crê-se que o aluno se encontra parcial ou totalmente<br />

‘deslocado’ pela busca às respostas às demandas geradas no seio da crise do sujeito <strong>na</strong><br />

contemporaneidade.<br />

Segundo Bauman (2005) nos diz:<br />

Estar total ou parcialmente ‘deslocado’ em toda parte, não estar totalmente<br />

em lugar algum (...) pode ser uma experiência desconfortável, por vezes<br />

perturbadora. Sempre há alguma coisa a explicar, desculpar, esconder ou,<br />

pelo contrário, corajosamente ostentar, negociar, oferecer e barganhar. Há<br />

diferenças a serem atenuadas ou desculpadas ou, pelo contrário, ressaltadas e<br />

tor<strong>na</strong>das mais claras. As identidades flutuam no ar, algumas de nossa própria<br />

escolha, mas outras infladas e lançadas pelas pessoas em nossa volta, e é<br />

preciso estar em alerta constante para defender as primeiras em relação às<br />

ultimas. (BAUMAN, 2005:19)<br />

Configura-se a noção de sujeito a partir da discussão em torno de sua identidade,<br />

do seu desolamento no mundo, da vulnerável condição huma<strong>na</strong> <strong>na</strong>s relações com o<br />

outro ou com o mundo.<br />

O leitor realiza sua(s) leitura(s) <strong>na</strong> rede de modo desolado, mas ao mesmo<br />

tempo, (re) encontrando-se num espaço virtual, estabelecendo relações virtuais, que,<br />

somadas, tor<strong>na</strong>m-se, para ele, reais. A incerteza é a condição do leitor <strong>na</strong><br />

contemporaneidade, entendendo que o lugar que está ocupando é o entre-lugar da<br />

margem ao centro ou vice-versa. Ou seja, é o exemplo de um <strong>dos</strong> aspectos da crise do<br />

projeto da modernidade, a qual pensou o sujeito autônomo, capaz de dar respostas não e<br />

tão somente aos questio<strong>na</strong>mentos advin<strong>dos</strong> das mazelas sociais, mas também de mudar<br />

os paradigmas de ascensão social, dentre outros.<br />

Há, notoriamente, um estado de satisfação do leitor quando ao deparar-se com<br />

um processo de sedução e de estímulo promovi<strong>dos</strong> pela rede sente-se centro do<br />

processo, procura descobrir os “caminhos” para a conquista do horizonte de expectativa,<br />

estabelece parâmetros para seguir tais caminhos, apresenta-se como um novo leitor, um<br />

ser renovado da sua real condição de ambivalência, porém, a duração desta “felicidade”


é pouca, mas é intensa e o motiva a se tor<strong>na</strong>r mais seguro, mais motivado a se<br />

aperfeiçoar no processo de leitura <strong>na</strong> rede.<br />

A condição do leitor pode se compreendida com a atenta leitura do que nos disse Arendt<br />

(1993) sobre a condição huma<strong>na</strong>:<br />

A condição huma<strong>na</strong> compreende algo mais que as condições, <strong>na</strong>s quais, a<br />

vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicio<strong>na</strong><strong>dos</strong>: tudo aquilo<br />

com o qual eles entram em contato tor<strong>na</strong>-se imediatamente uma condição de<br />

sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em coisas<br />

produzidas pelas atividades huma<strong>na</strong>s; mas, constantemente, as coisas que<br />

devem sua existência exclusivamente aos homens também condicio<strong>na</strong>m os<br />

seus autores humanos (ARENDT, H., 1993: 17).<br />

Partindo da premissa que o aluno procura no universo da linguagem palavras,<br />

sons, imagens, os quais são articula<strong>dos</strong> dentro <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>, é<br />

visível a representação da condição de sua existência, ou pela luta contra o preconceito,<br />

ou pela luta pela sobrevivência. Como exemplo, atualmente, um <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> mais<br />

discuti<strong>dos</strong> é a culturalização do leito, seja pela garantia do lugar no centro, seja pelo<br />

