19.01.2014 Views

Estudo redefinição de limites e recategorização da Reserva - ICMBio

Estudo redefinição de limites e recategorização da Reserva - ICMBio

Estudo redefinição de limites e recategorização da Reserva - ICMBio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MINISTÉRIO DO MEIO AMIENTE<br />

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE<br />

DIRETORIA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL<br />

ESTUDO PARA REDEFINIÇÃO DE LIMITES E RECATEGORIZAÇÃO<br />

DA RESERVA FLORESTAL DO PARIMA<br />

Informações para <strong>recategorização</strong> e <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> <strong>de</strong> <strong>limites</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima<br />

(Processo nº 02001.005148/2006-50)<br />

Outubro/2010


1. APRESENTAÇÃO<br />

Neste documento apresentamos as informações necessárias para subsidiar o processo <strong>de</strong><br />

<strong>recategorização</strong> e <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> dos <strong>limites</strong> <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima (ANEXO 1), a partir <strong>de</strong><br />

vistorias técnicas, estudos <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e embasamentos jurídicos que fun<strong>da</strong>mentam a<br />

consoli<strong>da</strong>ção territorial <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Vale ressaltar que a proposta <strong>de</strong> <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> dos <strong>limites</strong><br />

apresenta<strong>da</strong> é resultado <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> discussões e análises realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, quando<br />

foram elabora<strong>da</strong>s as minutas do Memorial Descritivo e do Parecer Técnico <strong>da</strong> futura Flona<br />

Parima por servidores do IBAMA, que hoje compõem o quadro efetivo do Instituto Chico<br />

Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> - <strong>ICMBio</strong>. O presente estudo apresenta informações<br />

relevantes que esclarecem aos representantes <strong>de</strong> instituições governamentais e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil<br />

as razões que tornam a <strong>recategorização</strong> e <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> dos <strong>limites</strong> <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima<br />

uma ação emergencial, <strong>de</strong>stacando os benefícios ecológicos, econômicos e sociais que resultarão<br />

<strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>ssa Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.<br />

2. EMBASAMENTO JURÍDICO PARA RECATEGORIZAÇÃO E REDEFINIÇÃO DOS<br />

LIMITES DA UNIDADE<br />

Os objetivos essenciais <strong>da</strong> conservação e manejo sustentável dos recursos naturais no Brasil<br />

estão explicitados pela Lei 6.938/81, que estabelece a Política Nacional <strong>de</strong> Meio Ambiente e pela<br />

Lei 9.985/2000, que criou o Sistema Nacional <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>da</strong> Natureza <br />

SNUC. Esses dispositivos legais se complementam e mol<strong>da</strong>m, juntamente com o capitulo VI <strong>da</strong><br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, que trata do Meio Ambiente, o arcabouço legal <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong><br />

natureza do Brasil, sendo um componente básico para to<strong>da</strong>s as iniciativas <strong>de</strong> planejamento<br />

direciona<strong>da</strong>s às uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> natureza:<br />

CF/1988 - Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem<br />

<strong>de</strong> uso comum do povo e essencial à sadia quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, impondo-se ao Po<strong>de</strong>r<br />

Público e à coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> <strong>de</strong>fendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras<br />

gerações.<br />

§ 1º - Para assegurar a efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse direito, incumbe ao Po<strong>de</strong>r Público: (...)<br />

III - <strong>de</strong>finir, em to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração, espaços territoriais e seus componentes a<br />

serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permiti<strong>da</strong>s somente<br />

através <strong>de</strong> lei, ve<strong>da</strong><strong>da</strong> qualquer utilização que comprometa a integri<strong>da</strong><strong>de</strong> dos atributos que<br />

justifiquem sua proteção.<br />

O <strong>Estudo</strong> Técnico para a <strong>recategorização</strong> e alteração <strong>de</strong> <strong>limites</strong> <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima<br />

visa aten<strong>de</strong>r ao disposto nos parágrafos 2º e 3º do artigo 22 <strong>da</strong> Lei no 9.985, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong><br />

2000, que cria o Sistema Nacional <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação:<br />

§ 2º A criação <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>ve ser precedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> estudos técnicos e <strong>de</strong><br />

consulta pública que permitam i<strong>de</strong>ntificar a localização, a dimensão e os <strong>limites</strong> mais<br />

a<strong>de</strong>quados para a uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, conforme se dispuser em regulamento.<br />

§ 3º No processo <strong>de</strong> consulta <strong>de</strong> que trata o § 2°, o Po<strong>de</strong>r Público é obrigado a fornecer<br />

informações a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e inteligíveis à população local e a outras partes interessa<strong>da</strong>s.<br />

A <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima foi instituí<strong>da</strong> pelo Decreto 51.042, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1961, assim<br />

disposto:


Art. 1º Fica cria<strong>da</strong>, no Território do Rio Branco, a <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima,<br />

subordina<strong>da</strong> ao Serviço Florestal do Ministério <strong>da</strong> Agricultura.<br />

Da análise pormenoriza<strong>da</strong> <strong>de</strong>ste artigo, precisamos fazer duas ressalvas:<br />

1. Em 1943, foi criado o Território Fe<strong>de</strong>ral do Rio Branco, cuja área foi <strong>de</strong>smembra<strong>da</strong> do<br />

Estado do Amazonas. A partir <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1962, passou a chamar-se Território<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Roraima. Em 5 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1988, com a promulgação <strong>da</strong> nova Constituição<br />

do país, o território foi transformado em Estado <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração.<br />

2. Como se po<strong>de</strong> abstrair do artigo 14 <strong>da</strong> Lei 9.985/2000 (SNUC), não aparece a<br />

nomenclatura reserva florestal no rol <strong>da</strong>s categorias <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser esta classifica<strong>da</strong> em diferentes categorias <strong>da</strong> IUCN, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do nível <strong>de</strong><br />

proteção que se preten<strong>de</strong> estabelecer e dos atributos naturais e características especificas.<br />

Preconiza ain<strong>da</strong> a Lei do SNUC:<br />

Art. 55. As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação e áreas protegi<strong>da</strong>s cria<strong>da</strong>s com base nas legislações<br />

anteriores e que não pertençam às categorias previstas nesta Lei serão reavalia<strong>da</strong>s, no<br />

todo ou em parte, no prazo <strong>de</strong> até dois anos, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir sua <strong>de</strong>stinação com<br />

base na categoria e função para as quais foram cria<strong>da</strong>s, conforme o disposto no<br />

regulamento <strong>de</strong>sta Lei.<br />

Dessa forma, a <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima <strong>de</strong>ve ser recategoriza<strong>da</strong> como Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Conservação <strong>de</strong> Uso Sustentável, no grupo <strong>da</strong>s Florestas Nacionais, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s no art. 14, III e 17<br />

<strong>da</strong> Lei do SNUC:<br />

Art. 14. Constituem o Grupo <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Uso Sustentável as seguintes categorias <strong>de</strong><br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação: (...)<br />

III - Floresta Nacional<br />

Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal <strong>de</strong> espécies<br />

predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos<br />

recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração<br />

sustentável <strong>de</strong> florestas nativas.<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação. O Sistema Nacional <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>da</strong> Natureza <br />

SNUC <strong>de</strong>fine Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação como sendo um espaço territorial e seus recursos<br />

ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente<br />

instituí<strong>da</strong> pelo Po<strong>de</strong>r Público, com objetivos <strong>de</strong> conservação e <strong>limites</strong> <strong>de</strong>finidos, sob regime<br />

especial <strong>de</strong> administração, à qual se aplicam garantias a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> proteção.<br />

Segundo a União Internacional para a Conservação (IUCN), os objetivos primários <strong>de</strong><br />

conservação <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>s são (IUCN, 1994):<br />

Manutenção dos processos ecológicos vitais e dos sistemas <strong>de</strong> suporte à vi<strong>da</strong>.<br />

Preservação <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica e genética.<br />

Proteger valores estéticos e ecossistemas naturais.<br />

Conservar bacias hidrográficas e manter a produção sustenta<strong>da</strong> <strong>de</strong> água em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Controle <strong>de</strong> erosão, sedimentação e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> solos.


Manutenção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar.<br />

Proteção <strong>de</strong> habitats representativos <strong>de</strong> espécies raras e/ou em perigo <strong>de</strong> extinção.<br />

Provimento <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o ecoturismo e recreação.<br />

Provimento <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a pesquisa, educação e monitoramento ambiental;<br />

contribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

Proteção <strong>de</strong> patrimônios naturais e culturais.<br />

Manutenção <strong>de</strong> opções abertas para o futuro.<br />

3. FUTURA FLORESTA NACIONAL DO PARIMA<br />

Limites e localização. Ao Norte, pela linha <strong>de</strong> fronteira com a Venezuela; ao Sul, com o rio<br />

Uraricaá e a Estação Ecológica <strong>de</strong> Maracá; a Oeste, com a Terra Indígena Ianomami; a Leste,<br />

com o rio Trairão.<br />

Histórico <strong>de</strong> criação <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>. A <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima foi cria<strong>da</strong> pelo Decreto<br />

51.042, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1961, com área aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1.756.000 ha. De acordo com o Art. 7º<br />

do referido Decreto, a administração <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> e as <strong>de</strong>mais ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a ela afetas seriam<br />

exerci<strong>da</strong>s por funcionários do Ministério <strong>da</strong> Agricultura, <strong>de</strong>signados para esse fim. Contudo, por<br />

razões políticas a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> não foi consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>. A Terra Indígena Ianomami, homologa<strong>da</strong> em 25<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1992 (<strong>de</strong>creto sem número) na perspectiva <strong>da</strong> iminente Conferência ECO-92 <strong>da</strong> ONU<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, com uma superfície <strong>de</strong> 9.664.975,48 ha e perímetro <strong>de</strong> 3.370 Km, se sobrepôs<br />

a <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima. Até o ano <strong>de</strong> 2003, pouco se sabia sobre a <strong>Reserva</strong> Florestal do<br />

Parima, em razão <strong>de</strong> o Decreto <strong>de</strong> criação <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> se encontrar no acervo dos documentos do<br />

Ministério <strong>da</strong> Agricultura. Quando o Decreto foi localizado, percebeu-se através <strong>de</strong> estudos<br />

cartográficos, que havia uma área remanescente não sobreposta a Terra Indígena Ianomami,<br />

correspon<strong>de</strong>nte a aproxima<strong>da</strong>mente 100.000 ha. A partir <strong>de</strong> então, técnicos e analistas ambientais<br />

começaram a trabalhar nas propostas <strong>de</strong> <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, elaborando as minutas do<br />

Memorial Descritivo e do Parecer Técnico.<br />

Relevância social e econômica. O município <strong>de</strong> Amajari apresenta como base econômica, a<br />

agricultura familiar e agropastoril, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo basicamente <strong>de</strong> repasse <strong>de</strong> FPM pelo Governo<br />

Fe<strong>de</strong>ral. A pesca é artesanal e os peixes mais pescados são matrinchã, curimatã e traíra,<br />

principalmente para consumo. Os setores que oferecem maiores oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego são<br />

os <strong>de</strong> produção agrícola e <strong>de</strong> exploração mineral, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma artesanal e por meio <strong>de</strong><br />

máquinas na locali<strong>da</strong><strong>de</strong> Tepequém, cujo principal minério é o diamante. Apesar <strong>de</strong> ter uma<br />

economia frágil e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> assistência governamentais, verifica-se um<br />

insipiente crescimento <strong>de</strong>vido a exploração do turismo na região do Tepequém e aumento <strong>de</strong><br />

postos <strong>de</strong> trabalho resultado <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> do Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Tecnologia e<br />

<strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Roraima. A implementação <strong>da</strong><br />

Flona do Parima possibilitará a utilização <strong>da</strong> mesma pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma sustentável, ou<br />

seja, aliando a preservação do meio ambiente com a exploração econômica <strong>de</strong> forma sustentável,<br />

gerando ren<strong>da</strong> para a população local e, <strong>de</strong>ssa forma, promovendo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> região<br />

inclusive por meio <strong>de</strong> turismo, e pesquisas locais. Por estar localiza<strong>da</strong> numa região <strong>de</strong> alto valor<br />

paisagístico e ecológico em Roraima, sua conservação <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como primordial<br />

pelas instituições governamentais responsáveis pela gestão territorial e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

socioeconômico.


