Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs
Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs
Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
é pouca, mas é intensa e o motiva a se tor<strong>na</strong>r mais seguro, mais motivado a se<br />
aperfeiçoar no processo de leitura <strong>na</strong> rede.<br />
A condição do leitor pode se compreendida com a atenta leitura do que nos disse Arendt<br />
(1993) sobre a condição huma<strong>na</strong>:<br />
A condição huma<strong>na</strong> compreende algo mais que as condições, <strong>na</strong>s quais, a<br />
vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicio<strong>na</strong><strong>dos</strong>: tudo aquilo<br />
com o qual eles entram em contato tor<strong>na</strong>-se imediatamente uma condição de<br />
sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em coisas<br />
produzidas pelas atividades huma<strong>na</strong>s; mas, constantemente, as coisas que<br />
devem sua existência exclusivamente aos homens também condicio<strong>na</strong>m os<br />
seus autores humanos (ARENDT, H., 1993: 17).<br />
Partindo da premissa que o aluno procura no universo da linguagem palavras,<br />
sons, imagens, os quais são articula<strong>dos</strong> dentro <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>, é<br />
visível a representação da condição de sua existência, ou pela luta contra o preconceito,<br />
ou pela luta pela sobrevivência. Como exemplo, atualmente, um <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> mais<br />
discuti<strong>dos</strong> é a culturalização do leito, seja pela garantia do lugar no centro, seja pelo<br />
reconhecimento de sua arte, de suas idéias, as quais (re) surgem como o novo, sendo,<br />
certamente, as mais antigas e inteligíveis.<br />
Bauman (2012) apresenta-nos três paradigmas sobre o cultura: a) cultura como<br />
conceito; b) cultura como estrutura; c) cultura como práxis. No primeiro paradigma,<br />
compreende-se uma hierarquização da cultura, pois segundo o autor (2012)<br />
“[...]herdada ou adquirida, a cultura é parte separável do ser humano, é um<br />
propriedade de tipo muito peculiar, sem dúvida alguma: ela partilha com a<br />
perso<strong>na</strong>lidade a qualidade singular de ser ao mesmo tempo a ‘essência’<br />
definidora e a ‘característica existencial’ descritiva da criatura huma<strong>na</strong>”<br />
(BAUMAN, 2012, p.90)<br />
No segundo paradigma, Bauman (2012, 157) “se estamos interessa<strong>dos</strong> <strong>na</strong><br />
cultura, em sua qualidade de instrumento antientropia, temos de começar investigando<br />
sua estrutura” . Cabe-nos atentar para o estado “desprovido” de ordem, que para o<br />
mencio<strong>na</strong>do autor é sua estrutura e complementa afirmando que “nenhuma quantidade<br />
de da<strong>dos</strong> será suficiente para que se preveja uma nova seqüência de eventos [...]<br />
estrutura, ao contrário, implica alguma diferenciação de probabilidades reais entre os<br />
esta<strong>dos</strong> teoricamente concebíveis”. O Estado populariza o evento cultural com o fito de<br />
domi<strong>na</strong>r sócio e politicamente a massa popular, para a garantia do poder ‘hegemônico’<br />
(re) montado de acordo com os interesses alheios à demanda social.