reconhecimento de sua arte, de suas idéias, as quais (re) surgem como o novo, sendo,<br />

certamente, as mais antigas e inteligíveis.<br />

Bauman (2012) apresenta-nos três paradigmas sobre o cultura: a) cultura como<br />

conceito; b) cultura como estrutura; c) cultura como práxis. No primeiro paradigma,<br />

compreende-se uma hierarquização da cultura, pois segundo o autor (2012)<br />

“[...]herdada ou adquirida, a cultura é parte separável do ser humano, é um<br />

propriedade de tipo muito peculiar, sem dúvida alguma: ela partilha com a<br />

perso<strong>na</strong>lidade a qualidade singular de ser ao mesmo tempo a ‘essência’<br />

definidora e a ‘característica existencial’ descritiva da criatura huma<strong>na</strong>”<br />

(BAUMAN, 2012, p.90)<br />

No segundo paradigma, Bauman (2012, 157) “se estamos interessa<strong>dos</strong> <strong>na</strong><br />

cultura, em sua qualidade de instrumento antientropia, temos de começar investigando<br />

sua estrutura” . Cabe-nos atentar para o estado “desprovido” de ordem, que para o<br />

mencio<strong>na</strong>do autor é sua estrutura e complementa afirmando que “nenhuma quantidade<br />

de da<strong>dos</strong> será suficiente para que se preveja uma nova seqüência de eventos [...]<br />

estrutura, ao contrário, implica alguma diferenciação de probabilidades reais entre os<br />

esta<strong>dos</strong> teoricamente concebíveis”. O Estado populariza o evento cultural com o fito de<br />

domi<strong>na</strong>r sócio e politicamente a massa popular, para a garantia do poder ‘hegemônico’<br />

(re) montado de acordo com os interesses alheios à demanda social.


No terceiro paradigma, Bauman (2012, p.215) afirma que “a identidade de uma<br />

sociedade tem raízes, em última instância, numa rede mais ou menos invariante de<br />

relações sociais”. Compreende-se que as relações sociais é que definem os critérios e os<br />

modelos de se conceber a identidade de um povo, de uma <strong>na</strong>ção. Esse conceito, de certo<br />

modo, reafirma, no caso brasileiro, o que já foi dito por Machado de Assis (1873) em<br />

“Instito de Nacio<strong>na</strong>lidade”, quando o escritor afirma que “todas as formas literárias do<br />

pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que semelhante<br />

preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro”.<br />

Certamente, os paradigmas culturais estão em crise, haja vista a sua fragilidade<br />

teórico-conceitual como resultado da mesma fragilidade <strong>dos</strong> paradigmas da<br />

modernidade ora apresenta<strong>dos</strong>: pós-modernidade, pós-colonialismo, entre outros.<br />

A quem interessa essa gama de conceitos? O que há por trás da pele de de<br />

cordeiro da elite domi<strong>na</strong>nte em popularizar as manifestações artísticas, transformando-<br />

as ideologicamente no momento em que nos fornece no contexto da virtualidade,<br />

através <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>, os quais além de servirem para “educar”,<br />

servem, certamente, para domi<strong>na</strong>r?<br />

A recepção que se apresenta como a primeira porta a ser aberta <strong>na</strong> busca pelo<br />

conhecimento, é um processo <strong>na</strong>tural do ser humano, ou como define Jauss (1994):<br />

A arte tor<strong>na</strong>-se, pois, o meio para a destruição, pelo “estranhamento”, do<br />

automatismo da percepção cotidia<strong>na</strong>. Decorre daí que a recepção da arte não<br />

pode mais consistir <strong>na</strong> fruição ingênua do belo, mas demanda que se lhe<br />

distinga a forma e se lhe conheça o procedimento. (JAUSS, 1994:19)<br />

Apesar de Jauss (1994) apresentar um conceito de recepção intrínseco à arte<br />

literária, mas tal arte faz parte de diversos conteú<strong>dos</strong> de áreas como a Sociologia, a<br />

