EFEITO DA TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO E ... - HortiBrasil
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refrigeração), com 5 repetições. Do referido esquema<br />
resultam quatro tratamentos:<br />
Estágio 2/Sem refrigeração: fruto analisado logo<br />
após a colheita;<br />
Estádio3/Sem refrigeração: fruto analisado após<br />
período de armazenamento à temperatura ambiente<br />
20°C ± 2 e umidade relativa de 80% ± 10) até atingir o<br />
estádio de maturação 3;<br />
Estádio 2/Com refrigeração: logo após a<br />
colheita, o fruto foi armazenado em câmara fria por um<br />
período de 20 dias, à temperatura de 8°C± 2 e umidade<br />
relativa de 89%± 3, e analisado em seguida;<br />
Estádio 3/Com refrigeração: fruto armazenado<br />
em câmara fria por um período de 20 dias, à<br />
temperatura de 8°C± 2 e umidade relativa de 89%± 3, e<br />
analisado após período de armazenamento à<br />
temperatura ambiente (20°C ± 2 e umidade relativa de<br />
80% ± 10) até atingir o estádio de maturação 3;<br />
Cada parcela experimental foi composta por 6<br />
frutos, totalizando 120 frutos. As análises da variância<br />
obedeceram ao modelo estatístico Xij=µ + Ai + Bj + ABij<br />
+ Eij onde µ é a média geral, Ai o efeito do fator A<br />
(maturação), Bj, o efeito do fator B (refrigeração), ABij a<br />
interação entre os fatores, e Eij é o erro associado a cada<br />
observação.<br />
As comparações entre as médias dos tratamentos<br />
foram realizadas utilizando-se o teste de Tukey ao nível<br />
de 5% de probabilidade.<br />
Foram avaliadas as seguintes características<br />
químicas e físico-químicas:<br />
Acidez titulável total (% de ácido cítrico) -<br />
ATT: determinada por titulação com NaOH 0,1N, de<br />
acordo com a técnica preconizada pela AOAC<br />
(1992) e expressa em porcentagem de ácido cítrico<br />
por 100ml de suco;<br />
pH: determinado por potenciometria em<br />
eletrodo de vidro, segundo técnica da AOAC (1992);<br />
Sólidos solúveis totais (%) - SST: determinado<br />
por refratometria, conforme as normas da AOAC<br />
(1992), utilizando-se o refratômetro digital, com<br />
compensação de temperatura automática;<br />
Açúcares totais, redutores e não redutores (%):<br />
foram extraídos pelo método de Lane-Enyon, citado<br />
pela AOAC (1992) e determinados pela técnica de<br />
Somogy, adaptada por Nelson (1944);<br />
Compostos fenólicos (mg/100g): foram<br />
extraídos e doseados segundo a técnica de Goldstein<br />
e Swain (1963) com algumas modificações. Foram<br />
feitas três extrações sucessivas com metanol a 80%.<br />
A determinação foi feita pelo método de Folin-<br />
Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.2, p.356-363, mar./abr., 2001<br />
Denis, conforme recomendação da AOAC (1992), e<br />
os resultados expressos em mg de ácido tânico/100g<br />
de produto fresco.<br />
Substâncias pécticas (mg/100g): as pectinas<br />
totais e solúveis foram extraídas segundo a técnica<br />
padronizada por McCready e McComb (1952). No<br />
dosea-<br />
mento foi utilizada a técnica de Bitter e Muir (1962), e<br />
os resultados expressos em mg de ácido<br />
galacturônico/100g de produto fresco. A porcentagem<br />
de solubilidade foi obtida pela porcentagem de pectina<br />
solúvel em relação à pectina total;<br />
Umidade (%): foi determinada pela técnica<br />
gravimétrica com o emprego de calor, baseando-se na<br />
perda de peso da polpa submetida ao aquecimento, a<br />
uma temperatura de 60°C, em estufa ventilada, até peso<br />
constante.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Foram observadas variações nas características<br />
químicas e físico-químicas de frutos do abacaxizeiro,<br />
durante o processo de maturação, em função dos<br />
tratamentos pós-colheita a que foram submetidos neste<br />
trabalho (Tabelas 1 e 2).<br />
Observa-se que os valores de pH variaram de<br />
3,40 a 4,05, ocorrendo diferenças estatísticas<br />
relacionadas ao uso ou não da refrigeração, não<br />
sendo observadas diferenças significativas quanto<br />
aos diferentes estádios de maturação dos frutos. A<br />
interação entre os estádios de maturação e os tipos<br />
de armazenamento foi altamente significativa<br />
(Tabela 1). Os frutos em estádio de maturação 2,<br />
armazenados sob refrigeração apresentaram<br />
decréscimos significativos nos valores do pH,<br />
comparados aos frutos no mesmo estádio de<br />
maturação, armazenados sem refrigeração. O oposto<br />
foi observado nos frutos em estádio de maturação 3,<br />
uma vez que os frutos refrigerados apresentaram<br />
valores de pH superiores aos não refrigerados. Esse<br />
fato explica o valor altamente significativo da<br />
interação (AB). Abreu (1995), observou que<br />
abacaxis cv. Smooth Cayenne submetidos à<br />
refrigeração, apresentaram menor pH logo após<br />
serem retirados da câmara fria, quando comparados<br />
com frutos em estágio de maturação 2, não<br />
submetidos à refrigeração.<br />
Os sólidos solúveis totais (S.S.T.), que são<br />
influenciados pela época de colheita, variaram de<br />
11,50 a 12,10 (° Brix) e não apresentaram diferenças