A Luz Além da Visão: Lighting Design de Lojas e sua Influência na ...
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A <strong>Luz</strong> <strong>Além</strong> <strong>da</strong> <strong>Visão</strong>: <strong>Lighting</strong> <strong>Design</strong> <strong>de</strong> <strong>Lojas</strong> e <strong>sua</strong><br />
<strong>Influência</strong> <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong> e Bem-estar <strong>da</strong>s Funcionárias<br />
The light beyond vision: retail stores lighting <strong>de</strong>sign and its influence on employee´s<br />
health and well-being<br />
Martau, Beti<strong>na</strong>; Dra. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS<br />
beti<strong>na</strong>.arquitetura@terra.com.br<br />
Resumo<br />
A pesquisa buscou avaliar como o projeto <strong>de</strong> lighting <strong>de</strong>sign interfere <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e no bem-estar<br />
<strong>de</strong> funcionárias <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> rua e <strong>de</strong> shopping centers em Porto Alegre. Para isto se<br />
estabeleceram as relações entre aspectos vi<strong>sua</strong>is, biológicos e emocio<strong>na</strong>is com as condições<br />
<strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção, utilizando uma metodologia que empregou instrumentos <strong>da</strong> psicologia e <strong>da</strong><br />
medici<strong>na</strong>. Os resultados apontam para gran<strong>de</strong> insatisfação com o ambiente luminoso dos<br />
pontos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, corroborando a hipótese <strong>de</strong> que ele está i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado para aten<strong>de</strong>r aos<br />
requisitos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar <strong>da</strong>s trabalhadoras lojas e que as estratégias <strong>de</strong> lighting <strong>de</strong>sign<br />
precisam ser revisa<strong>da</strong>s.<br />
Palavras Chave: lighting <strong>de</strong>sign; saú<strong>de</strong>; pontos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>.<br />
Abstract<br />
This research evaluated how lighting <strong>de</strong>sign can influence on female employees’ health and<br />
well-being in street and shopping mall retail stores in the city of Porto Alegre. Relations<br />
between vi<strong>sua</strong>l, biological and emotio<strong>na</strong>l aspects and the lighting conditions of the space<br />
were established using research tools from Psychology and Biological sciences. The results<br />
pointed to a great dissatisfaction with the lighting system of the stores. We could conclu<strong>de</strong><br />
that the system is unsuitable to fulfill the health and well-being issues of female retail stores<br />
employees and that it’s necessary to review the stores’ lighting <strong>de</strong>sign strategies.<br />
Key words: lighting <strong>de</strong>sign; health; retail stores spaces.
A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
Introdução<br />
O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio dos últimos anos <strong>na</strong> área <strong>de</strong> lighting <strong>de</strong>sign foi <strong>de</strong>finir <strong>de</strong> que<br />
maneira a luz afeta a saú<strong>de</strong>, não mais ape<strong>na</strong>s em aspectos relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s à visão, mas no que<br />
diz respeito aos processos metabólicos, a partir <strong>da</strong> <strong>de</strong>scoberta por David Berson em 2002 <strong>de</strong><br />
um terceiro tipo <strong>de</strong> fotorreceptor <strong>na</strong> reti<strong>na</strong>, que era a conexão que faltava para compreen<strong>de</strong>r os<br />
mecanismos dos efeitos biológicos controlados pela luz. O conhecimento sobre as relações<br />
entre ilumi<strong>na</strong>ção, homem e o <strong>Design</strong> po<strong>de</strong> ser sintetizado através <strong>de</strong> várias abor<strong>da</strong>gens ao<br />
tema. Em relação ao <strong>de</strong>sempenho humano, há três rotas principais <strong>de</strong> análise: através do<br />
sistema vi<strong>sua</strong>l, do perceptivo e do circadiano. Os dois primeiros têm um conhecimento<br />
consoli<strong>da</strong>do que <strong>de</strong>monstra como ilumi<strong>na</strong>r para obter conforto vi<strong>sua</strong>l e estimular a percepção.<br />
No entanto, o conhecimento <strong>da</strong>s relações entre ilumi<strong>na</strong>ção e o chamado sistema circadiano<br />
humano (ritmos diários <strong>de</strong> 24horas) ain<strong>da</strong> está incipiente. Compreen<strong>de</strong>r como a luz influencia<br />
o corpo humano auxilia a <strong>de</strong>screver o impacto do lighting <strong>de</strong>sign nos usuários dos edifícios.<br />
Uma população <strong>de</strong> especial interesse no estudo <strong>da</strong> relação entre quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> luz e condições<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são os trabalhadores <strong>de</strong> shoppings centers, que estão sujeitos à ilumi<strong>na</strong>ção artificial<br />
em ambientes sem janelas durante o dia e muitas vezes trabalham até horários mais avançados<br />
à noite.<br />
Os ritmos circadianos po<strong>de</strong>m ser regulados por uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> indicadores<br />
externos, mas a luz (ciclo claro/escuro) é a variável primária e mais importante <strong>na</strong><br />
