Design Esportivo e Inovação: O processo de desenvolvimento de ...
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
Sport <strong>de</strong>sign and innovation: The wakeskate board <strong>de</strong>velopment process.<br />
Miranda,Carlos Alberto Silva <strong>de</strong>; Msc; Universida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
carlosasmiranda@gmail.com<br />
Santos, Ivan Mota; Bsc; Universida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
santos.ivan@gmail.com<br />
Resumo<br />
Os esportes radicais náuticos têm conquistado seu espaço no mercado brasileiro, apesar <strong>de</strong>stas<br />
modalida<strong>de</strong>s serem ainda jovens. Este estudo então foi <strong>de</strong>senvolvido para obter dados que<br />
norteiem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um artigo esportivo para este nicho: uma prancha <strong>de</strong><br />
wakeskate. Tendo em vista que ferramentas como o <strong>de</strong>sign são essenciais na construção <strong>de</strong><br />
produtos inovadores, este estudo <strong>de</strong>lineia panoramicamente traços característicos <strong>de</strong>ste novo<br />
mercado para fornecer aos profissionais <strong>de</strong>sta área as informações relevantes que<br />
fundamentem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos para este setor. Em seguida, apresentaremos o<br />
produto <strong>de</strong>senvolvido a partir <strong>de</strong>stes dados, da <strong>de</strong>finição do briefing à execução do protótipo.<br />
Palavras-chave: Esporte; <strong>Design</strong>; Projeto; Wakeskate<br />
Abstract<br />
The nautical extreme sports have conquered its space in the brazilian market, although<br />
they´re very young modalities. This paper was <strong>de</strong>veloped to get data that could help sportive<br />
gear <strong>de</strong>velopment for one of these sports: a wakeskate board. Un<strong>de</strong>rstanding that <strong>de</strong>sign and<br />
other business tools are essential in the process of creating innovative products, this study<br />
presents the gui<strong>de</strong>lines of this market characteristics so professionals can use it to projects<br />
<strong>de</strong>velopment. After we´ll present the <strong>de</strong>veloped product since the <strong>de</strong>finition of objectives to the<br />
prototype.<br />
Keywords: sport; <strong>de</strong>sign; project; wakeskate
<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
Introdução<br />
“O chamado <strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> é uma área <strong>de</strong> particular interesse, pois muitas vezes<br />
produz importantes inovações no que diz respeito a tecnologias e uso <strong>de</strong> materiais.<br />
Nas competições esportivas, a qualida<strong>de</strong> dos equipamentos não faz só a diferença<br />
entre quem ganha e quem per<strong>de</strong>, mas, comumente re<strong>de</strong>fine os parâmetros do esporte<br />
em questão.” (CHARLOTTE & FIEL, 2006).<br />
No cenário mercadológico atual, po<strong>de</strong>mos constatar que a busca por inovação tem se<br />
mostrado como um eficiente caminho para as empresas, principalmente em setores on<strong>de</strong> o<br />
incremento da competitivida<strong>de</strong> incorre no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias, na<br />
construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> corporativa forte, no planejamento estratégico integrado ao<br />
<strong>de</strong>sign. Neste contexto, o que po<strong>de</strong>mos chamar <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sign esportivo” conquistou seu espaço<br />
com <strong>de</strong>staque. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias e materiais para aplicação em<br />
práticas esportivas <strong>de</strong> alto nível amplia os limites do <strong>de</strong>sempenho humano e <strong>de</strong>fine novos<br />
parâmetros competitivos, além <strong>de</strong> viabilizar produtos cobiçados <strong>de</strong> alto valor agregado para<br />
este mercado.<br />
Neste contexto, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos esportivos inovadores po<strong>de</strong> colocar uma<br />
empresa na li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> um nicho específico, garantindo a atenção e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> praticantes pelo mundo. Esta lógica tem sido comprovada a partir da observação<br />
das milionárias marcas esportivas globais. Atualmente, com o crescimento da prática <strong>de</strong><br />
esportes radicais, novas empresas tentam <strong>de</strong>sesperadamente obter uma fatia <strong>de</strong>ste imenso,<br />
rentável e promissor mercado.<br />
Esportes radicais náuticos: o exemplo do wakeskate<br />
O wakeskate é um esporte aquático similar ao wakeboard e, ao mais conhecido, esqui<br />
aquático. Praticado habitualmente com uma prancha manufaturada <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira laminada, este<br />
esporte une características do wakeboard, do surf e do skate. Nos últimos anos, esta<br />
modalida<strong>de</strong> tem aglutinado milhares <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ptos pelo mundo e movimentado um mercado que<br />
<strong>de</strong>manda novos produtos, serviços e eventos, em países da América, Europa e Oceania.<br />
Nascido a pouco mais <strong>de</strong> uma década como modalida<strong>de</strong> esportiva, o wakeskate tem<br />
ganhado espaço nos campeonatos <strong>de</strong> wakeboard pelo Brasil e, pelo mundo, começa a<br />
<strong>de</strong>spontar sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> correlação com esta outra modalida<strong>de</strong>. Sua origem, contudo,<br />
remete à década <strong>de</strong> 80 como variação do wakesurf e do freeboarding, modalida<strong>de</strong>s que não<br />
atingiram o mesmo sucesso. A Tabela 1, a seguir, <strong>de</strong>talha os aspectos evolutivos e modais<br />
<strong>de</strong>stes esportes, caracterizando o posicionamento do wakeskate:<br />
9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em <strong>Design</strong>
<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
TABELA 1: Evolução do esporte – influências.<br />
Trações diversas Puxados por Veículos Tração eólica<br />
Surf<br />
Skate<br />
Snowboard<br />
Wakesurf<br />
Esqui Aquático<br />
Wakeboard<br />
Wakeskate<br />
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Wind Surf<br />
Kite surf<br />
Po<strong>de</strong>mos encontrar equipes, eventos, atletas e empresas <strong>de</strong>dicadas a este esporte em<br />
vários países do mundo como Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Brasil e, principalmente,<br />
Estados Unidos e Canadá (Figura 1).<br />
FIGURA 1: Regiões do planeta on<strong>de</strong> encontram-se campeonatos e eventos <strong>de</strong> wakeskate.<br />
Justificativas, Objetivos e Metodologia<br />
Este trabalho tem como objetivo coletar e organizar dados relativos a esta modalida<strong>de</strong><br />
esportiva, a partir <strong>de</strong> um enfoque estratégico, consi<strong>de</strong>rando este setor como um nicho <strong>de</strong><br />
mercado. A abordagem <strong>de</strong>ste tema sob os contornos, <strong>de</strong>limitações e competências da<br />
Engenharia <strong>de</strong> Produção, on<strong>de</strong> o problema i<strong>de</strong>ntificado po<strong>de</strong> ser tomado como objeto <strong>de</strong> suas<br />
áreas <strong>de</strong> competência específicas, principalmente o que diz respeito à engenharia do produto,<br />
englobando seu planejamento, métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e otimização, caracterizando a<br />
natureza <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>manda multidisciplinar.<br />
Outra justificativa relevante é a escassez <strong>de</strong> estudos específicos sobre o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> produtos orientados à prática <strong>de</strong> esportes radicais, o que se torna ainda mais relevante se<br />
relacionarmos os esportes aquáticos, modalida<strong>de</strong> na qual se insere a prática do wakeskate.
