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Trigo: características e utilização na panificação - Deag.ufcg.edu.br

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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011 211<<strong>br</strong> />

ISSN 1517-8595<<strong>br</strong> />

REVIEW<<strong>br</strong> />

TRIGO: CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO NA PANIFICAÇÃO<<strong>br</strong> />

Patrícia Matos Scheuer 1 , Alicia de Francisco 2 , Martha Zavariz de Miranda 3 ,<<strong>br</strong> />

Valéria Maria Limberger 4<<strong>br</strong> />

RESUMO<<strong>br</strong> />

O trigo é um cereal que pode ser utilizado <strong>na</strong> elaboração de produtos, como pães, bolos, biscoitos e<<strong>br</strong> />

massas, razão por que seu consumo é incentivado. A composição química do grão de trigo<<strong>br</strong> />

(umidade, carboidratos, proteí<strong>na</strong>s, lipídeos, minerais) afeta as <strong>características</strong> funcio<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

tecnológicas e, juntamente com as propriedades estruturais, define a qualidade da farinha de trigo.<<strong>br</strong> />

Dentre os constituintes do trigo as proteí<strong>na</strong>s de reserva são o principal responsável pela<<strong>br</strong> />

funcio<strong>na</strong>lidade do trigo, a fonte de destaque das propriedades viscoelásticas da massa, ou seja, o<<strong>br</strong> />

glúten, que tem papel fundamental <strong>na</strong> <strong>panificação</strong>. A composição química determi<strong>na</strong> o<<strong>br</strong> />

comportamento reológico da massa que pode ser verificado através de análises reológicas, como:<<strong>br</strong> />

análise do glúten, farinografia, extensografia, análise da atividade α-amilásica e análise rápida de<<strong>br</strong> />

viscosidade.<<strong>br</strong> />

Palavras-chave: trigo, composição, <strong>panificação</strong><<strong>br</strong> />

WHEAT: CHARACTERISTICS AND BAKING USE<<strong>br</strong> />

ABSTRACT<<strong>br</strong> />

Wheat is a cereal that has been used as raw material for the making of products like <strong>br</strong>eads, cakes,<<strong>br</strong> />

cookies and pasta that are consumed on a daily basis. The functio<strong>na</strong>l and technological<<strong>br</strong> />

characteristics depend on the wheat grain chemical composition (moisture content, starch, proteins,<<strong>br</strong> />

lipids and ashes content). Its structural properties define the flour qualities. Proteins are responsible<<strong>br</strong> />

for the wheat functio<strong>na</strong>lity, which include its viscous-elastic properties, and the gluten that can be<<strong>br</strong> />

detected by baking technology tests. The dough can be determined by observing its rheological<<strong>br</strong> />

performance: farinography, extensography, a<strong>na</strong>lysis of α-amylase activity and rapid a<strong>na</strong>lysis of<<strong>br</strong> />

viscosity.<<strong>br</strong> />

Keywords: wheat, composition, baking<<strong>br</strong> />

Protocolo 12-2010-13 de 3 de maio de 2010<<strong>br</strong> />

1 Professora Titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catari<strong>na</strong> – Mestre - Universidade Federal de<<strong>br</strong> />

Santa Catari<strong>na</strong> - Rod. Admar Gonzaga, 1346 – Itacorubi 88034-001 – Florianópolis, SC, Brasil –<<strong>br</strong> />

patriciamatosscheuer@hotmail.com – (48)37215369.<<strong>br</strong> />

2 Professora – Doutora - Universidade Federal de Santa Catari<strong>na</strong>, Rod. Admar Gonzaga, 1346 – Itacorubi 88034-001 –<<strong>br</strong> />

Florianópolis – SC – Brasil – aliciadf@gmail.com – (48)37215369.<<strong>br</strong> />

3 Pesquisadora – Doutora – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Rod. BR 285, Km 294 – 99001-970 – Passo Fundo –<<strong>br</strong> />

RS – Brasil – marthaz@cnpt.em<strong>br</strong>apa.<strong>br</strong> – fone (54)33165800 – fax (54)33165802.<<strong>br</strong> />

4 Doutoranda - Universidade Federal de Santa Catari<strong>na</strong>, Rod. Admar Gonzaga, 1346 – Itacorubi 88034-001 – Florianópolis, SC,<<strong>br</strong> />

Brasil – vlimberger@yahoo.com.<strong>br</strong> – (48)37215369


212 <strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al.<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Os cereais possuem papel fundamental <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

alimentação huma<strong>na</strong>, a âmbito de saúde, como<<strong>br</strong> />

fonte de nutrientes e fi<strong>br</strong>as e, tecnologicamente,<<strong>br</strong> />

devido às variadas formas que podem ser<<strong>br</strong> />

utilizadas para o consumo humano.<<strong>br</strong> />

O trigo ocupa o primeiro lugar em<<strong>br</strong> />

volume de produção mundial, sendo aplicado a<<strong>br</strong> />

uma enorme diversidade de produtos. Devido à<<strong>br</strong> />

importância mercadológica e à vasta<<strong>br</strong> />

aplicabilidade do trigo, pesquisas são cada vez<<strong>br</strong> />

mais incentivadas, com o propósito de<<strong>br</strong> />

implementar melhorias focadas em determi<strong>na</strong>das<<strong>br</strong> />

áreas de atuação, como nutrição e saúde,<<strong>br</strong> />

pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e<<strong>br</strong> />

ciência e tecnologia<<strong>br</strong> />

O trigo é matéria-prima para a elaboração<<strong>br</strong> />

de alimentos consumidos diariamente, como<<strong>br</strong> />

hábito alimentar, <strong>na</strong> forma de pães, biscoitos,<<strong>br</strong> />

bolos e massas, alimentos que fazem parte da<<strong>br</strong> />

base da pirâmide alimentar e cujo consumo é<<strong>br</strong> />

incentivado pelo Guia Alimentar da População<<strong>br</strong> />

Brasileira, o que si<strong>na</strong>liza um motivo de estudo<<strong>br</strong> />

relevante quanto ao entendimento da<<strong>br</strong> />

caracterização e aplicabilidade do trigo, já que é<<strong>br</strong> />

amplamente consumido e indicado à<<strong>br</strong> />

alimentação.<<strong>br</strong> />

<strong>Trigo</strong><<strong>br</strong> />

Identidade<<strong>br</strong> />

A palavra ―trigo‖ provém do vocábulo<<strong>br</strong> />

latino triticum, que significa que<strong>br</strong>ado, triturado,<<strong>br</strong> />

numa referência à atividade que se deve realizar<<strong>br</strong> />

para separar o grão de trigo da camada que o<<strong>br</strong> />

reveste. O termo ―trigo‖ desti<strong>na</strong>-se tanto à planta<<strong>br</strong> />

como às sementes comestíveis dela origi<strong>na</strong>das<<strong>br</strong> />