sincronização (ou <strong>de</strong>ssincronização) dos humanos aos ritmos diurnos ou noturnos<br />
(GRONFIER et al., 2008). O ritmo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e repouso, ritmo <strong>de</strong> temperatura corporal e<br />
níveis hormo<strong>na</strong>is (melatoni<strong>na</strong> e cortisol), são exemplos <strong>de</strong> ritmos biológicos regulados pela<br />
luz no corpo que po<strong>de</strong>m ser medidos. Quando um indivíduo encontra-se num estado saudável,<br />
todos os seus ritmos têm uma relação <strong>na</strong>tural, e dizemos que ele está em fase (KAPLAN,<br />
SADOCK e GREBB, 1997).<br />
A melatoni<strong>na</strong> é um hormônio <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância <strong>na</strong> investigação dos ritmos<br />
biológicos humanos regulados pelo ciclo claro/escuro (KAPLAN, SADOCK e GREBB,<br />
1997). A relação entre a inibição <strong>da</strong> melatoni<strong>na</strong> e a luz é direta e a melatoni<strong>na</strong> respon<strong>de</strong><br />
ape<strong>na</strong>s à ilumi<strong>na</strong>ção. Seu ritmo (figura 1) é consi<strong>de</strong>rado um excelente marcador <strong>de</strong> fase do<br />
relógio biológico endógeno (ARENDT, 2005), po<strong>de</strong>ndo ser também um excelente indicador<br />
<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ilumi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s funcionárias.<br />
O cortisol é outro hormônio que faz parte do chamado eixo adre<strong>na</strong>l e <strong>de</strong>monstra um<br />
ritmo circadiano claro (figura 1), com um pico em torno do <strong>de</strong>spertar <strong>da</strong> pessoa (KUDIELKA<br />
e KIRSCHBAUM, 2003). As concentrações plasmáticas do cortisol são mais altas no início<br />
<strong>da</strong> manhã (por volta <strong>da</strong>s seis horas) e seus valores são mais baixos ao fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> tar<strong>de</strong> e à noite.<br />
Como o cortisol é controlado pelo relógio biológico no núcleo supraquiasmático (NSQ), é<br />
esperado que o ritmo e a concentração <strong>de</strong> cortisol sejam influenciados pela luz.<br />
9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em <strong>Design</strong>
A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
Figura 1 Ritmo <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> e cortisol ao longo <strong>da</strong>s 24h<br />
O corpo também possui um ritmo endógeno <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do ritmo <strong>de</strong><br />
temperatura corporal. Os hormônios cortisol (hormônio do estresse) e melatoni<strong>na</strong> (hormônio<br />
do sono) <strong>de</strong>sempenham um importante papel <strong>na</strong> regulação do alerta e do sono, e existem<br />
algumas relações <strong>de</strong> ritmo entre cortisol, melatoni<strong>na</strong> e temperatura corporal (NOGUERA et<br />
al, 2007, KRAUCHI e WIRZ-JUSTICE,2001).<br />
Objetivos e Metodologia <strong>da</strong> Pesquisa<br />
O objetivo geral <strong>da</strong> pesquisa foi avaliar como as condições <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção interferem<br />
<strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e no bem-estar <strong>de</strong> funcionárias <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> rua e <strong>de</strong> shopping centers em Porto<br />
Alegre (relação dos aspectos vi<strong>sua</strong>is, biológicos e emocio<strong>na</strong>is do projeto <strong>de</strong> lighting <strong>de</strong>sign).<br />
Como objetivos específicos <strong>de</strong>sejávamos caracterizar a relação entre as condições <strong>de</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção e variáveis emocio<strong>na</strong>is como <strong>de</strong>pressão, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e estresse; <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r se as<br />
condições <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção diferencia<strong>da</strong>s interferem no ritmo biológico (condições <strong>de</strong> sono,<br />
ritmo ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>/repouso e ritmo <strong>de</strong> temperatura corporal); <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r os níveis dos hormônios<br />
melatoni<strong>na</strong> e cortisol <strong>na</strong> saliva em função <strong>da</strong>s diferentes condições <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong>s lojas e<br />
verificar a satisfação e preferências <strong>da</strong>s funcionárias em relação aos sistemas <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção.<br />
Foi utilizado o estudo transversal como estratégia <strong>de</strong> pesquisa.<br />
Para tal foi selecio<strong>na</strong><strong>da</strong> uma amostra aleatória <strong>de</strong> trinta mulheres voluntárias, com<br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 18 e 65 anos, que exerciam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> prestadores <strong>de</strong> serviços em lojas a pelo<br />
menos um ano neste local e turno e que não exerciam jor<strong>na</strong><strong>da</strong> dupla <strong>de</strong> trabalho. Dividiram-se<br />
em três grupos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z funcionárias <strong>de</strong>: (A) lojas <strong>de</strong> rua com presença <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>tural e<br />