Relevância ecológica. A Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> está localiza<strong>da</strong> numa região <strong>de</strong> extrema importância para a<br />

conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira, on<strong>de</strong> estão situa<strong>da</strong>s extensas áreas <strong>de</strong> floresta<br />

ombrófilas <strong>de</strong>nsas <strong>de</strong> terras altas, ecossistema <strong>da</strong> floresta amazônica, que sustenta altíssima<br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies <strong>da</strong> fauna, especialmente peixes, aves e mamíferos, além <strong>de</strong> abrigar<br />

inúmeras nascentes dos principais rios do Estado <strong>de</strong> Roraima, tais como: rio Uraricaá, rio Pacu,<br />

rio Amajari, rio Trairão, rio Santa Rosa e rio Parimé, localizados em áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ambiental. A Serra <strong>de</strong> Pacaraima é uma formação do relevo brasileiro, localiza<strong>da</strong> no Planalto <strong>da</strong>s<br />

Guianas, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Situa-se no extremo norte <strong>de</strong> Roraima e tratase<br />

<strong>de</strong> um maciço muito antigo. Pertence às bacias fluviais do Amazonas e do Orinoco a maioria<br />

dos rios que banham a região. A formação aci<strong>de</strong>nta<strong>da</strong> do relevo proporciona gran<strong>de</strong>s saltos<br />

d'água. A vegetação é exuberante e sua mais importante formação é a <strong>da</strong> floresta tropical<br />

amazônica. A fauna é típica do norte brasileiro, com antas, tamanduás, tatus e onças-par<strong>da</strong>s.<br />

Situação fundiária. A ameaça mais grave à conservação <strong>da</strong> Floresta Nacional do Parima é a<br />

presença do Projeto <strong>de</strong> Assentamento Tepequém no limite <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, principalmente porque há<br />

uma cultura local <strong>de</strong> uso do fogo na preparação do solo para a agricultura. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

pecuárias também se utilizam do <strong>de</strong>smatamento e queima para limpeza <strong>de</strong> terreno, o que<br />

aumenta significativamente o risco <strong>de</strong> incêndios florestais que se propagam para o interior <strong>da</strong><br />

Flona, especialmente em período <strong>de</strong> forte estiagem, o que é muito comum no Estado. As<br />

ocupações irregulares também figuram como importante fonte <strong>de</strong> ameaça à estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Flona. É comum o prolongamento dos projetos <strong>de</strong> assentamento e <strong>da</strong>s vicinais, além dos <strong>limites</strong><br />

estabelecidos pelo INCRA. Fazen<strong>de</strong>iros <strong>da</strong> região e gran<strong>de</strong>s empresários <strong>da</strong> capital roraimense<br />

têm incentivado as invasões pelos moradores locais, para posteriormente, e <strong>de</strong> forma gra<strong>da</strong>tiva,<br />

adquirir esses lote e transformá-los em latifúndios. Atualmente, o que tem impedido o avanço<br />

repentino <strong>de</strong>ssas invasões para o interior <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> é um obstáculo oferecido por uma ponte<br />

quebra<strong>da</strong> na única via <strong>de</strong> acesso à Flona.<br />

4. JUSTIFICATIVA PARA REDEFINIÇÃO DOS LIMITES DA UNIDADE<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a <strong>Reserva</strong> Florestal foi cria<strong>da</strong> em 1961 com uma área total <strong>de</strong><br />

aproxima<strong>da</strong>mente 1.756.000 ha e que posteriormente gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> área ficou sobreposta com<br />

a Terra Indígena Ianomami, homologa<strong>da</strong> em 1992, com a <strong>de</strong>safetação <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> para a<br />

Terra Indígena, houve uma redução significativa na área física <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A área <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal não inci<strong>de</strong>nte na TI Ianomami (cerca <strong>de</strong> 100.000 ha), ain<strong>da</strong> escapa<br />

ao avanço <strong>da</strong> colonização agrícola. Porém, se não houver por parte do Po<strong>de</strong>r Público um<br />

interesse urgente em consoli<strong>da</strong>r a área como Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação Fe<strong>de</strong>ral, esta se tornará<br />

vulnerável a invasão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresários e fazen<strong>de</strong>iros do Estado e até mesmo <strong>da</strong>queles<br />

provenientes <strong>de</strong> outros Estados <strong>da</strong> fe<strong>de</strong>ração. Some-se a isso, a exploração mineral feita <strong>de</strong> forma<br />

pre<strong>da</strong>tória e clan<strong>de</strong>stina na região, causando contaminação do solo e dos cursos dágua, erosão<br />

dos igarapés e assoreamento dos rios.<br />

Vale ressaltar que a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, foram criados três Projetos <strong>de</strong> Assentamentos no<br />

município <strong>de</strong> Amajari, sendo eles: PA Amajari, PA Bom Jesus e PA Tepequém, sendo que este<br />

último faz limite com a <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima.


É sabido que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas têm causado progressiva <strong>de</strong>struição e fragmentação <strong>de</strong><br />

habitats; no Estado <strong>de</strong> Roraima esta situação se agrava por causa <strong>da</strong> cultura do uso do fogo nas<br />

lavouras e <strong>de</strong>smatamentos constantes, seja para estabelecimento <strong>de</strong> pastos ou para retira<strong>da</strong> ilegal<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras.<br />

Uma <strong>da</strong>s melhores formas <strong>de</strong> se preservar <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s espécies ou <strong>de</strong> se manter a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

biológica original <strong>da</strong> região é a sua conservação in situ, através <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

garantindo a manutenção tanto <strong>da</strong>s próprias espécies quanto dos seus habitats.<br />

Conforme o Decreto nº 6.754/2009 que regulamenta a Lei 10.304/01, que dispõe <strong>da</strong> transferência<br />

ao domínio do Estado <strong>de</strong> Roraima as terras pertencentes à União:<br />

Art 1º Ficam transferi<strong>da</strong>s gratuitamente ao Estado <strong>de</strong> Roraima as terras públicas<br />

fe<strong>de</strong>rais situa<strong>da</strong>s em seu território que estejam arreca<strong>da</strong><strong>da</strong>s e matricula<strong>da</strong>s em nome <strong>da</strong><br />

União, em cumprimento ao disposto no art. 1o <strong>da</strong> Lei no 10.304, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

2001.<br />

§ 1º A transferência <strong>de</strong> que trata o caput será feita consi<strong>de</strong>rando:<br />

I - a exclusão <strong>da</strong>s áreas: (...)<br />

d) <strong>da</strong>s seguintes uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação em processo <strong>de</strong> instituição: <strong>Reserva</strong> Extrativista<br />

Baixo Rio Branco Jauaperi, Florestal Nacional Jauaperi, Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

Lavrados, ampliações do Parque Nacional Viruá e <strong>da</strong> Estação Ecológica Maracá e as<br />

áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> dos <strong>limites</strong> <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal Parima e <strong>da</strong> Floresta<br />

Nacional Pirandirá. (grifo nosso)<br />

Com a <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> dos <strong>limites</strong> <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> será consoli<strong>da</strong>do o corredor ecológico partindo <strong>da</strong><br />

fronteira com a Venezuela até a Terra Indígena Waimiri-Atroari, perpassando pela ESEC<br />

Maracá, Flona Roraima e mosaico <strong>de</strong> Caracaraí. <strong>Estudo</strong>s <strong>de</strong>monstram a eficiência <strong>de</strong>sses<br />

corredores para a conservação, sugerindo que atuam na manutenção <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética <strong>de</strong><br />

populações nativas, ao permitir um fluxo <strong>de</strong> indivíduos entre populações anteriormente<br />

conecta<strong>da</strong>s.<br />

As características bióticas do Estado <strong>de</strong> Roraima justificam o planejamento <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, integrando as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção integral e <strong>de</strong> uso direto, com as<br />

terras indígenas.<br />

A <strong>recategorização</strong> e <strong>re<strong>de</strong>finição</strong> <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima são essenciais para a prevenção<br />

<strong>da</strong> ocupação irregular em áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, e para a instalação <strong>de</strong> um<br />

sistema <strong>de</strong> proteção eficiente para preservação do patrimônio natural do Estado.


5. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A PROPOSTA<br />

REF: Processo nº 02001.005148/2006-50<br />

LOCALIZAÇÃO: Região Norte do Estado <strong>de</strong> Roraima.<br />

EXTENSÃO: 164.025,7 ha.<br />

MEMORIAL DESCRITIVO PRELIMINAR: Inicia no Ponto P01, <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s geográficas<br />

aproxima<strong>da</strong>s (c.g.a.) 61°5851,6WGr e 04°1036,1N, localizado na fronteira internacional<br />

entre Brasil e Venezuela; segue em linha reta até o Ponto P2, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5858,0WGr e<br />

04°1036,1N, localizado na cabeceira <strong>de</strong> um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a jusante por<br />

sua margem direita até o Ponto P3, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5720,0WGr e 04°0545,9N, localizado na<br />

confluência com outro igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> do<br />

igarapé mais a Leste até o Ponto P4, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5712,2WGr e 04°0539,6N, localizado<br />

na confluência com outro igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong><br />

do igarapé mais ao Sul até o Ponto P5, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5604,3WGr e 04°0221,2N, localizado<br />

na cabeceira <strong>de</strong>sse igarapé; segue em linha reta até o Ponto P6, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5550,9WGr e<br />

04°0215,3N, localizado numa elevação natural do terreno; segue em linha reta até o Ponto<br />

P7, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5546,0WGr e 04°0208,7N, localizado na cabeceira <strong>de</strong> um igarapé sem<br />

<strong>de</strong>nominação; segue a jusante por sua margem direita até o Ponto P8, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

61°5413,4WGr e 04°0036,2N, localizado na confluência com outro igarapé sem<br />

<strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> do igarapé mais ao Sul até o Ponto<br />

P9, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5359,1WGr e 03°5854,5N, localizado na cabeceira <strong>de</strong>sse igarapé; segue<br />

em linha reta até o Ponto P10, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5330,3WGr e 03°5846,5N, localizado na<br />

cabeceira <strong>de</strong> um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a jusante pela margem direita <strong>de</strong>sse igarape<br />

até o Ponto P11, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5421,4WGr e 03°5617,7N, localizado na confluência com<br />

outro igarape sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> do igarapé mais ao<br />

Sul até o Ponto P12, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5407,0WGr e 03°5523,5N, localizado na cabeceira<br />

<strong>de</strong>sse igarapé; segue em linha reta até o Ponto P13, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5423,5WGr e<br />

03°5526,7N, localizado na cabeceira <strong>de</strong> um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a jusante por<br />

sua margem direita até o Ponto P14, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5408,1WGr e 03°5246,1N, localizado<br />

na foz <strong>de</strong>sse igarapé no Rio Amajari; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse rio até o<br />

Ponto P15, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5445,4WGr e 03°5226,5N, localizado na margem esquer<strong>da</strong> Rio


Amajari; segue em linha reta atravessando esse rio até o Ponto P16, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