(Léon, 2007).<<strong>br</strong> />

O trigo, pertencente à família Poaceae,<<strong>br</strong> />

subfamília Pooideae e ao gênero Triticum, é<<strong>br</strong> />

classificado em diferentes espécies, conforme o<<strong>br</strong> />

número de cromossomos: Triticum monococcum<<strong>br</strong> />

com 14 cromossomos, Triticum durum com 28<<strong>br</strong> />

cromossomos e Triticum aestivum com 42<<strong>br</strong> />

cromossomos (Popper et al., 2006), este último,<<strong>br</strong> />

o trigo comum.<<strong>br</strong> />

Segundo a legislação <strong>br</strong>asileira vigente em<<strong>br</strong> />

2009, as cultivares de trigo estão classificadas<<strong>br</strong> />

em cinco classes, de acordo com valores de<<strong>br</strong> />

alveografia (força do glúten) e de número de<<strong>br</strong> />

queda: <strong>Trigo</strong> Brando, <strong>Trigo</strong> Pão, <strong>Trigo</strong><<strong>br</strong> />

Melhorador, <strong>Trigo</strong> para Outros Usos e <strong>Trigo</strong><<strong>br</strong> />

Durum e em três tipos: 1, 2 e 3, definidos em<<strong>br</strong> />

função do limite mínimo de peso do hectolitro e<<strong>br</strong> />

dos limites máximos percentuais de umidade, de<<strong>br</strong> />

materiais estranhos e impurezas e de grãos<<strong>br</strong> />

danificados (Brasil, 2001).<<strong>br</strong> />

As diferentes variedades se distinguem<<strong>br</strong> />

pela altura das plantas, produtividade, conteúdo<<strong>br</strong> />

de endosperma, proporção de proteí<strong>na</strong>s <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

farinha, qualidade da proteí<strong>na</strong>, resistência a<<strong>br</strong> />

diversas doenças e adaptabilidade a solos ácidos,<<strong>br</strong> />

requerimentos climatológicos e pela aparência<<strong>br</strong> />

física (Abitrigo, 2008). A relação entre esses<<strong>br</strong> />

diversos fatores ambientais e os diferentes<<strong>br</strong> />

genótipos, repercute <strong>na</strong>s propriedades funcio<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

(Georget et al., 2008) e, principalmente, <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

qualidade de processamento do trigo, como<<strong>br</strong> />

moagem e elaboração dos produtos (Carcea et<<strong>br</strong> />

al., 2006), mais especificamente com relação à<<strong>br</strong> />

variação do grau de elasticidade do glúten, o que<<strong>br</strong> />

afeta so<strong>br</strong>emaneira a fermentação dos pães<<strong>br</strong> />

(Shewry et al., 1998).<<strong>br</strong> />

O peso de mil grãos pode ser utilizado<<strong>br</strong> />

para classificar o trigo, já que grãos de tamanho<<strong>br</strong> />

excessivo não são desejados pela indústria, pois<<strong>br</strong> />

podem provocar perdas devidas às dificuldades<<strong>br</strong> />

de regulagem dos equipamentos de limpeza e<<strong>br</strong> />

moagem; em contrapartida, grãos pequenos<<strong>br</strong> />

podem passar pelas peneiras de limpeza e causar<<strong>br</strong> />

perdas <strong>na</strong> produção de farinha, pela diminuição<<strong>br</strong> />

da quantidade de trigo moído (Guarienti, 1996,<<strong>br</strong> />

apud Gutkoski et al., 2007).<<strong>br</strong> />

Estrutura<<strong>br</strong> />

Estruturalmente, o grão de trigo é um<<strong>br</strong> />

cariópside, ou seja, possui semente única<<strong>br</strong> />

(Hoseney, 1991), com 6 a 8 milímetros de<<strong>br</strong> />

comprimento e 3 a 4 milímetros de largura, em<<strong>br</strong> />

que o germen e os tricomas se encontram em<<strong>br</strong> />

extremidades opostas (Quaglia, 1991). A<<strong>br</strong> />

presença de um sulco ao longo de praticamente<<strong>br</strong> />

toda a extensão longitudi<strong>na</strong>l da parte ventral<<strong>br</strong> />

(lado oposto ao germen) (Hoseney, 1991)<<strong>br</strong> />

dificulta a extração da farinha ape<strong>na</strong>s com<<strong>br</strong> />

processo a<strong>br</strong>asivo, utilizado para elimi<strong>na</strong>r as<<strong>br</strong> />

camadas exter<strong>na</strong>s ao endosperma e, por isso se<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011


opera com sucessivas triturações (Cheftel &<<strong>br</strong> />

Cheftel, 1992).<<strong>br</strong> />

O grão de trigo é constituído, basicamente,<<strong>br</strong> />

por pericarpo (7,8 a 8,6%), endosperma (87 a<<strong>br</strong> />

89%) e gérmen (2,8 a 3,5%) (Quaglia, 1991),<<strong>br</strong> />

(Figura 1).<<strong>br</strong> />

Figura 1: Corte longitudi<strong>na</strong>l de um grão de trigo<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado de Wheat Flour Institute, apud<<strong>br</strong> />

Hoseney (1991)<<strong>br</strong> />

O pericarpo é rico em fi<strong>br</strong>as e sais<<strong>br</strong> />

minerais (Atwell, 2001). Constitui a camada<<strong>br</strong> />

mais exter<strong>na</strong> e protetora do grão (Popper et al.,<<strong>br</strong> />

2006).<<strong>br</strong> />

O endosperma consiste numa matriz<<strong>br</strong> />

proteica, no qual está inserido grande número de<<strong>br</strong> />

grânulos de amido (Haddad et al., 2001), ou seja,<<strong>br</strong> />

o endosperma constitui a farinha de trigo <strong>br</strong>anca<<strong>br</strong> />

propriamente dita (Hoseney, 1991).<<strong>br</strong> />

Essa constituição estrutural a<strong>na</strong>tômica do<<strong>br</strong> />

endosperma caracteriza a textura do trigo em<<strong>br</strong> />

duas propriedades: vitreosidade e dureza<<strong>br</strong> />

(Haddad et al., 2001). A vitreosidade é o fator<<strong>br</strong> />

visual determi<strong>na</strong>do pelas condições de<<strong>br</strong> />

crescimento (como temperatura, água e<<strong>br</strong> />

nitrogênio disponíveis) e que se refere ao grau de<<strong>br</strong> />

compacticidade do endosperma. A dureza (grau<<strong>br</strong> />

de resistência à deformação) é o parâmetro físico<<strong>br</strong> />

<strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al. 213<<strong>br</strong> />

definido por fatores genéticos (Greffeuille et al.,<<strong>br</strong> />

2007). A dureza é um aspecto muito importante<<strong>br</strong> />

a ser considerado no processo de moagem do<<strong>br</strong> />

grão, pelo fato de ser determi<strong>na</strong>nte das<<strong>br</strong> />

<strong>características</strong> de qualidade (Symes, 1961 apud<<strong>br</strong> />