<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
Este tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento carece, por sua própria natureza, <strong>de</strong> ações multidisciplinares<br />
que favoreçam a a<strong>de</strong>quação, a diferenciação e o posicionamento <strong>de</strong>sses produtos.<br />
Buscamos, a partir <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>limitação, esboçar um cenário para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />
projeto <strong>de</strong> prancha <strong>de</strong> wakeskate, tema <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> graduação<br />
em <strong>Design</strong> Industrial, o qual originou a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>stes estudos. As etapas do projeto<br />
seguiram metodologias clássicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produto, citadas e <strong>de</strong>finidas por<br />
diversos autores (BÜRDEK, 2006; BAXTER, 2003; LÖBACH, 2001), sendo que, para a<br />
elaboração <strong>de</strong>ste artigo, nos limitamos a referir as informações coletadas nas etapas <strong>de</strong><br />
contextualização, as quais permitem a caracterização do potencial <strong>de</strong> atuação neste setor.<br />
Portanto, cabe aqui ainda ressaltar que, conforme já <strong>de</strong>screvemos neste trabalho, estas<br />
ativida<strong>de</strong>s esportivas já se projetam atualmente como um fato econômico consi<strong>de</strong>rável.<br />
Inicialmente foram levantadas informações sobre o tema, on<strong>de</strong> as pesquisas foram<br />
direcionadas a partir dos seguintes aspectos:<br />
-História do esporte e informações relevantes;<br />
-Materiais normalmente empregados nos equipamentos;<br />
-Desempenho dos produtos e serviços disponíveis no mercado;<br />
-Empresas nacionais e internacionais atuantes;<br />
-Produtos e serviços relacionados ao esporte;<br />
-Tipologias dos equipamentos.<br />
O universo pesquisado foi <strong>de</strong>finido com a intenção <strong>de</strong> sistematizar informações<br />
disponibilizadas em mídias específicas do esporte, visando assim, utilizar a metodologia <strong>de</strong><br />
pesquisa básica do <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> produto, <strong>de</strong>dicada a diversos veículos midiáticos. A pesquisa foi<br />
realizada durante o primeiro semestre <strong>de</strong> 2009. Além disto, a análise <strong>de</strong> uso também foi<br />
utilizada para <strong>de</strong>finir características importantes para o produto a ser <strong>de</strong>senvolvido. O mo<strong>de</strong>lo<br />
da prancha utilizado para a análise <strong>de</strong> uso foi o “Faction” da empresa Liquid Force; uma<br />
prancha <strong>de</strong> nível iniciante - intermediário <strong>de</strong> 106,00 cm <strong>de</strong> comprimento (Figura 2).<br />
FIGURA 2: Prancha utilizada para teste <strong>de</strong> uso.<br />
Os principais veículos <strong>de</strong> mídia que serviram <strong>de</strong> suporte a esta pesquisa, foram as<br />
revistas e sites especializados, consi<strong>de</strong>rando também para estes últimos as informações<br />
coletadas em blogs, on<strong>de</strong> é possível encontrar informação con<strong>de</strong>nsada e opiniões, ainda que<br />
não organizadas <strong>de</strong> forma metodológica, aproximadas às obtidas em grupos <strong>de</strong> foco.<br />
Para as análises <strong>de</strong> uso, foram conduzidos testes <strong>de</strong> uso junto a especialistas e<br />
praticantes, com registro <strong>de</strong> observação através <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> fotografias e ví<strong>de</strong>os.<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
A partir <strong>de</strong>ste direcionamento, para este trabalho foram referidas as principais<br />
características dos equipamentos utilizados (pranchas), caracterizando suas tipologias,<br />
<strong>processo</strong>s <strong>de</strong> fabricação, principais componentes, materiais <strong>de</strong> composição, problemas<br />
normalmente relatados e também referências em fabricantes nacionais e internacionais, para<br />
benchmarking. Buscamos ainda relacionar as principais formas <strong>de</strong> tracionamento,<br />
características <strong>de</strong> obstáculos, principais veículos <strong>de</strong> mídia e, finalizando, os produtos<br />
relacionados à prática <strong>de</strong>ste esporte. Estes aspectos são sintetizados nos tópicos a seguir, cujos<br />
dados nos conduziram às conclusões relatadas.<br />
Pranchas<br />
A prática do wakeskate <strong>de</strong>manda uso <strong>de</strong> alguns equipamentos básicos. Além do meio <strong>de</strong><br />
tração, <strong>de</strong>vem-se utilizar tênis apropriado, capacete, colete <strong>de</strong> flutuação e, obviamente, a<br />
prancha.<br />
Existem dois tipos básicos <strong>de</strong> prancha, a bi-level e a concave (Figura 3). A prancha<br />
concave é utilizada por diversos atletas dos mais diversos níveis e com técnicas e estilos<br />
diferentes. É composta por uma estrutura única arqueada, comumente feia em ma<strong>de</strong>ira ou<br />
resina e fibra <strong>de</strong> vidro. Alguns poucos mo<strong>de</strong>los são feitos por compressão em mol<strong>de</strong>s em<br />
vinil, e, assim, são mais leves garantindo melhor flutuação, mas reduzindo a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
execução <strong>de</strong> manobras.<br />
O bi-level, por sua vez, foi o primeiro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> wakeskate usado por um dos<br />
praticantes mais antigos do esporte, Thomas Horrel. Este é composto <strong>de</strong> duas estruturas,<br />