turno <strong>de</strong> trabalho diurno (8h às 18h), (B) lojas <strong>de</strong> shopping centers, sem presença <strong>de</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>tural e turno <strong>de</strong> trabalho diurno (10h às 18h), (C:) lojas <strong>de</strong> shopping centers sem<br />
presença <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>tural e turno <strong>de</strong> trabalho em parte noturno (14h às 22h).<br />
As condições <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção foram avalia<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> levantamento fotográfico e do<br />
registro <strong>de</strong> aspectos do ambiente físico e <strong>da</strong> ilumi<strong>na</strong>ção. Foi medi<strong>da</strong> a iluminância geral média<br />
do espaço com luxímetro portátil. Todos os espaços tinham sistema <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção artificial<br />
acio<strong>na</strong>do durante todo o dia sendo a ilumi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>tural ape<strong>na</strong>s complementar<br />
quantitativamente. A visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s tarefas vi<strong>sua</strong>is foi avalia<strong>da</strong> por um teste padrão a<br />
distâncias pré-estabeleci<strong>da</strong>s. Reflexos in<strong>de</strong>sejados foram avaliados percorrendo-se o espaço e<br />
colocando uma superfície reflexiva em diferentes posições.<br />
9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em <strong>Design</strong>
A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
Para avaliar a satisfação <strong>da</strong>s funcionárias com a ilumi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> loja, foi aplicado um<br />
questionário, elaborado a partir <strong>de</strong> outros instrumentos <strong>de</strong> avaliação em pesquisas <strong>de</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, como os estudos <strong>de</strong> BEAN e BELL (1992), BOYCE e EKLUND (1995) e<br />
VEITCH e NEWSHAM (1995), bem como a<strong>da</strong>ptações <strong>de</strong> parte do roteiro proposto pela<br />
Commission Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>le <strong>de</strong> l’Éclairage (COMMISSION INTERNATIONALE DE<br />
L´ÉCLAIRAGE, 1986 e 1972), com ajustes em função do tipo <strong>de</strong> tarefa vi<strong>sua</strong>l existente em<br />
espaços comerciais.<br />
Para avaliar os aspectos emocio<strong>na</strong>is (<strong>de</strong>pressão, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e estresse) foram utiliza<strong>da</strong>s<br />
as chama<strong>da</strong>s escalas psicométricas, vali<strong>da</strong><strong>da</strong>s para o português do Brasil. São elas: Self<br />
Reporting Question<strong>na</strong>ire - SRQ-20 (transtorno psiquiátrico) (MARI e WILLIAMS, 1986),<br />
Escala <strong>de</strong> Montgomery-Äsberg (DRACTU, RIBEIRO e CAL. 1987), Escala <strong>de</strong> Depressão <strong>de</strong><br />
Beck (GORENSTEIN et al., 1999.), Escala <strong>de</strong> Depressão <strong>de</strong> Hamilton (HAMILTON,1967),<br />
Inventário <strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> traço-estado – I<strong>da</strong>te (ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>) (SPIELBERGER, 1983) e Inventário<br />
<strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong> stress para adultos <strong>de</strong> Lipp (ISS LIPP) (LIPP e GUEVARA, 1994), para<br />
avaliar o estresse. Para avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do sono foi utilizado o questionário Pittsburgh<br />
Sleep Quality In<strong>de</strong>x – PSQI (BUYSSE ET AL., 1999) e a escala <strong>de</strong> Epworth (JOHNS, 1991)<br />
para avaliar a sonolência diur<strong>na</strong>.<br />
A temperatura corporal e o ritmo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e repouso foram aferidos <strong>de</strong> forma<br />
contínua, durante cinco dias, por meio do termístor (IBUTTON, 2008), utilizado junto com o<br />
actígrafo (MINI MITTER, 2007) com um luxímetro acoplado, sempre incluindo um fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />
sema<strong>na</strong>. Através do actígrafo também foi possível a<strong>na</strong>lisar os padrões <strong>de</strong> Ilumi<strong>na</strong>ncia em 24h<br />
<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> funcionária (Figuras 2,3 e 4).<br />
Figura 2 Colocação do<br />
actígrafo no pulso <strong>da</strong> mão<br />
não domi<strong>na</strong>nte.<br />
Figura 3 Colocação do<br />
termístor <strong>na</strong> parte inter<strong>na</strong> do<br />
pulso <strong>da</strong> mão não domi<strong>na</strong>nte.<br />
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Figura 4 Fixação do termístor<br />
<strong>na</strong> parte inter<strong>na</strong> do pulso <strong>da</strong><br />
mão não domi<strong>na</strong>nte com fita<br />
cor <strong>da</strong> pele.<br />
Os níveis dos hormônios melatoni<strong>na</strong> e cortisol foram a<strong>na</strong>lisados <strong>na</strong> saliva coleta<strong>da</strong> em<br />
três horários (12h, 18h e 24h) pela própria funcionária que cuspia diretamente num frasco<br />
coletor, após seguir as orientações <strong>de</strong> restrições alimentares antes <strong>da</strong> coleta. Após as coletas, a<br />
saliva foi congela<strong>da</strong> e posteriormente encaminha<strong>da</strong> para dosagem com kits comerciais.<br />
Os <strong>da</strong>dos foram organizados em banco utilizando-se o software Excel (Microsoft),<br />
Statistical Package for the Social Science (SPSS) para Windows, versão 13.0.
