Roteiro de Estudo para Iniciantes em Oclusão _ Cap 08
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No grupo <strong>de</strong> pacientes suscetíveis à<br />
<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ntária, a presença <strong>de</strong> distúrbios<br />
oclusais e <strong>de</strong> outros fatores <strong>de</strong> orig<strong>em</strong><br />
psicológica e sistêmica induz o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> <strong>para</strong>funções, que po<strong>de</strong>m<br />
provocar perda não cariosa das estruturas<br />
<strong>de</strong>ntária, (fig. 01).<br />
Fig. 01 - Caso clínico <strong>de</strong> paciente com disfunção<br />
<strong>de</strong>ntária - <strong>para</strong>função (bruxismo).<br />
São consi<strong>de</strong>radas <strong>para</strong>funções: apertar<br />
e/ou ranger <strong>de</strong>ntes, mor<strong>de</strong>r lábios e<br />
bochecha, chupar <strong>de</strong>do, roer unha, hábitos<br />
posturais (mastigação unilateral, protrusão<br />
da mandíbula) e outros.<br />
A perda não cariosa <strong>de</strong> estrutura<br />
<strong>de</strong>ntária na <strong>de</strong>ntição humana é variada e<br />
multifatorial (BRAEM, 1982), po<strong>de</strong>ndo<br />
ser classificada <strong>em</strong> categorias como<br />
abrasão, atrição, corrosão e abfração<br />
(LEE, 1984, SHUGARS, 1985, GRIPPO<br />
et al, 2004, OWENS & GALLIEN, 1995).<br />
ABRASÃO<br />
É o <strong>de</strong>sgaste da estrutura do <strong>de</strong>nte<br />
por forças mecânicas secundárias à ação<br />
<strong>de</strong> um agente externo, como a abrasão por<br />
escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte (LEE, 1984 KAIDONIS<br />
1992, GRIPPO, 1991). Nesse processo o<br />
tamanho e a dureza das partículas abrasivas<br />
da pasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte, a pressão exercida<br />
e a freqüência da escovação são o<br />
DISFUNÇÃO DENTÁRIA<br />
Alfredo Julio Fernan<strong>de</strong>s Neto, et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006<br />
interesse primário (HOTZ, 1987, VOLK,<br />
1987), (fig. 02).<br />
Outros itens freqüent<strong>em</strong>ente associados<br />
com a abrasão <strong>de</strong>ntal inclu<strong>em</strong> o<br />
lápis, palito, ponta do cachimbo e grampo.<br />
Mascar fumo, mor<strong>de</strong>r linha e usar fio<br />
<strong>de</strong>ntal ina<strong>de</strong>quadamente também po<strong>de</strong>m<br />
causar uma abrasão clinicamente significativa<br />
(NEVILLE, 1998).<br />
Fig. 02 - Caso clínico <strong>de</strong> lesão não cariosa.<br />
ATRIÇÃO<br />
É o <strong>de</strong>sgaste resultante do contato<br />
<strong>de</strong>nte-a-<strong>de</strong>nte por meio <strong>de</strong> movimentos<br />
funcionais ou <strong>para</strong>funcionais, incluindo<br />
mastigação e bruxismo (LEE, 1984).<br />
Apresenta-se como facetas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />
oclusal e incisal (KAIDONIS, 1992,<br />
GRIPPO, 1991), geralmente pequenas,<br />
lisas <strong>de</strong> bordas <strong>de</strong>finidas e brilhantes,<br />
planas <strong>em</strong> etapas primárias e côncavas <strong>em</strong><br />
etapas secundárias. Normalmente ocorre<br />
<strong>de</strong> modo sincrônico <strong>em</strong> ambas arcadas, nas<br />
superfícies antagônicas <strong>de</strong> <strong>para</strong>função.<br />
Quando associado ao processo <strong>de</strong> envelhecimento,<br />
esse fenômeno po<strong>de</strong> ser mais<br />
fisiológico do que patológico (fig. 03).
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 109<br />
Fig. 03 - Caso clínico <strong>de</strong> lesão não cariosa -<br />
atrição.<br />
A <strong>de</strong>struição po<strong>de</strong> ser acelerada por<br />
esmalte <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> inferior ou ausente<br />
(fluorose, hipoplasia ou <strong>de</strong>ntinogênese<br />
imperfeita), contatos pr<strong>em</strong>aturos, oclusão<br />
topo a topo, abrasivos intra-orais, erosão e<br />
hábitos <strong>de</strong> ranger os <strong>de</strong>ntes, (NEVILLE,<br />
1998).<br />
CORROSÃO<br />
Perda <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong>ntal causada<br />
por ação química ou eletroquímica <strong>de</strong><br />
orig<strong>em</strong> endógenas e/ou exógenas<br />
(GRIPPO, et al 2004). A teoria da<br />
corrosão química explica como vários<br />
tipos <strong>de</strong> ácido <strong>de</strong>scalcificam o esmalte.<br />
Causas endógenas <strong>de</strong> corrosão<br />
costumam produzir um padrão único <strong>de</strong><br />
perda <strong>de</strong> esmalte.<br />
O fluído gengival, é ácido e po<strong>de</strong><br />
ser corrosivo quando <strong>em</strong> contato com os<br />
<strong>de</strong>ntes na região cervical (BODECKER,<br />
1945).<br />
Em <strong>de</strong>ntes suportam excesso <strong>de</strong><br />
carga oclusal, tal processo é causado pela<br />
toxida<strong>de</strong> dos produtos residuais do<br />
metabolismo periodontal, que não são<br />
eliminados pela corrente sangüínea <strong>em</strong><br />
razão do estresse a que está submetido,<br />
mas sim no colo <strong>de</strong>ntário, <strong>em</strong> forma <strong>de</strong><br />
exudato ácido (REHBERGER, et al.<br />
1982). (fig. 04).<br />
Fig. 04 - Caso clínico <strong>de</strong> lesão não cariosa - erosão.<br />
A corrosão secundária às secreções<br />
gástricas é <strong>de</strong>nominada perimólise. Po<strong>de</strong><br />
resultar <strong>de</strong> uma hérnia do hiato, esofagite,<br />
obstipação, úlcera péptica e duo<strong>de</strong>nal,<br />
gravi<strong>de</strong>z, regurgitação da má digestão e<br />
vômito crônico, como o visto <strong>em</strong><br />
associação com a bulimia (KLEIER 1984,<br />
NEVILLE et al., 1998), (figs. 05, 06 e 07).<br />
Fig. 05 - Caso clínico <strong>de</strong> perimólise <strong>em</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
Posteriores.<br />
Nos pacientes com vômito, o ácido<br />
estomacal é projetado sobre a superfície da<br />
língua e entra <strong>em</strong> contato com a face<br />
palatina dos incisivos, caninos e prémolares<br />
superiores. Porém a erosão<br />
comumente não aparecerá antes que a<br />
regurgitação tenha ocorrido por dois anos<br />
(STAFNER & LOVESTEDT, 1947). a<br />
superfície oclusal dos <strong>de</strong>ntes posteriores e<br />
a lingual dos inferiores po<strong>de</strong>m ser<br />
envolvidas <strong>em</strong> casos extr<strong>em</strong>os.<br />
(UPDEGRAME, 1976, HOUSE, 1981).
