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O Sapo-rei no conto é remetido às ações de Lalino, aqui, o Sapo Grande,<br />
acompanhado do artigo definido funciona como anafórico, ou seja, indica um sapo que já<br />
conhecemos – o Seu Lalino do conto que volta para sua mulher. Assim se tem o desfecho da<br />
peça:<br />
SAPO GRANDE<br />
Saga!<br />
OS OUTROS TRÊS<br />
(Saltando e gritando em fuzarca) - rana! - rana! - rana!<br />
SAGARANA!<br />
SAPO GRANDE<br />
E quem é que fica com os meus filhos quando eu<br />
morrer?!<br />
OS TRES<br />
Eu não! Eu não! Eu não! Eu não! Eu não!<br />
SAPO GRANDE<br />
Pobres órfãos!... Pobres órfãos!... Saga!<br />
OS TRÊS<br />
- rana!<br />
SAPO GRANDE<br />
(com fleuma humorística) – E quem é que fica com a<br />
minha mulher?...<br />
OS TRÊS<br />
(separados e juntos com entusiasmo) – É eu! É eu! É eu!<br />
É eu! É eu!<br />
SAPO GRANDE<br />
(depois dum pestanejo malicioso, com clareza) – Mas é<br />
que eu ainda não morri!... Tou vivo, mulher, e tou<br />
indo!<br />
(HECKER, 1987, p. 107,108)<br />
Os outros sapos ficaram jururus, como os companheiros de Lalino quando este<br />
retornou para casa. Todos queriam a sua mulher. Mas no conto não aparece sinais de crianças<br />
do casal. Assim esta adaptação teatral, ao trazer o conto para um outro contexto, amplia o<br />
humor e a crítica da sociedade através do circuito dos sapos que aparecem e reaparecem no<br />
palco humano.<br />
FECHA-SE A CORTINA<br />
A volta do marido pródigo, seja o conto ou a adaptação teatral de Paulo Hecker<br />
Filho, não foge à maneira de outros textos rosiano: sempre nos trazendo mais inquietações do<br />
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