A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
Resultados e discussão<br />
A tabela abaixo sintetiza as principais variáveis a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s em relação às condições <strong>de</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção dos pontos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> avaliados. É importante <strong>de</strong>stacar que as lojas <strong>de</strong> shoppings<br />
centers caracterizaram-se por maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> luz nos espaços e que a maior parte <strong>da</strong>s<br />
lojas em todos os grupos eram ilumi<strong>na</strong><strong>da</strong>s por fluorescentes compactas.<br />
Tabela 1 Síntese <strong>da</strong>s principais condições <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção avalia<strong>da</strong>s - S (média) SD (<strong>de</strong>svio padrão)<br />
Condições <strong>de</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção<br />
Iluminância geral<br />
média(lux)<br />
Tempo <strong>de</strong> exposição<br />
acima <strong>da</strong> iluminância<br />
<strong>de</strong> referência<br />
(min./dia>1000lux)<br />
Fator claro/escuro<br />
Problemas <strong>de</strong> conforto<br />
vi<strong>sua</strong>l<br />
Visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> tarefa<br />
Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
contato vi<strong>sua</strong>l com<br />
exterior<br />
Aparência <strong>de</strong> cor <strong>da</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção existente e<br />
preferência <strong>da</strong>s<br />
funcionárias<br />
Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
controlar o sistema <strong>de</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção<br />
Lâmpa<strong>da</strong><br />
predomin<strong>na</strong>te<br />
Satisfação com a<br />
ilumi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> loja<br />
consi<strong>de</strong>rando todos os<br />
fatores avaliados<br />
Satisfação>7<br />
Insatisfação < 7<br />
A – Rua<br />
B – Shopping center C - Shopping center<br />
Manhã/tar<strong>de</strong><br />
Manhã/tar<strong>de</strong><br />
Tar<strong>de</strong>/noite<br />
340 lux MENOR<br />
428 lux<br />
666 lux MAIOR<br />
22,2% Consi<strong>de</strong>raram que o 20,0% Consi<strong>de</strong>raram que o sistema 60,0% Consi<strong>de</strong>raram que o<br />
sistema <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção causava <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção causava <strong>de</strong>sconforto sistema <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção causava<br />
<strong>de</strong>sconforto vi<strong>sua</strong>l/ofuscamento vi<strong>sua</strong>l/ofuscamento <strong>de</strong>sconforto vi<strong>sua</strong>l/ofuscamento<br />
11,1% gostariam <strong>de</strong> reduzir a 50% gostariam <strong>de</strong> reduzir a 60% gostariam <strong>de</strong> reduzir a<br />
iluminância no local <strong>de</strong> trabalho iluminância no local <strong>de</strong> trabalho iluminância no local <strong>de</strong> trabalho<br />
68,98 min./dia<br />
66,38 min./dia 62,16 min./dia<br />
MAIOR<br />
MENOR<br />
S=2,40 e S_D= 0,51<br />
MAIOR<br />
20% Reflexões especulares<br />
20% Sombras<br />
30% Ofuscamento pelas fontes <strong>de</strong><br />
luz artificial<br />
Sem problemas <strong>de</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>/<br />
Teste Snelling<br />
Insatisfação – Nota média 6 para<br />
leitura e visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s tarefas<br />
diárias<br />
Satisfação (S=7)<br />
20% Sentem-se mal porque não<br />
po<strong>de</strong>m olhar o exterior<br />
Branca 60% n=10<br />
Está <strong>de</strong> acordo com a preferência<br />
88,9% preferem branca<br />
Em 80% <strong>da</strong>s lojas é possivel<br />
55,6% gostariam <strong>de</strong> modificar o<br />
sistema <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção ao longo<br />
do dia <strong>de</strong> trabalho.<br />
S=2,26 e S_D=0,81<br />
30% Reflexões especulares<br />
10% Sombras<br />
20% Ofuscamento pelas fontes <strong>de</strong><br />
luz artificial<br />
Sem problemas <strong>de</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>/<br />
Teste Snelling<br />
Nota media 7 para leitura e<br />
visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s tarefas diárias<br />
Insatisfação (S
A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
Os resultados apontaram para maior insatisfação com a ilumi<strong>na</strong>ção no ambiente <strong>de</strong><br />
trabalho <strong>na</strong> categoria shopping centers (grupos B e C) on<strong>de</strong> esta era, <strong>de</strong> um modo geral, 20%<br />
superior ao grupo A. A insatisfação com ausência <strong>de</strong> contato vi<strong>sua</strong>l com o exterior apareceu<br />
correlacio<strong>na</strong><strong>da</strong> inversamente com a <strong>de</strong>pressão (Beck) no grupo C. O estudo <strong>na</strong>s lojas<br />
<strong>de</strong>monstrou que as pessoas mais satisfeitas com o seu sistema <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção (in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />
tipo <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção a que estão submeti<strong>da</strong>s) são as que apresentam maior fator claro e escuro e<br />
maior satisfação com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contato vi<strong>sua</strong>l com o exterior, e estas se encontravam<br />
