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ynari a menina - Cielli

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Universidade Estadual de Maringá – UEM<br />

Maringá-PR, 9, 10 e 11 de junho de 2010 – ANAIS - ISSN 2177-6350<br />

_________________________________________________________________________________________________________<br />

na qual a harmonia e restabelecida; (2) Não começa com era uma vez, nem termina<br />

com foram felizes para sempre; (3) Apresentam uma temática universal condenando a<br />

estupidez e as pessoas que se perdem por falar demais.<br />

Em relação a tradição oral, o conto de Brás, apresenta um linguagem bastante<br />

coloquial, tentando trazer para o registro escrito traços da oralidade. A narrativa se<br />

desencadeia como uma conversa com o leitor, tentando trazê-lo para o contexto.<br />

Percebe-se a tentativa de contagiar o leitor, de trazê-lo para dentro da narrativa. O conto<br />

inicia com Conta-se em Angola que há muito tempo... A expressão há muito tempo além<br />

de nos lembrar as lendas que são contadas ao longo dos tempos, também recorda as<br />

narrativas que perduram através da oralidade.<br />

A presença de diálogos nos aproximam da oralidade. O escritor também se<br />

utiliza de expressões como conversa vai, conversa vem, a verdade é que tanto ele<br />

contou, vamos ver essa tal caveira, nem um “ai”, ficou estirado no chão, cá entre nós.<br />

No conto apresentado por Moutinho também encontraremos uma SI, que é<br />

abalada, sendo que a harmonia não será restabelecida. O conto já inicia situando o leitor<br />

no espaço do conto Um rapaz foi fazer uma viagem, utiliza uma linguagem bastante<br />

coloquial e os diálogos reforçam o caráter oral. Neste conto encontraremos muito mais<br />

diálogo do que narrativa, ao contrário do de Brás no qual a narrativa conduz o leitor.<br />

Ao compararmos os dois contos, é possível perceber que o registro escrito de<br />

Brás, apresenta mais traços de oralidade, buscando resgatar, por intermédio da<br />

narrativa, a contação de histórias.<br />

A leitura destes dois contos, tão semelhantes entre si, mostram que narrativas<br />

orais podem apresentar situações diferentes versões, reforçando o exemplo citado por<br />

Vansina (sem data), que cita um caso no qual “informantes de Ruanda relataram duas<br />

versões de uma tradição sobre os Tutsi e os Hutu: (...)” (p. 158)<br />

Acreditamos que a literatura africana apresente marcas de oralidade. Lemos e<br />

apresentaremos em seguida algumas impressões sobre uma obra literária de um escritor<br />

angolano, direcionada a crianças.<br />

3. A história de “Ynari, a <strong>menina</strong> das cinco tranças”, de Ondjaki uma história<br />

com traços de narrativa oral.

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