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 110<br />
Fig. 06 - Aspectos radiográficos <strong>de</strong> paciente com<br />
perimólise, as restaurações metálicas aparec<strong>em</strong><br />
como se foss<strong>em</strong> ilhas sobre os <strong>de</strong>ntes<br />
comprometidos.<br />
Perimólise é uma manifestação clínica<br />
comum <strong>em</strong> pacientes com anorexia<br />
nervosa, fruto da associação <strong>de</strong> regurgitação<br />
gástrica com movimentos habituais da<br />
língua sobre a superfície palatina dos<br />
incisivos superiores. A anorexia é mais<br />
freqüente na puberda<strong>de</strong> (12 a 20 anos)<br />
numa relação <strong>de</strong> 20 mulheres <strong>para</strong> 01<br />
hom<strong>em</strong>. (HELLSTROM, 1977).<br />
Fig. 07 - Caso clínico <strong>de</strong> perimólise <strong>em</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
anteriores.<br />
Causas exógenas <strong>de</strong> corrosão, t<strong>em</strong><br />
sido relatado que qualquer substância<br />
alimentar que possui um valor <strong>de</strong> pH crítico<br />
menor do que 5,5 po<strong>de</strong> vir a corroer e<br />
<strong>de</strong>smineralizar os <strong>de</strong>ntes (ZERO,1999. Isto<br />
po<strong>de</strong> ocorrer como resultado do consumo <strong>de</strong><br />
alimentos altamente ácidos aquecidos e/ou<br />
bebidas tais como manga e outras frutas<br />
cítricas, refrigerantes carbonatados e chupar<br />
balas ácidas ou azedas. Enxaguatórios bucais<br />
ácidos também po<strong>de</strong>m ser corrosivos.<br />
Refrigerantes carbonatados acidulados po<strong>de</strong>m<br />
ser o maior componente <strong>de</strong> muitas dietas,<br />
principalmente entre adolescentes e<br />
crianças(CORTELLINI & PARVIZI, 2003).<br />
Água mineral carbonatada foi aumentada<br />
<strong>em</strong> seu pH por pelo menos meta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma unida<strong>de</strong> quando é tomada; seu efeito<br />
corrosivo no esmalte é mínimo. O potencial<br />
corrosivo <strong>de</strong> qualquer bebida ácida não<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente do valor <strong>de</strong> seu pH,<br />
mas também é fort<strong>em</strong>ente influenciado pela<br />
sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tamponamento, das<br />
proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> quelação do ácido e pela<br />
freqüência e duração da ingestão.<br />
Tabletes mastigáveis <strong>de</strong> vitamina C,<br />
tabletes <strong>de</strong> aspirina, aspirina <strong>em</strong> pó e o uso da<br />
droga anfetamina Ecstasy t<strong>em</strong> sido associados<br />
com corrosão da superfície oclusal dos <strong>de</strong>ntes<br />
posteriores.<br />
Aplicação tópica <strong>de</strong> cocaína na<br />
mucosa oral t<strong>em</strong> sido associada a corrosão na<br />
face vestibular dos <strong>de</strong>ntes ântero-superiores e<br />
primeiro pré-molar. Abuso do álcool também<br />
t<strong>em</strong> sido associado à alta incidência <strong>de</strong><br />
corrosão, <strong>de</strong>vido à regurgitação crônica e<br />
vômito que se originam da gastrite associada<br />
com o abuso do álcool (GRIPPO et al, 2004).<br />
Corrosão dos <strong>de</strong>ntes por causa<br />
ocupacional po<strong>de</strong> ocorrer durante exposição a<br />
gases industriais que contêm ácido<br />
hidroclorídrico ou sulfúrico, assim como o<br />
ácido usado na galvanização e na manufatura<br />
<strong>de</strong> baterias, munições e refrigerantes (GRIPPO<br />
et al, 2004).<br />
Ácidos exogênicos estão presentes<br />
<strong>em</strong> comida, drogas e bebidas não<br />
alçoolicas. Algumas dietas são ricas <strong>em</strong><br />
ácidos orgânicos (LINKOSALO &<br />
MARKKANEN, 1985, SULIVAN &<br />
KRAMER, 1983), ao passo que bebidas<br />
mais suaves contêm ácidos inorgânicos<br />
(RYTÖMAA et al., 1988). Regurgitação<br />
po<strong>de</strong> introduzir ácidos endogênicos <strong>de</strong>ntro<br />
da boca (HELLSTROM, 1977, JONES<br />
1989, KAIDONIS et al. 1992, GRIPPO,<br />
1991) e isto também t<strong>em</strong> sugerido que a<br />
ação salivar diminuída po<strong>de</strong> exacerbar a<br />
severida<strong>de</strong> da lesão (LINKOSALO &<br />
MARKKANEN, 1985, BEVENIUS et al.,<br />
1988, WOLTGENS et al., 1986).<br />
Bruxismo quando combinado com<br />
regurgitação nervosa <strong>de</strong> conteúdos estomacais<br />
ácidos ou <strong>de</strong> vômitos habituais,<br />
po<strong>de</strong> dar orig<strong>em</strong> à erosão adamantina e ao<br />
<strong>de</strong>sgaste incisivo e palatino extrermamente<br />
rápido (RAMFJORD & MAJOR, 1984).
