21.06.2013 Views

ynari a menina - Cielli

ynari a menina - Cielli

ynari a menina - Cielli

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Universidade Estadual de Maringá – UEM<br />

Maringá-PR, 9, 10 e 11 de junho de 2010 – ANAIS - ISSN 2177-6350<br />

_________________________________________________________________________________________________________<br />

recontados. Estudar estes contos, portanto, não é uma tarefa fácil, faz-se necessário<br />

permitir que os contos sejam “digeridos” por nós para nos aproximarmos deles. Talvez,<br />

a atitude de uma criança, quando ouve uma história possa se aproximar ao ambiente<br />

que se cria diante da contação de história em África.<br />

Portanto, buscar traços da oralidade em contos, lendas e histórias situadas no<br />

continente africano é, para nós, um desafio, e, é nele que entraremos nas próximas<br />

páginas.<br />

2. Quem perde o corpo é língua e o jovem e a caveira: A mesma narrativa por<br />

diferente contadores<br />

Ao apresentarmos as obras literárias aqui analisadas é importante ressaltar que<br />

estas foram transportadas da oralidade para escrita. Nunes (2009) fala que “Entre o<br />

contador e os seus ouvintes existe uma interacção, um ambiente de cumplicidade, em<br />

que um vasto manancial do saber autóctone se preserva:”(p. 43). Ao transformarmos o<br />

que se ouve em registro escrito, sabe-se que muito se perde, principalmente se<br />

pensarmos em todo o ritual inerente a tradição oral africana. Nunes diz que “Na<br />

transposição da oralidade para a escrita, as narrativas perdem uma característica<br />

distintiva e riquíssima, que é a sua qualidade cinética, base do processo de produção e<br />

de recepção, que o registo escrito não consegue resgatar.” (p. 110)<br />

Portanto, estes são detalhes que precisam ser levados em conta quando<br />

pensamos em analisar lendas e contos populares. Dentro das limitações que, o registro<br />

escrito nos coloca, uma vez que estamos trabalhando com uma categoria originalmente<br />

oral, apresentaremos, na sequência, as narrativas selecionadas para análise.<br />

2.1. Quem perde o corpo é a língua por Júlio Emílio Brás<br />

Júlio Emílio Braz nasceu em Minas Gerais, na cidade de Manhumirim. Aos<br />

cinco anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Seus títulos, em sua maioria, direcionam-se<br />

ao público adolescente e a temática étnico-racial aparece em um número expressivo deles.<br />

Dentre eles destaca-se Pretinha, eu?, que o autor classifica como autobiográfico.<br />

O livro que nos interessa neste estudo intitula-se Lendas Negras, traz oito lendas<br />

africanas, dos seguintes países: Botsuana, Mali, Tanzânia, África do Sul, Nigéria,<br />

Quênia e Angola (duas lendas deste país).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!