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Revista Avisa-l. 14 ok - Avisala.org

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Tempo didático 1<br />

Em sua base estão considerações de<br />

ordem financeira e de segurança, entre<br />

outras.<br />

Há grupos que definem o computador<br />

como uma ferramenta de trabalho<br />

mais moderna para o aluno. Nesse caso,<br />

caberia perguntar se faz sentido manter<br />

uma sala de ferramentas na escola: como<br />

ferramenta, não deveria estar ao alcance<br />

das crianças, sendo utilizada quando<br />

necessário? Por que encerramos as ferramentas<br />

tecnológicas em laboratórios<br />

em vez de inseri-las na vida cotidiana, já<br />

que é aí que precisamos delas? Aulas de<br />

informática atenderiam a que tipo de<br />

conteúdo? A aprendizagem de usos da<br />

ferramenta, quando descontextualizada<br />

de um uso social real, tem sentido para<br />

as crianças?<br />

O computador é uma linguagem que<br />

guarda em si mesma novas formas de<br />

expressão ou é ferramenta destinada a<br />

ampliar as formas tradicionais de compreensão<br />

e expressão da criança? Se a<br />

compreensão é esta última, não há dúvidas<br />

de que, principalmente nas escolas,<br />

a máquina deveria contribuir para os<br />

mais diferentes momentos de aprender<br />

sobre as artes, a matemática, a língua<br />

portuguesa, e até mesmo para desfrutar<br />

da hora de brincar, em vez de ficar restritas<br />

às aulas de informática.<br />

O computador ao<br />

alcance dos pequenos<br />

Para muitos, o computador é coisa<br />

de adulto e não deve mesmo ficar ao alcance<br />

dos pequenos: é uma ameaça que<br />

tira a criança do convívio social, restringindo-a<br />

a interagir com uma tela, e empobrecendo<br />

as demais interações,sobretudo<br />

na brincadeira, fundamental na formação<br />

das crianças. É isto ou aquilo, ou<br />

brinca ou tem computador.Sobre a questão,<br />

muito se tem discutido e ela parece<br />

não ser tão simples assim, pois as crianças,<br />

quando orientadas e em contextos<br />

de aprendizagem, fazem usos interes-<br />

santes do computador, criando interações<br />

inusitadas (veja Conhecendo a Criança).<br />

Outro motivo principal do afastamento<br />

das crianças parece residir na<br />

crença acerca da imperícia infantil para<br />

usar máquina tão sofisticada. Como são<br />

pequenas, possuem menos habilidades<br />

motoras e, portanto, podem quebrá-la.<br />

Esse é, contudo, um argumento pouco<br />

convincente: em primeiro lugar, o computador<br />

não é uma máquina tão frágil a<br />

ponto de ser danificada ou mesmo desconfigurada<br />

pelo toque de uma criança.<br />

E ainda que isso ocorra, muito pode ser<br />

reparado e recuperado com algum auxílio<br />

técnico. A experiência demonstra<br />

que as crianças podem aprender rapidamente<br />

o manejo, não se intimidando com<br />

os desafios e ousando descobrir, por<br />

conta própria, novos usos para o computador.Além<br />

disso, aprendem a interagir<br />

de maneira propositiva e criativa com<br />

ele.<br />

Quando o acesso à máquina é possibilitado<br />

cotidianamente à criança, ela<br />

aproxima-se rapidamente do sistema<br />

de convenções que rege a linguagem<br />

do computador;<br />

utiliza o mouse com agilidade, coordenando<br />

os movimentos;<br />

aprende os cuidados que deve ter no<br />

uso do computador;<br />

descobre alguns usos do computador,<br />

tais como edição de textos, edição de<br />

imagens, impressão, jogos, passa-tempos<br />

etc.;<br />

inicia uma familiarização com a estrutura<br />

de <strong>org</strong>anização do computador –<br />

diagramação, barras de ferramentas,<br />

diferentes comandos, ícones de acesso<br />

e de fechamento etc.;<br />

conhece alguns dos recursos do editor<br />

de texto, como reformular, usar diferentes<br />

fontes, copiar, recortar e colar<br />

textos, etc.;<br />

avança nos conhecimentos sobre leitura<br />

e escrita.<br />

18<br />

Claro que essas aprendizagens não<br />

se fazem prontamente, ao brincar uma<br />

vez com o computador ou ver alguém<br />

manejá-lo.<br />

É importante oferecer oportunidades<br />

de presenciar e efetuar ações no<br />

computador várias vezes, o que só é<br />

possível com o contato intenso e não esporádico.<br />

A ajuda sistemática e atenta<br />

dos adultos e de parceiros mais experientes<br />

para executar as ações necessárias<br />

ao uso é fundamental, até que as crianças<br />

aprendam a agir por conta própria.<br />

Gerando nova proposta<br />

e espaço educativos<br />

A simples entrada do computador<br />

nas salas de educação infantil gerou mudanças<br />

na <strong>org</strong>anização convencional, que<br />

deu lugar a um canto diferenciado, com<br />

um computador e um móvel com banquinho<br />

para duas crianças. Além disso,<br />

gerou também mudanças nas práticas<br />

educativas, sobretudo na <strong>org</strong>anização e<br />

no planejamento do tempo. Por isso, os<br />

professores foram convidados a pensar<br />

sobre o papel da rotina pedagógica no<br />

cotidiano de uma instituição educativa.<br />

Tudo para resolver os novos problemas<br />

que se colocaram:<br />

Como tornar viável o uso de uma única<br />

máquina em uma sala que conta<br />

com 25 a 30 crianças? Como garantir<br />

que todas as crianças possam ter a<br />

oportunidade de manuseá-lo, e não<br />

apenas de assistir ao outro mexer?<br />

O que fazer com as demais crianças<br />

que não estão no comando do mouse,<br />

enquanto aguardam sua vez? Como<br />

<strong>org</strong>anizar esse momento de modo que<br />

não haja muita espera e, ao mesmo<br />

tempo, todos tenham algo com que<br />

se ocupar?<br />

Como garantir exploração dos softwares<br />

de forma que haja possibilidade<br />

de resolver problemas por meio de situações<br />

de cooperação com as outras<br />

crianças, evitando um comporta-

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