comumente feitas em lâminas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e/ou fibra <strong>de</strong> vidro, conectadas na parte central<br />
através <strong>de</strong> dois suportes. A característica principal <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> prancha é garantir a<br />
aceleração da prancha inferior (da água) a partir da flexão da superior, assegurando o contato<br />
permanente dos pés com a prancha e proporcionar a sensação do “olie”, manobra básica do<br />
skateboard, que é a execução do salto.<br />
Todas estas pranchas servem <strong>de</strong> tela para <strong>de</strong>senhos e peças gráficas específicas que<br />
<strong>de</strong>finem um tema ou uma coleção <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> pranchas, <strong>de</strong>finindo com freqüência a<br />
linguagem visual e a personalida<strong>de</strong> da empresa fabricante.<br />
Processos <strong>de</strong> fabricação<br />
FIGURA 3: Pranchas concave e bi-level.<br />
A produção das pranchas <strong>de</strong> wakeskate é feita comumente através <strong>de</strong> manufatura, em<br />
<strong>processo</strong>s semi-artesanais (Figura 4). Por uma influência dos “shapers”, que são os artesãos<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
fabricantes <strong>de</strong> pranchas <strong>de</strong> surf, o cuidado com cada <strong>de</strong>talhe é atentamente mantido em todo o<br />
<strong>processo</strong>.<br />
As pranchas feitas em lâminas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong>m ser moldadas por calor ou pressão, e as<br />
pranchas produzidas com polímeros são geralmente laminadas em mol<strong>de</strong>.<br />
FIGURA 4: Exemplo <strong>de</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> pranchas.<br />
Componentes e materiais<br />
As pranchas <strong>de</strong> wakeskate são compostas basicamente por três componentes: uma<br />
estrutura <strong>de</strong> base – a prancha propriamente dita; um componente fixado a esta base –<br />
geralmente um componente polimérico ou compósito abrasivo (lixa) afixados através <strong>de</strong><br />
a<strong>de</strong>sivo, garantindo assim a a<strong>de</strong>rência dos pés do atleta á prancha, condição essencial para a<br />
prática esportiva; e as quilhas – que permitem o direcionamento aerodinâmico. Estes<br />
componentes cumprem funções específicas e po<strong>de</strong>m ser fabricados a partir diversos materiais<br />
e <strong>processo</strong>s. Para este estudo, buscamos focalizar e analisar os mais freqüentemente<br />
empregados.<br />
A estrutura básica da prancha tem como principal função a flutuação, e, nela são fixados<br />
os <strong>de</strong>mais componentes. Em maior quantida<strong>de</strong> foram encontradas pranchas fabricadas em<br />
lâminas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, fibra <strong>de</strong> vidro laminada com resina ou vinil. A superfície <strong>de</strong> contato com<br />
os pés é sempre coberta por algum componente a<strong>de</strong>rente, geralmente por lixa a<strong>de</strong>siva ou um<br />
“tapete” <strong>de</strong> EVA conformado. As quilhas, por sua vez, ajuda no controle direcional da<br />
prancha e po<strong>de</strong>m ser fabricadas a partir <strong>de</strong> polímeros diversos ou a partir <strong>de</strong> alumínio fundido.<br />
Problemas comuns<br />
Os principais problemas i<strong>de</strong>ntificados na pesquisa, os quais pu<strong>de</strong>ram ser comprovados<br />
na prancha utilizada para teste <strong>de</strong> uso, foram trincas e o <strong>de</strong>scolamento das lâminas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />
e do componente a<strong>de</strong>rente (Figura 5). Estes problemas estão diretamente associados aos<br />
impactos sofridos pelas bordas e pelos furos <strong>de</strong> fixação das quilhas. Estes impactos, bem<br />
como a furação mencionada, criam áreas propicias ao encharque da prancha.<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
FIGURA 5: Problemas comuns: trincas e <strong>de</strong>scolamento.<br />
Fabricantes nacionais e internacionais<br />
Gran<strong>de</strong> parte das empresas que produzem equipamentos para outras modalida<strong>de</strong>s mais<br />
tradicionais dos esportes náuticos possuem portifólios amplos, oferecendo diversos itens<br />
relacionados à prática <strong>de</strong>stes esportes. Na contramão <strong>de</strong>stas empresas, as <strong>de</strong> menor porte<br />
apostam em uma menor produção <strong>de</strong>dicada a uma única modalida<strong>de</strong>. O wakeskate favorece<br />
este aspecto, pois a tecnologia utilizada na produção das pranchas não exige investimentos tão<br />
altos como nos <strong>de</strong>mais casos pesquisados.<br />
Outro aspecto que diferencia as empresas <strong>de</strong>ste setor, diz respeito à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
corporativa, a linguagem e o posicionamento estratégico das marcas. Dois posicionamentos<br />
básicos po<strong>de</strong>m ser facilmente i<strong>de</strong>ntificados: <strong>de</strong>rivação do skate e <strong>de</strong>rivação do wakeboard.<br />
Em linhas gerais, estas linguagens buscam externar atributos e características da marca como<br />
o apelo tecnológico, ou o apelo lúdico, <strong>de</strong>ntre outras tantas possibilida<strong>de</strong>s que caracterizam<br />
uma ou outra marca. Nesta pesquisa, i<strong>de</strong>ntificamos 18 empresas internacionais que<br />
comercializam pranchas para esta modalida<strong>de</strong> e apenas 3 empresas nacionais, o que ilustra<br />
uma <strong>de</strong>manda e uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> no mercado interno, tendo em vista a pouca oferta e<br />
o alto custo do produto importado.<br />
