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COMPRAR, COMPRAR E... - Supermercado Moderno

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SM.COM.BR | JANEIRO DE 2013 | ANO 44<br />

5 2 4<br />

FUTURO JÁ<br />

SM LANÇA A SÉRIE QUE<br />

MOSTRARÁ POR QUE SUA<br />

LOJA DEVE SE PREPARAR<br />

PARA VENDER MAIS<br />

NOS PRÓXIMOS ANOS<br />

<strong>COMPRAR</strong>, <strong>COMPRAR</strong> E...<br />

<strong>COMPRAR</strong><br />

É A ISSO QUE O BRASILEIRO SE LANÇARÁ COM<br />

ENTUSIASMO ATÉ 2020, CONFORME MOSTRA<br />

PESQUISA DA MCKINSEY. OS ITENS VENDIDOS<br />

EM SUA LOJA SERÃO OS MAIS BENEFICIADOS<br />

PASCOA: O PESO DAS NOVIDADES | COOPERACAO: TRIPLO DE VENDAS


AO LEITOR<br />

CONTEÚDO MENSAL AO SEU ALCANCE<br />

Por que manter a<br />

confiança no futuro,<br />

apesar do PIB<br />

SHEILA HISSA<br />

EDITORA EXECUTIVA<br />

sheila.hissa@sm.com.br<br />

O baixo crescimento do PIB é preocupante, mas não<br />

é determinante para o sucesso de setores como o varejo.<br />

O consumo em alta continuará se sobrepondo às crises<br />

internacionais e aos incontáveis entraves que o País enfrenta.<br />

Tudo por conta do bônus demográfico (entre outros fatores),<br />

que aumentará o número de pessoas em idade de trabalhar<br />

e, portanto, de ter a própria renda. Até 2020, segundo estudo<br />

da consultoria internacional McKinsey, o País passará de<br />

um consumo de R$ 2,2 trilhões para R$ 3,5 trilhões, tornando-se<br />

o quinto maior mercado mundial. Só para se ter uma ideia,<br />

a consultoria projeta que será necessário o equivalente a<br />

13 BRFoods, 4 Ambevs e 7 Unilevers para abastecer as prateleiras<br />

com alimentos, bebidas e cuidados pessoais. O estudo também<br />

indica que o crescimento será ainda mais pulverizado do que<br />

hoje, atingindo cidades médias e pequenas de todas as regiões.<br />

Parte desse estudo da McKinsey começa a ser apresentada para<br />

vocês nesta edição, abrindo a série Prepara Brasil. Ela trará ao<br />

longo do ano reportagens sobre as mudanças e sobre o que será<br />

necessário fazer para agarrar as oportunidades. Os repórteres<br />

Fernando Salles e Viviane Sousa iniciam a série com a matéria<br />

de capa sobre as categorias que mais crescerão nos próximos anos.<br />

Algumas óbvias, como bebidas prontas, e outras iniciando a<br />

trajetória ascendente, como desodorizadores. Os dois jornalistas<br />

indicam o percentual de crescimento anual de cada categoria<br />

até 2020; as versões que impulsionarão o consumo (e os lucros);<br />

e as medidas que deverão ser adotadas para capitalizar as vendas.<br />

É sempre bom lembrar que não podemos influenciar a economia<br />

mundial e nacional, mas podemos fazer o melhor em nossos<br />

setores. Contribuir com a parte que nos cabe é olhar para o todo.<br />

SUPERMERCADO MODERNO<br />

Propriedade de Publicar Mídias Especializadas Ltda.<br />

Presidência do Grupo<br />

Robert Macody Lund<br />

PUBLICAR MÍDIAS ESPECIALIZADAS LTDA<br />

Diretoria<br />

Telefone (11) 3327-4504<br />

DIRETOR EXECUTIVO Sergio L. A. da Veiga Oliveira<br />

EDITOR EMÉRITO Valdir Orsetti<br />

Conselho Executivo<br />

Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar,<br />

Robert Macody Lund e<br />

Sergio L. A. da Veiga Oliveira<br />

Redação<br />

Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: redacao@sm.com.br<br />

EDITORA EXECUTIVA Sheila Hissa<br />

EDITORA-ASSISTENTE Alessandra Morita<br />

REPÓRTERES Adriana Silvestrini, Fernando Salles e Viviane Sousa<br />

ESTAGIÁRIO Rafael Faustino<br />

Colaboradores<br />

PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE FmaisG Projetos Visuais<br />

DESIGNER Mariana Cotrim<br />

FOTOS Daniela Carvalho, Eugênio Sávio e Fábio Brito Jr.<br />

TRATAMENTO DE IMAGENS J. Soza<br />

Conselho Editorial<br />

Bruno Abrantes (Floresta), Celso Furtado (Coop), Eduardo Adrião (GPA),<br />

Flavio Almeida (Villarreal), Gabriel Pedroso (Futurama), José Ricardo<br />

Scheurer (Sonda), Lucas Nassar (Mambo), Marcio do Valle (Coop)<br />

ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli.simao@sm.com.br<br />

MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512<br />

• camila.siqueira@sm.com.br<br />

EVENTOS Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@sm.com.br<br />

PUBLICIDADE<br />

Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@sm.com.br<br />

APOIO A VENDAS Carla Morais (11) 3327-4505<br />

Gerente Comercial e de Marketing<br />

Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • marcelo.luz@sm.com.br<br />

Gerentes de Contas<br />

Adriana Damião (11)3327-4570 • adriana.damiao@sm.com.br<br />

Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • alexandre.niccolai@sm.com.br<br />

Roberto Campaneli (11) 3327-4623 • roberto.campaneli@sm.com.br<br />

Vanda Maeda (11) 3327-4555 • vanda.maeda@sm.com.br<br />

REPRESENTANTES<br />

SÃO PAULO<br />

Ação Representação Com. S/C Ltda.: Rua Brigadeiro Tobias, 356,<br />

10º andar, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433.<br />

E-mail: vanderlan.acao@terra.com.br<br />

RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)<br />

Grupo RioBrasil: Av. N. Sra. de Copacabana, 897, sl. 402<br />

22060-001 - Rio de Janeiro - RJ, Tel. (21) 2599-8969.<br />

E-mail: atendimento@gruporiobrasil.com.br<br />

CURITIBA (PR)<br />

Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 512,<br />

80060-100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: gilberto@spalamkt.com.br<br />

PORTO ALEGRE (RS)<br />

In Trade Comunicação Dirigida: R. Vitorio Francisco Giordani, 309, Jardim Planalto -<br />

91220-490 Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3737-5177. E-mail:cesar.intrade@globo.com<br />

MINAS GERAIS (MG)<br />

SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda:<br />

Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG.<br />

Tel. (31) 2125-2900. E-mail: sbfaria@sbfpublicidade.com.br<br />

ou cibelle@sbfpublicidade.com.br<br />

INTERIOR SÃO PAULO (SP)<br />

Interage Representações<br />

Rua Maria Custódia, 197, Bloco 154, Santa Terezinha - 02460-070, São Paulo,<br />

Capital. Responsável Rosemeire Camargo Sesso. Tel. (11) 4112-3141/<br />

9607-6510. E-mail: roseinterage@terra.com.br<br />

Para obter informações e solicitar serviços<br />

Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º andar, CEP 01032-901.<br />

São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970.<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> é enviada mensalmente a executivos, proprietários, compradores,<br />

gerentes e encarregados de lojas de autosserviço, conveniência, atacados<br />

e cooperativas responsáveis por 80% das vendas. Coordenador de Produção - Denise<br />

Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: DTD Distribuição e Courier. Não autorizamos<br />

pessoas a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o<br />

às autoridades. SM não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução<br />

total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado<br />

no cadastro da Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73.<br />

Impresso por Prol Editora Gráfica Ltda, Av. Papaiz, 581, Jd. das Nações, Diadema, SP.<br />

Este produto é<br />

impresso na Prol,<br />

utilizamos papel com<br />

certificado FSC que<br />

garante o manejo<br />

florestal responsável.<br />

Trabalhamos<br />

comprometidos<br />

com o meio ambiente<br />

e temos uma ótima<br />

impressão do futuro.


SUMARIO<br />

SM | Nº 524 | JANEIRO DE 2013 | ANO 44<br />

SECOES<br />

VOCÊ ..................................................................................................................10<br />

SM.DIGITAL ..............................................................................................12<br />

PTO. DE VENDA ...................................................................................16<br />

LEIS E TRIBUTOS .............................................................................20<br />

MEGAMERCADO ................................................................................78<br />

NOVOS PRODUTOS ........................................................................81<br />

COM A PALAVRA ...............................................................................82<br />

MATERIAS<br />

PREPARA BRASIL<br />

CONSUMO AVANÇA ATÉ 2020 ..........................................26<br />

Estudo da McKinsey prevê crescimento no<br />

consumo de R$ 2,2 tri para R$ 3,5 tri. Prepare-se!<br />

CATEGORIAS EM ALTA<br />

NO TOPO DO CRESCIMENTO ..............................................31<br />

O mesmo estudo destaca cinco categorias que<br />

terão maior aumento de faturamento até 2020<br />

AS PRÁTICAS<br />

CADA VEZ MAIS DISPUTADAS .........................................43<br />

Congelados, sobremesas e depilatórios também<br />

crescerão 10% ao ano na próxima década<br />

65<br />

PASCOA, O PESO DOS LANCAMENTOS<br />

Pesquisa exclusiva das consultorias OThink e SSI constata: o consumidor quer encontrar ainda<br />

mais novidades no mix de ovos de chocolate e não se importa em pagar mais por eles<br />

COOPERAÇÃO<br />

AÇÃO CONJUNTA COM 3 CORAÇÕES .....................53<br />

Nova organização da gôndola triplica as vendas<br />

de capuccino na rede Carvalho & Fernandes<br />

ENTREVISTA<br />

BERNARDINHO ......................................................................................59<br />

Multicampeão, técnico da seleção masculina de<br />

vôlei fala dos caminhos para o sucesso<br />

“Não surfar na vitória é um dos segredos” | pág. 57<br />

HORTIFRÚTIS<br />

LIÇÕES DA CONCORRÊNCIA...............................................73<br />

Aprenda com as lojas especializadas em FLV Elas oferecem qualidade e ampla variedade | pág. 73<br />

CAPA: MONTAGEM SOBRE FOTO SHUTTERSTOCK


VOCÊ: WANCLEI SAID<br />

VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO<br />

POR FERNANDO SALLES | FOTO DANIELA CARVALHO<br />

PÁG.<br />

10<br />

RESULTADOS<br />

CONQUISTADOS<br />

Em 13 anos de empresa,<br />

Said ajudou o Condor (PR)<br />

a pular de um faturamento<br />

anual de R$ 225 milhões<br />

com 16 lojas para<br />

R$ 2,7 bilhões com 35 lojas<br />

ELE TROCOU CARREIRA DE 32 ANOS<br />

PELO DESAFIO DO VAREJO<br />

Adolescente, Wanclei Said chegou<br />

a Curitiba e logo arranjou emprego<br />

como ascensorista no prédio do antigo<br />

Banco Bamerindus. Em poucos meses<br />

surgiu o convite para trabalhar como<br />

ajudante, uma espécie de ‘faz tudo’. Começava<br />

uma história de 32 anos no sistema<br />

financeiro, encerrada em meados<br />

de 2000, após ligação de um empresário<br />

com quem cultivava duas décadas<br />

de boas relações. Do outro lado da linha,<br />

Pedro Joanir Zonta, proprietário<br />

da rede Condor (PR), perguntou se o<br />

amigo pensava em aposentadoria.<br />

No dia seguinte Wanclei largava a estabilidade<br />

do cargo de diretor regional<br />

de crédito para estrear no varejo como<br />

diretor financeiro e administrativo do<br />

Condor. Nunca tirou da mente a lembrança<br />

de um antigo conselho de seu<br />

pai. “Ele me disse que algumas pessoas<br />

nascem para ser empresários. Outras<br />

não, mas podem ajudá-los no crescimento<br />

dos negócios”, recorda. É o que<br />

tem feito nos últimos 13 anos, período<br />

no qual ajudou nas estratégias que fizeram<br />

o Condor pular de um faturamento<br />

anual de R$ 225 milhões com 16<br />

lojas para R$ 2,7 bilhões com 35 lojas.<br />

Logo nos primeiros anos, comandou a<br />

troca dos sistemas de informática. “Como<br />

era terceirizado, os problemas demoravam<br />

para ser resolvidos”, explica.<br />

As coisas melhoraram com o desenvolvimento<br />

de um software próprio de<br />

gestão – hoje apenas o sistema de frente<br />

de caixa é terceirizado. Para capacitar<br />

a equipe, desenvolveu há cerca de<br />

cinco anos a universidade corporativa,<br />

sistema para treinar gerentes, encarregados<br />

e diretores. “Desenvolvemos a<br />

capacidade de liderança. Hoje, nesses<br />

setores nosso turnover é quase zero”,<br />

afirma. Já o combate à dificuldade em<br />

contratar funcionários operacionais<br />

veio com um projeto para atrair quem<br />

vive em cidades distantes até 100 km<br />

de Curitiba. “Disponibilizamos ônibus<br />

com ar-condicionado”, conta. Dos atuais<br />

9 mil colaboradores, cerca de 1,6<br />

mil saem de cidades distantes.<br />

Aos 60 anos, o diretor administrativo<br />

do Condor não disfarça a empolgação<br />

em seguir colaborando para a expansão<br />

orgânica da rede. “Até 2016, queremos<br />

faturar R$ 4 bilhões com 45 lojas<br />

e 12 mil colaboradores.”


