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CAPA<br />

42 I INFO I DEZEMBRO 2004<br />

TV<br />

> ALTA DEFINICÃO/PERGUNTAS<br />

A NOVELA<br />

DO PADRÃO<br />

T<br />

elevisão digital no Brasil não é assunto<br />

para ansiosos. O país empacou<br />

na decisão do padrão de transmissão<br />

por radiodifusão, a popular<br />

TV aberta, que todo mundo sintoniza<br />

de graça em casa. Até o governo<br />

FHC, discutia-se a adoção de<br />

um dos três padrões então existentes:<br />

o americano ATSC, o europeu<br />

DVB-T e o japonês ISDB-T.<br />

O padrão japonês, <strong>capa</strong>z de transmitir alta definição<br />

para receptores fixos e móveis, como os celulares e PDAs,<br />

pode oferecer boa recepção por antenas internas. Contra<br />

ele pesam a dificuldade de adaptação do idioma e o<br />

fato de o padrão só ter sido adotado pelo Japão, limitando<br />

as possibilidades de negócios, como a exportação de<br />

conteúdo e equipamentos. O padrão europeu é encampado<br />

por todos os países da Europa<br />

e mais Austrália, Cingapura e Nova<br />

Zelândia. Esse padrão pegou firme<br />

na Inglaterra, país em que 55% da<br />

população já recebe sinal digital. O<br />

padrão americano é menos flexível<br />

e incompatível com receptores móveis.<br />

Tem também contra ele problemas<br />

na recepção do sinal em<br />

grandes centros. Mesmo assim, foi<br />

adotado por Canadá, Coréia do Sul,<br />

Taiwan e México.<br />

O fato é que a decisão, protelada<br />

pelo governo FHC, ficou para o governo<br />

Lula, que optou pela busca<br />

de um padrão brasileiro, ou quase<br />

isso, e continua na mesma marcha<br />

da protelação tucana. Uma solução<br />

intermediária que parece agradar<br />

aos gregos e baianos envolvidos no<br />

negócio televisivo, seria o desenvolvimento<br />

de um derivado de algum<br />

dos padrões existentes. Assim,<br />

TORRE DE<br />

TRANSMISSÃO<br />

DE TV:<br />

emissão de<br />

sinal digital<br />

depende de<br />

padrão<br />

O Brasil empaca na<br />

decisão da forma de<br />

transmissão da TV<br />

de alta definição<br />

POR LUCIA REGGIANI<br />

não teríamos royalties para pagar nem perderíamos tanto<br />

tempo e dinheiro reinventando a roda. Quando a decisão<br />

sair, as grandes emissoras de TV aberta terão de<br />

fazer um investimento respeitável, mas boa parte delas<br />

já está equipada com aparelhos de captação e gravação<br />

digital de imagens.<br />

Enquanto a discussão se arrasta na TV aberta, a por assinatura<br />

fatura com conteúdo digital. As operadoras de<br />

TV a cabo TVA e NET acabam de inaugurar seus serviços<br />

digitais, oferecendo consulta à programação, múltiplas<br />

janelas na tela e compra de programas sob demanda ao<br />

comando do controle remoto. O serviço de TV via satélite<br />

Sky, digital desde o início de suas operações, lançou o<br />

Sky+, com um decodificador que grava em disco rígido<br />

50 horas de programação. E as operadoras de telefonia<br />

celular Vivo e TIM colocaram no ar serviços de transmissão<br />

de TV por streaming de vídeo com a programação<br />

aberta da Rede Bandeirantes e outros<br />

canais menores. É aqui que a calma<br />

com o atraso do padrão termina.<br />

“A demora na implantação da TV digital<br />

é uma ameaça à competitividade<br />

da TV aberta em relação às mídias<br />

pagas, que podem oferecer recursos<br />

de melhor qualidade, e até à exportação<br />

de conteúdo audiovisual”, diz<br />

Liliana Nakonechnyj, diretora da área<br />

de telecom da Globo. Para Dennis Munhoz,<br />

presidente da rede Record, o<br />

que preocupa não é a TV paga, mas<br />

a entrada das teles e seu poderoso<br />

cacife na produção de conteúdo: “Se<br />

não podemos vender ligações telefônicas,<br />

as teles também não podem<br />

gerar conteúdo”. Sentiu o drama?<br />

Mesmo que o governo escolha um padrão<br />

em 2005, as emissoras vão precisar<br />

de 18 a 24 meses para fazer tudo<br />

funcionar. Copa de 2006 com qualidade<br />

digital, só por TV paga mesmo.<br />

© FOTOS MARCELO KURA

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