Filosofia, a História, a Geografia, etc. Atualmente, muitos docentes incentivam e<br />

determi<strong>na</strong> a feitura de trabalhos interdiscipli<strong>na</strong>res envolvendo conteú<strong>dos</strong> como o espaço<br />

no texto literário. Um exemplo disso seria, com <strong>efeito</strong>, um estudo sobre o perfil do<br />

sujeito, a descrição do espaço, a contextualização histórica, a análise do discurso social<br />

através da leitura do romance “Vidas Secas” (Graciliano Ramos) para compreender a<br />

seca no nordeste <strong>na</strong>s primeiras décadas do século XX.<br />

É pertinente colocar as práticas leitoras, conceituadas por Yunes (2002) para<br />

exemplificação <strong>dos</strong> <strong>efeito</strong>s produzi<strong>dos</strong> do contato com os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong><br />

<strong>digitais</strong>. A primeira, solitária, às vezes sobera<strong>na</strong>, é a leitura silenciosa, pela qual o aluno,<br />

independente de ser portador de alguma referência, busca algo sedutor que o estimule a


ficar temporariamente concentrado no que está disposto <strong>na</strong> tela do computador. A<br />

segunda, a leitura oral já permite ao aluno apresentar ou representar conceitos de forma<br />

autônoma, solitária, contribuindo para que o aluno torne-se mais livre em suas escolhas,<br />

ou, no momento da utilização <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> possa-lhe permitir a expressão e a<br />

comunicação com os outros colegas. A terceira, o debate, que tem por fi<strong>na</strong>lidade<br />

discutir os conteú<strong>dos</strong> a partir de questões dissertativas e torná-los mais compreensíveis e<br />

não ape<strong>na</strong>s decorativos e limita<strong>dos</strong>. A quarta, o depoimento, tem por meta uma<br />

apresentação solitária de conteú<strong>dos</strong> cabendo ao aluno ape<strong>na</strong>s desenvolver o raciocínio<br />

de forma silenciosa, sem a necessidade de se expressar verbalmente. A quinta, a leitura<br />

partilhada, que pelo nome prevê-se uma leitura desenvolvida em grupo sobre um<br />

determi<strong>na</strong>do conteúdo, permite ao aluno uma interação com outros alunos <strong>na</strong> busca pelo<br />

conhecimento a partir de sua história cultural e, com <strong>efeito</strong>, do seu acervo linguístico. A<br />

sexta, a entrevista, desenvolvida de forma cooperadora, pois pode haver dois ou mais<br />

participantes, <strong>na</strong> qual o conteúdo é questio<strong>na</strong>do a uma fonte de maior saber. A sétima, a<br />

conversa afiada, a qual proporcio<strong>na</strong> a apresentação <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> por três fontes<br />

diferenciadas do saber, não há interação entre os alunos e as fontes. A oitava, círculo de<br />

leitura, o qual proporcio<strong>na</strong> uma interação ampla e livre entre os alunos e desses com o<br />

conteúdo, de forma dinâmica.<br />

Na rede ou fora dela, o aluno enfrenta questio<strong>na</strong>mentos dispostos no texto<br />

(literário ou não), porque para ser texto, é necessário que haja recepção e que essa cause<br />

um <strong>efeito</strong> capaz de produzir novos textos. A produção desses textos requer a seleção<br />

criteriosa <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> e da forma como esses serão transmiti<strong>dos</strong>.<br />

Gestão <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>: limites e quebra de fronteiras.<br />

A apropriação de saber digitaliza<strong>dos</strong> requer do aluno uma orientação fornecida<br />

pelo professor com vistas ao objetivo proposto em determi<strong>na</strong>da discipli<strong>na</strong>. Mas como<br />

gerenciar o acesso, a criação e o uso <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> no âmbito<br />

escolar?<br />

No âmbito da escola, a hierarquia do poder entre os segmentos que a compõem é<br />

uma herança do processo de colonização, e, que ainda prevalecem de formas, meios e<br />

instrumentos diferencia<strong>dos</strong>.