SM.DIGITAL<br />

MAIS INFORMAÇÕES NO PORTAL E TABLET<br />

POR ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINISM.COM.BR<br />

PÁG.<br />

12<br />

SM.COM.BR<br />

GOOGLE PLAY<br />

APP STORE<br />

AS EDIÇÕES IMPRESSAS DE SM PODEM SER ACOMPANHADAS EM TABLET, VERSÃO QUE CONTA COM CONTEÚDO EXCLUSIVO. O DOWNLOAD É GRATUITO E<br />

PODE SER FEITO PELA APP STORE OU GOOGLE PLAY. TAMBÉM É POSSÍVEL BAIXAR O APLICATIVO QR CODE EM SEU APARELHO. PARA FAZER ISSO, POSICIONE<br />

A CÂMERA SOBRE UM DOS CÓDIGOS ACIMA, FOTOGRAFE E BAIXE O APLICATIVO.<br />

ENQUETE<br />

Qual sua opinião sobre promoções?<br />

Nem sempre são um<br />

bom negócio<br />

O melhor seria não<br />

abusar delas<br />

RANKING<br />

As 10 notícias mais<br />

acessadas durante 2012<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

Coca-Cola Zero terá embalagens<br />

com 150 nomes brasileiros<br />

General Mills compra Yoki<br />

por R$ 2 bilhões<br />

Atacadão realiza demissões<br />

em massa<br />

Ex-dono da Casas Bahia quer<br />

comprar empresa do GPA<br />

São 100% boas para<br />

os negócios<br />

5<br />

6<br />

7<br />

<strong>Supermercado</strong>s de vizinhança<br />

se consolidam no mercado<br />

Nova regra para produto vencido<br />

vale a partir de sábado em SP<br />

Abilio Diniz é destituído de<br />

conselho do grupo francês Casino<br />

8<br />

Walmart negocia aquisição<br />

de Muffato e Savegnago<br />

São um mal<br />

necessário<br />

Elas prejudicam<br />

a rentabilidade<br />

9<br />

10<br />

Abilio Diniz pode trocar o<br />

Pão de Açúcar pelo Carrefour<br />

Pão de Açúcar lança primeira<br />

gôndola virtual do País<br />

ENTREVISTA EM VÍDEO<br />

O trabalho dos compradores é<br />

fundamental na relação entre<br />

varejo e indústria. Para discutir<br />

o assunto, conversamos com Adilson<br />

Correa, gerente comercial da rede<br />

paranaense Muffato, que desenvolve<br />

uma série de processos para nortear<br />

as ações dos compradores.<br />

GUIA DE SORTIMENTO<br />

SM edita anualmente o Guia<br />

Prático de Sortimento (GPS), em<br />

três volumes: Guia de Categorias,<br />

Mix de Marcas e Top Five de<br />

Fornecedores. O conteúdo permite<br />

selecionar e gerir bem o mix,<br />

conhecer as marcas de destaque e<br />

contatar os principais fornecedores.<br />

RESTRIÇÃO DE VENDAS<br />

Existe alguma lei que restrinja<br />

as vendas dos atacarejos<br />

a um limite máximo de R$ 200<br />

por CPF? Confira a resposta<br />

na seção SM Responde,<br />

que esclarece com especialistas<br />

temas fundamentais para<br />

o negócio supermercadista.<br />

FOTOS ARQUIVO REDAÇÃO SM


PTO. DE VENDA<br />

TUDO QUE INTERESSA AO SETOR<br />

PÁG.<br />

16<br />

POR FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLES@SM.COM.BR | FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

INOVAÇÃO<br />

MUFFATO INVESTE PARA MOSTRAR QUE<br />

SELF-CHECKOUT PODE DAR CERTO NO BRASIL<br />

CAIXAS DE<br />

AUTOATENDIMENTO<br />

Sistema agiliza em<br />

20% o atendimento<br />

nos checkouts, segundo<br />

o fornecedor RMS<br />

Os self-checkouts, caixas que dispensam funcionários,<br />

já foram testados algumas vezes em supermercados do Brasil,<br />

mas nunca chegaram a emplacar. A cultura de atendimento<br />

do País, somada aos salários modestos tradicionalmente<br />

pagos aos operadores, costuma servir de justificativa – ao<br />

contrário do varejo norte-americano e europeu, onde os<br />

caixas sem atendentes são comuns há algum tempo – em<br />

uma loja da rede Real na cidade alemã de Bonn, por exemplo,<br />

13% das vendas são registradas nesses equipamentos.<br />

Quem desafia essa escrita é o Super Muffato. Desde o final<br />

do ano passado, a rede paranaense implantou quatro selfcheckouts<br />

como opção para os clientes de uma de suas<br />

lojas de Londrina. Everton Muffato, diretor do Grupo, acredita<br />

que o investimento na tecnologia deve marcar uma mudança<br />

no comportamento do consumidor na hora de concluir<br />

as compras. “Ele passa de expectador para agente<br />

de todo o processo”, afirma. O sistema, desenvolvido e<br />

implantado pela RMS, é resultado de dois anos de estudo,<br />

testes e adequações para a realidade brasileira. Segundo<br />

a rede paranaense, não significará redução da mão de obra:<br />

seis operadores foram selecionados para supervisionar<br />

e orientar os clientes na utilização do autocaixa. No lugar<br />

deles, outros seis profissionais foram contratados. Ainda<br />

neste primeiro trimestre, mais lojas Muffato em Londrina<br />

devem passar a contar com self-checkout. Segundo a RMS,<br />

o sistema evita filas, agilizando em 20% o atendimento no caixa.


EXPANSÃO<br />

Cooperativa quer chegar<br />

a 11 lojas em 2014<br />

A Cooper (Cooperativa de Produção<br />

e Abastecimento do Vale do Itajaí) cumpre<br />

mais uma etapa de seu projeto de expansão<br />

ao inaugurar a oitava loja, em um terreno<br />

de 16 mil m 2 no Bairro Garcia, em Blumenau,<br />

Santa Catarina. Com 28 checkouts, a unidade<br />

conta com o mais completo mix entre<br />

as lojas da Cooper, reunindo 25 mil itens<br />

à disposição dos clientes. Além dos<br />

3,4 mil m 2 de área de vendas, o espaço<br />

inclui farmácia própria, praça de<br />

alimentação e mais 15 lojas de apoio.<br />

Em seu plano estratégico de crescimento,<br />

a Cooper prevê chegar a 11 lojas em 2014.<br />

Com quase 69 anos de atuação, conta<br />

atualmente com mais de 100 mil cooperados.<br />

OITAVA LOJA DA COOPER<br />

Em 3,4 mil m 2 de área de vendas, nova filial comercializa 25 mil itens


PTO. DE VENDA<br />

SERVIÇO<br />

Empresários<br />

clientes de<br />

rede atacadista<br />

aprendem<br />

sobre tributação<br />

INAUGURAÇÃO<br />

NOVA LOJA DA REDE AMARELINHA<br />

ADOTA ETIQUETAS ELETRÔNICAS<br />

A cidade paulista de Sertãozinho<br />

ganhou em dezembro uma nova loja<br />

do Amarelinha <strong>Supermercado</strong>s. É a<br />

quarta unidade da rede. A expectativa<br />

é atender nos 4.200 m 2 de área de<br />

vendas tanto o público das classes C e<br />

D – com produtos tradicionais a preços<br />

competitivos – quanto clientes de maior<br />

poder aquisitivo, com itens como vinhos<br />

importados e queijos finos. A loja de<br />

Sertãozinho é a primeira da rede a<br />

contar com etiquetas eletrônicas. “Elas<br />

facilitam as compras, pois os clientes<br />

têm a certeza de que pagarão no caixa<br />

o valor marcado na gôndola”, afirma a<br />

administradora da rede Letícia Justino.<br />

“Conhecemos o sistema visitando<br />

um supermercado distante, pois não<br />

havia nada parecido em nossa região”,<br />

completa. A nova filial conta ainda com<br />

serviços, como posto de combustíveis.<br />

No fechamento desta edição, a rede<br />

previa encerrar 2012 com faturamento<br />

15% superior ao do ano anterior.<br />

Durante o mês de<br />

dezembro, o Spani Atacadista,<br />

pertencente ao Grupo Zaragoza<br />

– dono também do Villarreal<br />

<strong>Supermercado</strong>s – promoveu<br />

cursos sobre modalidades<br />

tributárias para comerciantes<br />

de sua base de clientes.<br />

Ministradas por Sireni Pereira,<br />

da SMP Contabilidade e<br />

Consultoria Empresarial,<br />

as aulas abordaram assuntos<br />

como as melhores opções em<br />

modalidades tributárias para<br />

cada negócio, gestão de pequenas<br />

e médias lojas, precificação<br />

e cadastro de produtos.<br />

SEGURANÇA<br />

NOVO SENSOR<br />

AUMENTA NITIDEZ<br />

DE IMAGENS DO CFTV<br />

Com unidade inaugurada<br />

em Araraquara (SP) no final<br />

de novembro, bandeira<br />

Atacadão, do Grupo Carrefour,<br />

inicia 2013 com 89 lojas<br />

A Plastrom Sensormatic passa a<br />

disponibilizar em suas câmeras de segurança<br />

a tecnologia Pixim Seawolf, que possui sensores<br />

ultrassensíveis com capacidade para captar<br />

imagens nítidas mesmo em ambientes escuros<br />

ou com muita claridade. Todos os modelos de<br />

câmeras de segurança comercializados pela<br />

empresa já podem contar com o novo recurso.<br />

Informações: www.plastromsensormatic.com.br<br />

TREINAMENTO<br />

Palestra para melhorar atendimento<br />

na seção de queijos<br />

Funcionários do Lopes <strong>Supermercado</strong>s, 26 lojas no Estado<br />

de São Paulo, participaram de um treinamento sobre queijos promovido<br />

pela fabricante Tirolez. Além de degustação, eles tiveram a oportunidade<br />

de aprender sobre o processo de fabricação de diferentes tipos.<br />

Para Angela Urbinati, gerente de marketing da rede, com o<br />

treinamento, a equipe conseguirá atender melhor os clientes, inclusive<br />

indicando o produto adequado para cada ocasião de consumo.<br />

18 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


LEIS E TRIBUTOS<br />

EM DIA COM SEUS DIREITOS E DEVERES<br />

PÁG.<br />

20<br />

POR VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSASM.COM.BR<br />

LONDRINA<br />

CRIA NOTA<br />

FISCAL<br />

ELETRONICA<br />

FOTOS THE COMMONS<br />

SORVETES<br />

TEM NOVO<br />

ICMS EM<br />

SAO PAULO<br />

A medida, de nº 12.741/12, começa a valer a partir de junho de 2013. Ao todo, sete<br />

impostos pagos pelos contribuintes terão que estar relacionados nas notas e cupons<br />

fiscais emitidos pelo varejo. Os estabelecimentos que descumprirem a lei podem ser<br />

enquadrados no Código de Defesa do Consumidor, que prevê sanções como multa,<br />

suspensão da atividade e cassação da licença de funcionamento. Para a Agas (Associação<br />

Gaúcha de <strong>Supermercado</strong>s) a norma trará problemas com as alterações de software,<br />

o aumento dos custos, uma maior demora nos caixas e o alto consumo de papel.<br />

Fonte: Diário Oficial da União<br />

Desde 1º de dezembro, os fabricantes<br />

de sorvetes devem aplicar o ICMS (Imposto<br />

sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços)<br />

em operações realizadas no Estado de São<br />

Paulo. A Secretaria da Fazenda divulga os<br />

valores que serão aplicados para cada tipo<br />

de produto até 31 de maio de 2013, por meio<br />

da Portaria da CAT (Coordenação da<br />

Administração Tributária) nº 152, publicada<br />

no Diário Oficial. Alguns valores subiram<br />

e outros permaneceram como antes. No caso<br />

do picolé à base de água superpremium de<br />

55,01 ml a 70 ml, por exemplo, a base de cálculo<br />

do imposto subiu de R$ 1,40 para R$ 1,65.<br />

NOTA FISCAL COM IMPOSTOS VALERA EM JUNHO<br />

Desde novembro,<br />

a prefeitura da cidade<br />

tem autorizado<br />

a emissão da NFS-e<br />

(Nota Fiscal de Serviços<br />

Eletrônica). O sistema<br />

ainda é facultativo.<br />

As empresas<br />

interessadas devem<br />

acessar o DMS, opção<br />

AIDF, no portal da<br />

prefeitura. Também<br />

precisam preencher<br />

o formulário específico,<br />

que deverá ser assinado<br />

pelo representante<br />

legal do estabelecimento,<br />

com firma reconhecida,<br />

e protocolar o referido<br />

requerimento na Praça<br />

de Atendimento da<br />

Secretaria da Fazenda.<br />

A emissão somente<br />

será liberada a partir<br />

do primeiro dia<br />

do mês seguinte ao<br />

deferimento do pedido.<br />

A obrigatoriedade<br />

será exigida a<br />

determinados grupos<br />

de empresas somente<br />

a partir de primeiro<br />

de julho de 2013.<br />

Fonte: Prefeitura de Londrina<br />

www.londrina.pr.gov.br


EMPRESAS PODEM<br />

DEDUZIR GASTOS<br />

COM FORMACAO<br />

DOS FUNCIONARIOS<br />

Por enquanto, trata-se apenas<br />

da aprovação de um projeto de lei<br />

(149/2011), pela Comissão de Assuntos<br />

Econômicos do Senado. O documento<br />

já seguiu para apreciação na Câmara<br />

dos Deputados e não havia sido votado<br />

até o fechamento desta edição. Caso<br />

sancionada, a medida garantirá às<br />

empresas dedução fiscal (via imposto<br />

de renda) para despesas com formação<br />

profissional, o que inclui a concessão<br />

de bolsas de estudo no Brasil e no<br />

exterior. O projeto estabelece, no caso<br />

das bolsas de estudo, a condição de<br />

que as oportunidades sejam oferecidas<br />

em condições de igualdade para todos<br />

os funcionários da empresa.<br />

Fonte: Agência Senado www.senado.gov.br


LEIS E TRIBUTOS<br />

REGRA GERAL,<br />

PREVIDENCIA<br />

PRIVADA E<br />

IMPENHORAVEL<br />

ERROS NO REPASSE DE DADOS<br />

DE CARTOES PROVOCAM MULTAS<br />

Em São Paulo, as empresas devem tomar cuidado, pois os governos municipal<br />

e estadual estão intensificando o cruzamento de dados de pagamentos com<br />

cartões de crédito e débito com a Decred (Declaração de Operações com Cartões<br />

de Crédito). Caso seja constatado algum equívoco entre a receita declarada<br />

e a recebida, principalmente se a primeira for inferior à segunda, as empresas<br />

terão que explicar o que aconteceu. Nos casos em que não há justificativas, o Fisco<br />