61°5446,2WGr e 03°5224,3N, localizado na margem direita do Rio Amajari, na foz <strong>de</strong><br />

um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse igarapé até o<br />

Ponto P17, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5505,9WGr e 03°5045,0N, localizado na cabeceira <strong>de</strong>sse igarapé;<br />

segue em linha reta até o Ponto P18, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5622,5WGr e 03°4927,8N, localizado<br />

na cabeceira <strong>de</strong> um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a jusante por sua margem direita até o<br />

Ponto P19, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5738,7WGr e 03°4658,4N, localizado na foz <strong>de</strong>sse igarapé no<br />

Rio Trairão; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> do Rio Trairão, acompanhando o limite<br />

Norte do Projeto <strong>de</strong> Assentamento Tepequém, até o Ponto P20, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0000WGr e<br />

03°4805,0N, localizado na confluência <strong>de</strong>sse rio com a extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> Norte do assentamento;<br />

segue em linha reta, acompanhando o limite Oeste do PA Tepequém, até o Ponto P21, <strong>de</strong><br />

c.g.a. 62°0000,0WGr e 03°3115,2N; localizado na confluência <strong>de</strong> um igarapé sem<br />

<strong>de</strong>nominação com a extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> Sul do assentamento; segue a jusante pela margem direita do<br />

igarapé, acompanhando o limite Sul do PA Tepequém, até o Ponto P22, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

61°5541,8WGr e 03°3029,8N, localizado na confluência <strong>de</strong>sse igarapé com o Igarape<br />

Ajaraí; segue a jusante pela margem direita do Igarapé Ajaraí até o Ponto P23, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

61°5510,1WGr e 03°3059,5N, localizado na confluência com um igarapé sem<br />

<strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse igarapé mais ao Sul até o Ponto<br />

P24, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5527,3WGr e 03°2943,7N, localizado na cabeceira <strong>de</strong>sse igarapé; segue<br />

em linha reta até o Ponto P25, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5536,2WGr e 03°2950,0N, localizado na<br />

cabeceira <strong>de</strong> um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a jusante por sua margem direita até o<br />

Ponto P26, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5411,5WGr e 03°2825,6N, localizado na confluência com outro<br />

igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> do igarapé mais ao Sul<br />

até o Ponto P27, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5439,9WGr e 03°2712,0N, localizado na confluência <strong>de</strong><br />

dois igarapés sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> do igarapé mais ao<br />

Sul até o Ponto P28, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5441,4WGr e 03°2703,1N, localizado na confluência <strong>de</strong><br />

dois igarapés sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> do igarapé mais a<br />

Oeste até o Ponto P29, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5509,7WGr e 03°2620,0N, localizado na cabeceira<br />

<strong>de</strong>sse igarapé; segue em linha reta até o Ponto P30, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5509,7WGr e<br />

03°2612,1N, localizado na cabeceira do Igarape do Dinheiro; segue a jusante pela margem<br />

direita <strong>de</strong>sse igarapé até o Ponto P31, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5106,6WGr e 03°2357,7N, localizado<br />

na foz <strong>de</strong>sse igarapé no Furo <strong>de</strong> Santa Rosa; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse<br />

Furo, acompanhando o limite <strong>da</strong> ESEC Maracá até o Ponto P32, <strong>de</strong> c.g.a. 61°5529,9WGr e<br />

03°1951,8N, localizado na foz do Rio Uraricaá no Furo <strong>de</strong> Santa Rosa; segue a montante<br />

pela margem esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse rio até o Ponto P33, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0906,4WGr e 03°2554,4N,<br />

localizado na margem esquer<strong>da</strong> do Rio Uraricaá; segue a montante pela margem esquer<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>sse rio até o Ponto P34, <strong>de</strong> c.g.a. 62°1523,0WGr e 03°3043,7N, localizado na<br />

confluência <strong>de</strong>sse rio com a foz do Igarapé Monoacai ou Fruta Brava, coinci<strong>de</strong>nte com o<br />

limite <strong>da</strong> TI Ianomami; segue a montante pelo talvegue <strong>de</strong>sse igarapé, acompanhando o limite<br />

divisório <strong>da</strong> TI, até o Ponto P35, <strong>de</strong> c.g.a. 62°1447,1WGr e 03°3512,4N, localizado na<br />

confluência com um igarape sem sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue do<br />

igarapé mais a Leste, acompanhando o limite divisório <strong>da</strong> TI, até o Ponto P36, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

62°1058,4WGr e 03°3643,0N, localizado na confluência com um igarapé sem<br />

<strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue <strong>de</strong>sse igarapé, acompanhando o limite divisório<br />

<strong>da</strong> TI, até o Ponto P37, <strong>de</strong> c.g.a. 62°1110,5WGr e 03°3815,7N, localizado na confluência<br />

com um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue do igarapé mais a Leste,<br />

acompanhando o limite divisório <strong>da</strong> TI, até o Ponto P38, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0900,1WGr e<br />

03°4134,5N, segue em linha reta até o Ponto P39, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0857,7WGr e<br />

03°4136,3N, coinci<strong>de</strong>nte com Marco MP-10 <strong>da</strong> TI Ianomami; segue em linha reta até o<br />

Ponto P40, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0857,2WGr e 03°4137,1N, coinci<strong>de</strong>nte com o Marco MP-09 <strong>da</strong><br />

referi<strong>da</strong> TI; segue em linha reta até o Ponto P41, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0822,6WGr e 03°4224,2N,<br />

coinci<strong>de</strong>nte com o Marco MP-08 <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> TI; segue em linha reta até o Ponto P42, <strong>de</strong>


c.g.a. 62°0737,8WGr e 03°4325,1N, coinci<strong>de</strong>nte com o Marco MP-07 <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> TI;<br />

segue em linha reta até o Ponto P43, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0701,1WGr e 03°4414,1N, coinci<strong>de</strong>nte<br />

com o Marco MP-06 <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> TI; segue em linha reta até o Ponto P44, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

62°0659,5WGr e 03°4417,2N, coinci<strong>de</strong>nte com o Marco SAT-1072 <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> TI e<br />

localizado em um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a jusante pelo talvegue <strong>de</strong>sse igarapé,<br />

acompanhando o limite <strong>da</strong> TI Ianomami, até o Ponto P45, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0319,9WGr e<br />

03°4831,9N, localizado na confluência <strong>de</strong>sse igarapé com o Rio Trairão; segue a jusante<br />

pelo talvegue <strong>de</strong>sse rio, acompanhando o limite <strong>da</strong> TI, até o Ponto P46, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

62°0212,8WGr e 03°4944,9N, localizado na confluência com um igarapé sem<br />

<strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue <strong>de</strong>sse igarapé, acompanhando o limite <strong>da</strong> TI,<br />

até o Ponto P47, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0311,0WGr e 03°5307,4N, localizado na confluência com<br />

outro igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue do igarapé mais ao Oeste até<br />

o Ponto P48, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0448,1WGr e 03°5604,7N, localizado na confluência com outro<br />

igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue do igarapé mais ao Norte até o<br />

Ponto P49, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0519,6WGr e 03°5646,5N; segue em linha reta até o Ponto P50,<br />

<strong>de</strong> c.g.a. 62°0521,6WGr e 03°5651,5N, coinci<strong>de</strong>nte com Marco MP-11 <strong>da</strong> TI Ianomami;<br />

segue em linha reta até o Ponto P51, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0430,8WGr e 03°5752,9N, coinci<strong>de</strong>nte<br />

com o Marco MP-05 <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> TI; segue em linha reta até o Ponto P52, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

62°0428,9WGr e 03°5755,2N, coinci<strong>de</strong>nte com o Marco MP-04 <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> TI e<br />

localizado no Rio Amajari; segue a montante pelo talvegue <strong>de</strong>sse rio, acompanhando o limite<br />

<strong>da</strong> TI, até o Ponto P53, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0558,0WGr e 04°0000,6N, localizado na confluência<br />

com um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue <strong>de</strong>sse igarapé,<br />

acompanhando o limite <strong>da</strong> TI, até o Ponto P54, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0451,0WGr e 04°0212,6N,<br />

localizado na confluência com um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue<br />

do igarapé mais a Leste, acompanhando o limite <strong>da</strong> TI, até o Ponto P55, <strong>de</strong> c.g.a.<br />

62°0147,4WGr e 04°0206,3N, localizado na confluência com um igarapé sem<br />

<strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue do igarapé mais ao Norte, acompanhando o<br />

limite <strong>da</strong> TI, até o Ponto P56, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0131,3WGr e 04°0620,3N, localizado na<br />

confluência com um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue do igarapé<br />

mais ao Norte, acompanhando o limite <strong>da</strong> TI, até o Ponto P57, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0123,9WGr e<br />

04°0700,8N, localizado na confluência com um igarapé sem <strong>de</strong>nominação; segue a<br />

montante pelo talvegue do igarapé mais a Oeste, acompanhando o limite <strong>da</strong> TI, até o Ponto<br />

P58, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0325,8WGr e 04°0829,3N, localizado na confluência com um igarapé<br />

sem <strong>de</strong>nominação; segue a montante pelo talvegue do igarapé mais ao Norte, acompanhando<br />

o limite <strong>da</strong> TI Ianomami, até o Ponto P59, <strong>de</strong> c.g.a. 62°0351,3WGr e 04°0927,5N,<br />

localizado na fronteira internacional entre Brasil e Venezuela; segue acompanhando esse<br />

limite internacional até o Ponto 01, ponto inicial <strong>de</strong>sse memorial <strong>de</strong>scritivo.<br />

CARTAS REFERENCIAIS (Escala 1:100.000): IBGE MI-11(folha NB.20-Z-C-V); IBGE MI-<br />

12 (folha NB.20-Z-C-VI Rio Pacú); IBGE MI-24 (folha NA.20-X-A-II Rio Uraricaá);<br />

IBGE MI-25 (folha NA.20.X-A-III Vila <strong>de</strong> Tepequém); IBGE MI-37 (folha NA.20-X-A-V<br />

Igarapé Buruí); IBGE MI-38 (folha NA.20-X-A-VI Ilha <strong>de</strong> Maracá).