El-Khayat et al., 2006), o que tem efeito<<strong>br</strong> />

subsequente em fatores como o condicio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

do grão pré-moagem, o tamanho da partícula da<<strong>br</strong> />

farinha, a quantidade de amido resistente, a<<strong>br</strong> />

absorção de água e a razão de extração durante a<<strong>br</strong> />

moagem (Hoseney, 1987, apud El-Khayat et al.,<<strong>br</strong> />

2006).<<strong>br</strong> />

Como último constituinte há o germen,<<strong>br</strong> />

que constitui de 2 a 3 % do peso do grão, a parte<<strong>br</strong> />

em<strong>br</strong>ionária da planta, onde se encontra grande<<strong>br</strong> />

parte dos lipídeos e dos compostos fundamentais<<strong>br</strong> />

à germi<strong>na</strong>ção do grão (Atwell, 2001).<<strong>br</strong> />

Processamento<<strong>br</strong> />

A farinha de trigo, matéria-prima<<strong>br</strong> />

abundantemente utilizada para elaboração de<<strong>br</strong> />

diversos alimentos, como pães, biscoitos, bolos e<<strong>br</strong> />

massas, é o produto obtido a partir da espécie<<strong>br</strong> />

Triticum aestivum ou de outras espécies do<<strong>br</strong> />

gênero Triticum conhecidas (Brasil, 2005).<<strong>br</strong> />

O processo de moagem para obtenção da<<strong>br</strong> />

farinha de trigo <strong>br</strong>anca pode ser definido como<<strong>br</strong> />

sendo a r<strong>edu</strong>ção do endosperma à farinha,<<strong>br</strong> />

precedido da separação do farelo e do gérmen,<<strong>br</strong> />

com o objetivo de elaborar produtos mais<<strong>br</strong> />

palatáveis (Atwell, 2001) e com maior<<strong>br</strong> />

qualidade.<<strong>br</strong> />

Na farinha de trigo o tamanho da<<strong>br</strong> />

partícula, ou seja, a granulometria, é uma das<<strong>br</strong> />

propriedades físicas mais importantes que afetam<<strong>br</strong> />

seu escoamento, além de estar negativamente<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>do à coesividade (Kuakpettoon et al.,<<strong>br</strong> />

2001) e influenciar o processo tecnológico e as<<strong>br</strong> />

<strong>características</strong> do produto fi<strong>na</strong>l (Stasio et al.,<<strong>br</strong> />

2007). Diferentes perfis granulométricos estão<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>dos principalmente com o<<strong>br</strong> />

comportamento dos genótipos, durante o<<strong>br</strong> />

processo de moagem, já que diferentes genótipos<<strong>br</strong> />

submetidos às mesmas condições de moagem<<strong>br</strong> />

apresentam diferenças <strong>na</strong> distribuição e no<<strong>br</strong> />

tamanho das partículas implicando, assim, em<<strong>br</strong> />

variações <strong>características</strong> (Mousia et al., 2004).<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011


214 <strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al.<<strong>br</strong> />

Composição química<<strong>br</strong> />

A composição química do grão de trigo<<strong>br</strong> />

afeta suas <strong>características</strong> funcio<strong>na</strong>is e<<strong>br</strong> />

tecnológicas e, juntamente com as propriedades<<strong>br</strong> />

estruturais e a população microbiológica, define<<strong>br</strong> />

a qualidade da farinha de trigo (Mousia et al.,<<strong>br</strong> />

2004).<<strong>br</strong> />

De forma geral, a farinha de trigo é<<strong>br</strong> />

composta so<strong>br</strong>etudo de amido (70 a 75%), água<<strong>br</strong> />

(12 a 14%), proteí<strong>na</strong>s (8 a 16%) e outros<<strong>br</strong> />

constituintes menores, como polissacarídeos não<<strong>br</strong> />

amiláceos (2 a 3%), lipídeos (2%) e cinzas (1%);<<strong>br</strong> />

assim, as quantidades e as diferentes<<strong>br</strong> />

<strong>características</strong> das composições a partir de<<strong>br</strong> />

diversas cultivares, influenciarão a qualidade da<<strong>br</strong> />

farinha de trigo (Morita et al., 2002). Por isso,<<strong>br</strong> />

como forma de facilitar a compreensão do<<strong>br</strong> />

comportamento do trigo nos processos<<strong>br</strong> />

tecnológicos é oportuno se conhecer os<<strong>br</strong> />

principais constituintes do grão.<<strong>br</strong> />

Umidade<<strong>br</strong> />

O teor de água do grão representa um<<strong>br</strong> />

índice comercial significativo, pois influencia<<strong>br</strong> />

seu peso específico, rendimento de moagem,<<strong>br</strong> />

conservação e <strong>características</strong> tecnológicas<<strong>br</strong> />

(Quaglia, 1991). Um exemplo disso é a<<strong>br</strong> />

influência que as condições climáticas exercem<<strong>br</strong> />

durante a colheita e a influência que as<<strong>br</strong> />

condições de umidade do ambiente exercem<<strong>br</strong> />

durante a estocagem, so<strong>br</strong>e a quantidade de água<<strong>br</strong> />

a ser adicio<strong>na</strong>da <strong>na</strong> elaboração de determi<strong>na</strong>do<<strong>br</strong> />

produto (Popper et al., 2006).<<strong>br</strong> />

A água disponível é, provavelmente, o<<strong>br</strong> />

fator mais relevante a afetar a germi<strong>na</strong>ção, o<<strong>br</strong> />

crescimento da planta e o desenvolvimento de<<strong>br</strong> />

fungos em substratos ricos em nutrientes (Magan<<strong>br</strong> />

& Lacey, 1988). Assim, os limites de umidade<<strong>br</strong> />

se caracterizam como aspectos imprescindíveis<<strong>br</strong> />

para conservação do grão e da farinha e para a<<strong>br</strong> />

respectiva comercialização (Miranda et al.,<<strong>br</strong> />

2008); o segundo fator mais importante é a<<strong>br</strong> />

temperatura.<<strong>br</strong> />

A influência da atividade da água e da<<strong>br</strong> />

temperatura no crescimento de fungos e <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

produção de micotoxi<strong>na</strong>s (Noureddine et al.,<<strong>br</strong> />

