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Gabarito<br />
01. Alternativa b.<br />
Em “Mar português”, Fernando Pessoa defende que a grandiosidade das conquistas<br />
ultramarinas exigiu e justificou sofrimentos humanos. Essa idéia se contrapõe às acusações do velho<br />
do Restelo, que procura mostrar que a pretensão portuguesa, movida pelo desejo de glória e poder,<br />
seria um risco para a pátria (deixaria o reino desprotegido contra os árabes) e representaria um cu sto<br />
elevadíssimo para os seres humanos, que se arriscariam a morrer, desestruturando famílias e<br />
provocando profundo e descabido sofrimento. Sendo assim, Camões agrega em sua obra uma crítica<br />
às navegações que pretende louvar e com isso contraria o modelo da epopéia clássica, que não<br />
questionava jamais a validade dos atos praticados pelos heróis.<br />
02. Alternativa b.<br />
Na segunda parte de Lira dos vinte anos , manifesta-se a consciência da realidade<br />
frustrante, que se contrapõe ao sonho e à idealização da primeira parte, e mostra que é impossível ou<br />
inadequado viver o mundo pela ótica da fantasia. Resulta disso o tédio, o isolamento, o tom sarcást ico<br />
do poeta desiludido. Em “Idéias íntimas” esse desinteresse por um mundo prosaico reflete-se em um<br />
longo momento de reflexão, em que o eu lírico, sozinho em seu quarto, dialoga com os objetos à sua<br />
volta e analisa sua vida. No trecho em questão, o leito serve de palco para as duas tendências<br />
românticas: o escapismo pelo sonho, pelo devaneio e a tomada de consciência de que as fantasias<br />
juvenis acabam em frustração, em desolada sensação de vazio.<br />
Na alternativa a, reparar que os desejos do poeta no trecho são manifestados por meio<br />
de sonhos da juventude, não de uma maneira “realista” ; na alternativa c não se pode afirmar que os<br />
sonhos só gerassem decepção: o poeta se lembra dos sonhos juvenis como fonte de prazer, como<br />
forma de “asilo” da realidade insatisfatória; na alternativa d, as frustrações amorosas do poeta não<br />
estão no plano da realidade, não há referências no trecho a casos de amor “reais”; na alternativa e, a<br />
banalidade não se encontra como tema, mas como cenário: o tema são os sonhos da juventude.<br />
03. Alternativa e.<br />
O Romantismo pretendeu cumprir uma dupla função: exaltar as qualidades do Novo<br />
Mundo, ressaltar a “cor local”, o exotismo americano e, ao mesmo tempo, prever para a jovem nação<br />
– recém independente – um futuro glorioso, que elevasse a ex-colônia “selvagem” ao patamar da<br />
civilização burguesa européia. Por isso, Peri e a cultura indígena em O guarani são tanto mais louvados<br />
quanto mais se ajustam aos padrões de comportamento dos brancos. Isso explica que haja<br />
freqüentemente no romance elogios ambíguos ao herói, como no fragmento II, em que se apresenta a<br />
idéia de que, apesar de selvagem , Peri tinha bons sentimentos, o que contradiz a idéia do primeiro<br />
fragmento, de que os sentimentos mais francos nascem da vida natural, selvagem (o que equivale à<br />
tese de Russeau de que o primitivo era, por natureza, bom e a sociedade o corrompia).<br />
04. Alternativa d.<br />
O narrador de A ilustre casa de Ramires é de 3.a pessoa e mantém-se bastante neutro em<br />
relação às ações e comportamentos de Gonçalo. O julgamento nunca se dá de modo expresso, mas<br />
por certas ironias, pelo ridículo – facilmente perceptível pelo leitor – de certas cenas.