6. ANEXO 1<br />

DECRETO Nº 51.042, DE 25 DE JULHO DE 1961<br />

Cria a <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima e dá outras providências<br />

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando <strong>da</strong> atribuição que lhe confere o artigo 87 item I,<br />

<strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral e CONSIDERANDO o disposto no artigo 167 <strong>da</strong> Constituição e artigos 3º, alínea<br />

d , 10º e Seção II do Código Florestal, aprovado pelo Decreto nº 23.793, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1934,<br />

DECRETA:<br />

Art 1º Fica cria<strong>da</strong>, no Território do Rio Branco, a <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima, subordina<strong>da</strong> ao Serviço<br />

Florestal do Ministério <strong>da</strong> Agricultura.<br />

Art 2º A região <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a esta <strong>Reserva</strong> Florestal, situa<strong>da</strong> nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Serra Parima, consistirá<br />

em um polígono irregular, com a área aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 17.560 quilômetros quadrados,<br />

compreendi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro dos <strong>limites</strong> prováveis seguintes, tendo como orientação o Mapa do Brasil,<br />

do IBGE.: Ao Norte - pela linha <strong>de</strong> fronteira com a Venezuela. Ao Sul - pelo segmento do<br />

paralelo <strong>de</strong> 5º. A Leste - pelo segmento do meridiano <strong>de</strong> 62º. A Oeste - pelo segmento do<br />

meridiano <strong>de</strong> 63º e 30.<br />

Art 3º A área <strong>de</strong>finitiva <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal será fixa<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> indispensável estudo e<br />

reconhecimento <strong>da</strong> região, a serem realizados sob a orientação e fiscalização do Serviço Florestal<br />

do Ministério <strong>da</strong> Agricultura.<br />

Art 4º Dentro do polígono constitutivo <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal serão respeita<strong>da</strong>s as terras do índio, <strong>de</strong><br />

forma a preservar as populações aborígenes, <strong>de</strong> acordo com preceito constitucional e a legislação<br />

específica em vigor, bem como os princípios <strong>da</strong> proteção e assistência aos silvícolas, adota<strong>da</strong>s<br />

pelo Serviço <strong>de</strong> Proteção aos Índios.<br />

Parágrafo único. Caberá ao Serviço <strong>de</strong> Proteção aos índios o serviço <strong>de</strong> assistência aos silvícolas<br />

nas áreas que a estes são <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s e na conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> do disposto neste artigo.<br />

Art 5º As terras, a flora, a fauna e as belezas naturais <strong>da</strong> área a ser <strong>de</strong>marca<strong>da</strong> ficam, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, sujeitas<br />

ao regime especial estabelecido pelo Código Florestal, baixado com o Decreto nº 23.793, <strong>de</strong> 23<br />

<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1934.<br />

Art 6º Fica o Ministério <strong>da</strong> Agricultura, através do Serviço Florestal, autorizado a entrar em<br />

entendimento com o Governo do Território do Rio Branco, com as Prefeituras interessa<strong>da</strong>s e com<br />

os proprietários particulares <strong>de</strong> terras abrangi<strong>da</strong>s pela <strong>Reserva</strong> Florestal, para fim especial <strong>de</strong><br />

promover doações, bem como efetuar as <strong>de</strong>sapropriações que se fizerem necessárias à sua<br />

instalações.<br />

Art 7º A administração <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal e as <strong>de</strong>mais ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a ela afetas serão exerci<strong>da</strong>s por<br />

funcionários do Ministério <strong>da</strong> Agricultura, <strong>de</strong>signados para esse fim.<br />

Art 8º A execução <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> guar<strong>da</strong> e fiscalização <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal, <strong>de</strong> que trata este Decreto,<br />

ficará, especialmente, a cargo do Serviço Florestal do Ministério <strong>da</strong> Agricultura, que para tal fim,<br />

po<strong>de</strong>rá promover convênios com órgão <strong>da</strong> administração pública e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s priva<strong>da</strong>s<br />

interessa<strong>da</strong>s na conservação <strong>da</strong> natureza em geral.<br />

Art 9º Este Decreto entrará em vigor na <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> sua publicação, revoga<strong>da</strong>s as disposições em contrário.<br />

Brasília, 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1961; 140º <strong>da</strong> In<strong>de</strong>pendência e 73º <strong>da</strong> República.<br />

JÂNIO QUADROS<br />

Romero Costa<br />

Oscar Pedroso Horta


7. ANEXO 2<br />

ASPECTOS SOCIO-ECONÔMICOS DA ÁREA DA<br />

FLORESTA NACIONAL DO PARIMA E SEU ENTORNO<br />

Boa Vista-RR, 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010<br />

A. FICHA TÉCNICA DA FUTURA FLONA<br />

Nome: Floresta Nacional do Parima<br />

En<strong>de</strong>reço: Vicinal 01, PA Tepequém, Km 17, Amajarí/RR.<br />

Telefone/fax: (95) 3623 3250<br />

Área (ha): 164.025,7 hectares<br />

Município abrangido: Amajarí<br />

UF: Roraima<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s Geográficas: 04º1052N e 62º1529W<br />

Decreto <strong>de</strong> criação: Decreto n° 51.042, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1961.<br />

Marcos importante (<strong>limites</strong>): Terra Indígena Ianomami, ESEC Maracá, PAs<br />

Tepequém, Bom Jesus e Amajarí, Furo do Santa Rosa, rios Uraricaá, Trairão e<br />

Amajarí.<br />

Bioma: Floresta Amazônica<br />

Distância dos centros urbanos: 17 Km <strong>da</strong> Vila Nova (Trairão, no município <strong>de</strong><br />

Amajarí), 238 Km <strong>de</strong> Boa Vista<br />

Acesso: rodoviário, pela BR-174, RR-203<br />

B. ESCOLPO<br />

Os <strong>da</strong>dos a seguir foram obti<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> visitas técnicas e sobrevôo na área <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal <strong>de</strong><br />

Parima e seu entorno, por servidores do <strong>ICMBio</strong>/RR. Os <strong>da</strong>dos a seguir foram obti<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> visitas<br />

e sobrevôo na área <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Florestal <strong>de</strong> Parima e seu entorno, por servidores do ICMbio/RR. As<br />

informações referentes ao município <strong>de</strong> Amajari foram levanta<strong>da</strong>s principalmente por meio <strong>de</strong> consultas<br />

ao documento <strong>de</strong> Zoneamento Ecológico-Econômico <strong>da</strong> Região Central do Estado <strong>de</strong> Roraima - 2002,<br />

elaborado pelo Governo do Estado <strong>de</strong> Roraima e do Plano <strong>de</strong> Estruturação do Sistema <strong>de</strong> Gerenciamento<br />

dos Recursos Hídricos do Estado <strong>de</strong> Roraima - 2007, elaborado pela Fun<strong>da</strong>ção Estadual do Meio<br />

Ambiente, Ciência e Tecnologia <strong>de</strong> Roraima - FEMACT, bem como por consultas as <strong>de</strong>mais fontes<br />

<strong>de</strong>scritas no item 5.15.<br />

C. INTRODUÇÃO<br />

A <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima terá seus <strong>limites</strong> revisados e sua categoria altera<strong>da</strong> para Floresta Nacional,<br />

uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> uso sustentável, sendo administra<strong>da</strong> pelo Instituto Chico Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Conservação <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> - <strong>ICMBio</strong>. A Floresta Nacional <strong>de</strong> Parima, com extensão <strong>de</strong> 164.025,7 ha,<br />

está localiza<strong>da</strong> no município <strong>de</strong> Amajarí, ao norte do Estado <strong>de</strong> Roraima, entre as coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s<br />

04º1052N e 62º1529W. É uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação que possui cobertura florestal <strong>de</strong> espécies<br />

nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos seus recursos naturais.<br />

A <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima apresenta os seguintes <strong>limites</strong>: ao Norte, <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pela linha <strong>de</strong> fronteira<br />

com a República <strong>da</strong> Venezuela; ao Sul, com o Rio Uraicaá e a Estação Ecológica <strong>de</strong> Maracá; a Leste, com<br />

rio Trairão e os Projetos <strong>de</strong> Assentamentos Rurais Tepequém e Bom Jesus; e a Oeste, com a Terra<br />

Indígena Ianomami.<br />

Seu acesso é através <strong>da</strong>s BR-174, RR-203, vicinal 01 no PA Tepequém, Km 17. O clima <strong>da</strong> região<br />

caracteriza-se por ser equatorial quente úmido, com temperatura média anual em torno <strong>de</strong> 26°C e<br />

precipitação pluviométrica <strong>de</strong> 2.000 mm.


Os principais rios que cortam a FLONA Parima são: Amajari, Trairão, Uraricaá e Santa Rosa. A uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

está inseri<strong>da</strong> em uma região <strong>de</strong> vegetal floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa.<br />

D. ASPECTOS FÍSICOS DO MUNICÍPIO DE AMAJARÍ<br />

Localização e abrangência<br />

O município <strong>de</strong> Amajarí, criado em 17/10/1995, localiza-se no Norte do Estado <strong>de</strong> Roraima, ocupando<br />

uma área <strong>de</strong> 28.472 Km². Está a uma distância <strong>de</strong> 158 Km <strong>de</strong> Boa Vista (capital do estado), 160 Km do<br />

município <strong>de</strong> Pacaraima e 243 Km do município <strong>de</strong> Alto Alegre. Suas coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s geográficas são:<br />

03°3907N e 61°2215W.<br />

O município possui os seguintes <strong>limites</strong> geográficos: Norte/Oeste, República <strong>da</strong> Venezuela; Sul,<br />

municípios <strong>de</strong> Alto Alegre e Boa Vista; Leste, município <strong>de</strong> Pacaraima. O acesso se dá pela BR-174 até o<br />

entroncamento com a RR-203, aproxima<strong>da</strong>mente no Km 100, e a partir <strong>da</strong>í segue pela RR-203 mais 56<br />

Km, até a Vila Brasil, se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Amajarí. Além <strong>da</strong> Vila Brasil, as principais vilas próximas<br />

são: Tepequém, Três Corações e Vila Nova (Trairão).<br />

População<br />

De acordo com os <strong>da</strong>dos do IBGE (2007), o município possui uma população pequena, <strong>de</strong> 7.586<br />

habitantes, com predomínio <strong>da</strong> população <strong>de</strong> área rural, e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional <strong>de</strong> 0,2 habitantes por<br />

Km2. O município tem uma participação em relação ao Estado <strong>de</strong> 12,70% e a participação <strong>de</strong> povos<br />

indígenas em relação ao total do município é <strong>de</strong> 58,71%.<br />

Tabela 1. População do município segundo sexo, zona e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> no ano <strong>de</strong> 2007.<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Urbana Rural Total<br />

Demográfica Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Geral<br />

0,2 (hab./Km²) 510 482 1.159 3.124 2.582 6.427 7.586<br />

Fonte: IBGE-RR<br />

Relevo<br />

Predominam superfícies planas (50%), áreas inundáveis (10%) e relevo fortemente ondulado (40%).<br />

Vegetação<br />

O município <strong>de</strong> Amajari tem como cobertura vegetal floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa e savana estépica (parque)<br />

e savana (gramíneas lenhosas).<br />

Clima<br />

O município possui clima equatorial quente e úmido, com chuvas no verão e inverno seco. A temperatura<br />

média anual é <strong>de</strong> 26º C e a precipitação pluviométrica <strong>de</strong> 2.000 mm.<br />

Hidrografia<br />

Os principais rios do município são Uraricoera, Parimé e Amajarí. Além <strong>de</strong>sses dois últimos, também<br />

cortam a <strong>Reserva</strong> Florestal do Parima os rios Trairão, Uraricaá e Santa Rosa.