2009) deve ser considerada uma forma de<<strong>br</strong> />

preservar as <strong>características</strong> dos grãos.<<strong>br</strong> />

Carboidratos<<strong>br</strong> />

Segundo o Guia Alimentar da População<<strong>br</strong> />

Brasileira, os carboidratos devem estar presentes<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> alimentação huma<strong>na</strong> diária (Brasil, 2005), por<<strong>br</strong> />

serem os componentes que contribuem com 50 a<<strong>br</strong> />

70% de energia da dieta (Copeland et al., 2009).<<strong>br</strong> />

Os carboidratos, ou glicídeos, constituem<<strong>br</strong> />

cerca de 72% do peso do grão de trigo (Quaglia,<<strong>br</strong> />

1991) O amido é produzido nos amiloplastos e é<<strong>br</strong> />

constituído, basicamente, por polímeros: a<<strong>br</strong> />

amilose e a amilopecti<strong>na</strong> (Hoseney, 1991).<<strong>br</strong> />

O amido de trigo comum está presente<<strong>br</strong> />

cerca de 25% <strong>na</strong> forma de amilose (Atwell,<<strong>br</strong> />

2001). Isto a caracteriza como responsável pela<<strong>br</strong> />

absorção de água e pela formação de geis que<<strong>br</strong> />

origi<strong>na</strong>m redes tridimensio<strong>na</strong>is (Cheftel &<<strong>br</strong> />

Cheftel, 1992), o que gera interesse para a<<strong>br</strong> />

indústria de processamento de alimentos, por ser<<strong>br</strong> />

grande potencial <strong>na</strong> modificação da textura e da<<strong>br</strong> />

qualidade dos produtos elaborados (Hung et al.,<<strong>br</strong> />

2006).<<strong>br</strong> />

A amilopecti<strong>na</strong> é um polímero ramificado<<strong>br</strong> />

complexo. Está presente <strong>na</strong> maioria dos amidos,<<strong>br</strong> />

de 60 a 90% (Copeland et al., 2009).<<strong>br</strong> />

Quando um tratamento térmico é dado ao<<strong>br</strong> />

amido, dependendo das condições físicas<<strong>br</strong> />

(temperatura) e do conteúdo de água, as<<strong>br</strong> />

<strong>características</strong> e as propriedades dos grânulos<<strong>br</strong> />

são afetadas (Bogracheva al., 2002), o que<<strong>br</strong> />

repercute <strong>na</strong> reologia do produto (Copeland et<<strong>br</strong> />

al., 2009).<<strong>br</strong> />

Segundo Mestres (1996), as propriedades<<strong>br</strong> />

funcio<strong>na</strong>is e nutricio<strong>na</strong>is do amido são devidas,<<strong>br</strong> />

em grande parte, ao estado físico do alimento,<<strong>br</strong> />

que muda durante o preparo. Com a cocção, o<<strong>br</strong> />

amido <strong>na</strong>tivo se transforma em uma pasta e<<strong>br</strong> />

depois, com o resfriamento e armaze<strong>na</strong>mento,<<strong>br</strong> />

em um gel.<<strong>br</strong> />

Na presença de umidade e posterior<<strong>br</strong> />

resfriamento a maioria dos amidos consumidos<<strong>br</strong> />

sofre algum processo envolvendo aquecimento,<<strong>br</strong> />

durante o qual os grânulos de amido são<<strong>br</strong> />

gelatinizados, perdendo a cristalinidade e a<<strong>br</strong> />

organização estrutural. Com o resfriamento, a<<strong>br</strong> />

desagregação das moléculas forma um gel que<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011


etrograda gradualmente a um agregado<<strong>br</strong> />

semicristalino, diferente do grânulo inicial<<strong>br</strong> />

(Copeland et al., 2009).<<strong>br</strong> />

A gelatinização ocorre quando o amido é<<strong>br</strong> />

aquecido <strong>na</strong> presença de umidade suficiente; os<<strong>br</strong> />

grânulos absorvem água e incham e a<<strong>br</strong> />

organização cristali<strong>na</strong> é irreversivelmente<<strong>br</strong> />

rompida (Copeland et al., 2009). Retrogradação<<strong>br</strong> />

é um termo utilizado para descrever as mudanças<<strong>br</strong> />

que ocorrem no amido gelatinizado sujeito ao<<strong>br</strong> />

resfriamento e à estocagem, em que há um novo<<strong>br</strong> />

arranjo molecular favorecendo uma estrutura<<strong>br</strong> />

mais orde<strong>na</strong>da, podendo ser desenvolvida nova<<strong>br</strong> />

forma cristali<strong>na</strong>. O nome retrogradação é dado<<strong>br</strong> />

porque o amido volta à sua condição de<<strong>br</strong> />

insolubilidade em água fria (Mestres, 1996).<<strong>br</strong> />

As mudanças que ocorrem nos grânulos de<<strong>br</strong> />

amido durante a gelatinização e a retrogradação,<<strong>br</strong> />

são os principais determi<strong>na</strong>ntes do<<strong>br</strong> />

comportamento reológico desses amidos; elas<<strong>br</strong> />

têm sido medidas principalmente pelas<<strong>br</strong> />

mudanças de viscosidade durante aquecimento e<<strong>br</strong> />

resfriamento de dispersões de amido (Mestres,<<strong>br</strong> />

1996).<<strong>br</strong> />

Propriedades do amido<<strong>br</strong> />

a) Gelatinização<<strong>br</strong> />

A gelatinização ocorre a partir da absorção<<strong>br</strong> />

de água pelo amido que, com o aquecimento do<<strong>br</strong> />

sistema, perde sua birrefrigência. O<<strong>br</strong> />

prolongamento da ação térmica resulta numa<<strong>br</strong> />

viscosidade maior, proporcio<strong>na</strong>da pelo<<strong>br</strong> />

inchamento do grânulo, através da absorção de<<strong>br</strong> />

água. A continuidade deste processo leva à<<strong>br</strong> />

solubilização do amido. A gelatinização do<<strong>br</strong> />

amido do trigo ocorre em temperaturas entre 58<<strong>br</strong> />

e 66 º C.<<strong>br</strong> />

Após total solubilização do amido e<<strong>br</strong> />

resfriamento do sistema, observa-se um aumento<<strong>br</strong> />

considerável <strong>na</strong> viscosidade da pasta formada,<<strong>br</strong> />

estágio que termi<strong>na</strong> com a formação de um gel.<<strong>br</strong> />

b) Retrogradação<<strong>br</strong> />

Retrogradação consiste <strong>na</strong> cristalização<<strong>br</strong> />

das cadeias de amido gelatinizado.<<strong>br</strong> />

A pasta obtida no processo de<<strong>br</strong> />

gelatinização apresenta, quando resfriada, baixa<<strong>br</strong> />

<strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al. 215<<strong>br</strong> />

