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Baixe o livro em pdf (4.733 KB) - Marxists Internet Archive

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APRESENTAÇÃO<br />

A solidariedade como forma de resistência.<br />

O Movimento de Justiça e Direitos Humanos t<strong>em</strong> preocupação com a integridade dos seus<br />

documentos que test<strong>em</strong>unham histórias por muito t<strong>em</strong>po clandestinas e ainda pouco conhecidas.<br />

Existe o risco de desaparecimento destes registros sobre a proteção a mais de duas mil vidas contra<br />

a perseguição política do Terrorismo de Estado. São histórias com final triste e também muitas com<br />

final feliz para qu<strong>em</strong> encontrou refúgio durante os anos de chumbo no Cone Sul das Américas, entre<br />

1964 e 1990, na atuação engajada da rede de solidariedade como forma de resistência articulada<br />

pelo Movimento contra as ditaduras.<br />

Os governos derrubaram suas próprias soberanias para facilitar a perseguição, tortura, morte<br />

e desaparecimento de adversários ideológicos. Os documentos do Movimento permit<strong>em</strong> compreender<br />

claramente a orig<strong>em</strong> da Doutrina da Segurança Nacional que a partir do Brasil criou a Operação<br />

Condor para praticar crimes de lesa humanidade. Provam que o Brasil fez a primeira vítima da<br />

Operação Condor.<br />

É preciso preservar tal acervo documental e detalhar a resistência que se formou. Assim pensa<br />

Jair Krischke que nos anos das sombras foi escolhido pelos militantes para ser exposto <strong>em</strong> nome de<br />

todos como o rosto solitário e <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ático do Movimento na resistência aos Estados terroristas.<br />

A sua experiência na missão de salvar vidas diz que a melhor forma de proteger estas histórias é<br />

divulgá-las.<br />

Com Arquivistas S<strong>em</strong> Fronteiras- Brasil, através do projeto do professor Jorge Vivar (UFRGS),<br />

o Movimento passa a difundir e socializar os seus documentos. Importante instrumento desta preservação<br />

é a publicação de M<strong>em</strong>órias da Resistência e da Solidariedade que t<strong>em</strong> o apoio da Comissão<br />

de Anistia do Ministério da Justiça. A obra junta depoimentos de qu<strong>em</strong> viveu as histórias documentadas<br />

pelo Movimento. Desdobra casos nos quais os seus militantes ergueram os punhos contra<br />

os palácios do poder, desceram a cárceres e porões onde havia perseguidos, abriram covas para<br />

revelar a verdade dos massacrados, levaram famílias inteiras a atravessar fronteiras, caminharam e<br />

cantaram ao lado daqueles que saiam às ruas da América Latina pelo fim das ditaduras.<br />

Assim, é de se perguntar sobre o tamanho deste Movimento de Justiça e Direitos Humanos do<br />

Brasil que, de Porto Alegre, faz multiplicar a tarefa atual e permanente da defesa de vítimas de todo<br />

e qualquer tipo de arbítrio e violência?<br />

O Movimento precisa ter o tamanho da solidariedade que salva vidas nas t<strong>em</strong>pestades da intolerância.<br />

Na resposta, evoca O Guardador de Rebanhos, de Fernando Pessoa, que diz que sou do<br />

tamanho do que vejo e não, do tamanho da minha altura, considerando que a nossa única riqueza<br />

é ver.<br />

M<strong>em</strong>órias da Resistência e da Solidariedade é um instrumento pela Verdade. É um grito por<br />

Justiça, mesmo que tardia, contra os algozes ainda impunes.<br />

Afonso Licks<br />

Conselheiro do MJDH

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