Poluentes Orgânicos Persistentes (Pops) como ... - Fapese
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Fabiana Ferreira Felix; Sandro Navickiene; Haroldo Silveira Dórea<br />
Para entender <strong>como</strong> ocorre o contanto entre<br />
pesticidas e solo, Prata (2002) descreve que as moléculas<br />
dos pesticidas podem seguir diferentes rotas.<br />
Assim, elas podem ser retidas aos colóides minerais e<br />
orgânicos e depois passarem para formas indisponí-<br />
veis, ou ser novamente liberadas para a solução do<br />
solo, processo conhecido <strong>como</strong> dessorção. As molé-<br />
culas também podem ser transformadas em outras,<br />
conhecidas <strong>como</strong> produtos de transformação ou<br />
metabólitos. Por fim, para as moléculas que atingem<br />
esta fase ocorre a mineralização que é á transformação<br />
do metabólito em CO 2 , H 2 O e íons minerais, o que se<br />
dá fundamentalmente via organismos.<br />
Segundo Prata (2002), o fato das moléculas, simul-<br />
taneamente e em diferentes intensidades, serem ab-<br />
sorvidas por raízes e plantas, serem lixiviadas para<br />
camadas superficiais (horizontes) do perfil do solo, ao<br />
sofrer um escoamento superficial ou volatilização, vai<br />
depender das propriedades físico-químicas da molécula,<br />
propriedades físicas, químicas e biológicas do<br />
solo e dos fatores climáticos.<br />
A interação de solos e pesticidas freqüentemente<br />
tem dificultado a avaliação do comportamento de de-<br />
terminado pesticida no ambiente (Ferracini et al.,<br />
2001), pois estes compostos apresentam proprieda-<br />
des específicas que interagem com as propriedades<br />
dos solos (Goss, 1992).<br />
As propriedades químicas dos solos são: pH, teor<br />
de nutrientes, capacidade de troca iônica, condutivi-<br />
dade elétrica e matéria orgânica. Essas por sua vez, ao<br />
lado da atividade biológica, são responsáveis pelos<br />
principais mecanismos de atenuação de poluentes<br />
nesse meio. Entre estes mecanismos podem ser desta-<br />
cadas a adsorção, a fixação química, precipitação, oxi-<br />
dação, troca e a neutralização, que invariavelmente<br />
ocorrem no solo e, através do manejo de suas propri-<br />
edades, podem ser incrementados.<br />
As propriedades físicas do solo são: textura, estru-<br />
tura, densidade, porosidade, permeabilidade, fluxo de<br />
água, ar e calor (Brady e Weil, 1999). São elas respon-<br />
sáveis pelo mecanismo de atenuação física de<br />
poluentes, <strong>como</strong> filtração e lixiviação, possibilitando<br />
ainda condições para que os processos de atenuação<br />
química e biológica possam ocorrer. O solo pouco<br />
estruturado, propício a sofrer erosões, ou que já foi<br />
muitas vezes cultivado, tende a contaminar as plantas<br />
10 vezes mais que um solo estruturado e estável (Lei-<br />
te, 2002).<br />
Adaptado de Tomita e Beyruth (2002)<br />
Figura 1. Movimento dos pesticidas no ecossistema.<br />
Revista da <strong>Fapese</strong>, v.3, n.2, p. 39-62, jul./dez. 2007