energia <strong>na</strong>s cadeias de amido e fortalecimento<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>s pontes de hidrogênio, o que subsidia a<<strong>br</strong> />

formação de um corpo gelatinoso e firme.<<strong>br</strong> />

O envelhecimento do sistema resulta em<<strong>br</strong> />

uma interação mais energética das cadeias de<<strong>br</strong> />

amido que tendem a expulsar o excesso de água.<<strong>br</strong> />

A elimi<strong>na</strong>ção da água leva à formação de<<strong>br</strong> />

cristais.<<strong>br</strong> />

Proteí<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

Em meados de 1900 Thomas Osborne<<strong>br</strong> />

classificou as proteí<strong>na</strong>s (Atwell, 2001), segundo<<strong>br</strong> />

a solubilidade (Osborne, 1924 apud Goesaert et<<strong>br</strong> />

al., 2005), em quatro categorias: albumi<strong>na</strong>s,<<strong>br</strong> />

globuli<strong>na</strong>s, prolami<strong>na</strong>s e gluteli<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

(Hoseney,1991).<<strong>br</strong> />

No trigo, as proteí<strong>na</strong>s estão divididas em<<strong>br</strong> />

proteí<strong>na</strong>s solúveis (albumi<strong>na</strong>s e globuli<strong>na</strong>s) e<<strong>br</strong> />

proteí<strong>na</strong>s de reserva (gliadi<strong>na</strong> e gluteni<strong>na</strong>), ou<<strong>br</strong> />

seja, o gluten (Sgarbieri, 1966), o principal<<strong>br</strong> />

responsável pela funcio<strong>na</strong>lidade do trigo, a fonte<<strong>br</strong> />

de destaque das propriedades viscoelásticas da<<strong>br</strong> />

massa (Osborne, 1924, apud Goesaert et al.,<<strong>br</strong> />

2005).<<strong>br</strong> />

A propriedade viscoelástica do glúten<<strong>br</strong> />

hidratado é caracterizada a partir da atuação<<strong>br</strong> />

plastificante da gliadi<strong>na</strong> (Van der Borght et al.,<<strong>br</strong> />

2005), promovendo viscosidade, e da gluteni<strong>na</strong>,<<strong>br</strong> />

propiciando resistência à ruptura da massa<<strong>br</strong> />

(Sgarbieri, 1996) ou seja, a gliadi<strong>na</strong> tem boa<<strong>br</strong> />

extensibilidade e a gluteni<strong>na</strong>, melhor elasticidade<<strong>br</strong> />

(Cheftel et al., 1985, apud Chiang et al., 2006).<<strong>br</strong> />

É a presença das proteí<strong>na</strong>s do glúten <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

farinha de trigo que a tor<strong>na</strong> apropriada à<<strong>br</strong> />

elaboração de produtos panificáveis levedados<<strong>br</strong> />

(Bushuk, 1998, apud Wang et al., 2007), pois é a<<strong>br</strong> />

rede proteica do glúten a responsável pela<<strong>br</strong> />

retenção de dióxido de carbono produzido<<strong>br</strong> />

durante o processo de fermentação, e de<<strong>br</strong> />

assamento <strong>na</strong>s massas levedadas (Goesaert et al.,<<strong>br</strong> />

2005); por isso, entender as propriedades<<strong>br</strong> />

mecânicas do glúten do trigo é entender o<<strong>br</strong> />

comportamento do processamento dos produtos<<strong>br</strong> />

elaborados com trigo (Belton, 2005).<<strong>br</strong> />

É a composição qualitativa e quantitativa<<strong>br</strong> />

das frações de gluteni<strong>na</strong> e de gliadi<strong>na</strong> que<<strong>br</strong> />

influenciam as propriedades reológicas da massa<<strong>br</strong> />

de trigo, mais especificamente a matriz<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011


216 <strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al.<<strong>br</strong> />

viscoelástica do glúten (Pruska-Kedzior et al.,<<strong>br</strong> />

2008).<<strong>br</strong> />

Lipídeos<<strong>br</strong> />

Os lipídeos se origi<strong>na</strong>m de mem<strong>br</strong>a<strong>na</strong>s e<<strong>br</strong> />

organelas de diferentes estruturas químicas<<strong>br</strong> />

(Goesaert et al., 2005). Eles participam da<<strong>br</strong> />

composição do trigo em percentual bem pequeno<<strong>br</strong> />

(1,5 a 2,0%) e se localizam principalmente no<<strong>br</strong> />

gérmen, rico em vitami<strong>na</strong> E (Quaglia, 1991), que<<strong>br</strong> />

é retirado no início do processo da moagem do<<strong>br</strong> />

grão, previamente à moagem do endosperma<<strong>br</strong> />

(Atwell, 2001).<<strong>br</strong> />

Minerais (cinzas) e vitami<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

De forma geral, os cereais contêm cerca<<strong>br</strong> />

de 1,5 a 2,5% de minerais (Bock, 2000, apud<<strong>br</strong> />

Dewettinck et al., 2008), sendo que o mineral em<<strong>br</strong> />

concentração mais alta (16 a 22% do total do<<strong>br</strong> />

conteúdo de cinzas) é o fósforo. O trigo também<<strong>br</strong> />

é fonte importante de selênio, um micronutriente<<strong>br</strong> />

essencial aos humanos, com efeito<<strong>br</strong> />

anticancerígeno, antiviral (Lyons et al., 2005) e<<strong>br</strong> />

antioxidante (Yu & Zhou, 2004).<<strong>br</strong> />

Figura 2: Tipo de grãos de trigo com diferentes valores proteicos e indicação de produtos obtidos. Fonte:<<strong>br</strong> />

Moss, (1973), apud Hoseney, (1991)<<strong>br</strong> />

Influência do teor proteico e da dureza do grão<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> qualidade da farinha<<strong>br</strong> />

A qualidade da farinha de trigo utilizada<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> alimentação está diretamente relacio<strong>na</strong>da com<<strong>br</strong> />

a qualidade do trigo propriamente dito,<<strong>br</strong> />

decorrente de aspectos genéticos e ambientais<<strong>br</strong> />

(Zhu & Khan, 2002); por isso, para suprir as<<strong>br</strong> />

expectativas do mercado consumidor é<<strong>br</strong> />

necessário entender a relação entre a qualidade<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011


da farinha oriunda de determi<strong>na</strong>do grão e as<<strong>br</strong> />