A discussão em torno do projeto pedagógico já pressupõe o exercício do poder<br />

entre o corpo diretivo, o corpo docente e o corpo discente. Precede à discussão a escolha<br />

<strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong>, das metodologias de trabalho, os instrumentos e os critérios que serão<br />

utiliza<strong>dos</strong> no processo avaliativo.<br />

Dentro dessa perspectiva, a gestão <strong>dos</strong> recursos tecnológicos deve ser realizada<br />

pelo princípio da democratização do acesso ao saber. Na contemporaneidade, percebe-<br />

se que as escolas públicas somadas aos espaços não formais de aprendizagem, estão<br />

cada vez mais ampliando seu acervo virtual de conteú<strong>dos</strong> em diversos formatos<br />

(imagens, textos, áudios).<br />

Por existir vários níveis e índices de informação, deve ser levado em consideração<br />

que o desequilíbrio cognitivo é importante para o desenvolvimento intelectual do aluno.<br />

Para que ocorra uma aprendizagem significativa, a interação entre<br />

aluno/professor/escola deve ser de tal forma que produzam novos momentos de<br />

compreensão, e por sua vez, desencadeando novos conflitos cognitivos, já que desde a<br />

bastante tempo, fomos cria<strong>dos</strong> com a características de abomi<strong>na</strong>r o erro, não será em<br />

pouco tempo que conseguiremos corrigir as posturas de interpretação da aprendizagem<br />

somente pelo viés do acerto.<br />

O professor precisa promover transformações no desenvolvimento gradativo de<br />

aprendizagem do aluno, levando em consideração suas particularidades e<br />

singularidades. O erro precisa deixar de ser visto como “transgressão” ou “abomi<strong>na</strong>ção”<br />

para ser entendido como algo que acontece em qualquer fase de desenvolvimento do<br />

aluno, devendo ter um caráter de ajustamento <strong>dos</strong> processos mentais, <strong>na</strong> evolução da<br />

consciência e <strong>dos</strong> processos da formação do intelecto induzido pelo erro.<br />

É compromisso de o educador saber se o aluno aprendeu ou não. Caso não tenha<br />

aprendido, procura encaminhamentos a ser toma<strong>dos</strong> para que a aprendizagem aconteça.<br />

Pois, não cabe mais ao professor utilizar-se de méto<strong>dos</strong> e sistematização ultrapassada de<br />

ensino-aprendizagem. Nos dias atuais, o próprio contexto ensino-aprendizagem requer<br />

do docente di<strong>na</strong>micidade e compreensão da pluralidade que existe em sala de aula. Cada<br />

aluno responde cognitivamente a estímulos de forma diferenciada, e assimila as<br />

informações de acordo com o estágio de maturação no qual se encontra.<br />

Essa discussão acima transportada para o universo virtual pode ser rediscutida<br />

no formato da figura abaixo proposta por Fuks (2004).


Figura 1: O modelo 3C proposto por Fuks (2004)<br />

O aluno tem a liberdade de escolher determi<strong>na</strong><strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> em diversos<br />

formatos. A orientação que lhe é dada pelo professor deve contemplar os três eixos<br />

propostos acima: comunicação, coorde<strong>na</strong>ção e cooperação.<br />

Comunicação necessita que o aluno saiba manter contatos através de fóruns,<br />

listas de discussão, e-mail, bate-papo, chat, etc. O uso de linguagens diversificadas<br />

aproxima alunos de espaços distantes, de <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lidades diferentes, mas, convergindo o<br />

mesmo objetivo: estabelecer uma relação virtual, através de uma troca de saberes, de<br />

informações, etc.<br />

Coorde<strong>na</strong>ção pode ser entendida como um processo no qual o professor atua de<br />

forma impessoal, orientando os seus alunos de forma equânime sobre quais conteú<strong>dos</strong><br />

devem ser estuda<strong>dos</strong>, pesquisa<strong>dos</strong>, debati<strong>dos</strong>, discuti<strong>dos</strong>, e, aprendi<strong>dos</strong>.<br />