no grupo A. Nas lojas <strong>de</strong> rua (A), quanto maior a satisfação com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contato<br />
vi<strong>sua</strong>l com o exterior, menores os escores <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão.<br />
A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> luz relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> não foi um problema significativo em<br />
nenhum dos grupos a<strong>na</strong>lisados, apesar <strong>de</strong>, no grupo A, a ilumi<strong>na</strong>ção para tarefas rotineiras ter<br />
recebido as menores notas entre os grupos - abaixo <strong>de</strong> cinco. A avaliação do <strong>de</strong>sempenho<br />
vi<strong>sua</strong>l e <strong>da</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s tarefas feita através <strong>da</strong> apresentação <strong>da</strong> cartela para leitura não<br />
registrou funcionárias com problemas nesse aspecto. Consi<strong>de</strong>rando-se que <strong>na</strong>s lojas do grupo<br />
foram encontra<strong>da</strong>s as iluminâncias mais baixas e os maiores escores <strong>de</strong> sonolência diur<strong>na</strong>, a<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>ve ser revista neste grupo.<br />
A <strong>de</strong>scoberta mais consistente e <strong>de</strong> maior impacto sobre a atual prática <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção<br />
em pontos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> em shopping centers é a correlação inversa encontra<strong>da</strong> entre a<br />
iluminância geral média <strong>da</strong> loja e a satisfação com a ilumi<strong>na</strong>ção, bem como a correlação<br />
positiva <strong>de</strong>ssa variável com escores <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transtorno mental e <strong>de</strong>pressão, no<br />
grupo B e com os indicadores biológicos (acrofase <strong>de</strong> temperatura e melatoni<strong>na</strong> 24h) no grupo<br />
C. Os grupos <strong>da</strong>s lojas <strong>de</strong> shopping centers, como citado anteriormente, apresentaram maior<br />
iluminância <strong>na</strong> loja, com predominância <strong>de</strong> palavras assi<strong>na</strong>la<strong>da</strong>s <strong>de</strong>screvendo a ilumi<strong>na</strong>ção<br />
como “clara e ofuscante” pelas funcionárias, o que <strong>de</strong>monstrou maior necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
modificar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ilumi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> loja, sendo que a principal mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong>seja<strong>da</strong> era a<br />
redução <strong>da</strong> ilumi<strong>na</strong>ção durante o dia. Esses resultados apontam para o excesso <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção<br />
para a funcionária, que po<strong>de</strong> estar relacio<strong>na</strong>do à maior estresse, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e tendência a per<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> ritmo <strong>de</strong> cortisol no grupo B e, no grupo C, a maiores escores <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
transtorno mental, <strong>de</strong>pressão e pior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sono, bem como a alterações do nível <strong>de</strong><br />
melatoni<strong>na</strong> 12h, com possível atraso <strong>de</strong> fase <strong>na</strong> produção <strong>de</strong>sse hormônio.<br />
Com relação ao ritmo <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> especificamente (figura 5), o grupo <strong>da</strong>s<br />
funcionárias <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> rua (A) apresenta uma condição próxima <strong>da</strong> situação i<strong>de</strong>al, ou seja, há<br />
uma diferença maior entre níveis diurnos e noturnos, sendo a melatoni<strong>na</strong> às 24h<br />
significativamente superior aos <strong>de</strong>mais horários entre os três grupos. O grupo B já apresenta<br />
uma supressão <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> maior entre as 18h e 24h do que <strong>na</strong> situação <strong>da</strong>s lojas com<br />
contato com o exterior, o que po<strong>de</strong> ser influência <strong>da</strong>s iluminâncias gerais médias mais<br />
eleva<strong>da</strong>s encontra<strong>da</strong>s <strong>na</strong>s lojas <strong>da</strong> categoria shopping centers. O grupo C apresentou<br />
resultados <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> mais elevados às 12h do que no horário <strong>da</strong>s 24h, com uma<br />
que<strong>da</strong> significativa (gran<strong>de</strong> supressão) a partir <strong>da</strong>s 12h até as 18h (período que coinci<strong>de</strong> com a<br />
entra<strong>da</strong> no ambiente <strong>de</strong> trabalho com alta iluminância geral média). À noite, não conseguem<br />
elevar o nível <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> como esperado, provavelmente porque ficam expostas a altas<br />
iluminâncias até mais tar<strong>de</strong> em relação aos <strong>de</strong>mais grupos, o que, fisiologicamente po<strong>de</strong><br />
9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em <strong>Design</strong>
A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
