No.17 /1978

DISCURSO NA INAUGURAÇÃO DO
LAR D. PEDRO V
Portugueses, brasileiros
o futuro e a fraternidade capazmente entendida
e harmoniosamente conjugada entre
portugueses e brasileiros. Dois povos que
aqui soubestes na prática fazer apenas um
só povo.
Queria que a minha primeira palavra fosse
não a palavra do Presidente da República,
mas a palavra do homem.
E isso para vos dizer que compreendo bem
DISCURSO NO CLUBE GINASTICO
PORTUGUÊS
o valor simbólico desta obra e compreendoo
bem porque este é o tal trabalho que não Portugueses, brasileiros.
se vende, nem se compra, é o trabalho que
se dá com amor, e este trabalho dado desta
maneira acaba por se imaterializar e perdurar
no coração dos homens, coração que 6,
'Om0 todos sabeisl a melhor página de
qualquer história.
Como Presidente da República
e' queria agradecer e agradecer Porque
também aqui foi dito de uma maneira simples,
mas tocante, que corresponde à nossa
maneira de ser e que fez de nós os cidadãos
do mundo. Foi dito aqui que esta é uma
realidade que se sonhou. Sempre os portugueses
foram homens que sonharam, mas
nunca homens que se perderam no sonho.
Sonho foi sempre o primeiro passo de uma
realidade difícil a construir, mas que a História
demonstra neste Brasil melhor que em
parte alguma, construímos e construímos
Seria fácil encerrar este convívio com algumas
palavras amáveis1 que pudessem calar,
efetivamente, os portugueses e brasileiros
presentes. Entendo, entanto, que como vosso
Mandatário e vosso representante, já que
sou Presidente da República, não poderia
usar demagogia e ter que recorrer à verdade,
para, que possamos, nesta altura, cumprir
aquilo que a Nação de n6s espera.
Vou começar por vos dizer que esta viagem
de poucos dias, ao Brasil, foi extraordinariamente
proveitosa. Tive ocasião de verificar
que nós, os portugueses, continuamos a
ter as qualidades e os defeitos dos portugueses
de antanho. Continuamos a saber
trabalhar com honestidade, com capacidade,
com eficácia; continuamos a saber trabalhar
com amor, com fraternidade, como se
o homem ao lado, ao nosso lado, fosse semnão
só através de grandes realizações, embora
modestas em dimensão universal como
é esta, realizações feitas no dia a dia,
realizações em que marcamos o nosso gêpre
o nosso irmão e nunca o nosso inimigo.
O nosso trabalho é sempre um trabalho de
amor.
nio de fraternidade, realizações em que
soubemos mostrar que o homem, qualquer
homem, que está ao nosso lado é realmente
há hoje um mundo novo
um irmão. Aos portugueses que consegui- Queria dizer-lhes que esta mensagem colhiram
por esta obra de fé; aos portugueses
que conseguiram fazer desta Casa a mensagem
de fraternidade, capacidade e de eficácia
que é; aos portugueses e brasileiros
que juntos, também aqui, sonharam, os
meus agradecimentos, os agradecimentos
deste povo que também sois; agradecimento
sincero, agradecimento vivo. Espero que
esta obra seja no futuro, para o futuro, aquida
nos contatos convosco, eu a levarei para
os portugueses. Dizer-lhes que há um mundo
novo, a refazer e que é necessário que
ele seja efetivamente refeito, fazendo
com que estas qualidades, que são nossas,
possam, efetivamente, marcar nossa vida individual
e nosssa vida coletiva. Essa é a
mensagem que eu creio poder levar, que eu
creio ter colhido ao longo desses contatos.
lo que é para o passado: apenas um marco
a mais, numa caminhada sem fim, em que
Queria, depois, dizer-vos, com toda a verdade
- e independentemente de reações -
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