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 111<br />
Após diagnosticar<strong>em</strong> um caso <strong>de</strong><br />
Perimólise <strong>em</strong> uma adolescente Boksman<br />
et. al. <strong>em</strong> 1986, encontraram como causa<br />
mais provável a ingestão diária <strong>de</strong> 700 ml<br />
<strong>de</strong> refrigerante tipo “cola”.<br />
Quanto ao tratamento, este <strong>de</strong>ve ser<br />
realizado associando clínica médica e<br />
odontológica.<br />
ABFRAÇÃO<br />
É uma classificação apresentada na<br />
literatura <strong>para</strong> explicar perda <strong>de</strong> estrutura<br />
<strong>de</strong>ntal não cariosa (BRAEM, 1992,<br />
GRIPPO, 1991, LEE, & EAKLE, 1984).<br />
A palavra Abfração significa ab<br />
(distância) e factio (quebra), o que <strong>de</strong>fine<br />
a perda patológica <strong>de</strong> tecido duro <strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> forças biomecânicas, que<br />
causam uma flexão <strong>de</strong>ntária e conseqüente<br />
fadiga do esmalte e <strong>de</strong>ntina, <strong>em</strong> um local<br />
distante do ponto da carga oclusal<br />
(GRIPPO, 1991). Essas lesões apresentam-se<br />
na forma <strong>de</strong> cunha nas regiões<br />
cervicais dos <strong>de</strong>ntes e aventam a hipótese<br />
<strong>de</strong> que o fator etiológico primário <strong>para</strong> tais<br />
lesões seja a sobrecarga oclusal. Po<strong>de</strong><br />
compro-meter <strong>de</strong>ntes subseqüentes <strong>de</strong> um<br />
h<strong>em</strong>iarco ou um único el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong>ntário,<br />
com bom suporte periodontal. Sabe-se que<br />
o fator mais significante no tratamento<br />
<strong>de</strong>ssas lesões é a r<strong>em</strong>oção da sobrecarga<br />
oclusal, antes do procedimento restaurador.<br />
A teoria proposta por Lee & Eakle<br />
<strong>em</strong> 1984, sugere como possível etiologia<br />
forças laterais (carga biomecânica), que<br />
po<strong>de</strong>m criar tensão elástica <strong>de</strong> flexão e<br />
<strong>de</strong>formação da estrutura <strong>de</strong>ntal, <strong>de</strong>sarranjando<br />
os cristais <strong>de</strong> hidroxiapatita do<br />
esmalte e permitindo que pequenas<br />
moléculas, como as <strong>de</strong> água, penetr<strong>em</strong> e<br />
torn<strong>em</strong> esses cristais mais susceptíveis ao<br />
ataque químico, e posterior <strong>de</strong>terioração<br />
mecânica (Fig <strong>08</strong>).<br />
FIG. <strong>08</strong> - Desenho esqu<strong>em</strong>ático da teoria <strong>de</strong> Lee &<br />
Eakle.<br />
Papel da tensão oclusal<br />
Observações <strong>de</strong> lesões cervicais<br />
cuneiformes po<strong>de</strong>m indicar que tensões<br />
oclusais sobre o <strong>de</strong>nte é o fator que iniciou<br />
essas lesões. <strong>Estudo</strong>s têm mostrado que<br />
carga excêntrica aplicada sobre a superfície<br />
oclusal do <strong>de</strong>nte gera tensões que são<br />
concentradas nas regiões cervicais,<br />
(THRESHER & SAITO, 1973,<br />
YETTRAM et al, 1976, SOARES et al.<br />
2002) (figs. 09 e 10).<br />
Fig. 09 - Caso clínico <strong>de</strong> abfração nos <strong>de</strong>ntes 25 e<br />
26, vista frontal.<br />
Fig. 10 - Caso clínico <strong>de</strong> abfração nos <strong>de</strong>ntes 25 e
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 112<br />
26, vista sagital.<br />
Proprieda<strong>de</strong>s físicas da estrutura<br />
<strong>de</strong>ntária<br />
As proprieda<strong>de</strong>s físicas do <strong>de</strong>nte têm<br />
sido extensivamente medidas e aparec<strong>em</strong><br />
variando consi<strong>de</strong>ravelmente entre os indivíduos,<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>nte <strong>para</strong> <strong>de</strong>nte no mesmo<br />
indivíduo e ainda <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> locais diferentes<br />
no mesmo <strong>de</strong>nte (PHILLIPS, 1973).<br />
Porém, certas características físicas po<strong>de</strong>m<br />
ser generalizadas. Entre estas a <strong>de</strong>ntina<br />
aparenta ser mais forte que o esmalte na<br />
tensão (PHILLIPS 1973, BOWEN &<br />
RODRIGUEZ 1962), <strong>de</strong>vido sua alta<br />
resiliência (tenacida<strong>de</strong>) que a habilita a<br />
suportar gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formações s<strong>em</strong> fratura.<br />
O esmalte movimenta como unida<strong>de</strong><br />
rígida, enquanto a <strong>de</strong>ntina <strong>de</strong>forma elasticamente<br />
sob o mesmo. O esmalte é constituído<br />
<strong>de</strong> três componentes: um mineral<br />
que compreen<strong>de</strong> o prisma <strong>de</strong> esmalte, uma<br />
matriz orgânica e água, tanto <strong>de</strong>ntro quanto<br />
ao redor. Com o uso <strong>de</strong> microscopia<br />
eletrônica, po<strong>de</strong>m ser vistos os prismas <strong>de</strong><br />
esmalte compostos por minúsculos cristálitos<br />
que possu<strong>em</strong> aproximadamente 40<br />
nm (nanômetros) <strong>de</strong> diâmetro (ARENDS<br />
et al., 1979). O esmalte <strong>em</strong>bora duro, é<br />
também quebradiço frágil e po<strong>de</strong> tolerar<br />
somente uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>formação antes <strong>de</strong> fraturar. A habilida<strong>de</strong><br />
<strong>para</strong> suportar tensão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> significativamente,<br />
da direção da força relacionada à<br />
orientação dos prismas <strong>de</strong> esmalte<br />
(PHILLIPS, 1973). Por ex<strong>em</strong>plo, a habilida<strong>de</strong><br />