Cooperação no modelo acima é vista como um instrumento adequado ao espaço<br />

do laboratório de informática, da sala de aula, o qual propiciará a articulação <strong>dos</strong><br />

saberes (re) construí<strong>dos</strong> após o contato virtual com os conteú<strong>dos</strong> e com os outros<br />

alunos, leitores, entrevista<strong>dos</strong>, debatedores, etc.<br />

Considerações Fi<strong>na</strong>is


Elencar razões, argumentos, aspectos sobre a recepção e o <strong>efeito</strong> <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong><br />

<strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> é, com <strong>efeito</strong>, uma tentativa de apresentar um posicio<strong>na</strong>mento<br />

parcial haja vista a complexidade <strong>dos</strong> processos envolvi<strong>dos</strong> no tema.<br />

Notadamente, o aluno busca conteú<strong>dos</strong> para solucio<strong>na</strong>r questões ou dirimir<br />

dúvidas de acordo com a suas necessidades. E esse caminho é infinito, pois tais<br />

necessidades se redobram, se atualizam a cada instante.<br />

Diante de toda a situação exposta podemos concluir o domínio cultural que é<br />

imposto pelos currículos da escola formal deve ter um fim, há uma necessidade muito<br />

grande de novas políticas <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> que venham a incluir o aluno das classes menos<br />

favorecidas economicamente e excluídas culturalmente, os currículos devem ser<br />

repensa<strong>dos</strong> levando em conta a grande diversidade cultural existente e as diretrizes<br />

devem ser voltadas para os anseios das camadas populares, as quais formam a maioria<br />

da população.<br />

Ressalta-se no contexto explicitado a necessidade da revisão <strong>dos</strong> princípios que<br />

norteiam o processo ensino aprendizagem e que esses dêem novos direcio<strong>na</strong>mentos aos<br />

professores quanto à seleção e uso <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong> <strong>na</strong> perspectiva<br />

de que os alunos passem a ter mais incentivo e autonomia dentro do sistema de ensino.<br />

Vale relembrar que os educan<strong>dos</strong> têm a necessidade de serem formuladores <strong>dos</strong> próprios<br />

discursos para que possam a<strong>na</strong>lisar criticamente e intervir no seu meio. Os conteú<strong>dos</strong><br />

também devem proporcio<strong>na</strong>r novas discussões.<br />

O posicio<strong>na</strong>mento docente em sala de aula deve ser pautado <strong>na</strong> concepção<br />

pedagógica, não devendo se deixar desanimar pelos processos de margi<strong>na</strong>lização que o<br />

sistema educacio<strong>na</strong>l impõe aos mesmos, tendo em vista que o professor é o único fator<br />

do sistema de domi<strong>na</strong>ção que pode se posicio<strong>na</strong>r criticamente frente ao determinismo<br />

escolar, mas vale ressaltar que as condições de trabalho <strong>dos</strong> professores devem ser<br />

revistas. Desejamos que a educação brasileira tomasse novos rumos e deixe de seguir<br />

esse caminho decadente que visa inviabilizar o processo de igualdade social desejado<br />

por muitos e impedido por poucos que exercem o domínio social.<br />

Referências<br />

ARENDT, Han<strong>na</strong>. A condição huma<strong>na</strong>. Tradução de Roberto Raposo], 6ª ed., Rio de<br />

Janeiro, Forense Universitária.<br />

BAUMAN, Zigmunt. Identidade. Trad. de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro,<br />

Jorge Zahar Editor, 2005.


________________. Ensaios sobre o conceito de cultura. Trad. Carlos Alberto<br />

Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.<br />

BLOOM, Harold. Um mapa da desleitura. 2ª. edição. Tradução de Thelma Médici<br />

Nóbrega. Rio de Janeiro: Imago, 2003.<br />

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de<br />

Geografia e Estatística. IBGE TEEN. Disponível em<br />

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html. Acesso em 03 de novembro<br />

de 2010.<br />

CARVALHO, José Sérgio Fonseca de. As noções de erro e fracasso no contexto<br />

escolar: algumas considerações prelimi<strong>na</strong>res. In: AQUINO, Julio Groppa (Cood.). Erro<br />

e fracasso <strong>na</strong> escola: alter<strong>na</strong>tivas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1997. p. 11 –<br />