Analisando os portfólios <strong>de</strong>stas empresas tentamos estabelecer critérios para i<strong>de</strong>ntificar<br />
posturas <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, que busquem a inovação e sejam bem-sucedidas no alcance aos usuários<br />
e atletas. Dentre as posturas i<strong>de</strong>ntificadas com estas características, selecionamos duas que se<br />
<strong>de</strong>stacam (Figura 6). A ‘Oak Wakeskates’, empresa sediada nos Estados Unidos conseguiu, a<br />
partir <strong>de</strong> uma postura baseada nas empresas <strong>de</strong> skate, <strong>de</strong>senvolver uma prancha <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
com opções <strong>de</strong> quilhas com funções e preocupações específicas. A Hyperlite, por sua vez,<br />
investe em tecnologia e foi pioneira no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pranchas em vinil para atletas.<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
Meios <strong>de</strong> tração<br />
FIGURA 6: Quilhas da Oak e pranchas <strong>de</strong> vinil da Hyperlite.<br />
Os meios <strong>de</strong> tração mais comuns são os veículos automotores aquáticos. A lancha é o<br />
mais comum e vem sendo utilizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as modalida<strong>de</strong>s mais antigas. O wakeskate, por não<br />
precisar <strong>de</strong> um volume alto <strong>de</strong> marolas provocadas pelo veículo, também permite o uso <strong>de</strong> Jet<br />
skis (motonetas aquáticas) e os “winches”, motores estacionários montados em estruturas<br />
cabeadas móveis que puxam a corda através <strong>de</strong> roldanas.<br />
Os “winches” po<strong>de</strong>m ser facilmente transportados para locais <strong>de</strong> difícil acesso, além <strong>de</strong><br />
baratear e popularizar o esporte. Estas novas soluções também visam minimizar os impactos<br />
negativos causados ao ambiente, como poluição do ar e sonora, danos à flora e fauna e<br />
consumo <strong>de</strong> combustíveis fósseis. Neste contexto, foram <strong>de</strong>senvolvidos parques com sistemas<br />
<strong>de</strong> cabos movidos a energia elétrica e adaptável à variação <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> água, garantindo<br />
uma nova maneira <strong>de</strong> garantir o uso simultâneo do lago, por diversos praticantes gerando<br />
menor impacto ecológico.<br />
Obstáculos<br />
Os obstáculos utilizados nos eventos e campeonatos (Figura 7) têm a função <strong>de</strong> garantir<br />
espaços e estruturas que possam testar a capacida<strong>de</strong>, habilida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong> dos atletas.<br />
Eles po<strong>de</strong>m ser classificados em três categorias diferentes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> sua interação com a<br />
área molhada: flutuantes, inseridos no lago (submersos) e <strong>de</strong> parte seca.<br />
Veículos <strong>de</strong> mídia<br />
FIGURA 7: Obstáculos utilizados em eventos <strong>de</strong> wakeskate e wakeboard.<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
A televisão é o canal <strong>de</strong> comunicação que mais tem explorado os novos esportes <strong>de</strong><br />
risco, fazendo a cobertura <strong>de</strong> campeonatos, inserindo estes esportes na programação e<br />
promovendo o conhecimento das novas modalida<strong>de</strong>s. Porém, outros veículos <strong>de</strong> mídia<br />
especializada conseguem garantir que praticantes tenham acesso a informações atualizadas <strong>de</strong><br />
forma constante, cumprindo um importante papel nos esportes.<br />
As revistas apresentam atletas, novas manobras e <strong>de</strong>spertam o interesse dos leitores para<br />
novos produtos. As empresas po<strong>de</strong>m utilizá-las como um importante veículo <strong>de</strong> comunicação<br />
e marketing <strong>de</strong> seus produtos e serviços. Estas possuem comportamentos semelhantes, neste<br />
aspecto. A linguagem explora o comportamento relacionado ao esporte, bem como o estilo <strong>de</strong><br />
vida relacionado. Novamente, i<strong>de</strong>ntificamos diversos veículos no exterior e apenas uma<br />
revista nacional, a Wake Brasil.<br />
Produtos relacionados<br />
O estilo <strong>de</strong> vida mencionado refere-se aos padrões <strong>de</strong> comportamento, produtos<br />
consumidos e linguagem adotados por este grupo. O wakeskate e o wakeboard têm sido<br />
utilizados por empresas internacionais como referência para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />
produtos com alto valor agregado. Dentre estes produtos estão artigos <strong>de</strong> uso cotidiano,<br />
extrapolando os artigos esportivos apenas, dotados da linguagem do esporte e associados a<br />
atletas <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />
Os produtos mais encontrados são itens <strong>de</strong> vestuário, tais como roupas, sandálias e<br />
tênis (Figura 8), óculos <strong>de</strong> sol e <strong>de</strong> grau além <strong>de</strong> mochilas e malas. Estes artigos são feitos<br />
muitas vezes com materiais emborrachados e impermeáveis, assim como vários equipamentos<br />
aquáticos.<br />
FIGURA 8: Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> tênis da linha wakeskate – empresa DVS.<br />
Briefing e Aspectos <strong>de</strong> inovação<br />
O briefing do projeto foi construído a partir da análise dos dados <strong>de</strong> pesquisa e a<br />
submissão dos mesmos a uma síntese que atingisse metas estabelecidas através do uso <strong>de</strong><br />
ferramentas <strong>de</strong>finidoras <strong>de</strong> atributos e aspectos <strong>de</strong> inovação, utilizadas para garantir que o<br />