do esmalte <strong>em</strong> suportar força que<br />
tracionam os prismas <strong>de</strong> esmalte um do<br />
outro parece ser bastante frágil. Em um<br />
estudo do comportamento friccional e<br />
falha na superfície do esmalte, Powers et<br />
al., 1973, observaram que a quebra elástica<br />
ocorre <strong>em</strong> torno dos prismas do esmalte<br />
<strong>de</strong>ntro da substância inter-prismática. É<br />
um fato b<strong>em</strong> conhecido que micro-fraturas<br />
na superfície enfraquec<strong>em</strong> seriamente<br />
materiais quebradiços.<br />
Tipos <strong>de</strong> tensão<br />
O aparelho estomatognático durante<br />
a função direciona três tipos <strong>de</strong> tensão<br />
sobre o <strong>de</strong>nte: compressiva, elástica e<br />
cisalhamento. A tensão compressiva é a<br />
resistência contra compressão, a tensão<br />
elástica é a resistência contra estiramento<br />
ou alongamento e cisalhamento representa<br />
a resistência contra torção ou <strong>de</strong>slizamento<br />
(LEE & EAKLE 1984).<br />
De acordo com Lee & Eakle, 1984, a<br />
severida<strong>de</strong> da lesão será <strong>de</strong> acordo com o<br />
número <strong>de</strong> forças envolvidas. Quando o<br />
<strong>de</strong>nte é carregado excentricamente, flexão<br />
e dobra são incorporadas ao <strong>de</strong>nte. Se a<br />
tensão aumenta, lesões <strong>de</strong> abfração no<br />
esmalte e <strong>de</strong>ntina mostra uma concavida<strong>de</strong><br />
cuneiforme (forma <strong>de</strong> V e linhas com<br />
ângulos nítidos), no fulcro do <strong>de</strong>nte, ou<br />
seja, na junção <strong>de</strong>ntina esmalte (JDE)<br />
(LEE & EAKLE 1984).<br />
A resultante das forças aplicadas<br />
sobre o <strong>de</strong>nte causa <strong>de</strong>struição no esmalte<br />
e <strong>de</strong>ntina (GRIPPO 1992). As forças<br />
envolvidas são cíclicas e estáticas e orientadas<br />
pela direção, magnitu<strong>de</strong>, freqüência,<br />
duração e localização da força <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>.<br />
Durante a função <strong>de</strong> mastigação fisiológica,<br />
forças são direcionadas no longo<br />
eixo do <strong>de</strong>nte com maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
tensão localizada na junção c<strong>em</strong>ento<br />
esmalte, (LEE & EAKLE, 1984). Quando<br />
exist<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> maloclusão, forças<br />
laterais são produzidas (tensões compressivas<br />
e elásticas), causando <strong>de</strong>formação ao<br />
redor do <strong>de</strong>nte (LEE & EAKLE 1984). A<br />
tensão elástica então, <strong>de</strong>sorganiza a a<strong>de</strong>sivida<strong>de</strong><br />
química da porção cristalina do<br />
esmalte e <strong>de</strong>ntina, que resulta <strong>em</strong> fadiga,<br />
<strong>de</strong>formação e fratura (LEE & EAKLE<br />
1984). O <strong>de</strong>nte é, então, mais susceptível à<br />
redução <strong>de</strong>ntária por abrasão, atrição e/ou<br />
erosão, (GRIPPO 1992, LEE & EAKLE<br />
1984).<br />
A direção da força e a orientação dos<br />
prismas <strong>de</strong> esmalte representam importante<br />
papel na habilida<strong>de</strong> do esmalte <strong>em</strong><br />
sustentar tensões (LEE & EAKLE 1984, ,<br />
GOEL, KHERA & RALSTON 1991). A<br />
ação <strong>de</strong> mastigar representa, aproximada-
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 113<br />
mente, 9 minutos durante as 24 horas do<br />
dia (GRIPPO 1992).<br />
As seqüelas no envolvimento do<br />
esmalte inclu<strong>em</strong> linhas finas <strong>de</strong> fratura,<br />
estrias e lesões cuneiformes (GRIPPO<br />
1992). Já as seqüelas do envolvimento da<br />
<strong>de</strong>ntina inclu<strong>em</strong> uma lesão profunda na<br />
cervical <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> V, completamente<br />
circundada pelo <strong>de</strong>nte ou várias chanfraduras<br />
na junção <strong>de</strong>ntina esmalte (GRIPPO<br />
1992). Uma invaginação da ponta da<br />
cúspi<strong>de</strong> (abfração oclusal) po<strong>de</strong> ocorrer<br />
nas <strong>de</strong>pressões <strong>em</strong> molares e pré-molares<br />
como resultado da invaginação dos prismas<br />
<strong>de</strong> esmalte na superfície oclusal<br />
(GRIPPO 1992).<br />
A localização da lesão é <strong>de</strong>terminada<br />
pela direção da força lateral que produz a<br />
tensão. O tamanho da lesão é <strong>de</strong>terminado<br />
pela magnitu<strong>de</strong> e freqüência da tensão<br />
produzida (LEE & EAKLE 1984).<br />
A relação entre as lesões <strong>de</strong><br />
abfração e a morfologia e anatomia do<br />
<strong>de</strong>nte na junção <strong>de</strong>ntina esmalte (espessura<br />
do esmalte e <strong>de</strong>ntina) também foram examinadas<br />
(LEE & EAKLE 1984, GOEL,<br />
KHERA & RALSTON 1991).<br />
<strong>Estudo</strong>s concluíram que exist<strong>em</strong><br />
variações na distribuição <strong>de</strong> tensões na<br />
junção <strong>de</strong>ntina esmalte e os dados suger<strong>em</strong><br />
alto grau <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> entre a tensão<br />
padrão, a junção DE e a formação das<br />
lesões cervicais, (GOEL, KHERA &<br />
RALSTON, 1991).<br />
O <strong>de</strong>nte canino representa importante<br />
papel sobre os movimentos laterais na<br />
<strong>de</strong>ntição, suprindo função protetora <strong>para</strong> o<br />
relacionamento dos <strong>de</strong>ntes posteriores, se<br />
os caninos são ausentes, forças laterais são<br />
transmitidas <strong>para</strong> o <strong>de</strong>nte posterior com o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> possíveis abfrações<br />
