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CINTHYA MARIA DOS SANTOS SALUMONI - UCDB

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lho em equipe pedagógica devido à atribuição das horas e número de professores<br />

por turma, [...] (PERRENOUD, 1999, p. 149).<br />

A nossa cultura avaliativa está dominada pela cultura da mensuração.<br />

Conforme Borba (2001), sempre que refletimos sobre um modo democrático de<br />

conduzir o processo avaliativo, esbarramos nesse obstáculo. De acordo com a autora,<br />

sabemos que a implantação da lógica formativa não faz desaparecer as práticas já<br />

devidamente instaladas; há momentos em que as hierarquias determinam ações mais<br />

seletivas do que reguladoras nesse processo. Esteban (2002, p. 103) faz o seguinte<br />

alerta: “A dicotomia entre erro e acerto, conhecimento e ignorância, saber e não saber, é<br />

assumida como fio condutor da atividade escolar. A avaliação, demarcando fronteiras,<br />

facilita o isolamento de sujeitos.”<br />

Afonso (2008) concebe que, apesar da avaliação formativa possuir, como<br />

qualquer outra modalidade de avaliação, limites e virtualidades, os professores sabem<br />

que ela é a tipologia de avaliação que mais lhes possibilita acompanhar passo a passo a<br />

aprendizagem do aluno, ou seja, seu percurso escolar cotidiano. Ainda segundo o autor,<br />

a avaliação formativa é uma modalidade de avaliação muito trabalhosa e dispendiosa<br />

para os professores, devido à necessidade de eles estarem sempre atualizando os<br />

registros de cada aluno, além de ser fundamental o constante planejamento das<br />

atividades a realizar. O professor, muitas vezes, devido aos baixos salários, é obrigado a<br />

ter vários empregos, o que faz com que não tenha tempo para realizar as suas tarefas.<br />

Além disso, o professor desenvolve um trabalho solitário; as suas condições de trabalho<br />

o impedem constantemente de ter a ajuda do grupo de colegas. Apesar de todas as<br />

dificuldades, existem professores que praticam a avaliação formativa, porque estão<br />

comprometidos com uma prática emancipatória. Essa modalidade de avaliação está<br />

fundamentada no diálogo é congruente com um repensar contínuo do processo de<br />

ensino.<br />

Torna-se, por isso, necessário, na minha perspectiva, dar um novo sentido à<br />

opção pela avaliação formativa, colocando-a como eixo articulador da escola<br />

pública democrática (enquanto projeto de cidadania do estado democrático) e<br />

a comunidade (enquanto espaço constituído por relações de proximidade,<br />

participação, reciprocidade e solidariedade), e fugindo assim da mercadorização<br />

da educação assente numa lógica egoísta e competitiva, individualista e<br />

neodarwinista (AFONSO, 2008, p. 76).<br />

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