produto projetado aten<strong>de</strong>sse às necessida<strong>de</strong>s dos usuários e fosse parte <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong><br />
negócios para o setor: Desenvolver uma prancha <strong>de</strong> wakeskate com características únicas,<br />
inserida no contexto global <strong>de</strong> consumo do esporte:<br />
-Aspectos Tecnológicos<br />
-Aplicação <strong>de</strong> novos materiais e <strong>processo</strong>s<br />
-Aspectos <strong>de</strong> Uso<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
-Permitir uso em obstáculos e plataformas<br />
-Nova forma <strong>de</strong> fixação das quilhas<br />
-Aspectos Estéticos<br />
-Novas abordagens da tipologia do produto<br />
-Aspectos <strong>de</strong> Mercado<br />
-Plataforma <strong>de</strong> Componentes – maior segmentação do mercado<br />
-Público Iniciante – Profissional<br />
-Público infanto-juvenil e feminino<br />
Mapa <strong>de</strong> Atributos<br />
Os atributos essenciais para uma prancha <strong>de</strong> wakeskate <strong>de</strong>vem levar em<br />
consi<strong>de</strong>ração aspectos técnicos, estéticos e <strong>de</strong> uso, obrigatoriamente. Assim, foram escolhidas<br />
cinco características básicas para <strong>de</strong>linear o comportamento <strong>de</strong>ste produto em relação aos<br />
<strong>de</strong>mais concorrentes <strong>de</strong> mercado. Como ponto <strong>de</strong> partida, utilizamos a prancha apresentada na<br />
figura 2 <strong>de</strong>ste trabalho como base comparativa, como po<strong>de</strong>mos ver na figura 9.<br />
As cinco características principais foram niveladas em escala, <strong>de</strong> 0 a 5, e a<br />
distribuição das linhas na área do gráfico mostram a intenção <strong>de</strong> se projetar um equipamento<br />
altamente personalizável e que se diferencie da tipologia <strong>de</strong> produtos vigentes no mercado<br />
atual.<br />
FIGURA 9: Mapa comparativo <strong>de</strong> atributos.<br />
Análise <strong>de</strong> forças, fraquezas, oportunida<strong>de</strong>s e ameaças do<br />
projeto<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um produto po<strong>de</strong> ser diretamente ligado a fatores externos à<br />
empresa, e que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir o fracasso ou sucesso do mesmo. Assim, esta análise rápida<br />
permite estabelecer pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que possam diminuir a chance <strong>de</strong> fracasso do projeto,<br />
apenas por levar em consi<strong>de</strong>ração aspectos <strong>de</strong> mercado e comporamento vistos <strong>de</strong> uma forma<br />
panorâmica.<br />
Os aspectos analisados como pontos forte do projeto são basicamente o apoio <strong>de</strong><br />
usuários e atletas do cenário mineiro do esporte, a ação conjunta como o projeto <strong>de</strong> calçados<br />
<strong>de</strong> wakeskate <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> forma paralela e em constante colaboração e o fato <strong>de</strong><br />
encararmos o projeto como uma parte <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong>senvolvido para Minas<br />
Gerais, com uma plataforma pensada para a produção local e com um plano próprio <strong>de</strong> gestão<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign. Opostamente, temos como pontos fracos a falta <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> produtos para<br />
esportes relacionados que são mais fortes no país, como o wakeboard, e produtos<br />
complementares como coletes, handles, capacetes, etc.<br />
Como ameaça, po<strong>de</strong>mos citar mercados on<strong>de</strong> o consumo e a produção <strong>de</strong> itens para<br />
o esporte já são presentes como São Paulo e Santa Catarina, e os possíveis concorrentes<br />
sediados nestes estados, além das empresas internacionais. Porém, como oportunida<strong>de</strong>s<br />
po<strong>de</strong>mos perceber o ineditismo da proposta para o estado, com locais privilegiados para a<br />
prática do esporte, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comercialização pela internet para todo o mundo, a<br />
utilização das etapas dos campeonatos regionais, nacionais e internacionais ocorridos em<br />
Minas Gerais como estratégia <strong>de</strong> divulgação, e a baixa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> opções presentes no<br />
mercado atual.<br />
Objetivos do projeto e estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />
A tabela 2 a seguir foi contruida com a intenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir os principais objetivos<br />
do projeto e estabelecer estratégias que abram caminho para a concretização <strong>de</strong>stas metas.<br />
TABELA 2: Objetivos e estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign.<br />
Objetivos Estratégias <strong>de</strong> <strong>Design</strong><br />
Facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uso <strong>de</strong> Quilhas Alternativa à parafusação<br />
Expansão <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> mercado Cores dos componentes<br />
Ilustrações<br />
Comércio eletrônico Linguagem Global<br />
Interface <strong>de</strong> produção<br />
Performance e <strong>de</strong>sempenho Sugos<br />
Peso e dimensões<br />
Personalização Produção em plataforma<br />
Materiais coloráveis<br />
A<strong>de</strong>sivos como componentes<br />
Nova abordagem tipológica Aparência Geral: aspectos formais, atributos<br />
materiais e semióticos<br />
9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em <strong>Design</strong>
<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
Quadro comparativo <strong>de</strong> mercado<br />
Utilizando o conceito <strong>de</strong> plataforma <strong>de</strong> produtos (MEYER, 1997), <strong>de</strong>senvolvemos<br />