costuma cobrar ICMS mais multa de 80%, além de juros. Fique atento!<br />

Fonte: Confirp – Consultoria Contábil www.confirp.com.br<br />

Como existem<br />

dúvidas quanto ao<br />

tema, SM buscou informações<br />

mais detalhadas. Segundo<br />

Marcos Pagliaro,<br />

da Fagundes Pagliaro<br />

Advogados, a Previdência<br />

Privada é impenhorável,<br />

essencialmente, quando<br />

o titular do plano passa<br />

a receber os proventos de sua<br />

aposentadoria, decorrentes<br />

dos importes antes<br />

depositados. Antes disso,<br />

desde que configure fonte<br />

de rendimentos destinada<br />

ao sustento da família e/ou<br />

apresente-se de tal forma<br />

que seja equiparável a uma<br />

aplicação financeira, a<br />

possibilidade de penhora,<br />

excepcionalmente, existe.<br />

Fonte: Fagundes Pagliaro<br />

Advogados www.fplaw.com.br<br />

ALIMENTOS LIGHT TERAO<br />

NOVA CLASSIFICACAO<br />

FOTOS THE COMMONS<br />

Só poderão ser incluídos nessa categoria os produtos<br />

que tiverem um teor reduzido de determinado nutriente em<br />

comparação a um produto de referência. A medida começa a valer<br />

a partir de janeiro de 2014. Atualmente, são considerados light<br />

os alimentos com redução e aqueles que naturalmente têm baixo<br />

teor de uma substância. A exigência integra uma resolução da<br />

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicada<br />

em novembro com novas regras para alegações nutricionais –<br />

informações estampadas nos rótulos que destacam determinadas<br />

características de um alimento. A regulamentação será adotada nos<br />

países do Mercosul. Além de promover a padronização, as normas<br />

devem tornar mais claras as informações para o consumidor.<br />

22 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


A CONSULTORIA MCKINSEY MAPEOU O CONSUMO NO BRASIL E<br />

CONSTATOU QUE ELE SALTARÁ DE R$ 2,2 TRI PARA R$ 3,5 TRI ATÉ 2020.<br />

VÁRIOS FATORES CONTRIBUIRÃO COM ESSA DÉCADA DE OURO. PARA<br />

APROVEITAR ESSE MOMENTO RARO, SM INICIA A SÉRIE PREPARA BRASIL,<br />

QUE IRÁ AJUDÁ-LO A TRAÇAR AS MELHORES ESTRATÉGIAS<br />

26<br />

TEXTO FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLESSM.COM.BR


Super e hipermercados precisam<br />

elevar a eficiência para aproveitar o<br />

bônus demográfico, que levará ao<br />

consumo milhões de brasileiros


Esqueça o crescimento modesto do PIB no ano passado. O mercado brasileiro de<br />

bens de consumo avançará (e muito) até o final desta década. Uma das principais<br />

razões é que o País passará por um fenômeno conhecido no jargão econômico<br />

como “bônus demográfico”. Significa que a grande maioria da população<br />

estará na faixa etária economicamente ativa. Ou seja, o número de habitantes<br />

trabalhando, produzindo e, claro, consumindo será bem maior do que a quantidade<br />

de crianças e idosos. Essa condição, somada ao baixo índice de desemprego<br />

e a disposição do brasileiro em comprar, pressupõe forte avanço no mercado<br />

de bens de consumo no País, explica Fabio Stul, sócio-diretor da consultoria<br />

internacional McKinsey. Ele é um dos responsáveis pelo estudo CityNav Brasil,<br />

que mapeou o crescimento do mercado interno na próxima década. “Enquanto<br />

o chinês poupa quase tudo o que ganha, o brasileiro gasta. Dois terços do nosso<br />

PIB é consumo”, analisa Stul. O pico do bônus demográfico acontecerá por volta<br />

de 2020 e gerará explosões de consumo. O mercado de cerveja será três vezes<br />

maior do que o alemão; o de cuidados com o cabelo, só na Grande São Paulo,<br />

crescerá o dobro em relação a toda a França; o de café apresentará o maior crescimento<br />

mundial; e o de massas aumentará o equivalente ao da Itália. Para ter<br />

CRESCIMENTO ANUAL POR DEPARTAMENTO ATÉ 2020<br />

PRODUTOS PARA<br />

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO<br />

BEBIDAS ALCOÓLICAS<br />

CUIDADOS PESSOAIS<br />

ALIMENTOS E BEBIDAS<br />

PRODUTOS DE LIMPEZA<br />

VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS<br />

28


Com o estudo CityNav Brasil, a consultoria internacional<br />

McKinsey mapeou detalhadamente como será o crescimento<br />

do consumo no País em 45 categorias de bens de<br />

consumo, em cada um dos 5.500 municípios. O estudo<br />

considera dados como o aumento da renda no consumo,<br />

SAIBA COMO FOI FEITA A PESQUISA DA MCKINSEY<br />

a evolução econômica e o crescimento da população em<br />

cada cidade. “Enquanto algumas categorias crescerão<br />

apenas 30% nos próximos 10 anos, outras triplicarão de<br />

tamanho”, destaca Rogério Hirose, sócio da McKinsey e<br />

um dos responsáveis pelo estudo.<br />

uma ideia, o estudo da McKinsey estima que serão<br />

necessários o equivalente a mais 13 BRF, 4 Ambev e<br />

7 Unilever para atender a demanda. Varejo e indústria,<br />

portanto, terão de se preparar para não desperdiçar<br />

chances de alavancar resultados em boa parte<br />

do território nacional – a alta no consumo se espalhará<br />

por todo o País. Já os fornecedores terão de<br />

aumentar a capacidade de produção e, junto com o<br />

varejo, pensar em soluções logísticas para garantir o<br />

abastecimento das gôndolas. Ambos terão ainda de<br />

lidar com consumidores de perfis diferentes, atender<br />

novas necessidades, aperfeiçoar negociações,<br />

reduzir a ruptura. O governo terá de investir em<br />

infraestrutura, e novas regras surgirão para legislar<br />

e tributar o consumo. Por tudo isso, <strong>Supermercado</strong><br />

<strong>Moderno</strong> inicia com esta reportagem a série Prepara<br />

Brasil. A ideia é discutir a cada mês as novas necessidades<br />

e as novas decisões que precisarão ser tomadas.<br />

Afinal, não se deve esquecer que o mercado<br />

será disputado com uma concorrência maior e mais<br />

qualificada. Na primeira reportagem da série Prepara<br />

Brasil, você conhecerá as cinco categorias de produtos<br />

com maior potencial de crescimento, de acordo<br />

com análise da McKinsey. Terá também acesso a<br />

informações que poderão ajudá-lo a definir ajustes<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