cervicais, (LEE & EAKLE 1984).<br />
PARAFUNÇÕES<br />
Bruxismo é todo contato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
antagônicos com pressão e/ou <strong>de</strong>slizamento<br />
fora dos movimentos fisiológicos<br />
<strong>de</strong> mastigação e <strong>de</strong>glutição.<br />
O termo bruxismo t<strong>em</strong> sido atribuído<br />
ao longo da história a vários distúrbios,<br />
tais como apertamento <strong>de</strong>ntário (bruxismo<br />
cêntrico) e ranger dos <strong>de</strong>ntes (bruxismo<br />
excêntrico), resultando <strong>em</strong> <strong>de</strong>sgaste não<br />
funcional das superfícies <strong>de</strong>ntárias.<br />
Karolyi, <strong>em</strong> 1901, foi o primeiro a<br />
realizar um estudo científico sobre o<br />
probl<strong>em</strong>a e o <strong>de</strong>nominou neuralgia traumatica,<br />
o que posteriormente foi <strong>de</strong>nominado<br />
<strong>de</strong> efeito Karolyi, por Weski <strong>em</strong><br />
1928; neurose do hábito oclusal por<br />
Tishler <strong>em</strong> 1928; <strong>de</strong> bruxismo, por Miller<br />
<strong>em</strong> 1936; <strong>para</strong>função, por Drum <strong>em</strong> 1967<br />
e ultimamente é consi<strong>de</strong>rado um hábito<br />
<strong>para</strong>funcional, (REHBERGER, et al.<br />
1982), (fig.11)<br />
Fig. 11 - Caso clínico <strong>de</strong> <strong>para</strong>função (bruxismo).<br />
É fundamental que o Cirurgião<br />
Dentista conheça a etiologia <strong>de</strong>sse hábito<br />
<strong>de</strong> orig<strong>em</strong> multifatorial, que causa controvérsia<br />
entre os autores e gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong><br />
no estabelecimento <strong>de</strong> seu diagnóstico<br />
e tratamento.<br />
Segundo HUFFMAN & REGENOS,<br />
1977, uma noite <strong>de</strong> bruxismo é igual uma<br />
vida inteira <strong>de</strong> mastigação.<br />
Etiologia<br />
Os fatores etiológicos po<strong>de</strong>m ser<br />
divididos <strong>em</strong> intra e extrabucais<br />
(REHBERGER et al., 1982).<br />
Como fatores intrabucais, qualquer<br />
pr<strong>em</strong>aturida<strong>de</strong> ou interferência oclusal<br />
po<strong>de</strong>rá ser responsável pelo início do<br />
bruxismo. Tais fatores se classificam <strong>em</strong><br />
iatrogênicos primários e secundários.<br />
Iatrogênicos - qualquer interferência<br />
ou pr<strong>em</strong>aturida<strong>de</strong> ocasionada por trata-
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 114<br />
mento incorreto, conservador, protético ou<br />
ortodôntico.<br />
Iatrogênicos primários -pr<strong>em</strong>aturida<strong>de</strong>s<br />
que alteraram a harmonia entre a<br />
relação cêntrica (RC) e a máxima intercuspidação<br />
(MI) ocasionando a posição <strong>de</strong><br />
máxima intercuspidação habitual (MIH).<br />
Essas pr<strong>em</strong>aturida<strong>de</strong>s e interferências<br />
geram no indivíduo uma reação<br />
inconsciente, que tenta eliminá-las <strong>para</strong><br />
encontrar o equilíbrio fisiológico.<br />
Iatrogênicos secundários - qualquer<br />
distúrbio oclusal não <strong>de</strong>ntário própriamente<br />
dito como: gengivites, estomatites,<br />
cálculos, periodontites, galvanismo e<br />
outros.<br />
Exist<strong>em</strong> outros fatores intra-bucais<br />
além dos etiológicos que contribu<strong>em</strong> <strong>para</strong><br />
o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse hábito, como por<br />
ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>feitos anatômicos dos <strong>de</strong>ntes,<br />
superfícies ásperas, inclinação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes e<br />
oclusão unilateral.<br />
Os fatores extra-bucais se classificam<br />
<strong>em</strong> psicológicos, sistêmicos e uso <strong>de</strong><br />
drogas.<br />
Psicológicos - geralmente ligados ao<br />
estresse <strong>em</strong>ocional, inibição, raiva, frustração,<br />
hostilida<strong>de</strong>, ansieda<strong>de</strong>, apreensão,<br />
medo, privação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s básicas,<br />
obstáculos na realização pessoal, se<strong>para</strong>ção,<br />
viuvez, perda <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego, aposentadoria<br />
e outros<br />
Sistêmicos - alterações obstrutivas<br />
do trato digestivo, <strong>para</strong>sitas intestinais,<br />
<strong>de</strong>sequilíbrio enzimático na digestão causando<br />
estresse abdominal crônico, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns<br />
endócrinas (hipertiroidismo), alterações<br />
nutricionais (hipocalc<strong>em</strong>ia, hipovitaminose),<br />
alterações sangüíneas e epilepsia.<br />
Uso <strong>de</strong> drogas - anfetaminas, L -<br />
dopa, fenfluramina (<strong>de</strong>rivado da anfetamina),<br />
fenotiazina (<strong>em</strong> pacientes com<br />
discinesia tardia), álcool.<br />
No bruxismo cêntrico, b<strong>em</strong> como no<br />
excêntrico, o que realmente ocorre é a<br />
combinação <strong>de</strong> fatores intra e extra-bucais.<br />
Pequena interferência <strong>em</strong> pessoa com<br />
gran<strong>de</strong> tensão ou gran<strong>de</strong> interferência <strong>em</strong><br />
pessoa com pequena tensão inicia e/ou<br />
mantém o bruxismo. Ao contrário, não se<br />
<strong>de</strong>senvolve bruxismo <strong>em</strong> pessoa com<br />
pequena tensão e ausência <strong>de</strong> interferências<br />
oclusais.<br />
O bruxismo po<strong>de</strong> se manifestar <strong>de</strong><br />
várias formas: <strong>em</strong> <strong>de</strong>ntes, periodonto,<br />
