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Microbial keratitis in southeast Brazil Floppy eyelid syndrome ...

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COMPORTAMENTO VISUAL E PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO DE RECÉM- NASCIDOS PREMATUROS DA<br />

MATERNIDADE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PERNAMBUCO - UFPE<br />

cidos prematuros (RNPT), sendo que pelo menos 60% destes comprometimentos<br />

visuais <strong>in</strong>fantis são preveníveis ou tratáveis (10-11).<br />

Portanto, a identificação precoce de patologias visuais seguido de<br />

tratamento oportuno permitem aos lactentes uma maior <strong>in</strong>tegração<br />

com o seu meio, e consequentemente, um melhor DNPM (12) .<br />

Segundo Gagliardo (13) , os olhos são biologicamente determ<strong>in</strong>ados<br />

para a visão normal, mas é preciso experiências visuais durante<br />

a maturação do sistema visual, que possibilite a completa manifestação<br />

do potencial genético. Durante o “período de maturação”, “a visão<br />

aperfeiçoa-se ou deteriora-se de acordo com a qualidade do estímulo<br />

visual, e por isso, é importante que nesta fase a ret<strong>in</strong>a receba<br />

<strong>in</strong>formações claras e precisas” (14) , pois a privação de estímulos visuais<br />

neste período pode levar a alterações anatômicas e funcionais irreversíveis<br />

(15) .<br />

A American Academy of Ophthalmology (AAO) e a American<br />

Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus (AAPOS)<br />

recomendam que todas as crianças entre 6 e 12 meses passem por<br />

uma triagem visual, no entanto, aquelas que apresentarem risco de<br />

desenvolver problemas oftalmológicos, como as nascidas prematuramente,<br />

e as que tiverem história familiar de patologias oculares<br />

devem ser avaliadas a<strong>in</strong>da na maternidade (16-17) .<br />

Assim, faz-se necessário que a triagem visual seja realizada no<br />

primeiro trimestre de vida do prematuro para detectar possíveis<br />

alterações visuomotoras, e desta forma, encam<strong>in</strong>há-los ao oftalmologista<br />

e para <strong>in</strong>tervenção precoce com equipe multidiscipl<strong>in</strong>ar, na<br />

qual se <strong>in</strong>sere o terapeuta ocupacional (13,18) .<br />

O diagnóstico precoce permite aos terapeutas ocupacionais<br />

<strong>in</strong>iciar programas de estimulação visual, visando o desenvolvimento<br />

visual, desenvolvimento global e orientação à família, contribu<strong>in</strong>do<br />

para a eficiência visual e evitando deficiências secundárias como<br />

comprometimentos socioafetivos, cognitivos e motores (18) .<br />

Este estudo tem por objetivo caracterizar o comportamento<br />

visuomotor e o perfil socioeconômico e demográfico de RNPT, no<br />

primeiro mês de vida.<br />

MÉTODOS<br />

Tratou-se de um estudo descritivo, de corte seccional no 1º mês<br />

de vida, an<strong>in</strong>hado a um estudo longitud<strong>in</strong>al no 1º, 2º e 3º meses de<br />

vida do projeto de pesquisa, <strong>in</strong>titulado: “Comparação do comportamento<br />

visual no primeiro trimestre de vida de lactentes nascidos<br />

pré-termo em duas maternidades da cidade do Recife/PE”.<br />

A população do estudo foi selecionada entre RN prematuros<br />

nascidos na maternidade do Hospital das Clínicas da Universidade<br />

Federal de Pernambuco (HC-UFPE) no período de junho de 2007 a<br />

junho de 2008, que atenderam aos segu<strong>in</strong>tes critérios de <strong>in</strong>clusão:<br />

pré-termo com idade gestacional compreendida entre 28 semanas<br />

completas e 36 semanas e 6 dias, pois o nascimento abaixo de<br />

28 semanas aumenta o risco de apresentar ret<strong>in</strong>opatia da prematuridade,<br />

podendo assim, o RNPT não responder adequadamente as<br />

provas da avaliação; de alta hospitalar ou <strong>in</strong>ternado, estar em<br />

condições clínicas favoráveis para realização da avaliação; e autorização<br />

dos responsáveis para sua participação no estudo. Foram<br />

excluídos os lactentes que apresentaram lesão neurológica, Apgar<br />

menor que 4 no 5º m<strong>in</strong>uto, já que <strong>in</strong>dica asfixia grave (19) ; malformação<br />

e/ou síndrome genética diagnosticada, <strong>in</strong>fecção congênita confirmada<br />

e aqueles que não compareceram à avaliação pré-agendada<br />

para o primeiro mês de vida.<br />

Dentre os 111 lactentes convidados, 52 (47%) compareceram<br />

para a avaliação no primeiro mês de vida e foram excluídos 59 (53%)<br />

por apresentarem <strong>in</strong>tercorrências como: <strong>in</strong>ternação em Unidade<br />

de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) durante o período de avaliação,<br />