Tabela 2. Estimativa <strong>de</strong> Recursos Hídrico em ca<strong>da</strong> Bacia Hidrográfica (água fluvial)<br />

Bacia<br />

Pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Média anual<br />

(mm)<br />

Área (Km²)<br />

Exce<strong>de</strong>nte<br />

hídrico<br />

estimado<br />

(mm) (32%)<br />

Uraricoera 1.500 7.838 480 3.762<br />

Parimé 1.600 4.795 512 2.455<br />

Amajarí 1.700 5.601 544 3.047<br />

Recursos<br />

hídrico na Bacia<br />

(milhões <strong>de</strong><br />

m³/ano)<br />

Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Especifica<br />

Sub-região hidrográfica (SRH) do rio Uraricoera<br />

A SRH do rio Uraricoera está localiza<strong>da</strong> na Macrorregião do Alto Rio Branco e ocupa a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

município do Amajari e parte dos municípios <strong>de</strong> Pacaraima, Alto Alegre e Boa Vista.<br />

Entre os principais rios que compõe essa bacia, no município <strong>de</strong> Amajarí estão os rios Amajari, Parimé e<br />

Uraricoera. São rios cau<strong>da</strong>losos, com uma mata ciliar em bom estado <strong>de</strong> conservação nas áreas em que<br />

não há proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s em suas margens. Nos locais <strong>de</strong> maior povoação, a vegetação às margens dos rios<br />

sofreu gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas <strong>da</strong> região que, em geral, são a pecuária<br />

extensiva e a agricultura familiar.<br />

A sub região hidrográfica do Uraricoera que limita-se ao Norte e a Oeste com a República <strong>da</strong> Venezuela;<br />

ao Sul, com a sub região hidrográfica doRio Branco Norte; a Leste, com a sub região hidrográfica do<br />

Tacutu tem em sua história <strong>de</strong> ocupação gran<strong>de</strong> parte do arcabouço histórico do Estado <strong>de</strong> Roraima, visto<br />

que serviu <strong>de</strong> acesso para a entra<strong>da</strong> dos europeus na região.<br />

As áreas indígenas próximas a esta SRH do rio Uraricoera são: a TI Ianomami, a Oeste/Noroeste; a TI<br />

São Marcos, ao Norte; e parte <strong>da</strong> TI Raposa Serra do Sol, a Nor<strong>de</strong>ste.<br />

O setor Norte, é limitado em quase sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelas rochas sedimentares do super grupo Roraima<br />

(Planalto Sedimentar Roraima), sustentado por floresta <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> e, em parte, por savana estépica. É<br />

forte a presença <strong>de</strong> neossolos litólicos como produto <strong>da</strong> <strong>de</strong>sagregação <strong>de</strong>ssas litologias. As escarpas<br />

íngremes com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> superior a 45% revelam um grau <strong>de</strong> erodibili<strong>da</strong><strong>de</strong> extremamente forte para a<br />

região, em particular no setor Norte.<br />

O setor central é dominado pelos Patamares Dissecados <strong>de</strong> Roraima, com a presença <strong>de</strong> argissolos e<br />

plintossolos pétricos sustentando remanescentes lateríticos. Localmente ocorrem testemunhos isolados <strong>de</strong><br />

rochas sedimentares, a exemplo <strong>da</strong> Serra Tepequém.<br />

O domínio Leste-Su<strong>de</strong>ste é ocupado pela uni<strong>da</strong><strong>de</strong> individualiza<strong>da</strong> como Depressão <strong>de</strong> Boa Vista. A<br />

principal característica hídrica <strong>de</strong>sse domínio correspon<strong>de</strong> ao cau<strong>da</strong>loso baixo Rio Uraricoera. As<br />

características <strong>de</strong>ssa sub-região hídrica indicam que as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas giram em torno do<br />

ecoturismo e <strong>da</strong> mineração para ouro e diamante no setor Norte, mineração <strong>de</strong> pequeno a médio porte no<br />

setor central e, finalmente, recreação e agricultura no setor Leste-su<strong>de</strong>ste.<br />

No trecho compreendido entre a BR-174 e ilha Maracá, apresenta as mesmas características geológicas e<br />

metalogenéticas <strong>da</strong> bacia do rio Amajari.<br />

A SRH do Rio Uraricoera <strong>da</strong> ilha <strong>de</strong> Maracá até o alto curso do rio, apresenta domínio <strong>de</strong> floresta<br />

ombrófila <strong>de</strong>nsa, a qual se esten<strong>de</strong> além <strong>da</strong>s fronteiras <strong>da</strong> Terra Indígena Ianomami. Essa uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

fitoecológica ocorre em sua maior extensão sobre argissolos em relevo ondulado e fortemente ondulado,<br />

com potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> restrita a usos não mais intensivos do que pastagem planta<strong>da</strong>. De um modo geral,<br />

contudo, essas áreas <strong>de</strong>vem ser manti<strong>da</strong>s conserva<strong>da</strong>s, em face dos impedimentos físicos e <strong>da</strong>s<br />

características do relevo. O uso do solo mais indicado é o extrativismo vegetal controlado.


Os conflitos na sub-região hídrica Uraricoera estão principalmente relacionados à questão indígena e à<br />

exploração clan<strong>de</strong>stina dos recursos minerais por índios e não-índios, além do fato <strong>de</strong> a região se<br />

constituir em zona <strong>de</strong> fronteira <strong>de</strong> interesse internacional.<br />

A região do Uraricoera representa a área <strong>de</strong> maior expressão <strong>da</strong> Floresta Estacional em Roraima. Existe<br />

uma extensa cobertura <strong>de</strong>ssa vegetação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os contrafortes <strong>da</strong> Serra <strong>de</strong> Pacaraima (serras <strong>de</strong> Sorocaima<br />

e Orocaima) até as margens do médio Rio Uraricoera. A margem direita <strong>de</strong>sse rio também é recoberta<br />

pela mesma vegetação, na região <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> Paredão. Alguns encraves ocorrem em áreas <strong>de</strong> floresta<br />

<strong>de</strong>nsa, principalmente nas vertentes <strong>da</strong> serra do Tepequém e serra do Tocobiren. Também ocorrem<br />

encraves em área <strong>de</strong> savana, além <strong>da</strong> feição aluvial que acompanha os gran<strong>de</strong>s rios (Uraricoera e Parimé e<br />

Surumu).<br />

Bacia do Rio Amajari<br />

A bacia do rio Amajari apresenta um quadro geológico interativo com aquele <strong>da</strong> bacia do rio Uraricoera.<br />

O terreno metavulcano-sedimentar apresenta vocação metalogenética mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a altapara mineralizações<br />

<strong>de</strong> cobre - zinco (ouro e prata associados), níquel, cobre, cromo, cobalto e platinói<strong>de</strong>s.<br />

A ausência <strong>de</strong> levantamentos geológicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe que possibilitem uma compreensão <strong>da</strong>evolução e<br />

situação atual do terreno é um fator restritivo à exploração mineral.<br />

Na cabeceira <strong>da</strong> microbacia rio Amajarí, em seu limite Noroeste aparece, inicialmente, uma faixa <strong>de</strong><br />

floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa sobre neossolo litólico, distrófico, textura média, associado a argissolos e<br />

afloramentos rochosos, em relevo montanhoso, sem potencial para lavouras, recomen<strong>da</strong>ndo-se a sua<br />

<strong>de</strong>stinação para conservação <strong>da</strong> flora e fauna. Na porção intermediária <strong>da</strong> microbacia, aparece uma faixa<br />

<strong>de</strong> floresta ombrófila aberta, sobre argissolo vermelho-amarelo, distrófico, textura média/ argilosa, em<br />

relevo suavemente ondulado a ondulado, apresentando potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> apenas regular para agricultura.<br />

Bacia do Rio Parimé<br />

Gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> bacia do rio Parimé está instala<strong>da</strong> sobre substrato vulcânico e granítico. No baixo curso,<br />

o terreno correspon<strong>de</strong> a metassedimentos e coberturas arenosas mais jovens. O rio Parimé configura o<br />

limite para diversas terras indígenas, citando-se Ouro, Ponta <strong>da</strong> Serra, São Marcos e Raposa Serra do Sol;<br />

na altura do paralelo 40, o rio é cortado pela BR-174, <strong>da</strong>ndo início às terras São Marcos. As exposições<br />

graníticas e vulcânicas para fins ornamentais encontram-se em serras como Curicaca e Tipiti, ao longo <strong>da</strong><br />

BR-174, que expõem frentes <strong>de</strong> rocha expostas, sob forma <strong>de</strong> lajeiros e gran<strong>de</strong>s blocos <strong>de</strong> rocha<br />

subarredon<strong>da</strong>dos. O acesso é realizado pela BR-174 e estra<strong>da</strong>s secundárias, com plena estrutura <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />

elétrica. Os ensaios tecnológicos empreendidos nas rochas apontam para sua utilização para fins<br />

ornamentais, com exceção em ambientes úmidos com líquidos corantes.<br />

Nas cabeceiras do rio ocorre uma faixa <strong>de</strong> floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa, sobre argissolo vermelho-amarelo,<br />

distrófico, textura média/argilosa em relevo suavemente ondulado a ondulado, apresentando<br />

potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> regular para lavouras. Nas porções com relevos montanhosos, ocorre neossolo litólico<br />

distrófico <strong>de</strong> textura média e afloramentos <strong>de</strong> rochas,que não apresentam aptidão para uso com lavouras,<br />

sendo indicados para preservação <strong>da</strong> flora e fauna.<br />

Solos<br />

Quanto à classificação, os solos <strong>da</strong> região são: Podzólico Vermelho-Amarelo, Latossolo Vermelho-<br />

Amarelo, Laterita Hidromórfica, Latossolo Amarelo, Latossolo Vermelho-Escuro, Solos Litólicos, Terra<br />

Roxa Estrutua<strong>da</strong>, Planossolo e Afloramentos Rochosos.<br />

E. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE AMAJARI<br />

A maior parte <strong>da</strong> população <strong>de</strong> Amajari concentra-se na zona rural, <strong>da</strong>ndo-lhe uma conotação <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pequeno porte, estando distribuí<strong>da</strong> em áreas <strong>de</strong> colonização, com <strong>de</strong>staque para a locali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>


Tepequém. Existem comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, predominantemente indígenas, dispersas na área rural, com<br />

crescimento rápido <strong>da</strong> população, e outras, como Tepequém, on<strong>de</strong> predomina a população não-indígena, e<br />

que se encontra dispersa no núcleo urbano. A média <strong>de</strong> habitantes por domicílio é <strong>de</strong> 3 pessoas,<br />

compatível com um nível <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> que varia entre 1 a 3 salários, com a cesta básica absorvendo mais <strong>de</strong><br />

50% <strong>de</strong>stes recursos . Embora, a presença indígena seja marcante, ocupando terras que representam 59%<br />

<strong>da</strong> área do município não se registram conflitos significativos, justificando-se, em parte, por já estarem<br />

<strong>de</strong>marca<strong>da</strong>s as áreas ocupa<strong>da</strong>s pelos indígenas.<br />

Existe disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas para loteamento e projetos habitacionais, que têm apoio do Governo local.<br />

As terras <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> são <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> ou estão sob domínio <strong>da</strong> União. Os projetos <strong>de</strong><br />

assentamentos são o PA Tepequém, PA Bom Jesus e PA Amajarí.<br />

Ocorre a extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras objetivando a construção <strong>de</strong> casas.<br />

A caça é <strong>de</strong> interesse alimentar, sendo que as espécies mais procura<strong>da</strong>s são paca, cutia e anta; contudo,<br />

anta, tatu e veado tornam-se, gra<strong>da</strong>tivamente escassos na região.<br />

Os setores que oferecem maiores oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego são os <strong>de</strong> produção agrícola e <strong>de</strong> exploração<br />

mineral, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma artesanal e por meio <strong>de</strong> máquinas na locali<strong>da</strong><strong>de</strong> Tepequém, cujo<br />

principal minério é o diamante. A pesca é artesanal e os peixes mais pescados são matrinchã, curimatã e<br />

traíra, só para consumo.<br />

Histórico do povoamento do município <strong>de</strong> Amajari<br />

O município <strong>de</strong> Amajari originou-se <strong>de</strong> um núcleo populacional que se formou em torno <strong>de</strong> um empório<br />

localizado às margens do rio Amajari, na estra<strong>da</strong> que liga Boa Vista à região <strong>da</strong> Serra do Tepequém e do<br />

Trairão, vila localiza<strong>da</strong> às margens do Alto Uraricoera. O lugarejo, que ficou conhecido como Vila Brasil,<br />

foi alçado à condição <strong>de</strong> município em 1995, com o <strong>de</strong>smembramento <strong>de</strong> terras do município <strong>de</strong> Boa<br />

Vista, passando a se chamar Amajari.<br />

Além <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Amajari, o município conta com outros núcleos como a Vila Tepequém (no alto <strong>da</strong><br />

serra <strong>de</strong> mesmo nome) e o Trairão. Nos tempos do garimpo esses núcleos tiveram uma importância<br />

significativa para a economia do Estado. Atualmente esta região começa a <strong>de</strong>spontar com um dos<br />

principais pólos <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> Roraima.<br />

