Poluentes Orgânicos Persistentes (Pops) como ... - Fapese
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Fabiana Ferreira Felix; Sandro Navickiene; Haroldo Silveira Dórea<br />
cos, bombas de vácuo, turbinas de transmissão de gás,<br />
fluídos hidráulicos, resinas plastificantes, adesivos,<br />
plastificante para borracha, sistema de transferência<br />
de calor, aditivo anti-chama, óleos de corte, lubrifi-<br />
cantes, pesticida (utilizados <strong>como</strong> conservantes) e pa-<br />
pel carbono (Penteado e Vaz, 2001).<br />
Conforme Salgado (2002) a incorporação de PCBs<br />
no meio ambiente ocorreu no passado, principalmen-<br />
te em razão da liberação de efluentes industriais em<br />
mananciais e de resíduos em depósitos de lixo, ater-<br />
ros, sem qualquer precaução. Outras formas de conta-<br />
minação se dar por acidente ou perda durante o ma-<br />
nuseio de PCBs ou fluidos contendo PCBs, evaporação<br />
de plastificantes, evaporação durante processos<br />
de incineração, vazamentos em transformadores,<br />
capacitores ou trocadores de calor, vazamentos de flui-<br />
dos hidráulicos, armazenamento irregular de resídu-<br />
os contendo PCBs, deposição de emissões veiculares<br />
próximas às rodovias e por aplicações no solo de lodo<br />
de esgoto contaminado.<br />
As bifenilas policloradas, uma vez presentes no<br />
ambiente, não se decompõem quimicamente com faci-<br />
lidade e permanecem por longos períodos neste meio,<br />
incorporando-se com facilidade ao ciclo ar, água e solo.<br />
O destino e o transporte deste poluente, por sua vez<br />
dependerá de suas propriedades físicas e químicas<br />
(Penteado e Vaz, 2001). Além de tais propriedades, as<br />
condições específicas do meio ambiente representam<br />
influências importantes na definição do destino e trans-<br />
porte destas substâncias no ambiente.<br />
As PCBs, quando estão presentes no solo, são pou-<br />
co prováveis de migrarem para águas subterrâneas, em<br />
razão das fortes ligações com as estruturas do solo.<br />
Porém, a ingestão de água, ou de solo contaminada,<br />
representa uma possível fonte adicional de exposição<br />
para as populações que habitam áreas vizinhas aos<br />
sítios de resíduos perigosos. Plantas, cultivadas em<br />
áreas contaminadas, também pode expor as popula-<br />
ções à contaminação, já que os vegetais encontrados<br />
em nestas áreas acumulam as PCBs presentes no solo<br />
por deposição seca nas partes aéreas; deposição úmida<br />
nas porções aéreas devido à captação do poluente<br />
pelas raízes (Salgado, 2002).<br />
4.9. HEXACLOROBENZENO (HCB)<br />
O nome IUPAC do hexaclorobenzeno é Hexachlo-<br />
robenzene ou perchlorobenzene. Historicamente, o<br />
HCB tem muitos usos na indústria e na agricultura. A<br />
principal aplicação agrícola para o HCB é no tratamen-<br />
to de sementes de produtos agrícolas <strong>como</strong> trigo, ce-<br />
vada, aveia e centeio, para impedir o crescimento de<br />
fungos (Toledo, 2002).<br />
Segundo GEF (2006) o HBC é transportado a lon-<br />
gas distâncias, passando por uma lenta degradação<br />
fotolítica. Devido a sua mobilidade e à estabilidade<br />
química, o HCB é extensamente disseminado no ambiente,<br />
sendo muito tóxico para a vida aquática.<br />
É muito persistente no solo. A meia vida estimada<br />
é de 3 a 22 anos, tempo suficiente para contaminar e<br />
bioacumular todos os seres vivos do local (GEF,<br />
2006). Segundo Toledo (2002), a volatilização no solo<br />
é o maior processo de remoção na superfície, en-<br />
quanto a biodegradação aeróbica (meia-vida de 2,7-<br />
5,7 anos) e anaeróbica (meia-vida de 10,6-22,9 anos)<br />
são os maiores processos de remoção a baixas profun-<br />
didades.<br />
Os dados sobre HCB no solo são muito limitados.<br />
Os dados mais extensivos são do Programa Nacional<br />
de Monitoramento de Solos dos EUA, em 1972, onde<br />
as concentrações de uma variedade de pesticidas fo-<br />
ram determinadas em 1483 locais, em 37 estados. O<br />
HCB foi detectado em 11 desses locais, com uma média<br />
de concentrações de 10 a 440 mg/kg peso seco. Já<br />
em Cubatão, no Brasil, os níveis de HCB em solos de<br />
áreas contaminadas variaram de 1,1 a 325,0 mg/kg<br />
(Toledo, 2002).<br />
Revista da <strong>Fapese</strong>, v.3, n.2, p. 39-62, jul./dez. 2007