24.<br />

Fuks, H. ; Gerosa, M. A. ; Raposo, A. B. ; Luce<strong>na</strong>, C. J. P . O Modelo de<br />

Colaboração<br />

3C no Ambiente AulaNet. RENOTE. CINTED/UFRGS. Porto Alegre, v. 7, n. 1, p.<br />

25-48, 2004. IN: TAROUCO, Liane M. R. et al Gestão colaborativa do conteúdo<br />

educacio<strong>na</strong>l. CINTED/UFRGS. Porto Alegre/RS, v.7, nº 01, julho-2009.<br />

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Uma concepção de erro construtivo. Avaliação:<br />

mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 24ª ed. Porto Alegre: Mediação, 1991.<br />

p.66 – 71.<br />

____________________________. Uma visão construtivista do erro. Avaliação<br />

mediadora: uma prática em construção da pré-escola à univeridade. 15ª ed. Porto<br />

Alegre: Mediação, 1998. p.59 – 86<br />

JAUSS, Hans Robert. História da Literatura como provocação à teoria literária.<br />

Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Àtica, 1994<br />

LAASER, Wolfram; RODRIGUES, Rosangela S; FACHIN, Gleysa. Educação à<br />

distância e recursos abertos. OEI: Revista Iberoamerica<strong>na</strong> de Educación, nº 49, vol. 4,<br />

maio-2009. Disponível em http://www.rieoei.org/2879.htm, acesso em 02 de novembro<br />

de 2010.<br />

RAMAL, Andrea Cecilia. Ler e escrever <strong>na</strong> cultura digital. Porto Alegre: Revista<br />

Pátio, ano 4, no. 14 agosto-outubro 2000, p. 21-24. Disponível em<br />

www.idprojetos<strong>educacio<strong>na</strong>is</strong>.com.br/.../Ler_e_escrever_<strong>na</strong>_cultura_digital.pdf, acesso<br />

em 02 de novembro de 2010.<br />

ROQUE, Gian<strong>na</strong> O. B; PEDROSA, Stella M. P. A; CAMPOS, Gilda H. B. de.<br />

Conteú<strong>dos</strong> <strong>digitais</strong> multimídias: construindo novas práticas docentes. Disponível em<br />

www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a16v33n2.pdf, acesso em 02 de novembro de 2010.<br />

RUZZETI, Luci Regi<strong>na</strong>. Escritos de Educação. Revista Educação e Sociedade vol.21,<br />

nº. 73 Campi<strong>na</strong>s/SP. Dezembro/2000. Disponível em http://www.scielo.br/scielo. php?<br />

pid=S0101-73302000000400016&script=sci_arttext, acesso em 02 de novembro de<br />

2010.


SCHWARZELMÜLLER, An<strong>na</strong> F; ORNELLAS, Bárbara. Os objetos <strong>digitais</strong> e suas<br />

utilizações no processo ensino-aprendizagem. Disponível em http://homes.<br />

dcc.ufba.br/~frieda/artigoequador.pdf, acesso em 02 de novembro de 2010.<br />

TAROUCO, Liane M. R. et al. Gestão colaborativa do conteúdo educacio<strong>na</strong>l.<br />

CINTED/UFRGS. Porto Alegre/RS, v.7, nº 01, julho-2009, acesso em 02 de novembro<br />

de 2010.<br />

XAVIER, Antonio Carlos <strong>dos</strong> Santos. Letramento digital e ensino. Disponível em<br />

www.ufpe.br/nehte/.../Letramento%20digital%20e%20ensino.pdf, acesso em 02 de<br />

novembro de 2010.<br />

YUNES, Elia<strong>na</strong>. Tecendo um leitor: uma rede de fios cruza<strong>dos</strong>. Curitiba/PR: Aymará,<br />

2009.<br />

______________ (org.) Pensar a leitura: complexidade. São Paulo: Edições<br />

Loyola/Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2002.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!