<strong>in</strong>tercorrências neurológicas de qualquer natureza, óbito, falta<br />

a 1ª avaliação e/ou cujos responsáveis desistiram voluntariamente<br />

em participar do estudo. Constitu<strong>in</strong>do a amostra de 52 (47%) RNPT<br />

com um mês de idade cronológica.<br />

Os dados referentes às variáveis biológicas da criança (idade<br />

gestacional, peso ao nascer, sexo e Apgar), foram colhidos diretamente<br />

no prontuário dos lactentes. Já as variáveis maternas (idade,<br />

capacidade de leitura, escolaridade), as socioeconômicas e demográficas<br />

(renda familiar per capita, número de cômodos da residência,<br />

tipo de piso da residência, coabitação dos pais, trabalho<br />

paterno e bens de consumo) foram respondidas pelo responsável<br />

da criança, por meio de questionário contendo perguntas fechadas,<br />

coletados pela equipe de recrutamento.<br />

O comportamento visuomotor dos RN foi avaliado por meio do<br />

Método de Avaliação da Conduta Visual de Lactentes (13) . O método<br />

é composto de 10 provas que qualificam as funções oculomotoras e<br />

apendiculares, como: fixação visual; contato de olho com o exam<strong>in</strong>ador;<br />

sorriso como resposta ao contato social; seguimento visual<br />

horizontal; seguimento visual vertical; exploração visual do ambiente;<br />

exploração visual da mão; aumento da movimentação de membros<br />

superiores ao visualizar o objeto; estender o braço na direção<br />

do objeto visualizado; s<strong>in</strong>ais e s<strong>in</strong>tomas oculares.<br />

As avaliações foram realizadas no setor de Puericultura do HC-<br />

UFPE por terapeutas ocupacionais, devidamente tre<strong>in</strong>adas, utilizando<br />

como material um aro vermelho suspenso e o rosto do pesquisador<br />

que se referem ao <strong>in</strong>strumental do Método de Avaliação<br />

da Conduta Visual do Lactente (13) . Cada prova pode ser realizada em<br />

até três tentativas, tendo duração máxima de 10 a 20 m<strong>in</strong>utos toda<br />

a avaliação. Cada lactente foi avaliado na presença de seu responsável,<br />

em sala apropriada, nas terças e sextas-feiras, considerando o<br />

primeiro mês de vida, o período compreendido entre 23 dias a 37<br />

dias após o nascimento.<br />

Foram realizadas adaptações com autorização da autora do Método,<br />

quanto à postura do RNPT durante a avaliação. Se o lactente<br />

apresentasse peso <strong>in</strong>ferior a 2.200 g era posicionado em decúbito<br />

dorsal em cunha com suporte para os pés, quando seu peso era<br />

superior a 2.200 g o lactente era posicionado em decúbito dorsal<br />

sobre travesseiro anatômico. Estas adaptações foram realizadas para<br />

favorecer a estabilidade postural e para reduzir a chance de regurgitação<br />

do lactente, já que a <strong>in</strong>ibição da atividade reflexa no<br />

RNPT depende da maturação do sistema nervoso central e a regurgitação<br />

é comum nos lactentes até o primeiro ano de vida, sendo<br />

maior quanto mais baixo peso for o recém-nascido (20-21) .<br />

Os dados coletados foram digitados no software Epi-Info 2004,<br />

todos os <strong>in</strong>strumentos utilizados foram pré-codificados e checados,<br />

e posteriormente foi procedida à entrada dos dados no programa.<br />

A análise foi realizada por meio de frequência simples. Este estudo<br />

foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HC - UFPE, sob<br />

o nº 136, em dezembro de 2006.<br />

RESULTADOS<br />

No período de junho de 2007 a junho de 2008 foram recrutados<br />

111 RN prematuros. Destes 53 foram excluídos, uma parte por<br />

não terem comparecido à primeira avaliação pré-agendada e 6 por<br />

responderem a algum outro critério de exclusão. A amostra constituída<br />

foi de 52 (47%) RNPT com um mês de idade cronológica.<br />

A análise identificou que 70% dos RN eram do sexo mascul<strong>in</strong>o,<br />

87% prematuros moderado (> 33 semanas), com índice de Apgar<br />

maior que 7 no 5º m<strong>in</strong>uto (92%) e peso ao nascer superior a 1.499 g<br />

(90%). Com relação às famílias a maioria das mães (96%) era adulto<br />

jovem, todas frequentaram a escola e sabiam ler e 55% delas t<strong>in</strong>ham 8<br />

anos ou mais de estudo. Também possuíam bens de consumo diversificados<br />

como: fogão a gás, televisão, geladeira, rádio, aparelho de som,<br />

DVD e telefone celular.<br />

A<strong>in</strong>da em relação às variáveis socioeconômicas, (52%) das famílias<br />

possuía renda mensal maior que um salário mínimo (R$380,00).<br />

A maioria das residências t<strong>in</strong>ha de 4 a 6 moradores <strong>in</strong>clu<strong>in</strong>do o RN<br />

(48%), tendo como chefe de família o pai (63%). As mães estavam<br />

desempregadas (62%) e t<strong>in</strong>ham em casa até 3 crianças menores de<br />

5 anos <strong>in</strong>clu<strong>in</strong>do o RN do estudo (100%). A maioria das famílias vivia<br />

34 Arq Bras Oftalmol. 2011;74(1):33-6

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