POR QUE AS VENDAS CRESCERÃO ATÉ 2020<br />

COMO A MCKINSEY MAPEOU O CONSUMO NO BRASIL<br />

QUAL O IMPACTO NO SETOR DE SUPERMERCADOS<br />

no sortimento. Saiba, por exemplo, que as vendas<br />

de desodorizadores de ar devem se multiplicar nos<br />

próximos anos. Avanço já registrado nos Estados<br />

Unidos e Europa. E saiba também que o mesmo<br />

processo deverá ocorrer com alimentos congelados<br />

e resfriados prontos ou processados, como batatas<br />

congeladas, pizzas e sobremesas gelificadas, além<br />

de outros itens práticos, como os depilatórios. Esses<br />

já começam a riscar as lâminas femininas da nécessaire<br />

das mulheres brasileiras.<br />

E ISSO É SÓ O COMEÇO. As próximas edições trarão,<br />

por exemplo: outras categorias cujo consumo<br />

deverá avançar; os planos das indústrias nacionais e<br />

multinacionais para abastecer o mercado bem mais<br />

capilar; e as regiões com maior potencial de vendas.<br />

O levantamento da McKinsey mostra que 70% das<br />

cidades que mais devem crescer não contam hoje<br />

com lojas dos três gigantes: Pão de Açúcar, Walmart<br />

e Carrefour. Vale a pena ou não se preparar?<br />

O CONSUMO DE ALGUNS PRODUTOS ATÉ 2020<br />

SUPERARÁ O DE VÁRIOS PAÍSES. ACOMPANHE<br />

O mercado brasileiro de cerveja será o triplo do alemão.<br />

Oito anos atrás, representava apenas metade<br />

Em cuidados com a pele o avanço representará<br />

o equivalente a uma China ou três Coreias do Sul<br />

Somente na Grande São Paulo, a venda de produtos<br />

para cabelo aumentará o dobro em relação a toda a França<br />

Brasil terá o maior crescimento mundial em categorias<br />

como café e perfume<br />

Consumo no Nordeste crescerá quase três vezes,<br />

reduzindo a distância em relação ao Sudeste<br />

29


A MCKINSEY ESTUDOU O POTENCIAL DE VENDAS DE 45<br />

CATEGORIAS E DESCOBRIU QUE A MAIORIA TERÁ EXPRESSIVO<br />

CRESCIMENTO ATÉ 2020, SOBRETUDO AS DE ALTO VALOR<br />

AGREGADO. CONHEÇA CINCO EXEMPLOS PRONTOS PARA<br />

MULTIPLICAR OS RESULTADOS DA SUA LOJA<br />

TEXTO FERNANDO SALLES FERNANDO.SALLESSM.COM.BR<br />

31


CADA VEZ MAIS<br />

DEMOCRÁTICO<br />

Há cerca de uma década,<br />

quando a venda de sucos<br />

prontos começou a ganhar<br />

força nos supermercados,<br />

a bebida era associada<br />

basicamente ao público<br />

das classes A e B. De fato, a<br />

população de maior poder<br />

aquisitivo ainda representa<br />

47,9% do consumo (dados<br />

Nielsen). No entanto, a classe<br />

C já responde por 34% da<br />

procura pela bebida. Com os<br />

crescentes ganhos de renda<br />

dessa parcela da população,<br />

é de se esperar que os sucos<br />

entrem de vez na lista<br />

de compras do brasileiro.<br />

DICA DE<br />

EXPOSICAO<br />

Para segmentar de forma<br />

mais clara os diferentes<br />

itens da categoria, o que<br />

pode facilitar a escolha por<br />

parte do shopper, a<br />

Do Bem recomenda separar<br />

os néctares dos sucos<br />

integrais, feitos com 100%<br />

de fruta. Outra opção para<br />

elevar as vendas das versões<br />

mais saudáveis é destinar<br />

uma área para expor<br />

diferentes produtos naturais.<br />

Algumas tendências observadas<br />

nos Estados Unidos demoram<br />

um pouco para se consolidar<br />

por aqui, mas estudos<br />

mostram que isso um dia acontece.<br />

Neste momento, com o crescimento<br />

da classe C, o ambiente está propício<br />

para novos comportamentos. Um<br />

deles, segundo Fabio Stul, sócio da<br />

consultoria McKinsey, é o de substituir<br />

bebidas carbonatadas, como os<br />

refrigerantes, por opções mais ‘naturais’.<br />

As razões são conhecidas: maior<br />

preocupação com a saúde, combate à<br />

obesidade e manutenção da boa forma<br />

física. Caminho aberto, portanto,<br />

para um crescimento ainda maior<br />

nas vendas de sucos prontos, além de<br />

achocolatados e isotônicos. Por aqui,<br />

a Brasil Kirin (antiga Schincariol), dona<br />

da marca de sucos Fruthos, tem<br />

planos para expandir o segmento de<br />

não alcoólicas. “As nossas próximas<br />

novidades levarão em conta atributos<br />

como saúde e funcionalidade,<br />

identificados como importantes para<br />

os brasileiros”, afirma Gino di Domenico,<br />

presidente da empresa. Novos<br />

players também chegam para oxigenar<br />

o mercado. Um deles é a Do Bem,<br />

focado em bebidas sem aditivos químicos,<br />

feitas a partir de ingredientes<br />

da biodiversidade brasileira. Nas palavras<br />

do sócio-diretor Marcos Leta,<br />

a empresa não acredita em bebidas<br />

não naturais, com muita água, açúcar<br />

e conservantes.<br />

SOFISTICACAO<br />

DA OFERTA<br />

Na análise de Fabio Stul,<br />

da McKinsey, o portfólio<br />

disponível para a categoria<br />

de sucos ainda é muito<br />

restrito. “O mercado se<br />

concentra em sabores básicos<br />

de poucas marcas”, afirma<br />

o executivo. Cenário que não<br />

deve tardar a mudar. Para<br />

o consultor, a tendência é de<br />

maior sofisticação da oferta,<br />

competição mais acirrada<br />

entre as indústrias<br />

e surgimento de novos<br />

players explorando alguns<br />

nichos desse mercado.<br />

Se hoje sabores como<br />

uva, maçã, laranja, abacaxi<br />

e pêssego dominam a<br />

gôndola, nos próximos anos<br />

deve aumentar a presença<br />

de sucos de frutas regionais<br />

e misturas mais elaboradas,<br />

como água de coco com<br />

uva verde, entre outras.<br />

OUTRO REFLEXO<br />

DA BUSCA POR<br />

UMA VIDA SAUDÁVEL<br />

É MAIS GENTE<br />

NAS ACADEMIAS<br />

DE GINÁSTICA<br />

OU PRATICANDO<br />

ESPORTES AO AR<br />

LIVRE. ESSE PÚBLICO<br />

É POTENCIAL<br />

CONSUMIDOR DE<br />

SUCOS E ISOTÔNICOS<br />

32


SORTIMENTO<br />

ADEQUADO<br />

O maior desafio dos super e<br />

hipermercados é desenvolver<br />

ainda mais o segmento. E,<br />

para tanto, acertar no mix é<br />

o primeiro passo. Observa-se,<br />

segundo a Reckitt Benckiser,<br />

um movimento do brasileiro<br />

para os produtos premium<br />

da categoria, mas cada loja<br />

tem de avaliar o perfil do<br />

público para oferecer o que<br />

favorecerá sua entrada ou<br />

frequência no consumo. Para<br />

uma loja que atende a baixa<br />

renda, os premium talvez<br />

não sejam a melhor escolha<br />

neste momento.<br />

Os principais fabricantes<br />

têm desenvolvido estudos<br />

para dimensionar o mix para<br />

cada canal. Vale consultá-los<br />

sobre a possibilidade<br />

de um trabalho conjunto.<br />

MAIORES LUCROS<br />

Embora os itens premium<br />

só agora comecem a despontar,<br />

eles deverão ser pensados<br />

num futuro próximo como a<br />

melhor oportunidade para<br />

aumentar a rentabilidade.<br />

Rentabilidade que, segundo<br />

a Reckitt Benckiser, fica acima<br />

da média da cesta de limpeza.<br />

Caso em sua loja a categoria<br />

já esteja consolidada,<br />

vale investir bem mais<br />

no segmento de ‘air care’,<br />

ampliando espaço de exposição.<br />

Os desodorizadores estão entre<br />

as categorias com maior<br />

possibilidade de alta na<br />

próxima década e isso não<br />

surpreende os fabricantes da<br />

categoria. Segundo a SC Johnson,<br />

nos últimos dois anos as vendas<br />

subiram 30% em valor e 20% em<br />

volume. Uma das razões é a maior<br />

procura por parte dos consumidores<br />

da classe C. Para a Reckitt Benckiser,<br />

o público também começa<br />

a migrar dos itens básicos para os<br />

produtos mais premium, como<br />

os géis para aromatização. Eduardo<br />

Bogado, gerente de trade marketing<br />

da empresa, explica que a<br />

categoria vive um momento de<br />

transição. “No Brasil, o desodorizador<br />

era visto como simples eliminador<br />

de odores. Hoje, começa<br />

a ser encarado como um item que<br />

deixa o lar perfumado e agradável”,<br />

afirma. Não é à toa que, na<br />

decisão de compra, também começa<br />

a ganhar peso o design do<br />

produto. Isso acontece porque os<br />

desodorizadores de disparo automático<br />

ficam visíveis na casa e<br />

tendem a chamar a atenção. Com<br />

visual elaborado, eles passam a<br />

atrair a consumidora, que vê no<br />

produto mais um item de decoração.<br />

É bom lembrar que essas<br />

versões sofisticadas são as que<br />

oferecem as melhores margens e,<br />

portanto, os melhores resultados.<br />

POTENCIAL<br />

Ainda pouco desenvolvida<br />

no Brasil, a categoria<br />

apresenta bom potencial<br />

de crescimento em termos<br />

de penetração nos lares e<br />

desenvolvimento de novos<br />

segmentos ainda pouco<br />

explorados, garante a Reckitt<br />

Benckiser. Para se ter uma<br />

ideia da importância que<br />

os desodorizadores podem<br />

ganhar, basta lembrar que<br />

itens de ‘air care’ aparecem<br />

entre as cinco principais<br />

categorias de cuidados com<br />

a casa nos Estados Unidos<br />

e em alguns países da Europa.<br />

VERSOES EM<br />

CRESCIMENTO<br />

Desodorizadores em formato<br />

aerossol ainda concentram<br />

grande participação nas<br />

vendas, por isso devem ter<br />

boa presença no sortimento<br />

da categoria. No entanto<br />

o segmento de aromatização<br />

contínua, que inclui géis e itens<br />

de disparo automático, tem<br />

apresentado crescimento<br />

acima da média da categoria.<br />

Para a fabricante SC Johnson,<br />

essa é uma forte tendência que<br />

deve se consolidar nos próximos<br />

anos. Ainda em relação às<br />

embalagens, o segmento<br />

passa a valorizar características<br />

como praticidade e beleza,<br />

já que alguns modelos<br />

ficam visíveis nas residências.<br />

34


10<br />

O BRASILEIRO NÃO<br />

ESTÁ BEBENDO<br />

QUALQUER COISA.<br />

CADA VEZ MAIS,<br />

QUER PRODUTOS<br />

DE BOA QUALIDADE<br />

E VERSÕES<br />

SOFISTICADAS.<br />

ISSO VALE PARA<br />

QUALQUER BEBIDA,<br />

INCLUINDO A<br />

POPULAR CERVEJA<br />

GLAMOUR E<br />

RENTABILIDADE<br />

O avanço da cerveja premium<br />

– nacional e importada – é uma<br />

boa notícia para os resultados<br />

dos super e hipermercados<br />

por ser produto com margens<br />

elevadas. Segundo Sebastian<br />

Concha, diretor de pesquisa<br />

na América Latina da Mintel,<br />

empresa especializada em<br />

estudos de mercado, os<br />

próximos anos trazem bom<br />

potencial de crescimento para<br />

as cervejarias internacionais.<br />

“Elas possuem poder de<br />

marketing que vem de suas<br />

experiências internacionais<br />

e seus produtos passam<br />

uma ideia glamourizada,<br />

cosmopolita. Podem ajudar<br />

esse mercado a atingir margens<br />

mais lucrativas”, afirma Concha.<br />

Avenda de bebidas alcoólicas<br />

não para de crescer. E isso não<br />

significa necessariamente que<br />

o brasileiro esteja bebendo<br />

mais. O que acontece, segundo Fabio<br />

Stul, da McKinsey, é uma sofisticação<br />

na escolha. “Historicamente, o consumo<br />

de álcool cresce de forma linear,<br />

conforme o crescimento da população.<br />

Em momentos de crescimento<br />

econômico, o que acontece é a migração<br />

para categorias e marcas de<br />

maior valor agregado”, afirma. Isso<br />

é o que está acontecendo, por exemplo,<br />

com cerveja, segundo estudo da<br />

Mintel, empresa global de inteligência<br />

de mídia, que ouviu no ano passado<br />

1.404 adultos com mais de 18 anos<br />

e consultou empresas e associações<br />

da área de bebidas. O estudo mostrou<br />

que, enquanto as cervejas ‘padrão’ registraram<br />

queda de 2% em volume, as<br />

premium obtiveram crescimento de<br />

18%, subindo de 11,4% para 12% de<br />

participação nas vendas em 2011. Sozinhas,<br />

as cervejas premium já representam<br />

no País um mercado superior<br />

a R$ 5 bilhões por ano. A Brasil<br />

Kirin é uma das empresas que tem<br />

investido em cervejas especiais, com<br />

as marcas Baden Baden, Eisenbahn<br />

e Devassa, e avalia o lançamento de<br />

marcas internacionais, embora ainda<br />

estude melhor as preferências dos<br />

consumidores. As bebidas internacionais<br />

têm alta popularidade entre<br />

os jovens na faixa de 18 a 34 anos.<br />

CERVEJAS<br />

IMPORTADAS<br />

De acordo com estudo<br />

realizado pela Mintel,<br />

a procura por cervejas<br />

premium de marcas<br />

internacionais ainda é bem<br />

maior entre o público de<br />

alto poder aquisitivo:<br />

enquanto 25% dos brasileiros<br />

das classes A e B afirmam<br />

consumir essas versões,<br />

somente 18% da C1, 11%<br />

da C2 e 7% das classes D<br />

e E mantêm esse hábito.<br />

DESTAQUE ENTRE<br />

OS MAIS JOVENS<br />

A mesma pesquisa da<br />

Mintel avaliou o consumo<br />

de cervejas importadas por<br />

faixa etária, e o resultado<br />

mostrou que as marcas<br />

internacionais têm mais<br />

adeptos entre os jovens.<br />

Afinal, 26% dos consumidores<br />

entre 18 e 24 anos afirmam<br />

consumi-las. Apesar de um<br />

pouco menor, o índice também<br />

é elevado entre adultos<br />

de 25 a 34 anos: 23%.<br />

Nas faixas entre 35 e 44 anos<br />

e entre 45 e 54 anos, porém,<br />

a adesão cai bastante: para<br />

13% e 12%, respectivamente.<br />

Menor ainda é o consumo<br />

de marcas importadas por<br />

brasileiros com idade superior<br />

a 55 anos: apenas 7%.<br />

36


ALAVANCAS DA<br />

CATEGORIA<br />

Ao menos duas tendências<br />

ficam bem claras no estudo<br />

da McKinsey. A primeira<br />

é que itens de higiene,<br />

saúde e beleza continuarão<br />

avançando. A segunda é que<br />

itens de maior valor agregado<br />

vão liderar o crescimento<br />

nos próximos anos.<br />

Protetor solar se enquadra<br />

justamente nessas duas<br />

tendências. A elas adicione a<br />

baixa penetração do produto<br />

nos lares, e você perceberá<br />

o enorme potencial<br />

de vendas e lucratividade.<br />

OS BRASILEIROS<br />

QUE USAM<br />

PROTETOR SÓ<br />

EM PISCINA E<br />

PRAIA GOSTAM DE<br />

VERSOES FÁCEIS<br />

DE ESPALHAR,<br />

COM FÓRMULA<br />

NAO OLEOSA.<br />

JÁ OS QUE USAM<br />

O PRODUTO TODO<br />

DIA PREFEREM AS<br />

ANTIMANCHAS<br />

E ANTIRRUGAS<br />

Embora o consumo de protetor<br />

solar tenha aumentado<br />

nos últimos anos, ainda<br />

existe um grande mercado<br />

a ser conquistado. Afinal, o setor<br />

de higiene e beleza não para de<br />

crescer e poucos brasileiros têm<br />

o costume de usar protetor. “Mesmo<br />

entre os que utilizam, a aplicação<br />

normalmente se dá apenas<br />

na praia e piscina”, explica Fabio<br />

Stul, sócio-diretor da McKinsey.<br />

O verão concentra 64% das vendas.<br />

“A penetração da categoria<br />

já tem aumentado e continuará<br />

crescendo em razão da conscientização<br />

do consumidor sobre os<br />

malefícios da exposição ao sol<br />

sem proteção eficiente”, afirma<br />

Tatiane Ponce, diretora de marketing<br />

da BDF Nivea Brasil. Um dos<br />

desafios do setor de autosserviço<br />

será vencer a concorrência das<br />

farmácias. Uma das recomendações<br />

da Nivea para conquistar<br />

mais clientes é facilitar a compra<br />

por meio da boa organização da<br />

gôndola. Segundo a empresa, o recomendado<br />

é exposição por subcategorias:<br />

loções, sprays, faciais,<br />

infantis, bronzeadores e produtos<br />

pós-sol. E a prioridade deve ser<br />

das loções, responsáveis por 70%<br />

das vendas. O varejista não deve<br />

se esquecer, contudo, dos sprays<br />

e faciais, que são itens de elevado<br />

valor agregado para a categoria.<br />

CINCO ESTADOS<br />

Levantamento recente<br />

da Sociedade Brasileira de<br />

Dermatologia com 30 mil<br />

brasileiros constatou que<br />

62% não utilizam protetor<br />

solar durante a exposição<br />

ao sol. Esse descuido é maior<br />

em cinco Estados: Amazonas,<br />

Pará, Distrito Federal, Ceará<br />

e Espírito Santo. A maioria,<br />

Estados onde a incidência<br />

solar é das mais duradouras.<br />

VENCENDO<br />

AS FARMÁCIAS<br />

Atualmente cerca de 30%<br />

dos lucros de uma farmácia<br />

provêm da venda de<br />

produtos de beleza e saúde,<br />

como os protetores. Para<br />

ficar com boa parte desse<br />

percentual é preciso<br />

reforçar o número de<br />

frentes das versões com<br />

FPS mais alto, como 30<br />

e 50. Também convém<br />

ficar atento ao avanço da<br />

embalagem econômica para<br />

família, já que dentro de<br />

alguns anos ela se tornará<br />

mais importante do que<br />

as embalagens pequenas.<br />

Quem garante é a Nivea,<br />

que tem estudos a respeito.<br />

Outra dica é ter boa<br />

variedade de produtos.<br />

Afinal, pesquisas indicam<br />

que 58% dos shoppers<br />

substituem a loja, quando não<br />

encontram o que desejam .<br />

38


SUPER E HIPER<br />

EM DESVANTAGEM<br />

O mercado é bilionário, porém<br />

quem mais enche os cofres com<br />

pet são as lojas especializadas e<br />

as clínicas. No item ração de<br />

cães e gatos, o total em vendas<br />

em 2012 foi de R$ 9,4 bilhões.<br />

Os super e hiper ficaram com<br />

apenas R$ 2,8 bilhões.<br />

Embora seja uma categoria difícil<br />

de trabalhar porque exige muito<br />

espaço para as embalagens<br />

grandes, existem soluções.<br />

FALTAM VÁRIAS<br />

CATEGORIAS<br />

Outra carência da seção nos<br />

super e hipermercados é a<br />

baixa oferta de acessórios<br />

e snacks, além da quantidade<br />

limitada de marcas. Isso abre<br />

espaço para os Pet Shops,<br />

nos quais o público encontra<br />

tudo. Falta oferecer variedade<br />

e, portanto, comodidade<br />

aos shoppers. Serviços, como<br />

banho e tosa, também são<br />

itens que pesam na hora<br />

da escolha do canal de compra.<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU<br />