Aspectos econômicos<br />

Agricultura<br />

A base agrícola <strong>de</strong> Amajari está na produção <strong>de</strong> milho, arroz, feijão, mandioca, laranja, abacaxi e banana,<br />

culturas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s em geral pelos agricultores familiares. A cultura do arroz no município é realiza<strong>da</strong><br />

por gran<strong>de</strong>s produtores <strong>de</strong> rizicultura, produção que tem o primeiro lugar na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola do<br />

município. A mandioca apresenta o segundo maior nível <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s culturas agrícolas do<br />

município, constituindo a base <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> alimentação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s indígenas.<br />

Pecuária<br />

A pecuária bovina é a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> autônoma <strong>de</strong> maior peso na economia do município e se dá <strong>de</strong> maneira<br />

extensiva em caráter <strong>de</strong> corte, caracterizando a área como gran<strong>de</strong> latifúndio. A produção abastece a se<strong>de</strong><br />

do município e o exce<strong>de</strong>nte é exportado para a capital <strong>de</strong> Roraima e para o Amazonas. Os agricultores<br />

familiares possuem em geral algumas cabeças <strong>de</strong> gado e animais <strong>de</strong> pequeno porte.<br />

Psicultura<br />

No município também se <strong>de</strong>senvolve a piscicultura e a espécie maneja<strong>da</strong> é o tambaqui. Essa espécie tem<br />

gran<strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação ao ambiente local que apresenta boa iluminação, temperatura a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, recursos


hídricos em abundância e gran<strong>de</strong> aceitação no mercado local, estadual e interestadual. A maior parte <strong>da</strong><br />

produção é <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> para a exportação para o vizinho Estado do Amazonas e os <strong>de</strong>mais <strong>da</strong> fe<strong>de</strong>ração.<br />

Vale ressaltar que a piscicultura no município se iniciou na Serra do Tepequém, com um projeto<br />

<strong>de</strong>senvolvido na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, com assessoria do SEBRAE, para o aproveitamento dos açu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixados na<br />

área após a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> garimpeira para a extração <strong>de</strong> diamante na déca<strong>da</strong> 80; porém, a produção nessa área<br />

não atingiu as expectativas espera<strong>da</strong>s.<br />

Extrativismo vegetal<br />

Como a região do município em sua maior extensão tem uma vegetação <strong>de</strong> savana, a extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

limita-se à <strong>de</strong> lenha para a fabricação <strong>de</strong> carvão para uso <strong>de</strong> subsistência. Essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral é<br />

realiza<strong>da</strong> pelos indígenas.<br />

Mineração<br />

Na sub-região hidrográfica do rio Uraricoera já houve gran<strong>de</strong> exploração do garimpo <strong>de</strong> diamante.<br />

Mesmo estando o garimpo inativo, parte <strong>da</strong> população local ain<strong>da</strong> realiza a garimpagem <strong>de</strong> diamante,<br />

<strong>de</strong> forma artesanal, pois é a única fonte <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> que eles têm.<br />

Essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> causou gran<strong>de</strong> impacto ambiental e, cerca <strong>de</strong> quinze anos <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> <strong>de</strong>sativação do<br />

garimpo, a área ain<strong>da</strong> se encontra com alto grau <strong>de</strong> impacto ambiental negativo. A Serra do Tepequém,<br />

local on<strong>de</strong> acontecia a maior pressão em busca do minério, tem sua vegetação totalmente altera<strong>da</strong>, o solo<br />

está <strong>de</strong>sprotegido e exposto à erosão, pois a cobertura vegetal foi removi<strong>da</strong>, os igarapés apresentam<br />

gran<strong>de</strong> grau <strong>de</strong> assoreamento já que a garimpagem requer bastante água e, em algumas partes, esses<br />

igarapés foram dinamitados. O saldo final é uma área <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong> que compromete totalmente a<br />

sobrevivência <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local, tendo em vista que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica era a extração do minério.<br />

Comércio<br />

A se<strong>de</strong> do município do Amajari conta com alguns pequenos comércios entre eles lanchonetes, mercados<br />

<strong>de</strong> secos e molhados, panificadora, açougue, farmácia, bares e restaurantes e hotéis, mas tudo com<br />

estrutura simples e sem gran<strong>de</strong> movimentação econômica. Em geral, a população local <strong>de</strong>sloca-se para a<br />

capital do estado para prover suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s alimentares e outras diversas, em virtu<strong>de</strong> do preço<br />

elevado, <strong>da</strong> pouca varie<strong>da</strong><strong>de</strong> e baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos vendidos no comércio local. De acordo com<br />

os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> 2004 do IBGE o comércio do Amajarí contribuiu com 0,44 em milhões <strong>de</strong> reais para o PIB <strong>de</strong><br />

Roraima em percentual <strong>de</strong> 0,27%.<br />

Ren<strong>da</strong><br />

A ren<strong>da</strong> tem base na pecuária extensiva, na agricultura familiar e no funcionalismo público. A ren<strong>da</strong><br />

nominal não tem uma distribuição aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> real entre os trabalhadores. Em geral, os<br />

trabalhadores <strong>da</strong> área rural, a maior parte <strong>da</strong> população, recebem um salário-mínimo por mês e uma<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sses trabalhadores completa sua ren<strong>da</strong> com a bolsa- família, programa social do Governo<br />

Fe<strong>de</strong>ral. O funcionalismo público recebe algo em torno <strong>de</strong> cinco salários-mínimos por mês.<br />

Economia formal e informal<br />

A economia formal é constituí<strong>da</strong> pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agropecuárias, funcionalismo público e pequenos<br />

estabelecimentos comerciais, enquanto a informal é forma<strong>da</strong> por pequenos ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> diversos<br />

produtos, muitas vezes trazidos <strong>de</strong> Boa Vista.<br />

Aspectos turísticos<br />

O Município <strong>de</strong> Amajari tem gran<strong>de</strong> potencial turístico representado, por exemplo, pela Serra do<br />

Tepequém que apresenta uma beleza cênica exuberante, própria para o ecoturismo. Lá também se


encontra a estação ecológica do SESC, uma <strong>Reserva</strong> Particular <strong>de</strong> Patrimônio Natural, que oferece uma<br />

pousa<strong>da</strong> com uma ótima estrutura <strong>de</strong> hospe<strong>da</strong>gem, visitas turísticas às cachoeiras, turismo <strong>de</strong> aventura,<br />

passeios a cavalo, entre outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

No platô <strong>da</strong> serra encontra-se a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local, estabeleci<strong>da</strong> em uma vila <strong>de</strong> moradores que se<br />

propõem a trabalhar com o ecoturismo. Alguns já se encontram capacitados para ser guias turísticos.<br />

Quem vai ao Tepequém po<strong>de</strong> contratar os serviços <strong>de</strong>sses profissionais, bem como utilizar os serviços <strong>de</strong><br />

hotelaria <strong>de</strong> uma pequena estrutura <strong>de</strong> pousa<strong>da</strong>s, com restaurantes que servem comi<strong>da</strong> típica. A<br />

arquitetura do local constitui-se <strong>de</strong> pequenas casas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou alvenaria em construções simples, sem<br />

muito <strong>de</strong>talhamento arquitetônico.<br />

As atrações naturais <strong>da</strong> serra do Tepequém são as cachoeiras do Paiva, Sobral, Barata, Funil. O acesso é<br />

feito pela BR-174 até o Km 100, seguindo <strong>de</strong>pois pela RR 203 (asfalta<strong>da</strong>) até o trevo do Trairão. Dali em<br />

diante são 4 Km serra acima. No município <strong>de</strong> Amajarí, há também outras cachoeiras como as dos rios<br />

Ereu, Amajarí, Santa Rosa e Pacu.<br />

Aspectos culturais e do patrimônio histórico<br />

São atrativos culturais, os antigos vilarejos <strong>de</strong> garimpo como a Vila Tepequém e Vila Cabo Sobral. No<br />

passado, estas pequenas vilas, localiza<strong>da</strong>s no topo <strong>da</strong> Serra do Tepequém, testemunharam o ciclo do<br />

garimpo na região que teve início ain<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1930. Apesar <strong>de</strong> constituírem pequenas vilas,<br />

possuem infra-estrutura <strong>de</strong> acomo<strong>da</strong>ção, principalmente em áreas para camping e serviços <strong>de</strong><br />

alimentação. Mesmo com limitações para recepção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> visitantes, a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

Tepequém está qualifica<strong>da</strong> para oferecer serviços turísticos.<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Segundo <strong>da</strong>dos do Sistema Integrado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s Fronteiras (SIS FRONTEIRAS), 2007, o município do<br />

Amajari dispõe <strong>de</strong> 09 postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, distribuídos na área rural <strong>de</strong> assentamento e terras indígenas. As<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s indígenas atendi<strong>da</strong>s são: Araçá, Guariba, Três Corações, Aningal e Leão <strong>de</strong> Ouro. Em áreas<br />

<strong>de</strong> assentamento, os postos estão no Assentamento do Trairão, São Sebastião, Tepequém e Pesqueiro. As<br />

áreas indígenas são atendi<strong>da</strong>s pela prefeitura e pela Fun<strong>da</strong>ção Nacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (FUNASA).<br />

No município não há hospitais capacitados a aten<strong>de</strong>r aos casos mais complexos, tendo os pacientes que se<br />

<strong>de</strong>slocar para a capital do estado, Boa Vista. Mas há uma Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Mista na se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Amajari<br />

que aten<strong>de</strong> aos casos mais comuns <strong>de</strong> doenças na região: gripes, malária, febres, diarréias, doenças<br />

respiratórias, partos não complicados, <strong>de</strong>ngue, entre outros. Fazem também atendimentos <strong>de</strong> hipertensos,<br />

diabéticos.<br />

Infraestrutura<br />

Os principais investimentos em infra-estrutura na se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Amajari foram feitos pelo<br />

Ministério do Turismo. Destacam-se a construção <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> cênica que liga a se<strong>de</strong> do município à Serra<br />

do Tepequém, escolas, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, se<strong>de</strong> <strong>da</strong> prefeitura, câmara <strong>de</strong> vereadores, energia e água<br />

canaliza<strong>da</strong>. As <strong>de</strong>mais locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s contam com infra-estrutura como escolas-padrão, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

telefone público e estra<strong>da</strong>s pavimenta<strong>da</strong>s com piçarra.<br />

Segurança<br />

O município <strong>de</strong> Amajarí possui um <strong>de</strong>stacamento <strong>da</strong> Polícia Militar <strong>de</strong> Roraima localiza<strong>da</strong> na Vila<br />

Brasil, e conta com o apoio <strong>da</strong> Polícia Civil sedia<strong>da</strong> no município <strong>de</strong> Pacaraima.


