Recepção e efeito dos conteúdos digitais educacionais na ... - pucrs
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acompanham, levando o aluno a se inserir num universo imagético e ao mesmo tempo<br />
criativo.<br />
Segundo Lévy (1996:11) apud Coelho (2004:2)<br />
Um movimento geral de virtualização afeta hoje não ape<strong>na</strong>s a<br />
informação e a comunicação, mas também os corpos, o<br />
funcio<strong>na</strong>mento econômico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o<br />
exercício da inteligência. A virtualização atinge mesmo as<br />
modalidades do estar junto, a constituição do “nós”: comunidades<br />
virtuais, empresas virtuais, democracia virtual... Embora a<br />
digitalização das mensagens e a extensão do ciberespaço<br />
desempenhem um papel capital <strong>na</strong> mutação em curso, trata-se de uma<br />
onda de fundo que ultrapassa amplamente a<br />
informatização.”(LÉVY,1996:11 apud COELHO 2004: 2).<br />
Os conteú<strong>dos</strong> <strong>educacio<strong>na</strong>is</strong> <strong>digitais</strong>, <strong>na</strong> tentativa de dialogar com o pensamento<br />
acima de Lévy, propiciam uma aproximação virtual entre os sujeitos, estabelecendo<br />
comunicação, expressando subjetividades, etc. Há, com <strong>efeito</strong>, uma mutação de perfis<br />
entre os sujeitos interativos, sem a preocupação de apresentar um pouco de si mesmo,<br />
mas, certamente, buscando algo a mais para a demanda de si <strong>na</strong> troca de “saberes”.<br />
Partindo dessa premissa, a cultura transita entre dois pólos, permitindo que o<br />
conjunto de manifestações das mais diversas ordens é repassado através de uma<br />
educação informal para os envolvi<strong>dos</strong>, dessa forma, to<strong>dos</strong> possuem um valor cognitivo<br />
gerado pelas relações culturais que realizam.<br />
A educação formal foi se modificando e passou pelo seu mais importante<br />
processo de mudança, que foi a laicização, <strong>na</strong> qual a escola ganhou a sua independência<br />
dissociando-se da religião, entretanto, manteve as bases europeias e burguesas<br />
continuando a favorecer a elite da sociedade. No Brasil esta escola é chamada por<br />
muitos como o espaço de mudança, principalmente, após a atuação do educador Paulo<br />
Freire que revolucionou a didática brasileira com a sua teoria da educação libertadora.<br />
A escola brasileira mantém uma política de exclusão das classes desfavorecidas,<br />
instauradora um processo avaliativo que valoriza mais a quantidade de conteú<strong>dos</strong><br />
assimilado de forma decorativa do que o conhecimento de mundo que os mais<br />
desfavoreci<strong>dos</strong> economicamente possuem. A imagem romântica da educação como a<br />
libertadora das classes oprimidas se desfaz quando notamos que ao invés da tão<br />
desejada mudança, a escola continua com o seu papel de reprodutora da sociedade<br />
desigual.