CATEGORIAS COM MAIOR POTENCIAL<br />

DE CRESCIMENTO ATÉ 2020<br />

O QUE HÁ DE NOVO NOS SEGMENTOS<br />

MAIS PROMISSORES E O QUE VEM POR AÍ<br />

O<br />

mercado total de produtos<br />

para animais de estimação<br />

– ração, acessórios, brinquedos,<br />

higiene e itens de veterinária<br />

– encerrou 2012 com cerca de<br />

R$ 13,6 bilhões em faturamento,<br />

11% acima do valor registrado no<br />

ano anterior, de acordo com dados da<br />

Abinpet, associação que reúne fabricantes<br />

de produtos pet. Isso em função<br />

do aumento das commodities,<br />

que elevou os preços. Em volume a<br />

alta foi de 4,2%. Nos supermercados o<br />

espaço destinado ao segmento ainda<br />

é limitado, mas o caminho a ser<br />

seguido é de um mix cada vez mais<br />

amplo. “Existem muitas novidades<br />

que estão no mercado especializado<br />

e podem chegar aos supermercados.<br />

Alguns exemplos são alimentos para<br />

reduzir peso, voltados para raças específicas<br />

e gatos castrados, além de<br />

inúmeros acessórios e snacks”, afirma<br />

Nelo Marraccini Neto, da Abinpet.<br />

Esse avanço dos produtos com algum<br />

diferencial acompanha a evolução<br />

do relacionamento dos donos<br />

com seus bichos de estimação.<br />

Se décadas atrás cachorros e gatos<br />

domésticos eram alimentados com<br />

as sobras das refeições familiares<br />

– o que ainda acontece em menor<br />

escala –, hoje ganharam status de<br />

‘filhos’, com direito a tudo do bom e<br />

do melhor. Portanto, olho nesse mercado<br />

em ascensão. Sua loja pode estar<br />

desperdiçando boas oportunidades.<br />

SOLUCOES<br />

Para ter variedade e serviços,<br />

o varejo alimentar pode criar<br />

espaço único para pet em<br />

uma área do estacionamento<br />

ou nas galerias comerciais.<br />

Criar um sistema de entrega<br />

de grandes volumes,<br />

fazer parcerias com clínicas<br />

também são saídas que<br />

devem ser pensadas.<br />

Avalie primeiro o potencial<br />

de vendas na sua região.<br />

LEVE A PAIXAO<br />

PARA SUA LOJA<br />

Mostrar aos clientes que<br />

você também gosta e<br />

respeita os animais é uma<br />

maneira de seduzi-los. Tente<br />

trazer para o estacionamento<br />

campanhas de vacinação,<br />

divulgue na loja e no<br />

Facebook fotos de animais<br />

desaparecidos. Programe<br />

um concurso para premiar<br />

os cães e gatos mais bem<br />

cuidados. Destine parte de<br />

sua margem com produtos<br />

pet para uma instituição<br />

que cuida de animais (e faça<br />

propaganda disso). Dê dicas<br />

de boa alimentação no site<br />

e nos tabloides. Distribua<br />

folhetos com explicação<br />

das doenças mais comuns.<br />

Promova o Domingo dos<br />

Pets, com caminhada, serviço<br />

gratuito de banho e tosa<br />

(em parceria) e distribuição<br />

de amostras grátis. Enfim,<br />

a imaginação é o seu futuro.<br />

40


HÁ 10 ANOS, ESSAS CATEGORIAS NÃO EXISTIAM. DE 2009 PARA<br />

CÁ DERAM UM SALTO EM VENDAS. ATÉ 2020, DEVERÃO AVANÇAR<br />

AINDA MAIS, IMPULSIONADAS PELO AUMENTO DA RENDA E<br />

FALTA DE TEMPO DOS BRASILEIROS. ISSO EXIGIRÁ DO AUTOSSERVIÇO<br />

ATENÇÃO PARA GARANTIR SUA PARTE NO FILÃO DE VENDAS<br />

TEXTO VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSASM.COM.BR<br />

43


CONSUMO EXPLODE<br />

CAPA<br />

A ESTIMATIVA E DE AUMENTO MEDIO ANUAL DE 10% NO VOLUME DE VENDAS DAS PRATICAS<br />

EVOLUCAO NOS<br />

PRÓXIMOS ANOS<br />

Para cada categoria se espera<br />

uma taxa de crescimento no<br />

volume de vendas, mas há<br />

um consenso de que a média<br />

será de 10% ao ano. Entre as<br />

analisadas aqui, uma das que<br />

merecem especial atenção é a<br />

de depilatórios, cuja presença<br />

nas farmácias ainda é maior e<br />

cujas expectativas de alta estão<br />

em 12% ao ano. A Depi Roll<br />

acredita que o autosserviço<br />

pode se tornar o canal mais<br />

importante, como nos EUA,<br />

Europa e Austrália. Para isso, é<br />

preciso investir em atendimento,<br />

exposição diferenciada e<br />

variedade de marcas e versões.<br />

50 % 28,3<br />

valor volume<br />

valor volume<br />

valor volume<br />

1,8<br />

11,7 %<br />

145<br />

milhão de unidades<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

milhões de reais<br />

29,9 % taxa de crescimento x 2009<br />

37,8 milhões de kg<br />

43,9 %<br />

232,2<br />

39,6 %<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

milhões de reais<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

35,8 milhões de kg<br />

14,7 %<br />

529,6<br />

37,9 %<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

milhões de reais<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

CONCORRÊNCIA<br />

POR ESPACO NAS<br />

PRATELEIRAS<br />

Com a alta no consumo,<br />

o varejista terá o grande desafio<br />

de acomodar mais produtos<br />

num mesmo espaço. Desafio<br />

maior ainda nas lojas do interior<br />

do País, que são as que mais<br />

crescem e costumam ter<br />

área de vendas limitada.<br />

Roberto Weidner, diretor<br />

de marketing e vendas da<br />

Eletrofrio, diz que os pedidos de<br />

câmaras frigoríficas e expositores<br />

refrigerados têm crescido em<br />

torno de 10% nas cidades<br />

pequenas e médias. E Iara Jatene,<br />

diretora de marketing da Abiesv,<br />

sugere que as lojas pequenas<br />

utilizem os refrigeradores<br />

verticais, bem práticos e de<br />

instalação imediata. Produtos<br />

com maior penetração, como a<br />

pizza, deverão garantir uma<br />

boa participação nas vendas.<br />

é a participação<br />

das três primeiras<br />

marcas de pizza<br />

pronta congelada<br />

MARGEM ALTA<br />

Os práticos são produtos<br />

de valor agregado, logo,<br />

garantem bons rendimentos<br />

ao varejo. Dois exemplos são<br />

a batata congelada, que<br />

permite uma margem líquida<br />

de até 40%, e os depilatórios,<br />

com um mark-up de 50%.<br />

volume<br />

valor<br />

volume<br />

valor<br />

milhões de kg<br />

22,8 %<br />

340,3<br />

37,9 %<br />

26,5<br />

8,2 %<br />

329,5<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

milhões de reais<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

milhões de unidades<br />

taxa de crescimento x 2009<br />

milhões de reais<br />

20,7 % taxa de crescimento x 2009<br />

A VIGOR, QUE VENDE<br />

SOBREMESAS,<br />

APOSTA NO SUCESSO<br />

DAS VERSOES<br />

PARA CONSUMO<br />

IMEDIATO. JÁ O DATA<br />

POPULAR ACREDITA<br />

NA ASCENSAO<br />

DAS EMBALAGENS<br />

PEQUENAS E<br />

BARATAS EM TODOS<br />

OS ITENS PRÁTICOS<br />

44 44 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


46<br />

O SHOPPER TAMBÉM QUER PRATICIDADE NA HORA DE<br />

ENCONTRAR PRODUTOS NA LOJA<br />

PRECO<br />

JUSTO NAS<br />

GÔNDOLAS<br />

Wagner Sarnelli,<br />

sócio-diretor do Data<br />

Popular, alerta para a<br />

necessidade de as lojas<br />

praticarem um preço<br />

justo, a fim de não<br />

afugentar o público<br />

das classes emergentes<br />

– hoje um dos mais<br />

importantes no<br />

mercado consumidor. “É<br />

preciso deixar claro para<br />

esses clientes que um<br />

bom prato congelado<br />

sairá mais barato do que<br />

se fosse preparado em<br />

casa ou comprado em<br />

um restaurante”, explica.<br />

TENDÊNCIA<br />

Estamos iniciando a<br />

onda de alimentos<br />

práticos, porque ainda<br />

existe um contingente<br />

de consumidores<br />

emergentes que só agora<br />

começa a ter acesso<br />

a eles. Mas, segundo<br />

José Domingues, da<br />

consultoria Sense<br />

Envirosell, deveremos no<br />

futuro priorizar os itens<br />

mais saudáveis. “Quando<br />

acontecer, vamos preferir<br />

cozinhar em casa, com<br />

ingredientes naturais,<br />

como fazíam nossos<br />

avós. Mas isso vai<br />

demorar”, avalia.<br />

Singles e famílias de classe<br />

média, cujos pais trabalham,<br />

constituem boa parte dos<br />

shoppers de produtos práticos.<br />

Ambos buscam soluções para<br />

economizar tempo, principalmente<br />

na hora de fazer refeições, cuidar da<br />

casa, da beleza e da higiene do corpo.<br />

Eles não costumam se importar<br />

em gastar um pouco mais desde<br />

que o item lhes garanta a conveniência<br />

desejada. “Os de maior poder<br />

aquisitivo também prezam versões<br />

goumert, saudáveis, importadas e,<br />

até, sustentáveis”, explica Simone<br />

Terra, especialista em comportamento<br />

de compra. Isso deve impulsionar<br />

lançamentos nessa linha.<br />

O que muitos não sabem é que os<br />

shoppers de práticos também gostam<br />

de praticidade durante as<br />

compras. Segundo Rafael D’Andrea,<br />

sócio-diretor da consultoria Tool-<br />

BoxTM, eles gostam de uma organização<br />

inteligente das mercadorias”,<br />

destaca. Tem mais, daqui a algumas<br />

décadas, é possível que esse<br />

mercado sofra uma reviravolta. José<br />

Augusto Domingues, sócio-diretor<br />

da Sense Envirosell, acredita que<br />

a preocupação dos brasileiros em<br />

economizar tempo dará lugar à busca<br />

por qualidade de vida. Logo, os<br />

práticos, mesmo aqueles com apelo<br />

saudável, poderão ser substituídos.<br />

Algo que já acontece na Europa.<br />

FACILITE<br />

A COMPRA<br />

São poucas as lojas que<br />

organizam as gôndolas<br />

levando em consideração<br />

o processo de escolha dos<br />

shoppers, que, no caso<br />

dos refrigerados práticos,<br />

tem a ver com o momento<br />

de consumo. Rafael<br />

D’Andrea, da ToolBoxTM,<br />

sugere abolir a exposição<br />

por sabor, que dificulta as<br />

compras e compromete as<br />

vendas. Segundo ele, devese<br />

agrupar de um lado os<br />

pratos prontos, destinados<br />

às refeições. De outro,<br />

os pequenos moldados<br />

e pizzas, consumidos<br />

durante lanches; e<br />

finalmente as batatas<br />

e vegetais congelados,<br />

pré-prontos usados como<br />

complemento de uma<br />

refeição. Dentro de cada<br />

grupo, convém separar<br />

os produtos por sabores,<br />

tamanhos e marcas.<br />

“Isso deixará a compra<br />

muito mais fácil e<br />

rápida, com melhores<br />

resultados para as lojas”,<br />

comenta D’Andrea.


AS VENDAS NÃO VÃO CRESCER PARA TODOS. SÓ PARA AQUELES<br />

QUE TOMAREM AS MELHORES DECISÕES<br />

48<br />

BOAS<br />

INICIATIVAS<br />

Para abrir espaço às<br />

categorias resfriadas<br />

e congeladas, convém<br />

negociar, com os próprios<br />

fornecedores, freezers<br />

pequenos. Eles podem<br />

ser usados para expor<br />

lançamentos e produtos que<br />

estiverem em campanha.<br />

Já em cross merchandising<br />

é interessante fazer<br />

combinações, como batata<br />

congelada com queijo<br />

ralado e pizza<br />

com refrigerante.<br />

UM ERRO QUE DEVE<br />

SER EVITADO<br />

É O EXCESSO<br />

DE OFERTAS E<br />

PROMOCOES. ISSO<br />

APENAS REDUZ<br />

A RENTABILIDADE<br />

DAS CATEGORIAS<br />

E, PORTANTO,<br />

DOS NEGÓCIOS<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

CRESCIMENTO DOS PRODUTOS PRÁTICOS<br />

HÁBITOS DE COMPRA DO SHOPPER<br />

AÇÕES NAS LOJAS PARA VENDER MAIS<br />

ERROS QUE DEVEM SER EVITADOS<br />

Se o autosserviço quiser mesmo<br />

assegurar participação crescente<br />

no mercado de produtos<br />

práticos, terá de aumentar as<br />

ações de marketing em suas lojas.<br />

O ponto de partida – aquilo que vai<br />

garantir as melhores decisões –, segundo<br />

Rafael D’Andrea, sócio-diretor<br />

da ToolBoxTM, é sempre o velho conhecimento<br />

dos hábitos de compra<br />

dos shoppers. Provas de degustação<br />

e demonstração, por exemplo,<br />

são indicadas para as lojas dirigidas<br />

às classes C/D. “Esse público acaba<br />

sendo incentivado a conhecer novas<br />

categorias”, ensina Wagner Sarnelli,<br />

sócio-diretor do Data Popular.<br />

É indispensável, contudo, que toda<br />

comunicação, oral ou escrita, seja<br />

simples. Afinal, o cliente de baixa<br />

renda não gosta de promotores<br />

que falam outra língua”, afirma<br />

Sarnelli. Outra solução é organizar<br />

apresentações de chefs. Eles podem<br />

dar dicas de como incrementar os<br />

pratos prontos congelados; tornar<br />

a pizza mais crocante; ou substituir<br />

as batatas tradicionais pelas congeladas<br />

em diferentes receitas. É bom<br />

lembrar que boa parte das mulheres<br />

gosta de dar seu toque na finalização<br />

dos pratos. No caso dos depilatórios,<br />

pense em exposição casada com cremes<br />

para pele. O importante é gerar<br />

mais vendas do que a concorrência.<br />

AUMENTE A<br />

FREQUÊNCIA<br />

DE COMPRA<br />

As pizzas congeladas não<br />

carecem de campanhas que<br />

estimulem o consumidor<br />

a comprar mais, como se<br />

costuma imaginar. “Afinal,<br />

a maioria dos brasileiros<br />

não tem freezer para estocar<br />

as caixas”, explica Rafael<br />

D’Andrea, da ToolBoxTM.<br />

O mais recomendado são<br />

as ações que gratificam<br />

a compra por meio de<br />

brindes. Isso porque focam<br />

o aumento da frequência<br />

de compra. Oferecer<br />

embalagens pequenas<br />

de azeites ou cortadores<br />

é sucesso na certa. Os<br />

próprios fornecedores<br />

podem ajudar.<br />

SEM CONVERSA<br />

FIADA<br />

Assim como precisam<br />

de preparo para atender<br />

as classes A/B, os promotores<br />

devem receber orientação<br />

para abordar o público<br />

C/D. Wagner Sarnelli,<br />

do Data Popular, diz que<br />

o consumidor emergente não<br />

gosta de muita informação<br />

e conversa ‘fiada’ e nem de<br />

palavras difíceis. O promotor,<br />

portanto, deve ser objetivo,<br />

claro, e selecionar os dados<br />

mais importantes.


