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Microbial keratitis in southeast Brazil Floppy eyelid syndrome ...

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ATUALIZAÇÃO CONTINUADA | CURRENT UPDATE<br />

Cross-l<strong>in</strong>k<strong>in</strong>g e segmento de anel corneano <strong>in</strong>traestromal<br />

Cross-l<strong>in</strong>k<strong>in</strong>g and <strong>in</strong>trastromal corneal r<strong>in</strong>g segment<br />

ADIMARA DA CANDELARIA RENESTO 1 , MARTA SARTORI 1 , MAURO CAMPOS 1<br />

RESUMO<br />

O cross-l<strong>in</strong>k<strong>in</strong>g corneano é um procedimento usado para a estabilização mecânica e<br />

aumento da rigidez corneana em pacientes com ceratocone (reduz<strong>in</strong>do a possibilidade<br />

de progressão), e também em processos <strong>in</strong>flamatórios de af<strong>in</strong>amento corneano.<br />

Os segmentos de anéis corneanos <strong>in</strong>traestromais têm como pr<strong>in</strong>cípio o aplanamento<br />

central da córnea. Inicialmente utilizados para correção de baixa miopia, a pr<strong>in</strong>cipal<br />

<strong>in</strong>dicação atual é em pacientes com ceratocone, para melhorar a acuidade visual não<br />

corrigida, a acuidade visual corrigida e permitir uma melhor tolerância ao uso de<br />

lentes de contato como também retardar a necessidade de um transplante de<br />

córnea. O objetivo deste artigo é revisar algumas publicações relacionadas ao crossl<strong>in</strong>k<strong>in</strong>g<br />

corneano e à <strong>in</strong>serção do segmento de anel <strong>in</strong>traestromal, apresentando suas<br />

<strong>in</strong>dicações, resultados e complicações relatadas até o momento.<br />

Descritores: Córnea; Riboflav<strong>in</strong>a; Colágeno; Terapia ultravioleta; Ceratocone<br />

ABSTRACT<br />

Corneal cross-l<strong>in</strong>k<strong>in</strong>g is a procedure used for stabiliz<strong>in</strong>g the cornea <strong>in</strong> patients with<br />

progressive keratoconus by <strong>in</strong>creas<strong>in</strong>g corneal rigidity, and it is also used <strong>in</strong> corneal<br />

<strong>in</strong>flammatory melt<strong>in</strong>g process. The <strong>in</strong>trastromal corneal r<strong>in</strong>g segments act by flatt<strong>in</strong>g<br />

the center of the cornea. Orig<strong>in</strong>ally designed for the correction of mild myopia, the<br />

segments are now be<strong>in</strong>g used for reduction of keratoconus <strong>in</strong> order to improve the<br />

uncorrected visual acuity, the best spectacle corrected visual acuity, to allow good<br />

tolerance to the use of contact lenses and delay the need for corneal graft<strong>in</strong>g procedures.<br />

The present text presents a review of corneal cross-l<strong>in</strong>k<strong>in</strong>g and <strong>in</strong>sertion<br />

of <strong>in</strong>trastromal corneal r<strong>in</strong>g segments, emphasiz<strong>in</strong>g their <strong>in</strong>dications, results and complications<br />

related until now.<br />

Keywords: Cornea; riboflav<strong>in</strong>; collagen; Ultraviolet therapy; keratoconus<br />

HISTÓRICO<br />

A<strong>in</strong>vestigação biomecânica de córneas humanas ectásicas<br />

<strong>in</strong>iciou-se a partir de 1980 revelando diferenças significantes<br />

na sua elasticidade comparada com córneas normais,<br />

<strong>in</strong>dicando uma dim<strong>in</strong>uição na rigidez corneana em córneas com<br />

ceratocone (1) . A base microscópica destes achados a<strong>in</strong>da é desconhecida,<br />

mas acredita-se em uma redução das ligações cruzadas de<br />

colágeno corneano e também das ligações moleculares entre os<br />

proteoglicanos corneanos estromais (2) .<br />

Até 1998, nenhum tratamento conservador para ectasia corneana<br />

estava disponível. O pr<strong>in</strong>cípio do cross-l<strong>in</strong>k<strong>in</strong>g corneano (CXL) pela<br />

comb<strong>in</strong>ação da irradiação ultravioleta A (UVA) e o fotoss<strong>in</strong>tetizador<br />

riboflav<strong>in</strong>a é o aumento da rigidez corneana devido ao aumento das<br />

ligações <strong>in</strong>trafibrilares e <strong>in</strong>terfibrilares entre as moléculas de colágeno<br />

da córnea levando à dim<strong>in</strong>uição da progressão de ectasias<br />

corneanas (3) . Os primeiros estudos de CXL em olhos humanos <strong>in</strong>iciaram-se<br />

em 1998 na Universidade de Dresden, Alemanha por Wollensak,<br />

Spoerl e Seiler (4) .<br />

Trabalho realizado no Departamento de Oftalmologia, Setor de Cirurgia Refrativa, Universidade<br />

