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EXPERIMENTALISMO E MULTIMÍDIA: O MEZ DA GRIPPE - Unimar

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– em Memórias póstumas de Brás Cubas, de<br />

Machado de Assis. 0<br />

Todos sabem que esse fenômeno de assimilação intercambiável<br />

deu-se também entre a prosa de ficção e o cinema, desde<br />

princípios do século XX. Já referimos, linhas atrás, algumas obras<br />

de Mário de Andrade, de Oswald de Andrade e de Antônio de<br />

Alcântara Machado, em que elementos da linguagem cinematográfica<br />

se fazem presentes, definindo processos de experimentação<br />

deliberada ou consciente por parte dos autores. Essa consciência<br />

operante com esse meio de comunicação, ao mesmo tempo massivo<br />

e artístico, encontraremos em meados do século XX, nos textos do<br />

“cosmopolita” José Geraldo Vieira ( 9 - 9 ), que se valeu da<br />

linguagem cinematográfica e de outras linguagens – inclusive da<br />

publicidade – em A túnicas e os dados ( 9 ), A ladeira da memória<br />

( 9 0), O albatroz ( 9 ), Terreno baldio ( 9 ) e, especialmente,<br />

Paralelo 16: Brasília ( 9 ). Na década de 9 0, quando as neovanguardas<br />

(Concretismo e Neoconcretismo) se fazem conhecidas<br />

na busca de uma nova poesia, João Guimarães Rosa comparece<br />

com o mais experimental de seus textos, o conto “Cara-de-bronze”,<br />

uma das sete narrativas de Corpo de baile ( 9 ). Trata-se de uma<br />

narrativa em que, aos experimentos intracódigo (poesia lírica e<br />

narrativa, seriação litânica, épica medieval e mitos, conto maravilhoso<br />

e metalinguagem) juntam-se os intercódigos (encenação<br />

teatral, citações em rodapé, moda de viola e cinema).<br />

As experimentações desses dois autores apontam para duas<br />

linhas inventivas: uma se pauta pelo universo da literatura e seu<br />

código de base, a linguagem verbal; outra se risca com outros<br />

códigos, artísticos como os do arabesco e do desenho, do cinema e<br />

do teatro, da arquitetura e da fotografia, ou não artísticos, como os<br />

da formulação geométrica ou matemática, do jornalismo, da publicidade,<br />

da televisão, do rádio... A primeira linha pode sobreviver<br />

sem a segunda; a segunda, enquanto operador da experimentação<br />

0 SILVA, A. M. S. Os bárbaros submetidos: Interferências midiáticas na prosa de<br />

ficção brasileira. São Paulo: Editora Arte & Ciência, 00 , p. .<br />

0 | Antonio Manoel dos Santos Silva (Org.)

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