EM TEMPOS DE HIV/AIDS: O SILÃNCIO DE ... - Unifra
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A interpretação do conjunto de informações obtido se deu a partir do corpo teórico de<br />
autores que enfocam a identidade enquanto uma construção social; e, considerando também<br />
que a pesquisa no campo das representações sociais pode oferecer uma contribuição relevante<br />
quanto a conhecer as representações sobre o corpo e a sexualidade de pré-adolescentes<br />
(MOKWA et al., 2005).<br />
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />
Adolescer é marcado por inúmeras mudanças, tanto psíquicas quanto físicas. Nesse<br />
sentido, entendemos a adolescência como um “processo de desconstrução e reconstrução da<br />
identidade, no qual o jovem terá que desmontar o mundo infantil e reconstruí-lo a seu modo”<br />
(BRASIL, 2006, p.14).<br />
Os adolescentes são uma parte cada vez mais crescente na pandemia do Vírus da<br />
Imunodeficiência Humana (<strong>HIV</strong>/Aids). O diagnóstico positivo para o <strong>HIV</strong> pode impactar de<br />
modo significativo nesse processo de adolescer, particularmente por que, de acordo com<br />
Spinardi et al (2008), a presença do <strong>HIV</strong>/Aids acarreta alguns medos e estigmas no que se<br />
refere às descobertas e transformações da adolescência, na medida que o adolescente tem de<br />
se deparar com seu diagnóstico e conviver com essa doença que, além de crônica, é permeada<br />
por preconceito, medo e incertezas quanto ao futuro (SPINARDI et al., 2008).<br />
Sendo assim, o adolescente que adquire o <strong>HIV</strong> através da Transmissão Perinatal da<br />
Aids (TPA) tem que lidar com as possíveis dificuldades geradas pela adesão ao tratamento,<br />
com as crises de confiança devido ao atraso na revelação do diagnóstico, com a culpa dos pais<br />
e com a super-proteção deles, assim como com o estigma (SPIEGEL e FUTTERMAN, 2009;<br />
GUERRA e SEIDL, 2009).<br />
O que se percebe é que a questão da aids tanto no cenário mundial, quanto no Brasil,<br />
ainda está longe de ser tratada com domínio pela sociedade. Isso ocorre, provavelmente,<br />
devido ao fato de ainda existir muitos mitos e preconceitos por parte da população que, ao<br />
não serem esclarecidos, podem acarretar às pessoas que vivem com o <strong>HIV</strong> muito<br />
desconforto, medo e vergonha de revelar seu diagnóstico.<br />
Umas das causas desses tantos preconceitos é o fato da síndrome estar associada à<br />
culpa sexual, ao medo de um possível contágio fácil e fantasias absurdas sobre a transmissão<br />
por meios não venéreos em meios públicos. A aids deu origem a fobias e temores de