Federal de São Paulo - UNIFESP - São Paulo (SP), Brasil.<br />

1<br />

Médicos, Departamento de Oftalmologia, Setor de Cirurgia Refrativa, Universidade Federal de São<br />

Paulo - UNIFESP - São Paulo (SP), Brasil.<br />

Endereço para correspondência: Adimara da Candelaria Renesto. Rua Carlos Sampaio, 94 - Apto.<br />

22 - São Paulo (SP) - CEP 01333-020<br />

E-mail: adimararenesto@uol.com.br<br />

Os autores não apresentam qualquer tipo de <strong>in</strong>teresse comercial nos produtos ou equipamentos<br />

mencionados no texto.<br />

Recebido para publicação em 14.05.2010<br />

Última versão recebida em 07.11.2010<br />

Aprovação em 08.11.2010<br />

Nota Editorial: Depois de concluída a análise do artigo sob sigilo editorial e com a anuência dos<br />

Drs. Sérgio Kwitko e Adriana dos Santos Forseto sobre a divulgação de seus nomes como revisores,<br />

agradecemos suas participações neste processo.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O ceratocone é uma doença relativamente frequente com uma<br />

<strong>in</strong>cidência de 1 em 2.000 na população geral, afetando jovens<br />

pacientes (5) . Ao redor de 21% dos pacientes com ceratocone serão<br />

submetidos ao transplante de córnea (5) . Métodos atuais de tratamento,<br />

como os segmentos de anéis <strong>in</strong>tracorneanos, ceratectomia<br />

fotorrefrativa e o uso de lentes de contato apenas corrigem o erro<br />

refrativo não imped<strong>in</strong>do a progressão da doença (5) . Pela primeira<br />

vez, um novo tratamento baseado nas ligações cruzadas de colágeno<br />

com a ajuda da irradiação ultravioleta A e o fotoss<strong>in</strong>tetizador<br />

riboflav<strong>in</strong>a foi <strong>in</strong>troduzido. Este tratamento tem como objetivo <strong>in</strong>terferir<br />

no colágeno corneano de pacientes com ceratocone e<br />

mudar as propriedades biomecânicas <strong>in</strong>trínsecas deste colágeno,<br />

imped<strong>in</strong>do assim a progressão da doença (5) .<br />

PRINCÍPIO BÁSICO<br />

O CXL é um método largamente empregado na <strong>in</strong>dústria de<br />

polímeros para o endurecimento de materiais e também em bioengenharia<br />

para a estabilização de tecidos (5) .<br />

Usando UVA em um comprimento de onda de 370 nm e o<br />

fotoss<strong>in</strong>tetizador riboflav<strong>in</strong>a (Figuras 1 e 2), esta é excitada em seu<br />

estado triplo produz<strong>in</strong>do espécies reativas de oxigênio, pr<strong>in</strong>cipalmente<br />

oxigênio livre e em menor quantidade radicais de ânion<br />

superóxidos. O oxigênio livre reage com várias moléculas <strong>in</strong>duz<strong>in</strong>do<br />

ligações químicas covalentes e pontes entre grupos am<strong>in</strong>os das<br />

fibrilas de colágeno corneano (reação fotoquímica tipo II). O comprimento<br />

de onda de 370 nm foi escolhido porque é onde se dá o pico<br />

de absorção da riboflav<strong>in</strong>a (5) . A riboflav<strong>in</strong>a, vitam<strong>in</strong>a B2 (peso molecular<br />

de 376,37 g/mol (6) ), é um fotoss<strong>in</strong>tetizador não tóxico, solúvel<br />

em água e penetra facilmente no estroma corneano na ausência de<br />

epitélio (3) .<br />

TÉCNICA<br />

A técnica padrão para o procedimento do CXL corneano é a<br />

segu<strong>in</strong>te (6) : Início do procedimento em sala cirúrgica em condições<br />

Arq Bras Oftalmol. 2011;74(1):67-74<br />

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