um quadro comparativo <strong>de</strong> mercado que nos permite ver as lacunas <strong>de</strong> mercado ou os<br />
principais concorrentes organizados por performance e preço (Figura 10). Além disso,<br />
apresentaremos outros aspectos do conceito <strong>de</strong> plataforma que caracterizarão o <strong>processo</strong><br />
produtivo e garantirão uma postura muito específica no mercado.<br />
Plataforma <strong>de</strong> Produtos: é uma combinação <strong>de</strong> subsistemas e interfaces (arquitetura)<br />
que formam uma estrutura comum da qual uma gama <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>rivativos po<strong>de</strong><br />
ser eficientemente <strong>de</strong>senvolvida e produzida (MEYER, 1997).<br />
O emprego da organização da produção por meio do conceito <strong>de</strong> plataforma po<strong>de</strong><br />
garantir alguns aspectos positivos e vantagens <strong>de</strong> mercado como:<br />
Vantagens:<br />
-Reduz os custos <strong>de</strong> produção;<br />
-Economias na negociação <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> insumos (componentes e materiais, por ex.);<br />
-Redução do tempo entre a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s no mercado e seu efetivo<br />
aproveitamento.<br />
Conceituação<br />
FIGURA 10: Quadro comparativo <strong>de</strong> mercado.<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> conceituação do projeto teve duas etapas distintas: a primeira,<br />
quando foi <strong>de</strong>finido o verbo que caracterizava o potencial fator <strong>de</strong> diferenciação do produto<br />
(FIGURAS 11 e 12), e a segunda, on<strong>de</strong> foram selecionadas referências diversas para ajudar o<br />
<strong>processo</strong> criativo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> idéias e alternativas.<br />
Nesta etapa buscamos encontrar imagens que simbolizassem a escolha do conceito e<br />
conceito <strong>de</strong> uso, a fim <strong>de</strong> representar <strong>de</strong> maneira visual e impactante as intenções <strong>de</strong> projeto.<br />
Assim, a escolha dos bonecos Playmobil e da nova embalagem picotada dos Chiclets Adams<br />
justificasse pela intenção <strong>de</strong> representação <strong>de</strong>stes conceitos.<br />
Conceito:<br />
Conceito <strong>de</strong> uso:<br />
FIGURA 11: Verbo e imagem <strong>de</strong> referência – Bonecos Playmobil.<br />
FIGURA 12: Conceito <strong>de</strong> uso e imagem <strong>de</strong> referência – Nova embalagem <strong>de</strong> Chiclets.<br />
Referências <strong>de</strong> projeto<br />
As referências escolhidas para o projeto tinham como objetivo ajudar o <strong>processo</strong><br />
criativo e a geração <strong>de</strong> idéias e alternativas. Assim, estas referências foram dividas em três<br />
grupos para melhor <strong>de</strong>sempenhar este papel. A primeira referência (FIGURA 13) procura<br />
estabelecer relações <strong>de</strong> características amplas entre objetos, animais ou qualquer entida<strong>de</strong> que<br />
possa nortear atributos, características, formas, sistemas, etc. A libélula foi escolhida como<br />
referência nos seguintes aspectos: relação cíclica com a água; morfologia funcional; varieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> espécies e cores; simbologia.<br />
FIGURA 13: Referência geral <strong>de</strong> projeto.<br />
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A segunda referência (FIGURA 14) é voltada para a relação com o usuário, assim, como<br />
o conceito <strong>de</strong> uso, esta referência tem como objetivo a relação entre o usuário e o produto, e,<br />
por fim temos a terceira referência (FIGURA 15) que é um projeto ou produto qualquer, <strong>de</strong><br />
outra natureza, que superou dificulda<strong>de</strong>s semelhantes à do projeto em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Respectivamente, estas referências foram o Funboard e o trabalho <strong>de</strong> Thomas Meyerhoffer.<br />
FIGURA 14: Funboard.<br />
O Funboard é um tipo <strong>de</strong> prancha <strong>de</strong> surf que possui características híbridas únicas,<br />
e, <strong>de</strong>vido à sua alta manobrabilida<strong>de</strong> é utilizado por surfistas iniciantes e profissionais<br />
mantendo-se divertido e versátil. Contudo, os funboards encontrados no mercado são muito<br />
semelhantes, sendo diferenciados muitas vezes apenas pela marca ou preço. Diferentemente,<br />
os funboards <strong>de</strong> Thomas são dotados <strong>de</strong> diversos aspectos que os diferenciam e garantem o<br />
sucesso e <strong>de</strong>sejo dos usuários, ou seja, são produtos inovadores que romperam com a<br />
tipologia <strong>de</strong> produtos vigente.<br />
Geração <strong>de</strong> Alternativas<br />
FIGURA 15: Funboards <strong>de</strong> Thomas Meyerhoffer.<br />
O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> alternativas foi norteado pelas referências e buscava<br />
cumprir as propostas apresentadas no briefing <strong>de</strong> projeto.<br />
FIGURA 16: Geração <strong>de</strong> Alternativas.<br />
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Seleção e Aprimoramento <strong>de</strong> Componentes<br />
O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> idéias e alternativas foi <strong>de</strong>terminante para a escolha e<br />
aprimoramento dos componentes <strong>de</strong>senvolvidos. A nova maneira <strong>de</strong> fixação das quilhas, os<br />
mo<strong>de</strong>los das mesmas e a tipologia da prncha foram os principais pontos <strong>de</strong> trabalho. Nestes<br />
aspectos, estava atrelada a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do produto, contendo pontos cruciais da<br />