Energia elétrica<br />

O abastecimento e distribuição <strong>de</strong> energia elétrica são realizados pela Companhia Energética <strong>de</strong> Roraima<br />

(CER).<br />

Água<br />

O abastecimento <strong>de</strong> água trata<strong>da</strong> é feita pela Companhia <strong>de</strong> Águas e Esgotos <strong>de</strong> Roraima (CAER) por<br />

meio <strong>de</strong> um poço artesiano. Conforme informações <strong>da</strong> FUNASA, a água tem boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e tem<br />

contribuído para a diminuição e o controle <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> doenças como diarréia, cólera, <strong>de</strong>ngue, febre<br />

amarela, hepatite, conjuntivites, poliomielite, escabiose, leptospirose, febre tifói<strong>de</strong>, esquistossomose e<br />

verminoses em geral.<br />

Segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> prefeitura, 100% <strong>da</strong> população <strong>da</strong> área urbana do município do Amajari recebem água<br />

trata<strong>da</strong>. No entanto, na área rural, o resultado é o inverso já que a água provém <strong>de</strong> poços escavados nas<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou é trazi<strong>da</strong> dos recursos hídricos mais próximos.<br />

Telecomunicações<br />

O setor ain<strong>da</strong> se encontra em um estágio incipiente em termos <strong>de</strong> telecomunicações. Nos logradouros<br />

públicos é possível encontrar telefones públicos, telefones convencionais em algumas casas resi<strong>de</strong>nciais,<br />

nas <strong>de</strong>pendências <strong>da</strong> Prefeitura Municipal e no posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Sistema viário<br />

O sistema viário conta com ruas asfalta<strong>da</strong>s em boa parte <strong>da</strong> área urbana na se<strong>de</strong> do município, na Vila<br />

Nova (trairão) e vila do Tepequém. A via <strong>de</strong> acesso ao município é a RR-203 que se encontra em ótimas<br />

condições. Esta rodovia se esten<strong>de</strong> até a serra do Tepequém. Cabe salientar que, apesar <strong>de</strong> a estra<strong>da</strong> estar<br />

em ótimas condições, as pontes ao longo <strong>de</strong>ssa rodovia são, em sua maioria, <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira embora se<br />

encontrem em bom estado <strong>de</strong> conservação. No período chuvoso, algumas estra<strong>da</strong>s na área rural do<br />

município tornam-se impraticáveis, necessitando-se <strong>de</strong> veículos tracionados para o acesso a essas<br />

locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Educação<br />

Os estabelecimentos <strong>de</strong> ensino no município são em sua gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino estadual.<br />

Apenas no que diz respeita à educação infantil a re<strong>de</strong> municipal apresenta números maiores do que a<br />

estadual. Quanta a taxa <strong>de</strong> analfabetismo, mesmo sendo um município com uma população pequena,<br />

conforme informações forneci<strong>da</strong>s pelos documentos do INEP/MEC em 2004, indica uma taxa eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

analfabetismo.<br />

Aspectos ambientais<br />

Em relação aos problemas ambientais, no município do Amajari observa-se a presença <strong>de</strong> lixo em lugares<br />

in<strong>de</strong>vidos e o lugar <strong>de</strong>stinado a receber o lixo urbano está localizado às proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a céu<br />

aberto, a coleta nem sempre é regular e o lixo acumula-se nas portas e quintais <strong>da</strong>s residências. Alguns<br />

moradores queimam o lixo nos quintais, ou jogam-no às margens dos igarapés para que a correnteza o<br />

leve. A coleta <strong>de</strong> lixo é realiza<strong>da</strong> somente na se<strong>de</strong> do município, tendo como <strong>de</strong>stino final o lixão a céu<br />

aberto, localizado às proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> área urbana. O lixo é <strong>de</strong>positado em um buraco cavado pela<br />

prefeitura e, posteriormente, queimado.


Os logradouros públicos no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> são asfaltados, mas não foram construídos com a<br />

preocupação em canalizar as águas <strong>da</strong>s chuvas em um sistema <strong>de</strong> esgoto. As águas <strong>da</strong>s chuvas são<br />

gran<strong>de</strong>s condutores <strong>de</strong> resíduos que se espalham pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstrando a inexistência <strong>de</strong> saneamento<br />

básico. No centro urbano as residências possuem banheiros e fossas sépticas. Já não é tão comum a antiga<br />

prática <strong>de</strong> se construírem banheiros escavados nos fundos dos quintais.<br />

Na área rural as condições também são preocupantes, não há saneamento básico, o lixo produzido é<br />

colocado nos quintais próximo às casas, ou queimados, ou jogados nos córregos dos igarapés e na<br />

correnteza dos rios. Os banheiros são construções feitas nos fundos dos quintais, às proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s<br />

casas, escavados em buracos que me<strong>de</strong>m 60x60, com uma profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 1,50 m, o<br />

que compromete o lençol freático. A água para consumo é recolhi<strong>da</strong> em igarapés ou em poços escavados<br />

nos terrenos às proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s casas.<br />

Queima<strong>da</strong>s<br />

Mesmo com as campanhas <strong>de</strong> controle e combate ao fogo realiza<strong>da</strong>s pelos governos fe<strong>de</strong>ral e estadual,<br />

através dos órgãos ambientais, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais<br />

Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Men<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Conservação <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (ICMBIO), Fun<strong>da</strong>ção<br />

Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia <strong>de</strong> Roraima (FEMACT), a prática <strong>de</strong> queima<strong>da</strong>s para o<br />

cultivo do roçado é comum, o que se <strong>de</strong>ve à falta <strong>de</strong> tecnologias alternativas <strong>de</strong> fácil acesso às<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais com menor po<strong>de</strong>r aquisitivo. O gran<strong>de</strong> problema, no entanto, não é a prática em si,<br />

mas sim o uso <strong>de</strong>scontrolado do fogo. Muitos produtores rurais não obe<strong>de</strong>cem à lei quanto ao<br />

licenciamento para a <strong>de</strong>rruba<strong>da</strong> e a queima<strong>da</strong>, e também não realizam as técnicas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> aceiros<br />

(técnica utiliza<strong>da</strong> na prática <strong>de</strong> queima<strong>da</strong> que diminui o risco <strong>de</strong> incêndio florestal). Essas condicionantes<br />

acabam por favorecer a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do ambiente. O mesmo ocorre nas áreas indígenas.<br />

Nas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte que, em geral, são fazen<strong>da</strong>s <strong>de</strong> pecuária extensiva, em sua maioria<br />

localiza<strong>da</strong> nas áreas <strong>de</strong> savanas, as queima<strong>da</strong>s também são realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma indiscrimina<strong>da</strong> por se<br />

acreditar que o cerrado é um ecossistema sem potencial natural.<br />

Recursos Hídricos<br />

A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local faz uso dos recursos hídricos em maior ou menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo<br />

<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>. O uso mais intensivo é feito nas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolve a<br />

agricultura familiar e pecuária extensiva, visto que a lavoura requer cui<strong>da</strong>dos e irrigação constantes, às<br />

vezes até duas vezes por dia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> cultura e <strong>da</strong>s condições do clima.<br />

Para diminuir os custos na produção, os agricultores familiares fazem, em geral, sua lavoura às<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos rios e igarapés. O gran<strong>de</strong> problema está no emprego <strong>de</strong> produtos químicos que são<br />

lixiviados para os córregos dos igarapés e correnteza dos rios, colocando em risco a sobrevivência <strong>da</strong><br />

ictiofauna. Os empreendimentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, como a rizicultura, requerem um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong><br />

água e o uso <strong>de</strong> produtos químicos, como os insetici<strong>da</strong>s, o que representa problema para a preservação e<br />

ou conservação do ambiente.<br />

No caso <strong>da</strong> pecuária extensiva, o gado é criado solto, com trânsito livre pelo pasto. Os igarapés são<br />

usados para <strong>da</strong>r <strong>de</strong> beber ao gado, mas é comum a abertura <strong>de</strong> cacimbas para <strong>da</strong>r água aos animais. No<br />

município se pratica a criação <strong>de</strong> peixes utilizando os recursos hídricos do rio e <strong>de</strong> igarapés, além dos<br />

lagos artificiais <strong>de</strong>ixados pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> garimpeira. Ain<strong>da</strong> que <strong>de</strong> forma muito artesanal, o garimpo ain<strong>da</strong><br />

ocorre na região e requer bastante água para a execução do trabalho.<br />

As áreas hídricas que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s são as relaciona<strong>da</strong>s a cabeceiras <strong>de</strong> pequenos<br />

igarapés e as áreas <strong>de</strong> nascentes que foram <strong>de</strong>smata<strong>da</strong>s. A <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental tem levado à seca <strong>de</strong><br />

áreas <strong>de</strong> nascentes, ao assoreamento <strong>de</strong> recursos hídricos e à <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> igarapés. Na serra do<br />

Tepequém a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental causa<strong>da</strong> pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> garimpeira a mata ciliar foi quase to<strong>da</strong> retira<strong>da</strong><br />

e os recursos hídricos se encontram seriamente afetados, como o Igarapé do Paiva, que se encontra<br />

praticamente assoreado.


Tabela 2. Análise socioeconômica <strong>da</strong> município <strong>de</strong> Amajari. Indicadores <strong>de</strong> potencial natural e produtivo.<br />

INDICADORES UNIDADE AMAJARI<br />

Cobertura Florestal Área Florestal/Área Total 55<br />

Aptidão Agrícola Área Apta ao Uso/A. Total 35<br />

Tamanho médio <strong>da</strong>s Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s Hectares 60<br />

Espécies com potencial Espécies<br />

Cedro, itauba, pau-rainha<br />

ma<strong>de</strong>ireiro<br />

Espécies com potencial não Espécies<br />

Copaíba, sucuuba, caimbé<br />

ma<strong>de</strong>ireiro<br />

Ocorrência <strong>de</strong> espécies animais Espécies Paca, anta, cutia<br />

Registro <strong>de</strong> espécies em extinção Espécies Tatu, veado<br />

Área Indígena/Área total Percentagem 59<br />

Exploração Mineral Área Expl./Área Total (%) Diamante<br />

Valor Bruto <strong>da</strong> Produção Rural R$/ha/ano 5.425<br />

Dinâmica<br />

do Mwh/hab/ano 2,3<br />

S.Urbano/industrial/comercial<br />

Arreca<strong>da</strong>ção do ICMS R$ 1.000,00/ano 386,14<br />

Terminais Rodoviários Números 1<br />

Terminais Fluviais Números 0<br />

Aeroportos Números 0<br />

Campos <strong>de</strong> Pouso Números 7<br />

Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Circulação Rodoviária % vias pavimenta<strong>da</strong>s 69<br />

Utilização <strong>da</strong> terra Percentual/ Área Total 5<br />

Fonte: Fonte: Zoneamento Ecológico Econômico <strong>da</strong> região central do Estado <strong>de</strong> Roraima- 2002 (Tomo II,<br />

volume III, anexo I, tabela 7, p. 259)<br />

Projetos <strong>de</strong> assentamentos em Amajarí/RR<br />

Próximo a Flona Parima/RR existem três assentamentos, PAs Amajari, Trairão, Tepequém e Bom Jesus.<br />

Tabela 3. Demonstrativo <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Assentamentos município <strong>de</strong> Amajari<br />

PROJETOS<br />

ÁREA<br />

(ha)<br />

CAPACIDADE<br />

(Nº <strong>de</strong> famílias)<br />

Tépequem 124.000 1.538 Resp. 0028/92 02.09.1992<br />

Amajari 16.800 280 Port.0021/99 25.10.1999<br />

Bom Jesus 15.068 166 Port. 0022/99 25.10.1999<br />

ATO DE CRIAÇÃO<br />

GLEBAS/ COLÔNIAS<br />

DOS PROJETOS DE<br />

ASSENTAMENTOS<br />

NUMERO DATA Gleba Tepequém-<br />

Colônia do Trairão<br />

Gleba Tepequém-<br />

Colônia do Pau Baru<br />

FONTE: Zoneamento Ecológico Econômico <strong>da</strong> região central do Estado <strong>de</strong> Roraima- 2002 (Tomo II,<br />

mapa anexo II)<br />

PA Tepequém<br />

Instalado em 1992 o PA Tepequém apresenta uma trajetória <strong>de</strong> ocupação e <strong>de</strong>senvolvimento bastante<br />