COOPERAÇÃO<br />

SM<br />

PARCERIA ANTIGA<br />

Confiança é a base da relação entre as duas empresas, afirmam Sérgio<br />

Barroso, da rede Carvalho (à esquerda), e Kleber Fernandes, da 3Corações<br />

13<br />

RINDE AO SUCESSO<br />

A rede Carvalho &Fernandes e a indústria 3Corações decidiram<br />

juntas privilegiar, na exposição da categoria cafés, os itens de<br />

maior valor e margem. Resultado: triplicaram as vendas<br />

de cappuccino e elevaram sua margem bruta de 8 % para 30 %<br />

TEXTO ALESSANDRA MORITA ALESSANDRA.MORITASM.COM.BR | FOTOS JOÃO BRITO JR.<br />

JANEIRO 2013 | SM.COM.BR 53


EXPOSICAO CAFES<br />

COOPERACAO<br />

H<br />

á pouco mais de dois anos, Reginaldo<br />

Carvalho e Sérgio Barroso, sócioproprietário<br />

e gerente comercial<br />

da rede Carvalho&Fernandes, de<br />

Teresina (PI), aterrissaram no aeroporto<br />

de Belém para visitas a alguns<br />

supermercados. Eles viajaram<br />

a convite da 3Corações, fabricante<br />

de cafés e cappuccinos, com o objetivo<br />

de conhecer uma nova forma de<br />

organizar a gôndola da categoria. O<br />

modelo, construído a partir de pesquisas<br />

com o consumidor, visava<br />

rentabilizar o segmento incentivando<br />

a compra de itens de maior valor.<br />

Apresentada por executivos da<br />

área comercial e trade da indústria,<br />

a sugestão teve adesão da diretoria<br />

do Carvalho&Fernandes, resultando<br />

em mudanças que envolveram<br />

as 55 lojas do Grupo. Graças a elas,<br />

o volume de cappuccinos triplicou,<br />

e a margem bruta saltou de 8% para<br />

30%. É bom lembrar que o café em<br />

pó gera ganho bruto de, no máximo,<br />

20%. E vale ressaltar que a categoria<br />

não perdeu vendas, já que se trata de<br />

um produto de consumo garantido.<br />

BOM PARA TODOS<br />

O que as mudanças na<br />

exposição garantiram para<br />

Carvalho e 3Corações<br />

3<br />

vezes<br />

de aumento nas vendas da<br />

categoria de cappuccinos<br />

27 %<br />

de alta no volume da<br />

marca 3Corações<br />

30 %<br />

margem bruta<br />

obtida pelos cappuccinos<br />

Fonte: Empresas<br />

A nova exposição é um trabalho desenvolvido<br />

pela indústria em mais<br />

de três mil lojas em todo o País. E a<br />

remodelação na Carvalho foi importante<br />

para a implementação do projeto<br />

em outras redes do Piauí. “Serviu<br />

de referência no Estado”, festeja Kleber<br />

Fernandes, gerente de vendas da<br />

3Corações. Tudo começou porque o<br />

segmento de cafés torrados e moídos<br />

ocupava as prateleiras nobres.<br />

Os sachês da versão instantânea –<br />

cuja margem é mais atraente – ficavam<br />

na parte superior. E os cappuccinos,<br />

outro segmento de alto valor<br />

e boa rentabilidade, eram expostos<br />

nas prateleiras de baixo. “A proposta<br />

foi inverter a organização, colocando<br />

os dois segmentos lucrativos<br />

à altura dos olhos”, conta Barroso.<br />

COM A MUDANÇA, a primeira prateleira<br />

de cima para baixo foi destinada<br />

a itens que o shopper já sabe<br />

que vai comprar quando sai de casa.<br />

São produtos como adoçantes, filtro<br />

de papel, cevadas, cápsulas e sachês<br />

54 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


EXPOSICAO CAFES<br />

COOPERACAO<br />

de cafés. “Nesses casos, a decisão de<br />

compra acontece fora do ambiente<br />

da loja e está associada, por exemplo,<br />

à aquisição de uma máquina de café<br />

ou a uma mudança de hábito”, explica<br />

Jefferson Deywis, gerente executivo<br />

de trade marketing da 3Corações.<br />

Na segunda e terceira prateleiras<br />

– áreas quentes da gôndola –, foram<br />

acomodados os ‘instantâneos’,<br />

segmento que inclui cafés solúveis e<br />

os misturados com leite, além dos<br />

cappuccinos. “A compra desses itens<br />

é 100% de impulso. Além disso, eles<br />

não interferem nas vendas de café<br />

em pó, pois os momentos de consumo<br />

são diferentes”, diz o executivo<br />

da indústria. Já da quarta prateleira<br />

para baixo, ficou o segmento de café<br />

torrado e moído. Outra mudança<br />

foi a verticalização da exposição por<br />

marca nos segmentos de ‘instantâneos’.<br />

“Essa forma facilita a escolha<br />

do shopper e não favorece nenhuma<br />

marca, pois todas aparecem”, comenta<br />

Deywis. Já as marcas de torrados<br />

e moídos ficaram na horizontal.<br />

SEGUNDO O EXECUTIVO, dois fatores<br />

justificam a transferência dos<br />

cappuccinos para a área quente da<br />

gôndola. O primeiro é o potencial de<br />

crescimento da categoria, presente<br />

em apenas 10% dos domicílios do<br />

País. A outra razão é o lucro. “É preciso<br />

vender um quilo de café torrado<br />

e moído para obter a mesma margem<br />

bruta de uma lata de 200 ml de<br />

cappuccino”, afirma. Deywis lembra<br />

ainda que as vendas da marca 3Corações<br />

apresentaram alta de 27% no<br />

primeiro ano da nova exposição.<br />

Já o consumo do café em pó manteve-se<br />

no mesmo patamar, segundo<br />

Sérgio Barroso, da Carvalho&<br />

Embora o café em<br />

pó tenha sido alocado<br />

nos pontos frios da<br />

gôndola, isso não<br />

prejudicou suas vendas.<br />

O produto faz parte<br />

da cesta básica e está<br />

presente em 97 %<br />

dos lares brasileiros.<br />

Com o cappuccino<br />

é diferente. Ele se<br />

encontra em apenas<br />

10 % dos domicílios<br />

e tem, portanto, alto<br />

potencial de crescimento<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

Fernandes, porque se trata de um<br />

segmento maduro. Ele lembra ainda<br />

que, na montagem da nova exposição,<br />

nenhuma marca saiu do<br />

sortimento e todas mantiveram seu<br />

espaço, sempre proporcional à sua<br />

participação em vendas na rede.<br />

Um ponto fundamental para o<br />

sucesso da mudança foi o envolvimento<br />

da diretoria da rede. Para diminuir<br />

a desconfiança dos demais<br />

fornecedores – a remodelação envolveu<br />

toda a categoria –, no dia da<br />

conversão estavam presentes representantes<br />

das outras indústrias<br />

e um funcionário da loja, responsável<br />

por zelar pelo cumprimento do<br />

planograma a partir daquela data.<br />

Esse é o tipo de transparência que<br />

não pode faltar nas relações comerciais<br />

entre varejo e indústria. É ela<br />

que dá origem à confiança e evolui<br />

para uma verdadeira cooperação.<br />

POR QUE A EXPOSIÇÃO DE CAFÉS MUDOU COMO O PLANOGRAMA FOI DESENHADO<br />

QUAIS FORAM OS RESULTADOS OBTIDOS PELA REDE E PELA INDÚSTRIA<br />

56 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


ENTREVISTA<br />

COMO ALCANCAR<br />

O SUCESSO<br />

UM DOS MELHORES TREINADORES DO<br />

PAÍS, BERNARDINHO SE TORNOU UM<br />

‘PROFETA’ DO SUCESSO. NÃO POR DESEJO,<br />

MAS POR CONHECIMENTO, BOM SENSO E<br />

PAIXÃO. CONFIRA SUAS OPINIÕES E VEJA<br />

COMO APLICAR NOS NEGÓCIOS<br />

TEXTO KATIA SIMÕES REDACAO@SM.COM.BR<br />

MAURO HORITA / AE<br />

JANEIRO 2013 | SM.COM.BR 59


BERNARDINHO<br />

ENTREVISTACarioca, 53 anos, Bernardinho, como ficou conhecido nas quadras<br />

de vôlei, é um dos profissionais mais bem-sucedidos da<br />

história do esporte brasileiro. Como atleta ou treinador, ele<br />

acredita que a receita para quem quer chegar ao lugar mais alto<br />

do pódio dos negócios é investir em disciplina, obstinação,<br />

trabalho e paixão. Economista formado pela PUC, Bernardinho<br />

defende que a motivação para conquistar o sucesso não se encontra<br />

apenas na vitória, mas também na derrota e no processo<br />

que leva a ambas. “O líder verdadeiro é o que dá exemplo, que cobra mas sabe<br />

afrouxar a corda, que consegue compor um time de talentos comprometidos<br />

com os mesmos objetivos”. Leia a seguir a sua receita para ‘chegar lá’.<br />

SM. Por que as pessoas fazem a diferença?<br />

BERNARDINHO Cada vez mais as informações são compartilhadas<br />

em tempo real, o que diminui a zona de conforto<br />

das empresas. O diferencial está nas pessoas dispostas<br />

e comprometidas a chegar lá. O resultado final<br />

é sempre fruto do trabalho em equipe. Mas, uma coisa<br />

é certa: nem sempre os melhores formam os melhores<br />

times. Equipes vencedoras são compostas por pessoas<br />

certas nos lugares certos, com complementaridade<br />

de características, habilidades e talentos. A escolha<br />

das pessoas certas e o trabalho em equipe são passos<br />

fundamentais para desempenhos de alto nível. A consciência<br />

de que a interdependência e a complementaridade<br />

das funções entre as peças tornam o trabalho coletivo<br />

eficaz. É o que gera o verdadeiro brilho da equipe.<br />

Disciplina e comprometimento têm mais<br />

peso do que talento?<br />

Com certeza. Talento por si só não basta. É preciso<br />

ter comprometimento, disciplina e planejamento.<br />

Não adianta ter talento e não apresentar resultados. Se<br />

talento bastasse o Brasil não teria perdido a Copa de<br />

2006. Sobravam talentos na equipe, mas faltavam disciplina,<br />

comprometimento e paixão. Todos nós queremos<br />

ter pessoas apaixonadas em nossas equipes, que produzam<br />

com intensidade máxima aquilo que se propõem<br />

a fazer, porque paixão é fundamental na capacidade de<br />

superação, de transcender os resultados. Por isso, deveremos<br />

sempre olhar nos olhos desses talentos para tentar<br />

encontrar aquele famoso brilho no olhar.<br />

Como motivar a si próprio e a equipe?<br />

O mais importante é ter metas claras. Você tem de<br />

levantar no dia seguinte e tem de estar motivado, tem de<br />

gostar do processo e não só do resultado. A motivação vem<br />

de dentro para fora. Se você a tem dentro de si, pode traçar<br />

metas e direcionar para onde quer ir. A pessoa tem de<br />

trazer a motivação dentro dela. Se não trouxer, você não<br />

vai conseguir despertar. Muitas vezes, uma pessoa quieta<br />

é motivada. Quando faz o que gosta é motivada, é para<br />

cima, otimista, aí sim é possível estimulá-la, com um trabalho<br />

constante. Você pode estimular por meio de desafios,<br />

pode levantar a autoestima. No caso de uma pessoa<br />

que se acha boa demais, por exemplo, vale criar um desafio<br />

para ela. A que está com a autoestima em baixa, você<br />

traz para cima, elogia. As pessoas têm altos e baixos, além<br />

de diferenças que precisam ser respeitadas.<br />

Sua meta é vencer sempre, mas como é<br />

possível lidar com os tropeços?<br />

Com certeza eu busco a vitória sempre, mas o processo<br />

também é muito importante e a derrota acontece.<br />

Você tem de acreditar que, mesmo na derrota, você<br />

deu o máximo. Você tem uma derrota eventual, mas o<br />

seu potencial foi todo usado. Pior do que perder é não<br />

jogar bem. Também tem de prestar atenção ao placar,<br />

60 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


BERNARDINHO<br />

ENTREVISTA<br />

“A motivação vem de dentro para fora.<br />

Se você a tem dentro de si, pode traçar metas e direcionar<br />

para onde quer ir. A pessoa tem de trazer a motivação<br />

dentro dela. Só quando a pessoa faz o que gosta, é para<br />

cima, otimista, motivada, é possível estimulá-la”<br />

porque ele muitas vezes engana. Se você perdeu 5% do<br />

mercado mas continuou crescendo, tem uma derrota,<br />

mas também tem uma evolução.<br />

O que é sucesso?<br />

É o resultado da soma de talento e determinação.<br />

De nada adianta termos um funcionário virtuoso, uma<br />

estrela no time, se ele não tem vontade. Quase sempre<br />

ele se revelará uma frustração, pela incapacidade de realizar<br />

todo o seu potencial.<br />

Por que você diz que a vitória é uma vilã<br />

dissimulada?<br />

Simplesmente porque você imagina que é vitorioso<br />

e pode entrar na acomodação. É um perigo. Então, na vitória,<br />

você comemora e depois põe os pés no chão e começa<br />

a trabalhar novamente, buscando melhorar ainda<br />

mais. A derrota machuca, tira a motivação. Mas, eu acho<br />

que a derrota tem de servir de ligação, tem de ser uma<br />

fonte de questionamento e uma fonte de crescimento<br />

contínuo. A derrota é importante porque leva a um processo<br />

de questionamento.<br />

Qual a essência da boa liderança?<br />

Não acredito que se possa definir a melhor forma de se liderar<br />

– existe apenas a forma de cada um. A transparência<br />

deve ser um atributo dos líderes, assim como a sua<br />

integridade. Errar na forma é aceitável, pois só não erra<br />

quem não tenta fazer ou quem não faz. O importante<br />

é que a equipe não duvide da intenção do líder. É essencial<br />

a liderança pelo exemplo, porque nada do que se diz<br />

inspira mais do que o que se faz. O grande líder é aquele<br />

que permeia a equipe com o inconformismo permanente,<br />

com novas metas, novos objetivos. Está bom sim,<br />

mas pode ficar melhor.<br />

Como se forma uma equipe de sucesso?<br />

Insisto em dizer que o sucesso final é resultado do<br />

esforço coletivo. Um time é formado por pessoas que têm<br />

objetivos em comum. Mas, tão importante quanto isso<br />

é a consciência de que só atingiremos os objetivos com<br />

a participação de todos. Se a peça que está na última linha<br />

do seu organograma não estiver comprometida, você<br />

estará fadado ao fracasso. Times longevos se constroem<br />

sobre três pilares: integridade moral, competência<br />

profissional e solidariedade social. Construir uma grande<br />

empresa é um privilégio. Mas, todo privilégio vem acompanhado<br />

de responsabilidade.<br />

Como o líder deve lidar com as cobranças?<br />

Não há líder que só exija. Não dá só para esticar a corda<br />

porque ela acaba arrebentando. Tem de esticar e soltar.<br />

Se você fica só cobrando, ninguém aguenta. Você tem de<br />

cobrar resultados e dar a contrapartida, mostrar que está<br />

do lado deles, que se preocupa com eles. Você tem de brigar<br />

por eles e não só brigar com eles.<br />

Qual a melhor estratégia para driblar a<br />

concorrência?<br />

Se eu não tenho como impedir que o oponente jogue,<br />

a saída é adotar estratégias para minimizar a sua participação.<br />

A única forma de bater o concorrente é sendo<br />

mais eficiente nas nossas ações e ocupar mais espaço no<br />

mercado. Meu pai sempre me diz: Filho, não se esqueça<br />

de fazer a bola cair do lado de lá e não do lado de cá. Para<br />

que isso aconteça, precisamos minimizar os ataques<br />

dos adversários.<br />

NESTA ENTREVISTA VOCÊ VIU:<br />

O PAPEL DA LIDERANÇA<br />

TRABALHO EM EQUIPE<br />

COMO ENFRENTAR O FRACASSO<br />

62 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


MARKETING<br />

LANCAMENTOS<br />

[SEMPRE] A VISTA<br />

Pesquisa mostra que, mesmo comprando<br />

lançamentos na Páscoa, o consumidor quer ainda<br />

mais novidades e pagaria um preço maior por elas.<br />

A notícia é boa, mas impõe desafios ao varejista<br />

TEXTO ALESSANDRA MORITA ALESSANDRA.MORITASM.COM.BR | FOTO PAULO PEREIRA ESTUDIO LUZIA<br />

JANEIRO 2013 | SM.COM.BR 65


PASCOA<br />

MARKETING<br />

S<br />

e existe uma data movida a lançamentos,<br />

certamente é a Páscoa. Nada<br />

menos do que 84% dos consumidores<br />

afirmam que costumam experimentar<br />

novidades no período. Não<br />

é à toa que em 2013 os brasileiros<br />

pretendem colocar no carrinho 48%<br />

de novos produtos. A conclusão é de<br />

um estudo da consultoria OThink,<br />

com pesquisa da SSI, feito a pedido<br />

de <strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>. O levantamento<br />

contou com a participação<br />

pela internet de 544 pessoas – 50%<br />

homens e 50% mulheres, de todo o<br />

País. Predominaram adultos entre<br />

25 e 44 anos (51%) e as classes A e<br />

B (71%). O estudo também apontou<br />

que 96% do público gostaria de encontrar<br />

ainda mais novidades, o que<br />

é curioso, uma vez que há muito esforço<br />

das indústrias nesse sentido.<br />

“Existe uma grande valorização das<br />

novidades principalmente porque a<br />

maioria dos ovos adquiridos é para<br />

presentes. Só em 2013, 66% da compra<br />

terá essa finalidade. O supermercadista<br />

precisa analisar, em conjunto<br />

com seus fornecedores, por que<br />

o brasileiro tem essa percepção de<br />

que ainda são necessários mais lançamentos”,<br />

avalia Wagner Pereira,<br />

gerente de inteligência de estratégia<br />

da OThink. Segundo ele, existem duas<br />

possibilidades. “Ou o problema é<br />

a exposição, pois o cliente não está<br />

identificando as novidades, ou a indústria<br />

ainda não está suprindo os<br />

desejos do consumidor com o que<br />

coloca no mercado”, diz.<br />

Vale a pena entender a questão.<br />

Primeiro porque os super e hipermercados<br />

são o principal canal onde as<br />

O PESO DOS LANCAMENTOS NAS VENDAS<br />

Entender que tipo de novo produto é o mais procurado ajuda a compor o mix e a exposição<br />