percepção sobre o produto, do comportamento <strong>de</strong> uso e dos aspectos <strong>de</strong> inovação propostos.<br />
Assim, optou-se por <strong>de</strong>senvolver uma prancha com características híbridas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho, que pu<strong>de</strong>sse aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> praticantes iniciantes e que também<br />
fosse divertida para praticantes mais experientes. Outra <strong>de</strong>cisão importante foi a <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver simultaneamente três tipos <strong>de</strong> quilhas intercambiáveis que po<strong>de</strong>rão interferir no<br />
comportamento do equipamento na água, <strong>de</strong> maneira a adaptá-la às necessida<strong>de</strong>s ou estilo do<br />
usuário em diferentes tipos <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>. Neste mesmo caminho, seguiu o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das ilustrações, que, fixadas <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>siva, permitem ao usuário uma troca constante e<br />
livre, além <strong>de</strong> tornar possível a comercialização <strong>de</strong>stes itens como componentes.<br />
Por fim, o componente responsável pela a<strong>de</strong>rência da prancha foi também dotado<br />
da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> componente customizável. Ao invés <strong>de</strong> restringirmos a uma opção limitante,<br />
utilizamos os dois materiais utilizados no mercado com a intenção <strong>de</strong> permitir a escolha do<br />
usuário, entre a lixa a<strong>de</strong>siva e o tapete <strong>de</strong> EVA.<br />
Projeto Básico - Apresentação Geral<br />
A prancha <strong>de</strong> wakeskate <strong>de</strong>senvolvida, inserida num plano <strong>de</strong> negócio para<br />
empresa nascente, com intuito <strong>de</strong> venda pela internet, possui características importantes que a<br />
tornam competitiva e inovadora. O <strong>processo</strong> produtivo pensado para produção customizável,<br />
viabiliza o projeto que conta com três tipos <strong>de</strong> quilhas, duas opções <strong>de</strong> superfície a<strong>de</strong>rente, e<br />
diversas cores e ilustrações.<br />
Desenvolvimento da Marca<br />
FIGURA 17: Ren<strong>de</strong>rs digitais da prancha.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s produtos esportivos, principalmente <strong>de</strong> esportes <strong>de</strong><br />
ação, estão sempre ligados intrinsicamente à comunicação e construção <strong>de</strong> marcas que<br />
representam muito mais que só uma empresa, representam estilo <strong>de</strong> vida, a maneira <strong>de</strong> se<br />
portar e valores a serem seguidos. Assim, era importante tentarmos captar a essência da<br />
mensagem que iria ser passada por um produto <strong>de</strong>sta natureza, e, como po<strong>de</strong>ríamos apresentar<br />
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uma corporação que entendia novos anseios <strong>de</strong>ste público. A marca e o nome foram criados,<br />
então, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conferir um impacto ainda mais completo ao projeto, captando<br />
influências das referências e do próprio esporte e formalizando-as numa marca forte.<br />
Dados Técnicos<br />
FIGURA 18: Nome e logotipo.<br />
A prancha <strong>de</strong> wakeskate po<strong>de</strong> contribuir para a performance dos atletas <strong>de</strong> maneira<br />
essencial, somando característcas que são necessárias para o bom <strong>de</strong>sempenho em<br />
modalida<strong>de</strong>s específicas. Apresentaremos aqui alguns aspectos, respectivamente ilustrados na<br />
FIGURA 19, que tornam a prancha um equipamento único, com características híbridas que<br />
conce<strong>de</strong>m a ela a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser facilmente utilizada por iniciantes e ser um equipamento<br />
divertido e simples para praticantes experientes.<br />
• “Concave”<br />
Full Concave: bem aplicado em pranchas estreitas para ondas rápidas, <strong>de</strong>ixa a prancha<br />
mais direcional, proporcionando velocida<strong>de</strong> extra. Muda muito <strong>de</strong> característica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
aon<strong>de</strong> é aplicado, assim como “tail concave”, nesse caso, ajuda nos impulsos necessários para<br />
saltos.<br />
• Borda<br />
Chanfrada: este tipo <strong>de</strong> borda <strong>de</strong> baixo é muito utilizado em Pranchões e Fun Boards.<br />
Possibilita um ganho <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e mantém o controle nas áreas críticas da água.<br />
• “Tail”<br />
“Round-Round” – totalmente arredondada: i<strong>de</strong>al para pranchas pequenas e médias.<br />
Excelente opção para manobras mais redondas.<br />
FIGURA 19: Detalhes da prancha.<br />
Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Arranjo <strong>de</strong> Componentes<br />
Com a intenção <strong>de</strong> contribuir para que o principal atributo da prancha fosse a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> personalização, forma criadas possibilida<strong>de</strong>s diversas <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong><br />
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componentes e cores para estes. Além das quilhas e das ilustrções, as cores dos componentes<br />
e até a escolha <strong>de</strong> materiais foi adicionada ao projeto. Neste caso, (FIGURA 20) po<strong>de</strong>mos ver<br />
as diferentes aparências dos acamentos <strong>de</strong> superfície a<strong>de</strong>rente, em EVA e lixa a<strong>de</strong>siva.<br />
Planejamento <strong>de</strong> Produção<br />