<strong>características</strong> dos produtos elaborados com essa<<strong>br</strong> />

farinha (Kihlberg, et al., 2006).<<strong>br</strong> />

Os produtos elaborados com trigo<<strong>br</strong> />

possuem ampla diversidade; é então relevante<<strong>br</strong> />

ressaltar a indicação para o melhor resultado<<strong>br</strong> />

tecnológico com relação à caracterização físicoquímica<<strong>br</strong> />

do grão e da respectiva farinha. Assim,<<strong>br</strong> />

se indica o uso dos tipos de trigo com diferentes<<strong>br</strong> />

valores proteicos, recomendados para cada<<strong>br</strong> />

produto (Figura 2):<<strong>br</strong> />

O trigo mole proporcio<strong>na</strong> farinha muito<<strong>br</strong> />

fi<strong>na</strong>, de coloração <strong>br</strong>anca, formada por<<strong>br</strong> />

fragmentos irregulares das células do<<strong>br</strong> />

endosperma e partículas pla<strong>na</strong>s que se aderem<<strong>br</strong> />

umas às outras (Léon, 2007) e com mais<<strong>br</strong> />

coesividade do que as de trigo duro (Kuakpetoon<<strong>br</strong> />

et al., 2001). Este tem, geralmente, baixo teor de<<strong>br</strong> />

glúten; por isso é utilizado para fa<strong>br</strong>icação de<<strong>br</strong> />

biscoitos (cookies e crackers), bolos e tortas<<strong>br</strong> />

(Hoseney, 1991; Atwell, 2001).<<strong>br</strong> />

O trigo mole possui baixo conteúdo<<strong>br</strong> />

proteico; por isso, resulta em uma massa de<<strong>br</strong> />

glúten fraca e também com baixa absorção de<<strong>br</strong> />

água (Ching et al., 2006).<<strong>br</strong> />

O trigo durum possui alto teor protéico e<<strong>br</strong> />

tem a característica de difícil r<strong>edu</strong>ção em farinha<<strong>br</strong> />

(Hoseney, 1991). É utilizado para fa<strong>br</strong>icar<<strong>br</strong> />

sêmolas e semoli<strong>na</strong>s utilizadas <strong>na</strong> produção de<<strong>br</strong> />

macarrão, espaguete e outras massas (Léon,<<strong>br</strong> />

2007), por causa da coloração única (pigmentos<<strong>br</strong> />

amarelos) (Troccoli et al., 2000), sabor, aroma e<<strong>br</strong> />

qualidade de cozimento (Atwell, 2001).<<strong>br</strong> />

O trigo duro produz farinha com maior<<strong>br</strong> />

granulometria e de aspecto arenoso, composta de<<strong>br</strong> />

partículas de forma regular (Léon, 2007). Ele é<<strong>br</strong> />

indicado para a produção de pães e produtos<<strong>br</strong> />

fermentados (Atwell, 2001), pois define farinhas<<strong>br</strong> />

caracterizadas com alto conteúdo de proteí<strong>na</strong> e<<strong>br</strong> />

qualidade de glúten desejável (Hoseney, 1991).<<strong>br</strong> />

Análises efetuadas no trigo<<strong>br</strong> />

A reologia, estudo do escoamento e<<strong>br</strong> />

deformação dos materiais, tem por objetivo obter<<strong>br</strong> />

a descrição quantitativa das propriedades<<strong>br</strong> />

mecânicas, a informação relacio<strong>na</strong>da com a<<strong>br</strong> />

estrutura molecular e a composição do material;<<strong>br</strong> />

caracterizar e simular o desempenho dos<<strong>br</strong> />

materiais durante o processamento e controlar a<<strong>br</strong> />

<strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al. 217<<strong>br</strong> />

qualidade do produto (Do<strong>br</strong>aszczyk &<<strong>br</strong> />

Morgenstern, 2003).<<strong>br</strong> />

As propriedades reológicas das massas são<<strong>br</strong> />

em geral, influenciadas basicamente pela dureza<<strong>br</strong> />

do grão, granulometria da farinha e hidratação da<<strong>br</strong> />

massa (Branlard et al., 2001). As propriedades<<strong>br</strong> />

reológicas da massa do pão são importantes, por<<strong>br</strong> />

dois motivos: primeiro, porque determi<strong>na</strong>m o<<strong>br</strong> />

comportamento da massa durante o processo de<<strong>br</strong> />

manuseio mecânico e, segundo, porque afetam<<strong>br</strong> />

os processos que determi<strong>na</strong>m o crescimento das<<strong>br</strong> />

cavidades celulares e a estabilidade da massa,<<strong>br</strong> />

durante o processo de elaboração (Stojceska et<<strong>br</strong> />

al., 2007). Isto é delineado pela participação do<<strong>br</strong> />

amido, das proteí<strong>na</strong>s e da água, em que a parte<<strong>br</strong> />

proteica da farinha tem a habilidade para formar<<strong>br</strong> />

a rede viscoelástica contínua do glúten, desde<<strong>br</strong> />

que haja água suficiente para a hidratação e<<strong>br</strong> />

energia mecânica para efetuar a mistura (Gras et<<strong>br</strong> />

al., 2000).<<strong>br</strong> />

Análise do glúten<<strong>br</strong> />

Uma análise muito importante que serve<<strong>br</strong> />

para medir o teor de glúten úmido e, a partir da<<strong>br</strong> />

secagem (glúten seco), possibilitar o cálculo do<<strong>br</strong> />

índice de glúten de determi<strong>na</strong>da amostra<<strong>br</strong> />

(Montenegro & Ormenese, 2008).<<strong>br</strong> />

O princípio do método consiste em fazer<<strong>br</strong> />

uma massa com farinha de trigo e água que, em<<strong>br</strong> />

seguida, deve ser lavada para remoção do amido<<strong>br</strong> />

e dos constituintes hidrossolúveis do glúten,<<strong>br</strong> />

obtendo-se o glúten úmido; após este<<strong>br</strong> />

procedimento o glúten é secado e pesado<<strong>br</strong> />

(Popper et al., 2006), possibilitando a<<strong>br</strong> />

determi<strong>na</strong>ção do teor de glúten seco.<<strong>br</strong> />

A determi<strong>na</strong>ção da quantidade e da<<strong>br</strong> />

qualidade do glúten <strong>na</strong> farinha é uma das<<strong>br</strong> />

melhores ferramentas para se conhecer suas<<strong>br</strong> />

potencialidades (Perten, 1990, apud Léon, 2007,<<strong>br</strong> />

p.41), já que o glúten é responsável pela retenção<<strong>br</strong> />

de gás <strong>na</strong> massa, o que confere leveza aos<<strong>br</strong> />

produtos fermentados (Bechtel et al., 1977),<<strong>br</strong> />

estando então relacio<strong>na</strong>do à qualidade fi<strong>na</strong>l dos<<strong>br</strong> />

produtos, com relação à textura, forma e<<strong>br</strong> />

expansão (Amemiya & Menjivar, 1992).<<strong>br</strong> />

Farinografia<<strong>br</strong> />

Na farinografia há determi<strong>na</strong>ção da<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011