<strong>de</strong>ficitária. Os beneficiários <strong>de</strong>ste PA resi<strong>de</strong>m geralmente no interior <strong>da</strong> colônia Tepequém, mais<br />

conheci<strong>da</strong> como vila Trairão, cuja estrutura margeia o rio Trairão. A vila do PA Tepequém, também<br />

conheci<strong>da</strong> como Vila Nova, não conta com uma infraestrutura que suporte a população assenta<strong>da</strong>. Do<br />

ponto <strong>de</strong> vista produtivo, a distância do principal centro consumidor (Boa Vista) e a falta <strong>de</strong> incentivos<br />

tem levado a um processo <strong>de</strong> pecuarização <strong>da</strong> produção do assentamento e conseqüente processo <strong>de</strong><br />

concentração fundiária. A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte neste PA apresenta dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>vido a


impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar um censo do local, pois gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> população não resi<strong>de</strong> neste PA,<br />

mas na vila trairão e pelo péssimo acesso a região.<br />

PA Bom Jesus<br />

Entre os três PAs citados, o PA Bom Jesus é o que mais precário em sua infra-estrutura, principalmente<br />

em relação à ausência <strong>de</strong> qualquer atendimento a saú<strong>de</strong> no PA. A distribuição e o tamanho dos lotes <strong>de</strong>ste<br />

PA está diretamente relacionado ao histórico <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>ssa área, nesta região há dois grupos <strong>de</strong><br />

produtores, os mais antigos ocupam área na proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> do córrego Tomás, e o outro ocupa um área<br />

mais ao Sudoeste, vindo <strong>da</strong> colonização do Trairão. A situação viária no interior do PA é bastante<br />

precária. O assentamento se dá ao longo <strong>da</strong> vicinal tronco em forma <strong>de</strong> pica<strong>da</strong> sendo seu acesso e<br />

escoamento <strong>da</strong> produção bastante difícil.<br />

Terras indígenas<br />

As terras indígenas no município <strong>de</strong> Amajari, ocupam uma área total <strong>de</strong> 16.790,99 Km², e possui<br />

participação em relação ao total do município <strong>de</strong> 58,71%.<br />

Tabela 4. Terras Indígenas no município <strong>de</strong> Amajarí<br />

TERRAS<br />

INDÍGENAS<br />

ETINIA<br />

POPUL<br />

A-ÇÃO<br />

FONTE ANO SITUAÇÃO<br />

JURIDICA<br />

FUNDIÁRIA<br />

SUPER-<br />

FÍCIE<br />

(HÁ)<br />

ANANÁS Makuxi 38 Funasa/Isa 1999 Homologa<strong>da</strong> 1.769<br />

ANARO Wapixana 50 Funasa/Isa 2009 Homologa<strong>da</strong> 30.470<br />

ANIL GAL Makuxi 136 Funasa/Isa 1999 Homologa<strong>da</strong> 7.627<br />

ARAÇA Makuxi/<br />

CPRM 2001 Homologa<strong>da</strong> 50.018<br />

Wapixana 1.057<br />

CAJUEIRO Makuxi 90 Funasa/Isa 1994 Homologa<strong>da</strong> 4.304<br />

CPRM 2001<br />

PONTA DA Wapixana/ 312 Funai/Isa 1995 Homologa<strong>da</strong> 15.597<br />

SERRA Makuxi<br />

SANTA INÊS Makuxi 286 CPRM 2001 Homologa<strong>da</strong> 29.698<br />

IANOMAMI* Yanomamy/<br />

Yekuana<br />

12.036 Urihi 2000 Homologa<strong>da</strong><br />

Fontes: Zoneamento Ecológico Econômico <strong>da</strong> região central do Estado <strong>de</strong> Roraima- 2002 (Tomo II, mapa<br />

anexo II) e site: http://ccr6.pgr.mpf.gov.br. * com uma área total <strong>de</strong> 9.664.975 há, abrange os municípios<br />

<strong>de</strong> Alto Alegre, Amajarí, Iracema, Boa vista, Caracaraí, Mucajaí no estado <strong>de</strong> Roraima e os município<br />

<strong>de</strong> Barcelos, São Gabriel <strong>da</strong> Cachoeira e Rio Negro no estado do Amazonas.<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação<br />

Estação Ecológica <strong>de</strong> Maracá<br />

A Estação Ecológica <strong>de</strong> Maracá possui uma área <strong>de</strong> 101.312 hectares e está localiza<strong>da</strong> na porção Noroeste<br />

<strong>de</strong> Roraima, no município <strong>de</strong> Amajari, em feições <strong>de</strong> savana graminosa, floresta aluvial e ilhas <strong>de</strong> floresta<br />

estacional. A estação abrange a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ilha <strong>de</strong> Maracá, limita<strong>da</strong> pelos furos <strong>de</strong> Santa Rosa e<br />

Maracá, no rio Uraricoera. Seu acesso é feito por via fluvial.<br />

O principal objetivo <strong>da</strong> criação <strong>de</strong>sta ESEC é a preservação <strong>de</strong> uma amostra representativa do ecossistema<br />

amazônico. Ela foi cria<strong>da</strong> pelo Decreto Fe<strong>de</strong>ral no 86.061, <strong>de</strong> 02/06/1981. Nessa época, a administração<br />

<strong>da</strong>s Estações Ecológicas era exerci<strong>da</strong> pela SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente, que pertencia<br />

ao antigo Ministério do Interior, cabendo à mesma a guar<strong>da</strong>, fiscalização e preservação <strong>da</strong> natureza em


geral. O INPA - Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisa <strong>da</strong> Amazônia e a SEMA mobilizaram um contingente <strong>de</strong><br />

aproxima<strong>da</strong>mente 200 pessoas, entre cientistas, técnicos e administradores, para a condução <strong>de</strong> trabalhos<br />

<strong>de</strong> pesquisa do Projeto Maracá. Atualmente o Instituto Chico Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>da</strong> Biodoversi<strong>da</strong><strong>de</strong>-<br />

<strong>ICMBio</strong> é o responsável ela administração <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O relevo <strong>da</strong> ilha é formado por superfícies colinosas <strong>de</strong> baixa a média amplitu<strong>de</strong>. A malha fluvial<br />

entrelaça<strong>da</strong> que a envolve é o habitat <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong> quelônios. A região também é rica em répteis e<br />

peixes, além <strong>de</strong> possuir mamíferos importantes, como a onça pinta<strong>da</strong> ou jaguar (Panthera onca).<br />

A ação antrópica sobre a fauna, nos <strong>limites</strong> geográficos <strong>da</strong> ilha, po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> muito pequena.<br />

Talvez esta seja a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação mais bem pesquisa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Amazônia Oci<strong>de</strong>ntal. Vários trabalhos<br />

científicos, envolvendo amplas áreas do conhecimento, e um <strong>de</strong>talhado levantamento ecológico,<br />

possibilitaram uma minuciosa investigação <strong>da</strong> fauna, flora e outros recursos naturais <strong>da</strong> ilha.<br />

<strong>Reserva</strong> Particular do Patrimônio Natural SESC Tepequém.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> uso sustentável, cria<strong>da</strong> em área priva<strong>da</strong>, grava<strong>da</strong> em caráter<br />

<strong>de</strong> perpetui<strong>da</strong><strong>de</strong> com o objetivo <strong>de</strong> conservar a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica. A criação <strong>de</strong> uma RPPN é um<br />

ato voluntário do proprietário, que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> constituir sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou parte <strong>de</strong>la, em uma RPPN, sem<br />

que isto ocasione per<strong>da</strong> do direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A RPPN SESC Tepequém, cria<strong>da</strong> através <strong>da</strong> Portaria nº<br />

19/2001, localiza-se no município <strong>de</strong> Amajarí e possui uma área <strong>de</strong> 54,58 ha. Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta uma<br />

ótima infra-estrutura para o recebimento <strong>de</strong> turistas, composta por quatro casas mobilia<strong>da</strong>s, três <strong>de</strong>las<br />

feitas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras e uma <strong>de</strong> alvenaria, além <strong>de</strong> salão <strong>de</strong> jogos.<br />

O acesso é feito através <strong>da</strong> BR 174, sentido Venezuela, até o Km 102. A partir <strong>da</strong>li, percorre 58<br />

quilômetros pela RR-203 até a Vila Brasil, se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Amajari. Depois <strong>da</strong>li, são mais 48<br />

quilômetros até a estância. Todo o percurso totalmente asfaltado. Além <strong>de</strong> apreciar a natureza on<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>m ser observados diversos animais como tamanduás, jabutis, gaviões, garças e outros pequenos<br />

voadores, e a paisagem <strong>de</strong> imensos buritizais, o turista po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> várias ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como visitas ao<br />

platô, ponto culminante <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a serra, visitas às cachoeiras, bem como a pratica <strong>de</strong> tirolesa e arborismo.<br />

Organização social<br />

O município <strong>de</strong> Amajarí conta com as seguintes associações e sindicatos:<br />

ASSOCIAÇÕES<br />

ASSOCIAÇÃO DOS AGRICULTORES DO TRAIRÃO<br />

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DO PA BOM JESUS<br />

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DO TOMAS<br />

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORS RURAIS DA AMENTISTA<br />

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORS RURAIS DO TRAIRÃO II<br />

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS UNIDOS DO TRAIRÃO<br />

ASSOCIAÇÃO DE ARTESÃOS DA SERRA DO TEPEQUEM<br />

COLÔNIAS<br />

COLONIA DOS PESCADORES DE AMAJARI<br />

SINDICATOS<br />

SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE AMAJARÍ-<br />

STTR<br />

F. FONTES CONSULTADAS<br />

· FREITAS, Luiz Aimberê Soares <strong>de</strong> - <strong>Estudo</strong>s Sociais <strong>de</strong> Roraima (Geografia e História).<br />

· Zoneamento Ecológico- Econômico <strong>da</strong> Região Central do Estado <strong>de</strong> Roraima- 2002.Governo do<br />

Estado <strong>de</strong> Roraima.


· Plano <strong>de</strong> Estruturação do Sistema <strong>de</strong> Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado <strong>de</strong> Roraima-<br />

2007. Fun<strong>da</strong>ção Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia <strong>de</strong> Roraima- FEMACT.<br />

· Relatório Final <strong>de</strong> levantamento sócio-econômico dos agricultores integrantes <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong><br />

assentamentos do Incra e <strong>de</strong> produtores rurais estabelecidos na área <strong>de</strong> entorno <strong>da</strong> Estação Ecológica<br />

<strong>de</strong> Maracá para a elaboração do seu Plano <strong>de</strong> Manejo-2006.<br />

· Sites:<br />

http://www.roraima-brasil.com.br/pt/roraima/municipios/amajari/<br />

http://www.boavista.rr.gov.br/produtos/produto7/05_DiagInt_Fauna.PDF<br />

http://www.ibge.gov.br<br />

http://www.portal.rr.gov.br<br />

http://ccr6.pgr.mpf.gov.br.<br />

http://www.sescrr.com.br/


8. ANEXO 3 FOTOS<br />

Rio Trairão<br />

Ponte quebra<strong>da</strong> na vicinal 1. Acesso interrompido para a Futura Flona Parima


Área <strong>de</strong> entorno <strong>da</strong> ESEC Maracá<br />

Área <strong>de</strong> entorno <strong>da</strong> Futura Flona Parima


Vicinal 1 - Vila do Trairão<br />

Vicinal Paraíso em fase <strong>de</strong> implantação, na área <strong>de</strong> entorno <strong>da</strong> proposta


Limite <strong>da</strong> proposta<br />

Limite <strong>da</strong> proposta


Fronteira <strong>da</strong> Futura Flona Parima com a Venezuela<br />

Fronteira <strong>da</strong> Futura Flona Parima com a Venezuela.


Região Norte <strong>da</strong> Futura Flona Parima.<br />

Rio Amajari - região Norte <strong>da</strong> Futura Flona Parima


Rio Amajari - região Norte <strong>da</strong> Futura Flona Parima<br />

Rio Amajari - região Norte <strong>da</strong> Futura Flona Parima


Rio Pacu<br />

Serra <strong>da</strong> Beleza


Projeto <strong>de</strong> Assentamento Bom Jesus<br />

Projeto <strong>de</strong> Assentamento Tepequém

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!