Mateus Elias dos Santos â matrÃcula 58664 - Jornalismo da UFV
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2.3.2. Hebe Camargo e Valesca Popozu<strong>da</strong>: a oposição entre as figuras <strong>da</strong> “mulher-flor” e<br />
<strong>da</strong> “mulher-fruto”<br />
Neste capítulo, a análise será feita de modo comparativo entre as duas personagens<br />
que apareceram com maior frequência nas categorias “celebri<strong>da</strong>des <strong>da</strong> televisão” e<br />
“celebri<strong>da</strong>des <strong>da</strong> música”. Dentre as personali<strong>da</strong>des televisivas, a apresentadora Hebe<br />
Camargo foi a que esteve presente mais vezes nas capas do “Meia Hora de Notícias”. Por<br />
outro lado, a campeã de aparições <strong>da</strong> categoria “celebri<strong>da</strong>des <strong>da</strong> música” foi a rainha do funk<br />
Valesca Popozu<strong>da</strong>.<br />
A investigação ocorrerá no sentido de descobrir o porquê de personagens com<br />
características totalmente opostas terem aparecido o mesmo número de vezes nas primeiras<br />
páginas <strong>da</strong>s edições do jornal. Para tal, vamos lançar mão <strong>dos</strong> conceitos de “mulher-flor” e<br />
“mulher-fruto”, que foram utiliza<strong>dos</strong> para a realização de análises sobre personagens do<br />
jornalismo popular pela primeira vez por DUARTE; LANNES; et al. (2008). Porém, estas<br />
representações <strong>da</strong> “mulher-flor” e <strong>da</strong> “mulher-fruto” foram cria<strong>da</strong>s pelo escritor Affonso<br />
Romano de Sant‟Anna na obra “Canibalismo Amoroso”, em um estudo sobre a poesia<br />
romântica brasileira do século 18.<br />
Primeiramente, então, será realiza<strong>da</strong> uma análise de ca<strong>da</strong> representação <strong>da</strong>s<br />
celebri<strong>da</strong>des, a começar por Hebe Camargo.<br />
Na edição do dia 8 de março, aparece uma chama<strong>da</strong> de capa com a informação de<br />
que Hebe voltaria a gravar, neste dia, o seu programa. Após um período de afastamento <strong>da</strong><br />
televisão para se dedicar ao tratamento de um câncer, a apresentadora retornaria às telas em<br />
uma <strong>da</strong>ta especial, dia de comemoração do seu aniversário e do Dia Internacional <strong>da</strong> Mulher.<br />
Neste contexto, Hebe já adquire o status de “heroína”, por estar sendo capaz de superar uma<br />
doença de extrema gravi<strong>da</strong>de.<br />
A capa <strong>da</strong> edição de 29 de abril (ver anexo na p. 57) confere grande destaque à<br />
Hebe Camargo. O texto <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> diz: “Hebe está cura<strong>da</strong> do câncer. Apresentadora do SBT<br />
não terá mais que fazer quimioterapia”. Também é coloca<strong>da</strong> uma fala de Hebe: “Nunca vi a<br />
vi<strong>da</strong> com tanta alegria”. Ao lado, aparece uma foto <strong>da</strong> personagem, com expressão facial que<br />
demonstra felici<strong>da</strong>de, emoção e vitali<strong>da</strong>de (ela está <strong>da</strong>ndo um sorriso enorme, com a vai<strong>da</strong>de<br />
estética que lhe é peculiar). Claramente, o jornal representa Hebe Camargo como uma mulher<br />
lutadora, que ama a vi<strong>da</strong> e não mede esforços para superar as adversi<strong>da</strong>des. A utilização de