218 <strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al.<<strong>br</strong> />

absorção da água exata feita pela farinha, tendo<<strong>br</strong> />

como base a consistência específica da massa<<strong>br</strong> />

(Quaglia, 1991). Esta análise é amplamente<<strong>br</strong> />

utilizada como forma de monitorar o<<strong>br</strong> />

desenvolvimento da rede protéica de glúten<<strong>br</strong> />

durante o processo de mistura da massa, razão<<strong>br</strong> />

por que é uma análise reológica que auxilia a<<strong>br</strong> />

predizer a aplicação tecnológica da farinha de<<strong>br</strong> />

trigo (Montenegro & Ormenese, 2008).<<strong>br</strong> />

Extensografia<<strong>br</strong> />

Na extensografia é medida e registrada a<<strong>br</strong> />

resistência da massa à extensão, enquanto ela é<<strong>br</strong> />

esticada em velocidade constante, após períodos<<strong>br</strong> />

de descanso (Brabender, 2008), além de medir,<<strong>br</strong> />

também, sua extensibilidade, o que é importante<<strong>br</strong> />

à retenção de gás (Hruskova et al., 2006).<<strong>br</strong> />

Análise da atividade α-amilásica<<strong>br</strong> />

(número de queda ou falling number)<<strong>br</strong> />

A análise está baseada <strong>na</strong> rápida<<strong>br</strong> />

gelatinização de uma suspensão de farinha e<<strong>br</strong> />

água e <strong>na</strong> medida de degradação do amido por<<strong>br</strong> />

ação da amilase em condições similares às de<<strong>br</strong> />

cocção de um pão (Quaglia, 1991), já que esta<<strong>br</strong> />

enzima tem a função de liberar açúcares do<<strong>br</strong> />

amido durante a fermentação do pão (Faroni et<<strong>br</strong> />

al., 2002). A verificação da atividade αamilásica<<strong>br</strong> />

em grãos ou em farinhas, possui os<<strong>br</strong> />

seguintes objetivos: detectar danos causados<<strong>br</strong> />

por pré-germi<strong>na</strong>ção, otimizar os níveis de<<strong>br</strong> />

atividade enzimática e garantir a sanidade do<<strong>br</strong> />

grão (Léon, 2007).<<strong>br</strong> />

Análise rápida de viscosidade<<strong>br</strong> />

Na análise rápida de viscosidade o<<strong>br</strong> />

equipamento ARV (A<strong>na</strong>lisador Rápido de<<strong>br</strong> />

Viscosidade) mede o comportamento da<<strong>br</strong> />

gelatinização e as propriedades de pasta do<<strong>br</strong> />

amido, através de um viscosímetro, que controla<<strong>br</strong> />

a resistência da amostra durante o aquecimento e<<strong>br</strong> />

o resfriamento, ou seja, caracteriza o processo a<<strong>br</strong> />

partir das propriedades funcio<strong>na</strong>is do mesmo<<strong>br</strong> />

(Crosbie & Ross, 2007 apud Copeland et al.,<<strong>br</strong> />

2009, p.1530).<<strong>br</strong> />

Panificação Experimental<<strong>br</strong> />

No Brasil, 55% do trigo utilizado se<<strong>br</strong> />

desti<strong>na</strong>m à <strong>panificação</strong>. O percentual restante se<<strong>br</strong> />

divide em 17%, para uso doméstico, 15% para a<<strong>br</strong> />

produção de massas alimentícias, 11% para a<<strong>br</strong> />

fa<strong>br</strong>icação de biscoitos e 2% para outros usos,<<strong>br</strong> />

como produtos de confeitaria (Em<strong>br</strong>apa, 2008).<<strong>br</strong> />

Dentre os produtos da <strong>panificação</strong> há<<strong>br</strong> />

destaque para o pão, alimento básico da dieta<<strong>br</strong> />

huma<strong>na</strong>. Difundido no mundo pelo pioneirismo<<strong>br</strong> />

dos egípcios, possui registros históricos de antes<<strong>br</strong> />

da era neolítica, ou seja, de cerca de 12.000 anos<<strong>br</strong> />

atrás (Arpita Mondal, 2008).<<strong>br</strong> />

Na elaboração dos pães o trigo é o cereal<<strong>br</strong> />

com maior destaque, apesar de o centeio ser<<strong>br</strong> />

usado substancialmente em algumas partes do<<strong>br</strong> />

mundo (Goesaert et al., 2005). Isto ocorre por<<strong>br</strong> />

dois motivos: pelo fato de a indústria moageira<<strong>br</strong> />

ter estabelecido um índice potencial do trigo para<<strong>br</strong> />

elaboração de pão (Preston et al., 1992 apud<<strong>br</strong> />

Kihlberg et al., 2006) e porque, dentre as<<strong>br</strong> />

farinhas de cereais, somente a de trigo pode<<strong>br</strong> />

formar uma massa viscoelástica tridimensio<strong>na</strong>l,<<strong>br</strong> />

quando misturada com água, o que faz com que<<strong>br</strong> />

a caracterização das propriedades reológicas da<<strong>br</strong> />

massa seja efetiva em predizer o comportamento<<strong>br</strong> />

do processo e o controle de qualidade dos<<strong>br</strong> />

alimentos (Song & Zheng, 2007).<<strong>br</strong> />

Na <strong>panificação</strong>, juntamente com o trigo, a<<strong>br</strong> />

água é o ingrediente mais importante já que<<strong>br</strong> />

ambos afetam a textura e o miolo do produto<<strong>br</strong> />

fi<strong>na</strong>l. Neste sentido, estudos demonstram que<<strong>br</strong> />

aproximadamente 50% de água incorporada a<<strong>br</strong> />

determi<strong>na</strong>da elaboração resultam em um pão<<strong>br</strong> />

com textura leve, apesar de os pães artesa<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

conterem de 60 a 75% de água (Arpita Mondal,<<strong>br</strong> />

2008). Na elaboração de pães, a farinha de trigo<<strong>br</strong> />

participa sempre com 100% e o restante dos<<strong>br</strong> />

ingredientes é um percentual da totalidade do<<strong>br</strong> />

peso; por isto, considerando-se 100% de farinha,<<strong>br</strong> />

a quantidade de participação dos outros<<strong>br</strong> />

ingredientes é de 2% para o fermento, 4% para o<<strong>br</strong> />

açúcar, 2% para o sal e 3% para gordura a<<strong>br</strong> />

(Arpita Mondal, 2008).<<strong>br</strong> />

Além dos ingredientes o procedimento<<strong>br</strong> />

para elaboração do pão é também fundamental<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>s seguintes etapas: mistura ou amassamento,<<strong>br</strong> />

fermentação e cocção (Hoseney, 1991).<<strong>br</strong> />

O amassamento é uma operação crítica<<strong>br</strong> />

no processamento de alimentos pelo fato de<<strong>br</strong> />

formar sua estrutura, ou seja, acontece o<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campi<strong>na</strong> Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011


desenvolvimento das propriedades viscoelásticas<<strong>br</strong> />

do glúten, além da incorporação de ar, que tem<<strong>br</strong> />

efeito maior <strong>na</strong> reologia e <strong>na</strong> textura<<strong>br</strong> />