FIGURA 20: Acabamentos superficiais diferentes.<br />
As principais preocupações do planejamento da produção eram focadas na oferta<br />
<strong>de</strong> cores mas a baixo custo e com rapi<strong>de</strong>z e qualida<strong>de</strong>. Assim, o projeto prevê o uso <strong>de</strong><br />
materiais coloráveis e mol<strong>de</strong>s para execução da prancha, quilhas e tapete em EVA.<br />
A prancha é composta por estrutura em poliuretano coberta com resina. A quilha<br />
feita <strong>de</strong> polipropileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. Posteriormente apresentaremos o <strong>processo</strong> <strong>de</strong><br />
prototipagem do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong>senvolvido durante o projeto.<br />
Prototipagem<br />
Prototipagem da Quilha<br />
FIGURA 21: Etapas da prototipagem da quilha.<br />
A Figura 21 apresenta todas as etapas da execução do mol<strong>de</strong> utilizado para confecção<br />
dos protótipos das quilhas. Primeiramente, um protótipo <strong>de</strong> resina foi feito através do us <strong>de</strong><br />
tecnologia <strong>de</strong> prototipagem rápida, e, <strong>de</strong>ste protótipo foi confeccionado um mol<strong>de</strong> composto<br />
<strong>de</strong> duas partes em silicone.<br />
Os protótipos confeccionados serviram <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para representar as quilahs que seriam<br />
injetadas em situação d<strong>de</strong> produção real. Neste caso, foram feitas em resina flexível em<br />
diversas cores.<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
Prototipagem da Prancha<br />
FIGURA 22: Protótipos da Quilha.<br />
FIGURA 23: Prototipagem da prancha.<br />
A prototipagem da prancha seguiu o procedimento básico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
uma prancha <strong>de</strong> surf. Porém, neste caso, utilizamos um bloco <strong>de</strong> isopor usinado ao invés da<br />
peça em poliuretano moldado como planejado (FIGURA 23). As etapas seguintes foram feitas<br />
como os “shapers” fazem em seus estúdios, a laminação em resina epoxy e o acabamento<br />
superficial com etapas repetidas <strong>de</strong> lixamento e recobertura até a aparência <strong>de</strong>sejada.<br />
Posteriormente foram colados os <strong>de</strong>mais componentes além das quilhas que foram<br />
encaixadas como planejado.<br />
FIGURA 24: Protótipo da prancha.<br />
Conclusão e Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />
Os dados obtidos na condução dos estudos aqui sintetizados foram vitais para o<br />
planejamento do produto a ser <strong>de</strong>senvolvido. Serviram <strong>de</strong> base também para o embasamento<br />
teórico <strong>de</strong> uma constatação empírica <strong>de</strong> que existe um mercado potencial relacionado ao<br />
<strong>de</strong>sign esportivo, para atuação <strong>de</strong> diversos profissionais, das mais diversas áreas.<br />
Assim como os diversos esportes e suas variadas modalida<strong>de</strong>s, o wakeskate sofrerá<br />
mudanças constantes <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas pelo <strong>de</strong>senvolvimento contínuo <strong>de</strong> produtos, busca por<br />
resultados pelos atletas e busca por inovação pelas empresas. Neste contexto <strong>de</strong> mudanças<br />
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<strong>Design</strong> <strong>Esportivo</strong> e <strong>Inovação</strong>: O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prancha <strong>de</strong> wakeskate.<br />
contínuas, informações relevantes organizadas <strong>de</strong> forma a fundamentar <strong>de</strong>cisões estratégicas<br />
das corporações são imprescindiveis.<br />
“A inovação é um ingrediente vital para o sucesso dos negócios.(...) As empresas<br />
precisam introduzir continuamente novos produtos, para impedir que empresas mais<br />
agressivas acabem abocanhando parte <strong>de</strong> seu mercado.” (BAXTER, 2003)<br />
Notamos que no cenário nacional, o crescimento dos esportes radicais é<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente gran<strong>de</strong>, movimentando produtos e serviços, mas ainda <strong>de</strong>ixando a <strong>de</strong>sejar<br />
no quesito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> artigos e equipamentos <strong>de</strong> alto valor agregado e alta<br />
competitivida<strong>de</strong> internacional. Esperamos que com novos estudos transdisciplinares, <strong>de</strong><br />
diversas áreas do conhecimento como o <strong>de</strong>sign, a engenharia <strong>de</strong> produção e o marketing,<br />
gradualmente este cenário torne-se favorável à atuação <strong>de</strong> profissionais e empresas<br />
empreen<strong>de</strong>doras. Num esporte ainda jovem e com alto potencial, as empresas que<br />
conseguirem somar as melhores ferramentas terão maior chance <strong>de</strong> sucesso.<br />
Referências<br />
BAXTER. M. Projeto <strong>de</strong> Produto.2° edição. Ed. Edgard Blucher, 2003.<br />
CHARLOTE; FIELL, P. Guida al <strong>de</strong>sign: concezioni-materiali-stili.ed. Taschen, Itália,<br />
2006.<br />
BÜRDEK, B.E. <strong>Design</strong> - História, Teoria E Prática Do <strong>Design</strong> De Produtos. ed. Edgard<br />
Blucher, 2006.<br />
KOTLER, P. Administração <strong>de</strong> marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo:<br />
Prentice Hall, 2000.<br />
LÖBACH, B. <strong>Design</strong> Industrial. Ed. Edgard Blucher, 2001.<br />
MEYER. Revitalize Product Lines Through Continuous Plataform Renewal. 1997.<br />
SLACK, N.; CHAMBER, S.; HARDLAND, C.; HARRISON, A. e JOHNSTON, R.<br />
Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1999.<br />
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