Em percentual de respondentes – 544 entrevistados<br />

84 % 48 % 96 %<br />

das compras de ovos em 2013<br />

gostariam que os fabricantes<br />

dos consumidores<br />

compram novidades<br />

serão de lançamentos<br />

lançassem mais produtos<br />

MARCAS QUE MAIS LANCAM PRODUTOS*<br />

NESTLÉ<br />

LACTA<br />

GAROTO<br />

* Percepção do consumidor/somente as três marcas mais citadas<br />

17 %<br />

29 %<br />

22 %<br />

18 %<br />

66 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


pessoas vão realizar suas compras de<br />

ovos de chocolate (86% dos consumidores).<br />

Depois porque os lançamentos<br />

realmente movimentam a data.<br />

Segundo a Hershey’s, só em 2013, esses<br />

produtos deverão responder por<br />

15% do faturamento da marca no<br />

período. “O ideal é que eles estejam<br />

bem expostos nas parreiras. Como<br />

são novidades, convém utilizar os espaços<br />

de maior destaque, para o consumidor<br />

encontrar os produtos com<br />

facilidade”, sugere Victória Gabrielli,<br />

gerente de marketing da Hershey’s.<br />

Para Marco Quintarelli, consultor do<br />

Grupo Azo, abordagem é fundamental<br />

para atrair o público para os lançamentos,<br />

uma vez que a compra é<br />

feita por impulso. E é importante<br />

também manter as parreiras permanentemente<br />

abastecidas.<br />

A novidade é a primeira a acabar nas lojas.<br />

Para ampliar a cota das indústrias, vale<br />

concentrar as compras em algumas marcas<br />

Por outro lado, quando o lançamento<br />

está na mídia, é comum as pessoas<br />

procurarem por ele na loja. É<br />

o que afirma Udo Wandrey, gerente<br />

comercial da rede Archer, oito lojas<br />

em Santa Catarina. “As novidades<br />

são as primeiras a acabar. Até porque<br />

os fabricantes limitam a compra<br />

SHUTTERSTOCK<br />

LANCAMENTO PROCURADO*<br />

SABOR<br />

SURPRESA/BRINQUEDO<br />

TAMANHO<br />

MARCA<br />

FORMATO<br />

EMBALAGEM<br />

ONDE COSTUMAM <strong>COMPRAR</strong> OS OVOS POR QUE COMPRAM NO CANAL CITADO*<br />

54 % 57 %<br />

47<br />

45<br />

32 %<br />

%<br />

%<br />

16<br />

12 %<br />

%<br />

SUPERMER-<br />

CADOS<br />

delas a uma determinada quantidade.<br />

Como temos um bom relacionamento<br />

com os fornecedores, eles separam<br />

uma cota para nós”, diz. Há<br />

cerca de cinco anos, a rede decidiu<br />

concentrar o mix nas três marcas de<br />

maior giro – Nestlé, Garoto e Lacta.<br />

Outro dado da pesquisa é a dispo-<br />

HIPERMER-<br />

CADOS<br />

LOJAS<br />

ESPECIALIZ.<br />

2 %<br />

INTERNET<br />

32 %<br />

31 %<br />

27 %<br />

20 %<br />

MELHOR<br />

PREÇO<br />

* Múltipla escolha<br />

MELHOR<br />

LOCALIZ.<br />

Veja no tablet<br />

mais dados<br />

da pesquisa<br />

74 %<br />

49 %<br />

MELHOR<br />

ATENDIMENTO<br />

* Múltipla escolha<br />

MAIOR<br />

VARIEDADE<br />

A<br />

83 %<br />

estão dispostos<br />

a pagar mais<br />

por lançamentos.<br />

Desses, 56 %<br />

gastariam<br />

de 6 % a 10 % mais<br />

JANEIRO 2013 | SM.COM.BR 67


PASCOA<br />

MARKETING<br />

Os lançamentos devem ficar em espaços de maior destaque. Dessa<br />

forma, o consumidor consegue encontrá-los com facilidade. Para estimular<br />

ainda mais as vendas, a dica é promover abordagens e degustações<br />

sição de 83% dos consumidores em<br />

pagar mais pelos lançamentos. Desses,<br />

56% aceitariam um preço entre<br />

6% e 10% superior. “Mas isso não significa<br />

que é possível elevar a margem<br />

de qualquer novidade”, diz Pereira, da<br />

OThink. “Tudo dependerá do atributo<br />

do produto. Se a inovação for grande<br />

e valorizada pelo cliente, é<br />

possível. Mas se for simples,<br />

como uma mudança na embalagem,<br />

dificilmente dará<br />

para elevar o preço”, explica.<br />

TRABALHAR COM uma margem<br />

igual à dos demais ovos<br />

de chocolate é a política do<br />

Archer. “Em função do nosso<br />

posicionamento, de ter sempre<br />

preços lineares em todas<br />

as categorias, evitamos promoções<br />

de ovos. Só reduzimos<br />

preços quando é necessário<br />

acompanhar a concorrência”,<br />

diz Wandrey. A rede<br />

opera com margem líquida de cerca<br />

de 18% nos ovos. “Mas nos últimos<br />

dias, para acompanhar as lojas<br />

vizinhas, chegamos a 8%”. Para Rodrigo<br />

Esteves, gerente nacional de<br />

trade marketing da Ferrero Rocher,<br />

as promoções são importantes quando<br />

cumprem o papel de antecipar as<br />

compras pelo público. “É uma forma<br />

de diminuir a concentração dos últimos<br />

dias e também de calibrar o volume<br />

de vendas, reduzindo as sobras”,<br />

afirma. Quem concorda é Pereira, da<br />

OThink. “Promoção é uma ferramenta<br />

de ajuste de demanda”, conclui.<br />

Portanto, nada de queimar margens.<br />

CONHECA A OTHINK E A EMPRESA SSI<br />

A primeira é consultoria e a segunda, especializada em pesquisas<br />

A OThink é uma consultoria voltada a buscar resultados para empresas<br />

de varejo e de bens de consumo. Conta com uma equipe de mais de 60 consultores<br />

e atua em projetos no Brasil, na América Latina e Europa. Oferece soluções<br />

em estratégia e estrutura de gestão para empresas líderes em seus segmentos<br />

(tel. 11 2503-0370, www.othink.com). Já a SSI (Survey Sampling International)<br />

é líder mundial em amostragem, coleta e análise de dados para pesquisas de<br />

opinião. Possui 27 escritórios espalhados por 18 países. Conta com mais de 1,8 mil<br />

clientes em todo o mundo. Oferece serviços de coleta de amostras presenciais,<br />

online, telefone fixo e celular (tel. +52 55 2282-5205, www.surveysampling.com).<br />