indicar problemas com o sono (conforme apresentado, os escores <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do sono<br />
avaliados pela escala PSQI são mais elevados neste grupo dos que nos <strong>de</strong>mais).<br />
Figura 5 Níveis <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> salivar pg/ml) às 12,18 e 24 h, por grupo<br />
Resultados sugerem que estes indivíduos sofrem alteração no ritmo <strong>da</strong> melatoni<strong>na</strong>,<br />
com um provável atraso <strong>de</strong> fase (seu pico <strong>de</strong>veria ocorrer entre 3h e 4h e baixar<br />
significativamente entre 8h e 9 h), pois, pelo nível encontrado às 12h e as relações com o<br />
ritmo <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> pele, o pico <strong>de</strong>ve ocorrer mais tar<strong>de</strong> do que nos <strong>de</strong>mais grupos. A<br />
observação do comportamento <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> neste grupo reflete diretamente a<br />
influência do padrão <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção do ambiente <strong>de</strong> trabalho <strong>da</strong> loja. Esses <strong>da</strong>dos, associados à<br />
insatisfação com a iluminância geral média <strong>da</strong> loja, em que as funcionárias apontam a<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir a ilumi<strong>na</strong>ção durante o dia, corrobora a hipótese <strong>de</strong> que o ambiente<br />
luminoso está i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado para aten<strong>de</strong>r aos requisitos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar dos trabalhadores<br />
<strong>de</strong>stes pontos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>.<br />
Com relação ao cortisol, os resultados encontrados <strong>na</strong> dosagem salivar (12h, 18h e<br />
24h) indicam uma alteração (tendência à per<strong>da</strong>) <strong>de</strong> ritmo no grupo B, no qual se verifica a<br />
peque<strong>na</strong> variação entre os níveis dos três horários, quando então quase não se percebe mais o<br />
ritmo circadiano claro, com um pico em torno do <strong>de</strong>spertar <strong>da</strong> pessoa, conforme <strong>de</strong>monstra a<br />
figura 6.<br />
Figura 6 Níveis <strong>de</strong> cortisol salivar (nmol/l) às 12, 18 e 24h, por grupo.<br />
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A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
Em to<strong>da</strong>s as escalas aplica<strong>da</strong>s, os resultados apontaram a média <strong>de</strong> escores mais<br />
elevados para os sintomas <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transtorno psiquiátrico, <strong>de</strong>pressão e ansie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
nos grupos B e C em relação ao grupo A (figura 7). Os valores absolutos mais elevados em<br />
to<strong>da</strong>s as variáveis a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>monstram que os sintomas mais graves <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
alterações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> encontra<strong>da</strong>s foram também nos grupos B e C, e que o fator ambiental,<br />
entre eles a ilumi<strong>na</strong>ção, po<strong>de</strong> estar contribuindo para esses resultados, o que faz necessária<br />
uma análise mais profun<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssas relações.<br />
Condições emocio<strong>na</strong>is<br />
Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
transtorno<br />
psiquiátrico<br />
Depressão<br />
Ansie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Estresse<br />
A –Rua<br />
Manhã/tar<strong>de</strong><br />
SRQ MENOR<br />
Sem distúrbios<br />
Hamilton MENOR<br />
40% Distúrbios<br />
Montgomery MENOR<br />
Beck MENOR<br />
MENOR<br />
MENOR<br />
40% estressa<strong>da</strong>s<br />
9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em <strong>Design</strong><br />
B – Shopping center<br />
Manhã/tar<strong>de</strong><br />
Sem distúrbios<br />
Hamilton<br />
50% Distúrbios<br />
Beck MAIOR<br />
MAIOR<br />
MAIOR<br />
60% estressa<strong>da</strong>s<br />
Figura 7 Síntese <strong>da</strong>s condições emocio<strong>na</strong>is avalia<strong>da</strong>s pelas escalas, por grupo.<br />
C – Shopping center<br />
Tar<strong>de</strong>/noite<br />
SRQ MAIOR<br />
Distúrbios i<strong>de</strong>ntificados<br />
Hamilton MAIOR<br />
40% Distúrbios<br />
Montgomery MAIOR<br />
50% estressa<strong>da</strong>s<br />
Uma vez que a regulação dos ritmos circadianos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do horário e <strong>da</strong> duração <strong>da</strong><br />
exposição à luz, os trabalhadores do grupo C parecem ser mais influenciados pela luz do<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho, talvez por estarem expostos a iluminâncias altas até um horário mais<br />
adiantado que os <strong>de</strong>mais grupos. O grupo C foi o que se diferenciou no fator claro/escuro<br />
(padrão <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção), no ritmo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, no mesor do ritmo <strong>de</strong> temperatura <strong>da</strong> pele e no<br />
comportamento <strong>da</strong> acrofase do ritmo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> temperatura corporal. Este último<br />
aspecto está diretamente relacio<strong>na</strong>do ao mecanismo <strong>da</strong> melatoni<strong>na</strong>, que apareceu alterado<br />
nesse grupo.