músculos e articulações.<br />
Manifestações <strong>de</strong>ntárias<br />
Atrição, erosão e abfração, já<br />
<strong>de</strong>scritas.<br />
Hipersensibilida<strong>de</strong> pulpar - o excessivo<br />
esforço produz uma hiper<strong>em</strong>ia pulpar<br />
com reação dolorosa, especialmente ao<br />
frio.<br />
Pulpites - <strong>de</strong>vido aos resíduos catabólicos<br />
pulpares e a reação <strong>de</strong>ntinária <strong>de</strong><br />
proteção.<br />
Fraturas - <strong>de</strong> coroas, raízes ou<br />
restaurações, (fig. 12).<br />
Fig. 12 - Caso clínico <strong>de</strong> bruxismo com fratura<br />
<strong>de</strong>ntária<br />
Perda <strong>de</strong> substância <strong>de</strong>ntária -<br />
aumento da interface esmalte-c<strong>em</strong>ento.<br />
Sons oclusais - sons <strong>de</strong> ranger<br />
patognomônicos do bruxismo, audíveis <strong>em</strong><br />
18% dos bruxomanos. Ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> movimentos<br />
excêntricos produzidos por fricção,<br />
noturnos e inconscientes. Devido a<br />
uma inflamação periodontal que acolchoa<br />
o <strong>de</strong>nte, ocorre na percussão <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>ntes<br />
que apresentam-se facetados e com mobilida<strong>de</strong><br />
anormal, um Som “oco” é<br />
auscultado.<br />
Manifestações periodontais<br />
Mobilida<strong>de</strong> - ocorre <strong>em</strong> <strong>de</strong>ntes com<br />
o periodonto sadio, resultante da sobrecarga<br />
oclusal, pois aumenta a largura do<br />
espaço periodontal s<strong>em</strong> que haja inflama-
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ção do ligamento periodontal. Apesar <strong>de</strong>ssa<br />
mobilida<strong>de</strong>, histologicamente não<br />
ocorre a formação <strong>de</strong> bolsa periodontal e<br />
perda <strong>de</strong> inserção conjuntiva, mas t<strong>em</strong><br />
efeito significativo sobre o osso alveolar.<br />
Isso <strong>de</strong>monstra que pacientes com estado<br />
periodontal normal e bruxismo noturno<br />
têm mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntária matinal que<br />
diminui ao longo do dia. Pacientes com<br />
bruxismo e cúspi<strong>de</strong>s altas têm maiores<br />
probl<strong>em</strong>as periodontais.<br />
Destruição Óssea - no bruxismo<br />
ocorre uma <strong>de</strong>struição traumática s<strong>em</strong><br />
bolsa, pois, <strong>para</strong> que apareça lesão periodontal,<br />
<strong>de</strong>ve-se produzir duas lesões isoladas,<br />
uma sobre a gengiva marginal e outra<br />
sobre a inserção epitelial, e o bruxismo<br />
não compromete a gengiva marginal, sendo<br />
apenas um fator contribuinte à enfermida<strong>de</strong><br />
periodontal. O ligamento periodontal<br />
absorve gran<strong>de</strong> parte da força<br />
oclusal e po<strong>de</strong> convertê-la <strong>em</strong> tensão ou<br />
pressão na lâmina dura, resultando <strong>em</strong><br />
alterações sobre o osso alveolar. Quando o<br />
limite <strong>de</strong> sustentação fisiológico é excedido,<br />
po<strong>de</strong> ocorrer h<strong>em</strong>orragia, trombose e<br />
<strong>de</strong>generação do c<strong>em</strong>ento e ligamento<br />
periodontal, que se manifesta como espessamento<br />
do espaço periodontal. A pressão<br />
estimula os osteoclastos enquanto a tensão<br />
os osteoblastos. O resultado po<strong>de</strong> ser visto<br />
como afinamento ou perda da lâmina dura<br />
ou como espessamento da mesma, coinci<strong>de</strong>nte<br />
com o ponto <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação<br />
óssea. Em outras ocasiões, po<strong>de</strong>m-se<br />
observar exostoses <strong>em</strong> diversas zonas dos<br />
ossos maxilares e mandíbula, (fig. 13) .<br />
Periodontia Transitória - apresentase<br />
como dor matinal à percussão e à<br />
mastigação e vai <strong>de</strong>saparecendo com o<br />
<strong>de</strong>correr do dia.<br />
Fig. 13 - Caso clínico <strong>de</strong> bruxismo com exostose<br />
na face vestibular superior.<br />
Manifestações musculares<br />
Hipertonicida<strong>de</strong> muscular - ocorre<br />
<strong>de</strong>vido às contrações isométricas e à abolição<br />
do reflexo flexor. Cria-se um espasmo<br />
e, como conseqüência, os músculos se<br />
contra<strong>em</strong> e impe<strong>de</strong>m o controle dos movimentos<br />
das ATMs, produzindo resistência<br />
à intenção do operador <strong>em</strong> guiar a<br />
mandíbula <strong>para</strong> a posição <strong>de</strong> RC, b<strong>em</strong><br />
como <strong>para</strong> as posições <strong>de</strong> lateralida<strong>de</strong>.<br />
Miosites - causadas pela manutenção<br />
da contração isométrica das fibras musculares.<br />
Os produtos tóxicos resultantes <strong>de</strong><br />
seu metabolismo não po<strong>de</strong>m ser eliminados<br />
com a rapi<strong>de</strong>z necessária pela corrente<br />
sangüínea, e assim se acumulam produzindo<br />
zonas inflamatórias, dolorosas à<br />
palpação.<br />
Mialgias - quando o acúmulo <strong>de</strong><br />
produtos tóxicos se torna crônico, produz<br />
uma verda<strong>de</strong>ira agressão química às<br />
estruturas tissulares causando dor espontanea<br />
s<strong>em</strong> pressão ou movimento.<br />
Hipertrofias - apresentam-se geralmente<br />
nos músculos masséteres bilaterais,<br />
e produz uma alteração da harmonia<br />
facial.<br />
Limitação funcional - ocorre como<br />
conseqüência da dor muscular, ao abrir a<br />
boca o paciente percebe uma sensação<br />
dolorosa evitando a abertura, o que produz<br />
estiramento das fibras e compressão da<br />
