a importância do projeto político pedagógico na edificação de uma ...
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adverti sobre <strong>uma</strong> pedagogia <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>da a problematizar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a diferença,<br />
não <strong>uma</strong> pedagogia centrada <strong>na</strong> diversida<strong>de</strong> (SILVA, 1995).<br />
Segun<strong>do</strong> Pereira (2003 p. 01)<br />
Alguns educa<strong>do</strong>res, retoricamente, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a aceitação, a tolerância e o<br />
respeito no trato com a diferença. Valorizam, sob palavras vazias, a<br />
diversida<strong>de</strong> cultural como um valor <strong>pedagógico</strong> i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>. Ora, a diferença<br />
não requer necessariamente tolerância, respeito ou aceitação, pois tal<br />
<strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>ixa intactas as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que estão <strong>na</strong> base da produção<br />
discursiva da diferença. Quem aceita ou tolera, geralmente está no topo da<br />
hierarquia social e, sob a perspectiva h<strong>uma</strong>nista, não interroga o po<strong>de</strong>r,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> tão somente <strong>uma</strong> generosida<strong>de</strong> utópica e <strong>uma</strong> convivência<br />
social e cultural harmoniosa. O tolerante mostra-se, muitas vezes, superior<br />
ao tolera<strong>do</strong>. O respeito fixa a dissimetria das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que <strong>de</strong>vem,<br />
ao contrário, ser postas permanentemente em questão.<br />
Nessa linha, Silva (1995) enfatiza sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar,<br />
refletir e questio<strong>na</strong>r sobre os princípios que fundamentam os currículos atuais,<br />
atentan<strong>do</strong> para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contrapor e alterar as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que<br />
muitas vezes exclui os diferentes grupos sociais.<br />
Para isso, a escola precisa conduzir momentos <strong>de</strong> permanente reflexão<br />
juntamente com seus membros para a discussão <strong>de</strong> propostas e atitu<strong>de</strong>s<br />
investigativas que possam elimi<strong>na</strong>r as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que amplia as práticas<br />
<strong>de</strong>preciativas. Não po<strong>de</strong>mos nos ser leva<strong>do</strong>s pelo equívoco <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar ape<strong>na</strong>s um<br />
dia <strong>do</strong> ano para lutar contra as ações preconceituosas. Um currículo que questio<strong>na</strong><br />
todas as formas <strong>de</strong> margi<strong>na</strong>lização é aquele que em to<strong>do</strong>s os dias <strong>do</strong> ano letivo, e<br />
em to<strong>do</strong>s os recursos didáticos estão presentes as culturas negadas (SANTOMÉ,<br />
1995).<br />
Infelizmente estas ações ainda não se fazem presente em muitas escolas,<br />
inclusive no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> currículo escolar, que fundamenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> reprodução<br />
e transferência <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s prontos, não tem manti<strong>do</strong> nenh<strong>uma</strong> ligação com as<br />
particularida<strong>de</strong>s e especificida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> seu público. (LONGHI; BENTO, 2008)<br />
Dessa maneira, a educação formal tem impedi<strong>do</strong> os alunos <strong>de</strong> se<br />
reconhecem como sujeitos que são porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> própria, pois não existe<br />
nenh<strong>uma</strong> relação entre os conteú<strong>do</strong>s ministra<strong>do</strong>s e o seu espaço <strong>de</strong> vivência. Sobre<br />
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