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Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs

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No terceiro paradigma, Bauman (2012, p.215) afirma que “a identidade de uma<br />

sociedade tem raízes, em última instância, numa rede mais ou menos invariante de<br />

relações sociais”. Compreende-se que as relações sociais é que definem os critérios e os<br />

modelos de se conceber a identidade de um povo, de uma <strong>na</strong>ção. Esse conceito, de certo<br />

modo, reafirma, no caso brasileiro, o que já foi dito por Machado de Assis (1873) em<br />

“Instito de Nacio<strong>na</strong>lidade”, quando o escritor afirma que “todas as formas literárias do<br />

pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que semelhante<br />

preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro”.<br />

Certamente, os paradigmas culturais estão em crise, haja vista a sua fragilidade<br />

teórico-conceitual como resultado da mesma fragilidade <strong>dos</strong> paradigmas da<br />

modernidade ora apresenta<strong>dos</strong>: pós-modernidade, pós-colonialismo, entre outros.<br />

A quem interessa essa gama de conceitos? O que há por trás da pele de de<br />

cordeiro da elite domi<strong>na</strong>nte em popularizar as manifestações artísticas, transformando-<br />

as ideologicamente no momento em que nos fornece no contexto da virtualidade,<br />

através <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>, os quais além de servirem para “educar”,<br />

servem, certamente, para domi<strong>na</strong>r?<br />

A recepção que se apresenta como a primeira porta a ser aberta <strong>na</strong> busca pelo<br />

conhecimento, é um processo <strong>na</strong>tural do ser humano, ou como define Jauss (1994):<br />

A arte tor<strong>na</strong>-se, pois, o meio para a destruição, pelo “estranhamento”, do<br />

automatismo da percepção cotidia<strong>na</strong>. Decorre daí que a recepção da arte não<br />

pode mais consistir <strong>na</strong> fruição ingênua do belo, mas demanda que se lhe<br />

distinga a forma e se lhe conheça o procedimento. (JAUSS, 1994:19)<br />

Apesar de Jauss (1994) apresentar um conceito de recepção intrínseco à arte<br />

literária, mas tal arte faz parte de diversos conteú<strong>dos</strong> de áreas como a Sociologia, a<br />

Filosofia, a História, a Geografia, etc. Atualmente, muitos docentes incentivam e<br />

determi<strong>na</strong> a feitura de trabalhos interdiscipli<strong>na</strong>res envolvendo conteú<strong>dos</strong> como o espaço<br />

no texto literário. Um exemplo disso seria, com <strong>efeito</strong>, um estudo sobre o perfil do<br />

sujeito, a descrição do espaço, a contextualização histórica, a análise do discurso social<br />

através da leitura do romance “Vidas Secas” (Graciliano Ramos) para compreender a<br />

seca no nordeste <strong>na</strong>s primeiras décadas do século XX.<br />

É pertinente colocar as práticas leitoras, conceituadas por Yunes (2002) para<br />

exemplificação <strong>dos</strong> <strong>efeito</strong>s produzi<strong>dos</strong> do contato com os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong><br />

<strong>digitais</strong>. A primeira, solitária, às vezes sobera<strong>na</strong>, é a leitura silenciosa, pela qual o aluno,<br />

independente de ser portador de alguma referência, busca algo sedutor que o estimule a

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