CINTHYA MARIA DOS SANTOS SALUMONI - UCDB
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os alunos. Mesmo com a expulsão dos jesuítas, a Reforma Pombalina e o<br />
estabelecimento de um Estado laico, após a Proclamação da República, não houve<br />
mudanças na Pedagogia Tradicional e consequentemente nos métodos de avaliação.<br />
Para Esteban:<br />
a avaliação escolar, que mantém a lógica do exame e em certa medida a amplifica,<br />
pode ser entendida como um dos métodos sociais mais suaves, corporalmente<br />
menos violentos e visualmente menos perceptíveis, de manter a disciplina;<br />
um dos instrumentos capazes de atuar com intensidade e amplitude<br />
sobre o sujeito em sua totalidade. Tem o sentido de disciplinar não só o corpo,<br />
mas também o pensamento, a vontade, as disposições (ESTEBAN, 2002,<br />
p. 108).<br />
A prática de exames instalou na sociedade uma cultura que valoriza e<br />
relaciona ao mesmo tempo a excelência dos serviços prestados na área educacional e o<br />
futuro sucesso profissional dos indivíduos, medido através das notas altas. Conforme<br />
destaca Afonso (2005, p. 31), “o exame torna-se, assim, uma técnica de certificação<br />
para medir pretensa objectividade (e atestar juridicamente) um nível determinado de<br />
qualidade”. Os exames são considerados testes que correspondem à busca pela<br />
homogeneidade, que garantiria uma igualdade de acesso ao ensino superior e também<br />
ao mercado de trabalho. Luckesi (2003) chama a atenção para a semelhança existente<br />
entre a avaliação tradicional e a prática de exames e afirma não haver diferenças entre<br />
elas.<br />
Usualmente, não diagnosticamos nossos educandos para subsidiar uma intervenção<br />
adequada; ao contrário, classificamo-los, tendo em vista aprová-los<br />
ou reprová-los; fato esse que conduz essa prática a manifestar as suas características<br />
de classificatória, seletiva, pontual, estática. Assim sendo, praticamos<br />
exames e denominamos, inadequadamente, essa prática de avaliação de<br />
aprendizagem escolar (LUCKESI, 2003, p. 14).<br />
Trata-se de um modelo de avaliação que está sintonizado também com o<br />
paradigma tradicional de educação. Baseados em Afonso (2005), podemos afirmar que<br />
esse é o tipo de avaliação mais condizente com a meritocracia, e, por intermédio desse<br />
instrumento, pode ocorrer que a complexidade do processo de ensino seja esquecida e<br />
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