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Reflexões sobre os deslocamentos populacionais no Brasil - IBGE

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Migrações internas<br />

(RN), Pacatuba e Caucaia (CE), Paço do Lumiar (MA), entre outr<strong>os</strong>, que crescem a<br />

taxas acima de 1,50%.<br />

Na Bahia, confirma-se um quadro de estabilidade e de perda populacional<br />

em quase tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> municípi<strong>os</strong>, exceto em parte do seu litoral, <strong>no</strong> oeste e na divisa<br />

com Pernambuco. As principais cidades aparecem localizadas <strong>no</strong> litoral ou próximo<br />

e concentram um número expressivo de população; para o interior predominam <strong>os</strong><br />

pequen<strong>os</strong> centr<strong>os</strong> urban<strong>os</strong> e população mais rarefeita. Salvador (BA) articula centr<strong>os</strong><br />

diferenciad<strong>os</strong> quanto ao dinamismo e importância populacional e econômica, mantend<strong>os</strong>e<br />

de certa forma estável ao longo da última década, mas a desigualdade na localização<br />

d<strong>os</strong> centr<strong>os</strong> provoca baixa conectividade em áreas como o oeste do estado. Em contraste,<br />

Pernambuco estende suas áreas de crescimento, que ocupam parte significativa do<br />

Estado de Recife (PE) em direção a Caruaru, Arcoverde, Petrolina – Juazeiro e alcança<br />

o Piauí onde aparecem manchas de dinamismo na divisa entre <strong>os</strong> dois estad<strong>os</strong>.<br />

Outro aspecto do dinamismo <strong>no</strong> Nordeste é a presença de áreas de crescimento<br />

demográfico que reforçam a existência de centr<strong>os</strong> intermediári<strong>os</strong> tradicionais como<br />

Campina Grande (PB), Arapiraca (AL), Caruaru (PE), M<strong>os</strong>soró (RN), a aglomeração de<br />

Petrolina-Juazeiro (PE-BA) e outr<strong>os</strong>.<br />

Na Região Norte, o intenso crescimento populacional apresenta especificidades<br />

na espacialização da população: maior estabilidade <strong>no</strong> surgimento e crescimento<br />

de pequen<strong>os</strong> centr<strong>os</strong> urban<strong>os</strong>, tais como hábitats rurais, núcle<strong>os</strong> de garimpagem e<br />

enclaves de grandes empreendiment<strong>os</strong>; consolidação de centr<strong>os</strong> urban<strong>os</strong> regionais de<br />

porte médio como Parintins, Itacoatiara e Tabatinga (AM), Altamira, Itaituba, Marabá,<br />

Santarém, Redenção e Parauapebas (PA), Araguaína (TO), entre outr<strong>os</strong>; e, por último,<br />

maior concentração populacional nas aglomerações de Manaus (AM), Belém (PA) e<br />

Macapá (AP) e nas capitais estaduais, uma vez que estas são receptácul<strong>os</strong> de parte<br />

da população migrante.<br />

Definid<strong>os</strong> esses espaç<strong>os</strong>, que configuram <strong>os</strong> eix<strong>os</strong> de crescimento do período<br />

2000/2010, podem<strong>os</strong> traçar uma comparação com o Mapa 2, onde estão representadas<br />

as taxas líquidas migratórias do período 1995/2000.<br />

Através deste exercício é p<strong>os</strong>sível constatar que há uma convergência muito<br />

grande entre <strong>os</strong> dois cartogramas, o que sugere não estar ocorrendo modificações<br />

significativas n<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> de atração e evasão populacional. Sendo assim, podem<strong>os</strong><br />

aportar com algumas abordagens teóricas que permitam compreender a permanência<br />

do fenôme<strong>no</strong> em relação às duas décadas anteriores.<br />

Brito (2009) e Oliveira (2009) foram buscar explicação para as alterações <strong>no</strong><br />

comportamento da migração, que datam d<strong>os</strong> an<strong>os</strong> de 1980, na mudança do padrão<br />

de acumulação do capital e circulação de bens e serviç<strong>os</strong>. Esse <strong>no</strong>vo processo<br />

levou à internacionalização da eco<strong>no</strong>mia, à reestruturação produtiva, à precarização<br />

do mercado de trabalho, entre outr<strong>os</strong> fatores, além de reorientar a localização as<br />

atividades econômicas <strong>no</strong> espaço.<br />

Ainda na linha de abordagens que remetem à mudança <strong>no</strong> padrão de<br />

acumulação do capital, Lipietz e Leborgne (1988), por sua vez, chamam atenção para o<br />

fato de que apenas as transformações <strong>no</strong> paradigma industrial não seriam suficientes<br />

para determinar quais seriam <strong>os</strong> próxim<strong>os</strong> model<strong>os</strong> de acumulação e regulação. Os<br />

autores assinalam que o golpe definitivo foi a flexibilização <strong>no</strong> contrato de trabalho,<br />

onde o empregador pode contratar e demitir, a seu critério, deixando vulnerável a<br />

força de trabalho. Fator de extrema relevância na estratégia reprodução e circulação<br />

da força de trabalho.

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