A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
Condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
bem-estar<br />
Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do sono<br />
(PSQI) e Sonolência<br />
diur<strong>na</strong> (Epworth)<br />
Ritmo <strong>de</strong><br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>/repouso<br />
Ritmo <strong>de</strong> temperatura<br />
corporal<br />
Ritmo do hormônio<br />
melatoni<strong>na</strong><br />
Ritmo do hormônio<br />
cortisol<br />
A - Rua<br />
Manhã/tar<strong>de</strong><br />
PSQI MENOR S=4,60<br />
(S_D=2,31)<br />
Epworth MAIOR<br />
S=10,20 (S_D=2,82)<br />
Níveis normais – mais<br />
elevados as 24hs<br />
Ritmo normal<br />
Níveis normais<br />
Ritmo normal<br />
B - Shopping center<br />
Manhã/tar<strong>de</strong><br />
PSQI S=5,50 (S_D=3,8)<br />
Epworth S=8,80 (S_D=3,67)<br />
Níveis próximos a normali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
– DEVERIAM SER MAIS<br />
ELEVADOS AS 24HS.<br />
Ritmo normal<br />
Níveis muito baixos em todos os<br />
horários.<br />
Ritmos alterados – possível<br />
per<strong>da</strong> <strong>de</strong> ritmo<br />
Figura 8 Síntese <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sono e ritmos circadianos avaliados, por grupo.<br />
C - Shopping center<br />
Tar<strong>de</strong>/noite<br />
PSQI MAIOR<br />
S= 5,70 (S_D=3,74)<br />
Epworth MENOR S=6,88 (S_D=3,14)<br />
Maior amplitu<strong>de</strong> e variância no ritmo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
repouso em relaçãoaso grupos A e B (F=4,81; P=<br />
0,016)<br />
Diferença <strong>na</strong> acrofase do ritmo comparado aos<br />
grupos A e B<br />
Diferença no mesor <strong>da</strong> temperature comparado com<br />
o grupo <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> rua (A) (f= 4,091 e p= 0,032,<br />
n=22). Sem diferença em relação ao grupo B.<br />
Diferença <strong>na</strong> acrofase <strong>da</strong> temperature compara<strong>da</strong> aos<br />
grupos A e B<br />
Níveis não estão normais – Muito baixos as 24hs e<br />
muito altos as 12hs<br />
Ritmo alterado – po<strong>de</strong> haver uma atraso <strong>de</strong> fase<br />
Níveis mais elevados que o normal em todos os<br />
horários – Ritmo normal<br />
A figura 8 acima sintetiza os resultados <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar (ritmos)<br />
avaliados e esses <strong>da</strong>dos, associados à insatisfação com a iluminância geral média <strong>da</strong> loja no<br />
grupo C, em que as funcionárias apontam a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir a ilumi<strong>na</strong>ção durante o dia,<br />
corrobora a hipótese <strong>de</strong> que o ambiente luminoso está i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado para aten<strong>de</strong>r aos requisitos<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar dos trabalhadores <strong>de</strong>sses locais principalmente.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que no Grupo C houve alteração importante no ritmo <strong>da</strong> melatoni<strong>na</strong> e<br />
diferenças em relação aos outros grupos em outros aspectos biológicos (ritmo e temperatura)<br />
este resultado estabelece um mecanismo entre estas variáveis (apesar <strong>de</strong> não explicado em<br />
termos <strong>de</strong> causa e efeito) e as condições <strong>da</strong> ilumi<strong>na</strong>ção (alta iluminância <strong>da</strong> loja). Isto sugere<br />
que a ilumi<strong>na</strong>ção po<strong>de</strong> estar influenciando a saú<strong>de</strong> e bem-estar <strong>de</strong> forma negativa neste grupo,<br />
o que leva a pensar sobre as normas <strong>da</strong> IESNA, que estabelecem para o padrão <strong>de</strong> lojas<br />
sofistica<strong>da</strong>s iluminâncias altas (750 lux), sugerindo que seja revista. Este <strong>da</strong>do é relevante,<br />
pois permite respon<strong>de</strong>r aos objetivos específicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r se a ilumi<strong>na</strong>ção interferia nos<br />
ritmos biológicos e nos ritmos <strong>de</strong> melatoni<strong>na</strong> <strong>de</strong> forma a alterar a condição <strong>de</strong>stas variáveis<br />
em relação ao grupo rua, consi<strong>de</strong>rado a situação i<strong>de</strong>al entre os grupos por possuir contato com<br />
o exterior e luz <strong>na</strong>tural.<br />
De qualquer modo, os resultados indicam que ape<strong>na</strong>s o ambiente luminoso do local <strong>de</strong><br />
trabalho, apesar <strong>de</strong> influenciar, não <strong>de</strong>ve ser estu<strong>da</strong>do isola<strong>da</strong>mente, pois as iluminâncias no<br />
local <strong>de</strong> trabalho não po<strong>de</strong>m sozinhas explicar as variações <strong>na</strong> fase circadia<strong>na</strong>. A ilumi<strong>na</strong>ção<br />
no ambiente <strong>de</strong> trabalho certamente influencia os efeitos circadianos, mas precisa ser<br />
