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Poluentes Orgânicos Persistentes (Pops) como ... - Fapese

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Fabiana Ferreira Felix; Sandro Navickiene; Haroldo Silveira Dórea<br />

Os mecanismos que contribuem para as maiores<br />

perdas de DDT no solo são: transformação química,<br />

lixiviação, volatilização e a absorção pelas plantas<br />

(ATSDR, 2002b).<br />

De acordo com Jesus (2002) a evaporação, ou<br />

volatilização, talvez seja o fator responsável pela pou-<br />

ca variação de níveis de DDT encontrados no solo.<br />

As concentrações de DDT encontradas nas águas<br />

de superfície dependente das existentes no solo e nas<br />

águas pluviais. A maior parte do pesticida presente<br />

na água encontra-se ou estava firmemente ligado a par-<br />

tículas do solo e a após ser lixiviado pode depositarse<br />

no leito de rios e mares (Jesus, 2002).<br />

4.4. ENDRIN<br />

O nome IUPAC do endrin é: (IR,4S,4aS,5S,<br />

6S,7R,8R,8aR)-1,2,3,4,10.10-h exachloro-1,4,4a,5,<br />

6,7,8,8a-octahydro-6,7-epoxy-1,4:5,8-dimethano-<br />

naphthalene. É um pesticida de elevada toxicidade<br />

aguda. Foi usado em vários países <strong>como</strong> inseticida,<br />

rodenticida e avicida, nas culturas de algodão, trigo e<br />

maçã. Seu uso declinou devido à crescente resistência<br />

desenvolvida pelos insetos. A fonte principal de ex-<br />

posição humana é o alimento. A assimilação deste<br />

composto pelos animais é rápida (ATSDR, 1996a).<br />

O uso de endrin na agricultura foi a principal fon-<br />

te de contaminação do solo e do sedimento aquático.<br />

O contato com áreas contaminadas expõe a população<br />

em geral (GEF, 2006). Uma vez no solo, é extremamen-<br />

te persistente, já que possui natureza hidrofóbica e<br />

forte sorção as partículas do solo. Para GEF (2006),<br />

este poluente possui meia-vida longa, sendo encon-<br />

trado no solo mesmo após 12 anos do seu uso. Isso<br />

porque é adsorvido fortemente às partículas do solo e<br />

tende a ficar imóvel devido ao seu elevado valor de<br />

coeficiente de partição baseado no carbono orgânico<br />

(Koc). Devido aos elevados valores das constantes log<br />

Koc e Kow (4,53 e 5,34-5,6, respectivamente), quando<br />

liberado na água o endrin é fortemente adsorvido no<br />

sedimento (Assumpção, 2002).<br />

No solo, o endrin pode ser transportado para cor-<br />

pos d’água superficiais por escoamento de águas pluviais<br />

ou de irrigação (ATSDR, 2006), bem <strong>como</strong> eva-<br />

porar para a atmosfera e, após precipitação pluviomé-<br />

trica pode contaminar as águas de superfície por dre-<br />

nagem (GEF, 2006). Devido a sua toxidade, compro-<br />

mete a biota aquática, tais <strong>como</strong> peixes, invertebrado e<br />

outros organismos da água.<br />

4.5. HEPTACLORO<br />

O nome IUPAC do heptacloro é 1,4,5,6,7,8,8-<br />

heptachloro-3alpha,4,7,7alpha-tetrahydro-4,7methanoindene.<br />

É um inseticida organoclorado que<br />

foi isolado do clordano em 1946. Foi extensivamente<br />

usado, entre os anos de 1953 e 1974 no controle de<br />

pragas do solo, de sementes de milho, sorgo e outros<br />

pequenos grãos. É altamente tóxico, persistente no<br />

ambiente, bioacumulável, e tem sido encontrado em<br />

ecossistemas remotos (GEAESB, 2006).<br />

O Heptacloro é persistente e relativamente estacio-<br />

nário no solo, porém pode desaparecer pela evapora-<br />

ção e pela oxidação lenta no heptachloro-epoxide (um<br />

produto ainda mais persistente). Suas propriedades<br />

físico-químicas de solubilidade baixa na água, estabi-<br />

lidade elevada e volatilidade parcial, vão favorecer o<br />

transporte a longas distâncias. Foi detectado no ar, na<br />

água e nos organismos vivos do Ártico. É tóxico para<br />

o ambiente da água e perigoso para a vida selvagem<br />

(GEF, 2006). Este POP pode contaminar as águas superficiais<br />

e subterrâneas pelo escoamento superficial<br />

procedente de solos contaminados, ou de descargas<br />

de resíduos líquidos de procedência industrial (Lima,<br />

2002). Quando liberado na água, adsorve-se fortemen-<br />

te a sedimentos suspensos e do fundo do corpo d’água<br />

(ATSDR, 2005).<br />

Os resíduos de heptacloro presentes no solo, são<br />

resultados de seu uso na agricultura, em épocas pas-<br />

sadas. Este composto orgânico pode permanecer em<br />

áreas contaminadas durante muitos anos. A meia vida<br />

do heptacloro em solo foi calculada em 9-10 meses,<br />

quando usado de acordo com as doses recomendadas<br />

Revista da <strong>Fapese</strong>, v.3, n.2, p. 39-62, jul./dez. 2007

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