(Do<strong>br</strong>aszcyzk & Morgenstern, 2003). No<<strong>br</strong> />

processo de amassamento a aeração e a reologia<<strong>br</strong> />

estão intimamente relacio<strong>na</strong>das; por isto, é<<strong>br</strong> />

relevante considerar: o efeito do formato do<<strong>br</strong> />

misturador e da operação no desenvolvimento da<<strong>br</strong> />

reologia e da textura; a medida reológica durante<<strong>br</strong> />

a mistura, a partir do torque do batedor ou da<<strong>br</strong> />

força consumida; o efeito da reologia nos<<strong>br</strong> />

modelos de misturas e a simulação dos modelos<<strong>br</strong> />

de deformação e escoamento de mistura em<<strong>br</strong> />

função da geometria do batedor e da reologia<<strong>br</strong> />

(Do<strong>br</strong>aszcyzk & Morgenstern, 2003).<<strong>br</strong> />

A fermentação é a etapa condutora no<<strong>br</strong> />

processo de elaboração de pães. Isto ocorre<<strong>br</strong> />

porque é a partir da fermentação dos açúcares<<strong>br</strong> />

(liberados do amido), da farinha de trigo e da<<strong>br</strong> />

ação das enzimas <strong>na</strong>turais presentes que se<<strong>br</strong> />

obtém o produto levedado denomi<strong>na</strong>do pão.<<strong>br</strong> />

Durante a fermentação (que tem a lev<strong>edu</strong>ra<<strong>br</strong> />

Saccharomyces cerevisiae como responsável), o<<strong>br</strong> />

açúcar é convertido em CO2 e água; o vapor<<strong>br</strong> />

d‘água e o CO2 são expandidos com o aumento<<strong>br</strong> />

da temperatura, além de atuarem como isolantes<<strong>br</strong> />

prevenindo, assim, o aumento excessivo de<<strong>br</strong> />

temperatura e a evaporação da umidade (Arpita<<strong>br</strong> />

Mondal, 2008).<<strong>br</strong> />

Na etapa de cocção ocorrem no produto<<strong>br</strong> />

algumas modificações que definem os aspectos<<strong>br</strong> />

sensoriais: vaporização da umidade, elevação da<<strong>br</strong> />

temperatura, aumento do volume (Hoseney,<<strong>br</strong> />

1991), transformação da viscosidade da massa<<strong>br</strong> />

em elasticidade do miolo do pão e caracterização<<strong>br</strong> />

esponjosa da massa (Hamer & Hoseney, 2006).<<strong>br</strong> />

O teste de <strong>panificação</strong> é a melhor<<strong>br</strong> />

alter<strong>na</strong>tiva para se testar uma farinha em escala<<strong>br</strong> />

comercial (Freilich et al., 1935, apud Zounis &<<strong>br</strong> />

Quail, 1997). Os métodos dos testes de<<strong>br</strong> />

<strong>panificação</strong> refletem a produção comercial,<<strong>br</strong> />

muito embora isso dependa da formulação, dos<<strong>br</strong> />

protocolos adotados e dos equipamentos<<strong>br</strong> />

utilizados (Zounis & Quail, 1997).<<strong>br</strong> />

A formulação de produtos acabados e<<strong>br</strong> />

processados pode descrever protocolos de<<strong>br</strong> />

laboratórios, utilizados para avaliar a qualidade<<strong>br</strong> />

da farinha de trigo (Naega, 2008).<<strong>br</strong> />

Muitos fatores interferem <strong>na</strong>s condições<<strong>br</strong> />

de processamento de determi<strong>na</strong>do produto; eles<<strong>br</strong> />

podem ser caracterizados como o conteúdo de<<strong>br</strong> />

<strong>Trigo</strong>: <strong>características</strong> e <strong>utilização</strong> <strong>na</strong> <strong>panificação</strong> Scheuer et al. 219<<strong>br</strong> />

água, o procedimento de mistura, o tempo de<<strong>br</strong> />

mistura, o tempo de descanso da massa e sua<<strong>br</strong> />

consistência. Isto afeta as propriedades<<strong>br</strong> />

reológicas da massa (Sliwinski et al., 2004), as<<strong>br</strong> />

quais são, comumente, utilizadas para se a<strong>na</strong>lisar<<strong>br</strong> />

o valor panificável da farinha de trigo (Daniels<<strong>br</strong> />

& Fisher, 1976, apud Hruskova et al., 2006).<<strong>br</strong> />

Somente os testes de <strong>panificação</strong> podem<<strong>br</strong> />

mostrar a complexa interação existente entre os<<strong>br</strong> />

ingredientes, fornecendo a informação real<<strong>br</strong> />

característica da <strong>panificação</strong> (pães, bolos,<<strong>br</strong> />

biscoitos, massas). Cuidadosamente<<strong>br</strong> />

monitorados, eles podem ser confiáveis em<<strong>br</strong> />

predizer as propriedades da massa e de produtos<<strong>br</strong> />

assados, o que os tor<strong>na</strong> facilmente reprodutíveis<<strong>br</strong> />

(Naega, 2008).<<strong>br</strong> />

CONCLUSÕES<<strong>br</strong> />

O trigo, cereal com primeiro lugar em<<strong>br</strong> />

volume de produção mundial, é uma matéria<<strong>br</strong> />

prima potencial que pode ser utilizada <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

elaboração de grande diversidade de produtos. A<<strong>br</strong> />

caracterização do trigo definida por aspectos<<strong>br</strong> />

estruturais, de processamento e composição<<strong>br</strong> />

química, permite indicá-lo à aplicabilidade<<strong>br</strong> />

tecnológica, como é o caso da <strong>panificação</strong>. As<<strong>br</strong> />

análises reológicas são um exemplo de<<strong>br</strong> />

implementação tecnológica, no sentido da<<strong>br</strong> />

caracterização do comportamento experimental<<strong>br</strong> />

do trigo, anterior à efetivação dos processos e<<strong>br</strong> />

elaboração dos produtos.<<strong>br</strong> />

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