zona dolorosa. Deve-se verificar se esta<br />
limitação funcional é <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> muscular<br />
ou articular por impedimento mecânico.<br />
Para o diagnóstico realiza-se uma abertura<br />
forçada. Coloca-se o <strong>de</strong>do polegar sobre o
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bordo incisal superior e o indicador sobre<br />
o bordo incisal inferior, me<strong>de</strong>-se a<br />
abertura com um calibrador e forçando,<br />
tenta-se aumentar a abertura. Apresentando<br />
dor, a causa é muscular, (figs. 14 e<br />
15).<br />
Fig. 14 - Exercício <strong>de</strong> abertura forçada da<br />
mandíbula.<br />
Fig. 15 - Exercício <strong>de</strong> abertura forçada da<br />
mandíbula.<br />
Manifestações articulares:<br />
O bruxismo crônico contribui <strong>em</strong><br />
50% <strong>para</strong> a patologia articular.<br />
Dor - freqüent<strong>em</strong>ente unilateral e<br />
relacionada com a dor muscular, só se<br />
apresenta à palpação ou à função. Não é<br />
espontânea, a palpação <strong>de</strong>ve ser bilateral,<br />
primeiramente externa s<strong>em</strong> movimento e<br />
se houver dor com movimento. Isto não<br />
significa que seja as ATMs. Geralmente, é<br />
periarticular (muscular), faz-se então a<br />
palpação interna do conduto auditivo<br />
externo, com e s<strong>em</strong> função. Se aparecer<br />
dor, é mais provável que sejam as ATMs<br />
do que a zona periarticular. Para discernir<br />
se é dor nas ATMs ou não, realiza-se as<br />
manobras <strong>de</strong> Kerg Pulser: coloca-se uma<br />
cunha <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira entre os <strong>de</strong>ntes do arco<br />
correspon<strong>de</strong>nte à articulação dolorida, se a<br />
dor melhorar, esta se <strong>de</strong>ve às ATMs. Isto<br />
ocorre, pois o <strong>de</strong>slocamento do menisco<br />
permite toque das superfícies ósseas, o que<br />
leva a dor; e a cunha o evita. Ao contrário,<br />
na articulação oposta se houver aumento<br />
consi<strong>de</strong>rável da dor, <strong>de</strong>ve-se ao travamento<br />
das superfícies ósseas.<br />
- Restrição <strong>de</strong> movimentos – dificulda<strong>de</strong><br />
na mastigação e <strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>nação na<br />
abertura e fechamento dos maxilares. Se a<br />
causa for articular, a trajetória <strong>de</strong> abertura<br />
e fechamento será s<strong>em</strong>pre a mesma, caso<br />
contrário, será muscular.<br />
- Ruídos articulares - estalidos por<br />
hiperativida<strong>de</strong> muscular, <strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>nação<br />
muscular, <strong>de</strong>slocamento do disco articular<br />
e alterações morfológicas das ATMs.<br />
Bruxismo <strong>em</strong> criança<br />
Embora o bruxismo tenha sido mais<br />
estudado <strong>em</strong> pacientes adultos, é freqüent<strong>em</strong>ente<br />
observado <strong>em</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos,<br />
apresentando <strong>de</strong>sgastes severos <strong>em</strong> suas<br />
faces oclusais e incisais, <strong>de</strong>monstrando<br />
que também <strong>em</strong> crianças esse hábito po<strong>de</strong><br />
ocorrer, (figs. 16 e 17). Os sintomas são<br />
s<strong>em</strong>elhantes <strong>em</strong> todas as ida<strong>de</strong>s. As<br />
diferenças <strong>de</strong>v<strong>em</strong>-se à maior capacida<strong>de</strong><br />
das crianças <strong>em</strong> tolerar alterações nas<br />
estruturas do aparelho estomatognático e<br />
maior potencial <strong>de</strong> regeneração. Essas<br />
alterações iniciadas na infância, se não<br />
diagnosticadas e tratadas <strong>de</strong>vidamente,<br />
po<strong>de</strong>m gerar profundas alterações no<br />
aparelho estomatognático do paciente<br />
quando adulto. Portanto, tais alterações<br />
merec<strong>em</strong> atenção especial dos Cirurgiões-<br />
Dentistas <strong>para</strong> diagnóstico precoce, possibilitando<br />
tratamento a<strong>de</strong>quado e criando<br />
condições propícias <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
fisiológico do aparelho estômatognático.<br />
Tal como nos adultos, a etiologia do<br />
bruxismo é multifatorial, po<strong>de</strong>ndo ser<br />
oclusal, psicológica e sistêmica, acrescentando-se<br />
ainda às oclusais as pr<strong>em</strong>aturida<strong>de</strong>s<br />
ocasionadas pela transição da <strong>de</strong>ntição<br />
<strong>de</strong>cídua <strong>para</strong> a mista. Também é s<strong>em</strong>elhante<br />
às dos adultos as manifestações e
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 117<br />
conseqüências do bruxismo. Porém, as<br />
atrições são mais severas nos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos<br />
<strong>de</strong>vido a menor resistência <strong>de</strong>stes.<br />
Fig. 16 - Bruxismo <strong>em</strong> criança<br />
Fig. 17 - Bruxismo <strong>em</strong> criança<br />
Ocorre com maior freqüência <strong>em</strong><br />
crianças com lesão cerebral, que apresentam<br />
entre outros, sinais <strong>de</strong> imaturida<strong>de</strong> e<br />
retardo no <strong>de</strong>senvolvimento da própriocepção<br />
normal dos <strong>de</strong>ntes e periodonto.<br />
No diagnóstico <strong>de</strong> crianças que<br />
apresentam bruxismo, é <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância<br />
a presença dos pais durante a anamnese,<br />
pois os mesmos po<strong>de</strong>m relatar a<br />
prática do ruído característico do ranger<br />
dos <strong>de</strong>ntes durante o sono. Existe a possibilida<strong>de</strong><br />