68 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


PASCOA<br />

MARKETING<br />

O percentual de<br />

pessoas que vão<br />

adquirir mais de seis<br />

ovos subiu neste ano.<br />

Por trás, está o forte<br />

apelo à indulgência<br />

da categoria<br />

e o avanço da renda<br />

VENDAS CRESCEM<br />

EM 2013<br />

TEXTO ALESSANDRA MORITA ALESSANDRA.MORITASM.COM.BRASM.COM.BR<br />

Com a intenção do brasileiro de<br />

adquirir mais ovos, é preciso reforçar<br />

os pedidos junto aos fornecedores<br />

OVOS<br />

ATÉ 3<br />

4 A 5<br />

6 A 9<br />

10 A 15<br />

ACIMA DE 16<br />

27 %<br />

QUANTO COMPROU<br />

EM 2012<br />

Foram excluídas as respostas de quem compra no atacado<br />

28 %<br />

26 % 23 %<br />

13 %<br />

3 %<br />

21 %<br />

16 %<br />

5 %<br />

QUANTO VAI<br />

<strong>COMPRAR</strong> EM 2013<br />

Oconsumo de ovos de Páscoa vai<br />

voltar a crescer neste ano. Segundo<br />

a pesquisa OThink/SSI,<br />

feita a pedido de SM, aumentou<br />

o percentual de pessoas que vão comprar<br />

mais de seis ovos. A maior alta<br />

está entre os que se dispõem a adquirir<br />

de 10 a 15 unidades: 13% em 2012,<br />

contra 21% deste ano – uma alta de 8<br />

pontos percentuais. “O principal motivo<br />

é a mobilidade social, promovida<br />

pelo aumento de renda”, afirma Wagner<br />

Pereira, da OThink. “Não podemos<br />

esquecer que o brasileiro é otimista.<br />

Sua expectativa é de sempre melhorar<br />

e adquirir mais.” Ubiracy Fonseca,<br />

vice-presidente de chocolates da Abicab,<br />

entidade que reúne os fabricantes<br />

do setor, afirma que, com a melhor<br />

distribuição de renda, quem ia presentear<br />

apenas os filhos passa<br />

também a comprar para sobrinhos<br />

e amigos. Já Quintarelli,<br />

do Grupo Azo, lembra<br />

que, na Páscoa, o apelo à<br />

indulgência é maior. “O ovo<br />

de chocolate é também um<br />

prazer para a pessoa”, afirma.<br />

A pesquisa também<br />

mostrou que, em 2012, 72%<br />

dos respondentes compraram<br />

todos os ovos em um<br />

único local. Esse percentual<br />

é alto porque normalmente<br />

a decisão de compra acontece<br />

na loja. “Os super e<br />

hipermercados trabalham<br />

com várias opções, e o consumidor<br />

tende a se adaptar<br />

ao sortimento exposto.<br />

Isso só muda quando<br />

a pessoa está atrás de algo<br />

específico”, diz Pereira, da OThink.<br />

Entre os 27% que diversificaram o<br />

estabelecimento, 75% se dirigiram a<br />

outra loja para comprar o que faltou.<br />

O percentual pode ser pequeno, mas<br />

existe aí uma oportunidade de abocanhar<br />

uma fatia maior das vendas.<br />

Por isso, comece a planejar sua Páscoa<br />

atento à diversidade, ao alto giro<br />

e, claro, às novidades.<br />

SHUTTERSTOCK<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

IMPORTÂNCIA DOS LANÇAMENTOS DISPOSIÇÃO DOS CONSUMIDORES DE GASTAR MAIS EXPECTATIVA PARA VENDAS DE OVOS EM 2013<br />

SAIBA MAIS EM: WWW.SM.COM.BR<br />

70 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


GESTÃO<br />

QUALIDADE<br />

Essa é uma das palavras-chave<br />

para o sucesso das lojas de FLV.<br />

A DIFICIL E BOA<br />

CONCORRENCIA<br />

TEXTO ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINISM.COM.BR<br />

FOTOS ANDRÉ VALENTIM<br />

Lojas especializadas em FLV são<br />

concorrentes que ninguém quer por perto.<br />

Mas elas ensinam e podem atrair tráfego<br />

para o seu supermercado. Saiba<br />

o que as tem feito crescer e veja<br />

a solução de duas redes para enfrentá-las<br />

JANEIRO 2013 | SM.COM.BR 73


CONCORRÊNCIA<br />

GESTÃO<br />

HORTIFRUTI<br />

COM VENDAS<br />

DE R$ 664 MILHÕES<br />

no último ano, a rede<br />

Hortifruti, 27 lojas em<br />

três Estados e mais seis<br />

unidades neste ano, tem um<br />

mix 60% FLV, seguido de<br />

mercearia e delicatessen,<br />

processados e carnes.<br />

A empresa registra um fluxo<br />

mensal de 1,6 milhão de<br />

clientes, que consomem<br />

cerca de 15 mil toneladas de<br />

frutas, legumes e verduras.<br />

“Introduzimos pães, vinhos<br />

e outros produtos a<br />

pedido dos clientes, que<br />

queriam conveniência”, diz<br />

o diretor Fabio Hertel.<br />

ultiplicar vendas não é fácil. Afinal,<br />

ELA, a concorrência, está sempre<br />

assombrando. Mesmo quando tem<br />

pequena representatividade e lhe<br />

falta o lastro de uma grande marca.<br />

É o caso das lojas especializadas em<br />

hortifrútis que começam a se espalhar<br />

pelo País e contam a seu favor<br />

com um mix de frutas, verduras e<br />

legumes bem maior do que o de um<br />

supermercado tradicional (uma delas<br />

oferece 12 espécies diferentes de<br />

batata), além de um sortimento de<br />

pré-lavados imbatível. Seus produtos<br />

costumam ter alta qualidade, a<br />

exposição tende a ser impecável e o<br />

atendimento bem próximo do clien-<br />

Mte. Elas oferecem outros itens ‘como-<br />

didade’, como frios e laticínios, além<br />

de várias opções de mercearia. Algumas<br />

têm peixaria e vendem sushi e<br />

sashimi, e outras têm lanchonete e<br />

restaurante. São lojas que garantem<br />

ao cliente o abastecimento de reposição,<br />

urgência e gourmet. E que<br />

também trabalham com recursos<br />

para gerar tráfego, como degustação<br />

e ofertas. Exatamente como a maioria<br />

das lojas de vizinhança.<br />

Um dos exemplos é a rede Hortifruti,<br />

criada há 23 anos e com unidades<br />

espalhadas pelos Estados do<br />

Rio de Janeiro, Espírito Santo e São<br />

Paulo. “Um dos nossos pontos fortes<br />

é o atendimento. Temos três vezes<br />

mais pessoas que em um FLV de<br />

supermercado”, explica Fábio Hertel,<br />

diretor de novos negócios. “Além<br />

disso, nossa gestão é artesanal. Não<br />

colocamos uma fruta em exposição<br />

como fosse uma lata de óleo.”<br />

OUTRA REDE, A OBA, COMEÇOU<br />

como um simples sacolão há 32 anos<br />

em Belo Horizonte, mas conta agora<br />

com 28 unidades em São Paulo,<br />

Minas Gerais e Distrito Federal. Seu<br />

sortimento gira em torno de 12 mil<br />

itens, sendo apenas 300 do setor de<br />

hortifrútis e 280 de FLVs lavados,<br />

cortados e embalados para saladas,<br />

kit de sopas e yakissobas. As lojas<br />

74 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


CONCORRÊNCIA<br />

GESTÃO<br />

km e meio de um FLV recém-inaugurado.<br />

A proprietária, Lúcia Morita,<br />

estuda algumas possibilidades e já<br />

sabe o que fazer de imediato: “praticar<br />

preços mais competitivos com<br />

a mesma qualidade de produtos.”<br />

DIVULGAÇÃO<br />

QUITANDA<br />

EXISTEM LOJAS FLV<br />

de todo tipo. Inclusive,<br />

as que trabalham com<br />

mix de alta qualidade<br />

para público AB. Caso<br />

da Quitanda, que atua<br />

em região nobre de<br />

São Paulo. Ela oferece<br />

ainda açougue, padaria,<br />

adega, frios e laticínios,<br />

mercearia e restaurante.<br />

E garante mimos como<br />

serviço de manobrista e<br />

atendimento da própria<br />

família.”Resgatamos<br />

os valores das antigas<br />

quitandas”, diz o<br />

diretor Ricardo Costa<br />

mantêm seções como a de açougue,<br />

que vende inclusive carnes de javali,<br />

pato e cordeiro, além de adegas climatizadas<br />

com cerca de 600 rótulos<br />

de vinhos, e serviço de profissionais<br />

para orientar a clientela na compra.<br />

Não faltam ainda itens de mercearia<br />

e perecíveis industrializados. E,<br />

entre os serviços, contabiliza-se o de<br />

compra por telefone com entrega em<br />

casa, e orientação de nutricionistas.<br />

Toda concorrência é benéfica, não há<br />

dúvida, mas o que fazer para enfrentá-la?<br />

A loja independente Portal está<br />

justamente buscando essa resposta<br />

no momento, visto estar a apenas 1<br />

COMO VIRAR O JOGO<br />

A concorrência é boa. Ensina a fazer diferente. Confira algumas dicas<br />

Vantagens que você pode copiar<br />

Variedade e qualidade dos produtos<br />

Fornecedores exclusivos<br />

Serviços como o de manobrista, restaurante, lanchonete<br />

Atendimento próximo ao cliente<br />

Bom sortimento de frutas lavadas e cortadas<br />

Alternativas que você pode adotar<br />

Terceirizar o FLV para uma empresa especializada<br />

Descartar rapidamente os produtos danificados<br />

Treinar com frequência o pessoal do FLV<br />

QUEM JÁ ENCONTROU o caminho<br />

foi a rede carioca Princesa, cuja loja<br />

Laranjeiras concorre com um FLV<br />

localizado do outro lado da rua. João<br />

Marcio Castro, gestor comercial, revela<br />

que ao se instalar em 2009, a<br />

loja afetou as vendas de hortifrútis<br />

do supermercado em 14%. A solução<br />

foi investigar o comportamento<br />

do consumidor e oferecer o que ele<br />

queria: qualidade e serviços. Com o<br />

problema resolvido, o Princesa pode<br />

reconhecer a grande vantagem da<br />

concorrência. Ao ocupar seu espaço<br />

na rua, atraiu mais clientes para a região<br />

e gerou aumento nas vendas do<br />

supermercado. “O pessoal passa aqui<br />

e depois vai pro FLV”, diz Castro.<br />

Para o consultor Francisco Rojo,<br />

aprender com a concorrência é um<br />

ótimo exercício. No caso dos FLVs,<br />

obriga o supermercadista a buscar<br />

boas soluções, como terceirizar a<br />

seção, desde que feita com empresas<br />

sérias e experientes. Ou desenvolver<br />

fornecedores. Essa, aliás, foi a<br />

opção da Unisuper, 52 lojas. Mesmo<br />

sem disputar mercado com os FLVs,<br />

a rede mantém hoje um agrônomo<br />

para acompanhar os produtos da<br />

plantação à gôndola. Assim, garante<br />

a qualidade dos itens e conquista<br />

consumidores. A verdade é que haja<br />

concorrência ou não, as melhorias<br />

devem sempre ser perseguidas.<br />

NESTA REPORTAGEM VOCÊ VIU:<br />

A CONCORRÊNCIA DO FLV ESPECIALIZADO<br />

O QUE FAZER PARA ENFRENTÁ-LA<br />

76 SM.COM.BR | JANEIRO 2013


MEGAMERCADO<br />

VOCÊ POR DENTRO DOS NEGÓCIOS<br />

POR ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINISM.COM.BR<br />

PÁG.<br />

78<br />

Piso interativo, totens para imprimir e<br />

enviar receitas por e-mail, tablets pendurados<br />

nas gôndolas e uma rádio própria. Esses detalhes tecnológicos chamam<br />

a atenção do consumidor que visita a primeira loja-conceito<br />

da tradicional marca Vilma Alimentos.<br />

Com 87 anos no mercado e presente em<br />

20 mil pontos de venda no Brasil,<br />

a empresa inaugurou a loja-conceito há três meses junto ao seu parque<br />

industrial, na cidade mineira de Contagem. Com 850 m 2 de área,<br />

o espaço conta com mais de 600 produtos da marca, além de aproximadamente<br />

80 itens artesanais, em versões exclusivas, de utilidades<br />

domésticas. Após fechar 2012 com faturamento de R$ 470 milhões,<br />

a Vilma projeta faturar R$ 550 milhões neste ano.<br />

Foram investidos R$ 3 milhões no projeto,<br />

que inclui também um ambiente<br />

no qual são oferecidos cursos gratuitos de culinária três vezes por<br />

semana, além de confrarias gastronômicas aos consumidores. “Nossa<br />

ideia é transmitir que a empresa é respeitada por sua tradição, mas nem<br />

por isso é velha. Pelo contrário, ela é moderna e investe nas interações<br />

tecnológicas”, garante Renata Murta Moreira, gestora da loja.<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

580<br />

milhões de reais<br />

é o que a Ambev está investindo na construção<br />

de uma nova cervejaria no Estado do Paraná


SURPRESAS DE VERÃO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

Nova identidade visual<br />

A logomarca e as embalagens do Café Gourmet Santa Monica<br />

receberam uma roupagem mais moderna. Já presente nas gôndolas<br />

do <strong>Supermercado</strong> Madrid e nos empórios Santa Maria, Santa Luzia e Diniz<br />

(todos na capital paulista), o produto é produzido nas fazendas do sul<br />

de Minas Gerais. De acordo com Marcelo Moscofian, diretor da empresa,<br />

a equipe percebeu a necessidade de “evoluir conforme as tendências do mercado”.<br />

Aproveitando a chegada da estação e<br />

também das férias escolares, a Kinder – marca<br />

do grupo italiano Ferrero – quer estimular ainda<br />

mais as vendas de seu chocolate que vem com<br />

um brinquedo e é sucesso entre os consumidores<br />

mirins. No ponto de venda chega a edição do<br />

Kinder Joy com surpresas como brinquedinhos<br />

de arremessar, carrinhos, aviões e barquinhos.<br />

A ação acontece até o final de fevereiro.


NOVOS PRODUTOS<br />

DE OLHO NAS PRATELEIRAS<br />

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81<br />

POR ADRIANA SILVESTRINI ADRIANA.SILVESTRINISM.COM.BR | FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

DA TERRINHA<br />

As redes Carrefour, Pão de Açúcar, Walmart, St Marche,<br />

Zaffari, Sonda, Mambo e Varandas já têm em suas gôndolas<br />

os queijos Sabores da Idanha, pertencentes à Cooperativa de<br />

Produtores de Queijos da Beira Baixa e Idanha-a-Nova, em<br />

Portugal. Eles chegam ao Brasil por meio da Allfood importadora.<br />

Casca<br />

de banana<br />

Após causar frisson em 25 países,<br />

o Pegapop Deskasca é lançado por<br />

aqui pela Sorvetes Garoto. Ele tem sabor<br />

de baunilha e é envolto em uma “casca”<br />

comestível, semelhante a uma gelatina<br />

consistente. Pode ser descascado<br />

como se fosse uma fruta de verdade.<br />

Limpo<br />

e cheiroso<br />

Com o objetivo de matar<br />

os germes, bactérias e fungos<br />

presentes no vaso sanitário,<br />

além de remover sujeiras<br />

e ainda deixar um aroma suave<br />

de perfume, a Bombril lança<br />

o Pinho Bril Accept Power.<br />

Com o bico direcionador ele<br />

consegue encostar debaixo<br />

da borda do vaso, permitindo<br />

alcance aos locais mais<br />

difíceis, proporcionando uma<br />

higienização completa.<br />

O limpador sanitário pode ser<br />

encontrado na versão de 500 ml<br />

com preço sugerido de R$ 5,77.<br />

LINGUADO<br />

E SALMÃO<br />

Para o consumidor que preza<br />

a praticidade, a Leardini<br />

Pescados oferece peixes nobres,<br />

como o salmão e o linguado, em sua<br />

linha de pratos prontos congelados.<br />

O Filé de Linguado ao Molho<br />

Quatro Queijos (provolone,<br />

parmesão, mussarela e requeijão)<br />

tem o preço sugerido de R$ 12,60.<br />

Já o Salmão Gratinado é vendido<br />

no varejo por R$ 18,50 e vem com<br />

molho branco, tomate fresco, queijo,<br />

champignon e alguns temperos.


COM A PALAVRA<br />

OPINIÃO DE EXECUTIVOS E ESPECIALISTAS<br />

POR VIVIANE SOUSA VIVIANE.SOUSASM.COM.BR | FOTO EUGÊNIO SÁVIO<br />

Como lidar com<br />

os conflitos<br />

Prejudiciais aos resultados das<br />

empresas, eles podem ser evitados<br />

A<br />

vaidade ainda é uma das principais causas de<br />

conflitos dentro das empresas. Muitos profissionais,<br />

sobretudo os líderes, simplesmente não<br />

aceitam ideias melhores do que as suas. Consequência:<br />

no lugar da competição saudável com tráfego livre de<br />

opiniões, debates e negociações, entra a hostilidade velada,<br />

destruidora de bons resultados. As empresas ainda<br />

estão cheias de pessoas qualificadas, mas sem traquejo<br />

emocional. Pior: têm líderes que sabem fazer, mas não<br />

sabem ouvir e absorver o novo. Cuidados na contratação<br />

e na promoção dos funcionários – nem sempre o melhor<br />

executor é o mais indicado para liderar – são necessidades<br />

no varejo e em qualquer setor. Conversas francas,<br />

colocando na mesa o conflito, explicando o que ele acarreta<br />

e o que se espera do funcionário, são também recomendadas.<br />

Quem explica é Clara Linhares, professora<br />

da Fundação Dom Cabral na área de gestão de pessoas.<br />

PÁG.<br />

82<br />

CLARA LINHARES<br />

PROFESSORA DA FUNDAÇÃO<br />

DOM CABRAL NA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS<br />

De modo geral, as empresas brasileiras sabem<br />

lidar com conflitos?<br />

Não. Primeiro porque a maioria costuma fingir não saber<br />

do problema. Segundo porque quando resolvem tomar providências,<br />

simplesmente cortam o mal pela raiz, demitindo os envolvidos.<br />

Esse também é o principal erro na hora de resolver a questão.<br />

Não é assim que devem funcionar as coisas. Com essa atitude,<br />

as empresas correm o risco de perder bons profissionais, que<br />

apenas não estão sabendo lidar com a competitividade, por falta<br />

de preparo. Aliás, a falta de preparo das próprias lideranças também<br />

resulta nesse grande engano.<br />

Qual a melhor forma de resolver os conflitos?<br />

Conversando isoladamente com os envolvidos. É importante<br />

entender o que está acontecendo, antes de tomar qualquer<br />

decisão. Às vezes o problema ocorre devido a políticas internas<br />

da empresa, que precisam ser revistas. Quando o problema é<br />

comportamento, o melhor é discutir abertamente o que está<br />

acontecendo e orientar as pessoas. Os líderes devem contar<br />

com treinamentos e capacitações específicas, para que adquiram<br />

conhecimento e maturidade suficientes.<br />

É possível evitar conflitos?<br />

Sim. Para isso é importante ficar atento às contratações<br />

tanto de líderes quanto de suas equipes. Submeter os candidatos<br />

a testes para ter certeza de que estão preparados para lidar com<br />

situações de conflitos é recomendado. No caso dos líderes, um<br />

erro comum das empresas é promover um funcionário ao cargo<br />

de gerência ou diretoria apenas porque ele mostra bons resultados.<br />

Nessa hora é muito importante avaliar se ele tem características<br />

de líder. Tendo ou não, ele deve ser capacitado para a nova<br />

atividade. Caso contrário, terá dificuldades de gerir uma equipe,<br />

ou impedir conflitos, sendo ou não protagonista.<br />

Em quais situações os conflitos podem<br />

ser positivos?<br />

A competitividade de forma moderada, sim, é positiva.<br />

Dentro das empresas, a competitividade, que não visa a ganhadores<br />

e nem perdedores, apenas melhores resultados, se transforma<br />

num gerador de energia criativa, impedindo o processo de<br />

estagnação. Mas é importante ficar atento e mostrar aos colaboradores<br />

e líderes que essa é uma prática saudável e que deve ser<br />

feita em parceria. A vaidade negativa não deve existir.

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