interpreta<strong>da</strong> no contexto do padrão luminoso completo 24h do indivíduo.<br />
Uma questão importante para discussão, levanta<strong>da</strong> nesta pesquisa foi a metodologia<br />
aplica<strong>da</strong>, que testou as variáveis para avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ilumi<strong>na</strong>ção foca<strong>da</strong> <strong>na</strong>s<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s huma<strong>na</strong>s (vi<strong>sua</strong>lmente, biologicamente e emocio<strong>na</strong>lmente), bem como os<br />
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A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
instrumentos trazidos <strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong> Psicologia e Medici<strong>na</strong>. Consi<strong>de</strong>rou-se que a metodologia<br />
foi apropria<strong>da</strong>, pois os resultados foram convergentes e coerentes entre os diversos<br />
instrumentos utilizados, porém, mostrou-se <strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente complexa e longa para as<br />
funcionárias.<br />
Conclusões<br />
A pesquisa em ilumi<strong>na</strong>ção agora se aproxima do ser humano que usa os interiores<br />
ilumi<strong>na</strong>dos, ao passarmos <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo baseado ape<strong>na</strong>s em requisitos relacio<strong>na</strong>dos à visão<br />
para um mo<strong>de</strong>lo integrado e mais complexo <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção. Classifica<strong>da</strong> por<br />
Veitch (2004) como uma revolução que se inicia <strong>na</strong> compreensão <strong>da</strong> importância <strong>da</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção à medi<strong>da</strong> que se aceita e enten<strong>de</strong> a luz não como um fim em si mesmo, mas como<br />
um meio <strong>de</strong> causar percepções e modificações do comportamento dos usuários exige também<br />
novas formas <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem metodológica para a pesquisa.<br />
Ao se projetar edifícios e <strong>sua</strong> ilumi<strong>na</strong>ção, a ênfase normalmente é <strong>da</strong><strong>da</strong> aos custos <strong>de</strong><br />
instalação e manutenção dos sistemas. Porém, pessoas reais estarão trabalhando nesses<br />
edifícios, com condicio<strong>na</strong>ntes vi<strong>sua</strong>is, emocio<strong>na</strong>is e fisiológicos que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados<br />
para que elas se mantenham em perfeita saú<strong>de</strong> e bem-estar. Compreen<strong>de</strong>r o papel <strong>da</strong><br />
ilumi<strong>na</strong>ção artificial e <strong>sua</strong> relação com os processos biológicos é fun<strong>da</strong>mental para que seja<br />
possível <strong>de</strong>finir essas diretrizes <strong>de</strong> projeto mais “huma<strong>na</strong>s”. Isto significa que é preciso<br />
estu<strong>da</strong>r como ilumi<strong>na</strong>r as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s huma<strong>na</strong>s correlacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s com as respostas do corpo e <strong>da</strong><br />
mente, e não mais ape<strong>na</strong>s com questões vi<strong>sua</strong>is, estéticas ou energéticas. As soluções<br />
tecnológicas dos sistemas <strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>ção continuarão a ser importantes, mas será preciso<br />
apren<strong>de</strong>r a reorganizar as diretrizes <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> modo que a fisiologia huma<strong>na</strong> não seja<br />
afeta<strong>da</strong> negativamente pelo ambiente luminoso e que, o ambiente vi<strong>sua</strong>l permita e estimule<br />
melhores condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar às pessoas.<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Esta pesquisa é resultado <strong>da</strong> Tese <strong>de</strong> Doutorado <strong>da</strong> autora, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> <strong>na</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s sob<br />
orientação do Professor Dr.Paulo Sérgio Scarazzato. Contou com a colaboração do grupo <strong>de</strong><br />
Cronobiologia Huma<strong>na</strong> do Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre, com consultoria <strong>da</strong> Dra.<br />
Maria Paz Hi<strong>da</strong>lgo e Iraci Torres. A bióloga Dra. Clarice <strong>Luz</strong>, prestou consultoria <strong>na</strong><br />
interpretação dos exames hormo<strong>na</strong>is.<br />
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A luz além <strong>da</strong> visão: lighting <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> lojas e <strong>sua</strong> influencia <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e bem- estar <strong>da</strong>s funcionárias<br />
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