do fenômeno ser passageiro e<br />
eventualmente <strong>de</strong>saparecer, o que torna<br />
seu diagnóstico e terapêutica questionaveis.<br />
Exist<strong>em</strong> poucas evidências <strong>de</strong> danos<br />
permanentes, sendo menos freqüente após<br />
os 12 anos.<br />
Conseqüências<br />
Facetas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste lisas e brilhantes,<br />
perda da guia canina e/ou da guia<br />
anterior, dor <strong>de</strong> cabeça por contração<br />
muscular (recorrente), dor articular, estalido<br />
(alterações morfológicas da articulação),<br />
dor miofacial, fraturas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes e<br />
restaurações, má oclusão, perda <strong>de</strong> osso<br />
alveolar, abrasão <strong>de</strong>ntária, dor, pulpite,<br />
<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> trabalhos odontológicos<br />
existentes, fadiga muscular ao <strong>de</strong>spertar,<br />
<strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>nação dos movimentos mandibulares,<br />
<strong>de</strong>sgaste e até perfuração do disco<br />
articular, r<strong>em</strong>o<strong>de</strong>lação condilar, achatamento<br />
das superfícies articulares, hipertrofia<br />
muscular, Sindrome parotí<strong>de</strong>amasseterina<br />
e envolvimento estético.<br />
Diagnóstico<br />
Aproximadamente 10% da população<br />
adulta e 5% das crianças são conscientes<br />
<strong>de</strong> seu bruxismo noturno. Apenas 20% do<br />
bruxismo po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificado pelo<br />
exame do padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>ntal.<br />
Geralmente, o bruxismo noturno inicia<br />
primariamente com o apertamento, ocorre<br />
<strong>de</strong>sgaste mínimo, porém, há relato <strong>de</strong> dor<br />
articular ou muscular e fadiga e/ou rigi<strong>de</strong>z<br />
muscular ao <strong>de</strong>spertar. Se a causa do<br />
bruxismo não está completamente clara,<br />
uma coisa parece certa, há mais <strong>de</strong> um<br />
fator responsável pelo bruxismo. É também<br />
evi<strong>de</strong>nte que não há um único tratamento<br />
capaz <strong>de</strong> eliminar ou mesmo reduzir<br />
completamente o bruxismo, porém, os<br />
sinais e sintomas parec<strong>em</strong> <strong>de</strong>saparecer<br />
completamente com a cuida-dosa eliminação<br />
<strong>de</strong> interferências oclusais.<br />
Tratamento<br />
O tratamento <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> forma<br />
multiprofissional e abranger vários aspectos,<br />
como a terapia odontológica direta<br />
(ajuste oclusal, odontologia restauradora),<br />
e a indireta (placas oclusais, calor local,<br />
fisioterapia, terapias médica, farmacológica<br />
e psicológica e o auto recondicionamento).<br />
O ajuste oclusal po<strong>de</strong> ser realizado<br />
s<strong>em</strong>pre que estiver<strong>em</strong> presentes os sinais e<br />
sintomas <strong>de</strong> oclusão traumática, discrepância<br />
<strong>em</strong> RC e interferências oclusais nos<br />
movimentos mandibulares excêntricos.<br />
Porém, sabe-se que muitas vezes o ajuste<br />
oclusal, por si só, não é suficiente <strong>para</strong><br />
eliminar o hábito, pois além dos fatores<br />
oclusais, na gran<strong>de</strong> maioria dos casos o<br />
fator psicológico está presente.
Disfunção Dentária Fernan<strong>de</strong>s Neto, A.J., et al. Univ. Fed. Uberlândia - 2006 118<br />
A terapia restauradora <strong>de</strong>ve ser<br />
realizada, s<strong>em</strong>pre que estiver presente<br />
superfície coronária <strong>de</strong>ntária parcial ou<br />
totalmente <strong>de</strong>struída, e que sua reconstituição<br />
se fizer necessária <strong>para</strong> o restabelecimento<br />
da dimensão vertical <strong>de</strong> oclusão,<br />
relação cêntrica <strong>de</strong> oclusão, estabilida<strong>de</strong><br />
oclusal e guia anterior, (figs. 18,19 e 20).<br />
Fig.18 - Caso clínico <strong>de</strong> bruxismo - vista frontal<br />
Fig.19 - Caso clínico <strong>de</strong> bruxismo, reabilitado a<br />
DVO e a ORC - vista frontal<br />
Fig.20 - Caso clínico <strong>de</strong> bruxismo, reabilitado a<br />
Guia Anterior - vista frontal<br />
A terapia com placas oclusais<br />
diminui a sintomatologia mesmo não<br />
interrompendo o bruxismo, pois po<strong>de</strong><br />
atuar nas ATMs, induzindo o côndilo a se<br />
posicionar corretamente na fossa mandibular.<br />
O que resulta na simples distribuição<br />
das forças mastigatórias que talvez<br />
seja responsável por esse alívio sintomatológico.<br />
A terapia com calor local produzido<br />
por toalha úmida aquecida sobre a região<br />
sintomática, mantida por 10 a 15 minutos,<br />
nunca ultrapassando 30 minutos aumenta a<br />
circulação sangüínea na área aplicada,<br />
aliviando a sintomatologia.<br />
A terapia com fisioterapia e uso <strong>de</strong><br />
(T.E.N.S.)Transcutaneous Electrical Nerve<br />
Stimulation, são recomendáveis nos casos<br />
<strong>de</strong> dores faciais provocadas pelo bruxismo,<br />
mostrando-se como meios efetivos <strong>de</strong><br />
controlar a dor e induzir ao relaxamento<br />
muscular.<br />
A terapia farmacológica, como a<br />
utilização <strong>de</strong> relaxantes musculares, t<strong>em</strong><br />
efeito somente durante o uso da droga,<br />
reiniciando o hábito quando da sua<br />
interrupção.<br />
A terapia psicológica <strong>de</strong>ve ser<br />
exercida por profissional da área.<br />
Eventualmente o bruxismo po<strong>de</strong> ser<br />
erroneamente confundido com lesões <strong>de</strong><br />
perimólise.<br />
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