Mateus Elias dos Santos â matrÃcula 58664 - Jornalismo da UFV
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Flamengo durante o período escolhido para compor a amostragem <strong>da</strong> pesquisa (meses de<br />
março a junho de 2010). Os dois foram as celebri<strong>da</strong>des esportivas que estiveram presentes<br />
com maior frequência na primeira página do jornal. Vagner Love apareceu em 14 capas, o que<br />
corresponde a 24,56% do total de aparições de personagens nesta categoria e a 10,52% em<br />
relação ao total geral de aparições em to<strong>da</strong>s as categorias analisa<strong>da</strong>s. Adriano, por sua vez,<br />
marcou presença em 12 capas, o que representa 21,05% do total de aparições de personagens<br />
na categoria em questão e 9,02% em relação ao total geral de aparições em to<strong>da</strong>s as categorias<br />
(ver Tabela 1).<br />
O fator interessante na análise <strong>da</strong>s aparições destes personagens é que ambos<br />
apresentaram uma grande duali<strong>da</strong>de à medi<strong>da</strong> que eram representa<strong>dos</strong> nas capas do jornal. Em<br />
algumas edições, Vagner Love e Adriano eram mostra<strong>dos</strong> como heróis, responsáveis por<br />
garantir o sucesso do time ou por salvar o Flamengo de eliminações de campeonatos; em<br />
contraparti<strong>da</strong>, em outras edições, os atletas já eram coloca<strong>dos</strong> como vilões ou bandi<strong>dos</strong>, tendo<br />
suas imagens associa<strong>da</strong>s ao tráfico de drogas e à indisciplina profissional. Este movimento<br />
entre os papéis de herói e vilão faz parte <strong>da</strong>s discussões do Grupo de Pesquisa em Imagem e<br />
Sociabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Minas Gerais (UFMG). A professora Vera Veiga<br />
França teorizou sobre a “<strong>da</strong>nça” <strong>dos</strong> valores instituí<strong>dos</strong>, ou seja, uma variação na natureza <strong>dos</strong><br />
valores (ora positivos, ora negativos) atribuí<strong>dos</strong> às pessoas.<br />
A seguir, serão analisa<strong>da</strong>s as capas mais marcantes em que ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> jogadores<br />
esteve presente, bem como os dispositivos jornalísticos que permitem classificá-los como<br />
“heróis” ou “bandi<strong>dos</strong>”.<br />
Como foi dito anteriormente, Vagner Love revezou entre as posições de herói e<br />
bandido ao longo <strong>da</strong>s capas do “Meia Hora” em que apareceu.<br />
Na edição do dia 7 de março, Vagner foi destaque na capa. A manchete diz: “Crise?<br />
Mengão dá show sem o imperador”. A intenção foi a de mostrar que, mesmo sem a<br />
participação de Adriano (o “imperador”), o Flamengo foi capaz de realizar uma excelente<br />
atuação em campo e vencer o jogo. Logo abaixo <strong>da</strong> manchete, está uma foto com alguns<br />
jogadores do time se abraçando, no momento de comemoração do gol. O destaque <strong>da</strong> foto é<br />
Vagner Love, o centro <strong>da</strong>s atenções na imagem, já que to<strong>dos</strong> os outros atletas estão o<br />
abraçando. A legen<strong>da</strong> <strong>da</strong> fotografia traz o seguinte texto: “Enquanto Adriano sofre por amor,<br />
Vagner Love e companhia deixam o Resende de quatro no interior”. Isto evidencia,<br />
claramente, a posição de líder ocupa<strong>da</strong> por Love, como o grande responsável por conduzi o