Crossover de luxo Reciclagem de veículos Nova Saveiro Reparador ...

eparacao17.qxp 9/16/2009 11:42 AM Page 30
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ESPECIAL
Setembro de 2009 - Edição 17
www.reparacaoautomotiva.com.br
Reciclagem de veículos começa a
ser discutida no país
No entanto, o Brasil vai precisar buscar uma orientação, se a reciclagem
terá como foco o meio ambiente ou o combate à fraude
Textos: Silvio Rocha e Karin Fuchs
Desmanches a céu aberto,
altos índices nas estatísticas
de furtos e roubo de veículos
e comércio ilegal de peças automotivas
fazem parte da realidade brasileira
há muito tempo. O presidente
do Sindirepa-SP (Sindicato da
Indústria de Reparação de Veículos e
Acessórios do Estado de São Paulo),
Antônio Carlos Fiola, explica o porquê
que algumas iniciativas no
passado para a adoção de um modelo
de reciclagem no país não vingaram.
"A legislação ainda tem muitos
entraves para dar baixa de veículos.
Seria necessário mudar a lei. Hoje,
um carro que se envolveu em acidente
com vítima, por exemplo, fica
com implicação legal e a baixa do
mesmo pode levar anos, enquanto o
processo judicial perdurar. Não é à
toa que há muitos carros parados
nos pátios das prefeituras, o trâmite
ainda é muito lento. Além disso, em
qualquer país do mundo as taxas são
mais caras para veículos antigos e a
rigorosidade de manutenção preventiva
é maior, já no Brasil é exatamente
o contrário".
Fiola expõe a opinião do
Sindirepa-SP sobre o tema reciclagem
de veículos. "A reciclagem de
veículos deve levar em consideração
a questão ambiental, principalmente.
Contudo, o projeto deve ser estudado
e amplamente debatido antes que
entre em vigor. É um assunto delicado
que merece todo o cuidado. O
Sindirepa-SP busca orientar as
empresas associadas sobre as boas
práticas e também a conscientização
para adoção de processos que visam a
PARA FIOLA, DO SINDIREPA-SP, A RECICLAGEM DE
VEÍCULOS DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A
QUESTÃO AMBIENTAL
FOTOS: DIVULGAÇÃO
reduzir o impacto ambiental gerado
pelo setor da reparação de veículos.
Há uma preocupação muito grande
com essa questão. Por isso, o
Sindirepa-SP desenvolveu projeto
voltado à redução de impactos
ambientais nas oficinas. Quanto à
reciclagem de veículos, ainda não
temos conhecimento de um projeto
concreto, o importante é que haja um
envolvimento de toda a cadeia da
reposição automotiva e que a reciclagem
seja feita dentro de normas e
tenha acreditação do INMETRO,
assim será possível ter um programa
ecologicamente responsável".
Em nome do setor de autopeças,
Sergio Alvarenga, diretor do
Sindirepa-SP, em evento promovido
pelo Certa (Centro de Referência
Técnica Automotiva) e realizado em
meados do mês de junho na sede do
Cesvi Brasil (Centro de
Experimentação e Segurança Viária),
na capital paulista, afirmou que "a
posição da indústria não está fechada
sobre a questão da reciclagem de veículos.
Houve um ensaio nesse sentido
no passado, em 1997, mas agora o
momento é outro. O Brasil vai precisar
buscar uma orientação, se a reciclagem
terá como foco o meio
ambiente ou o combate à fraude.
Acredito que para isso a sociedade
tem que se manifestar".
Ainda sobre o assunto, o presidente
do Sindirepa-SP destaca dois
focos que devem ser amplamente
analisados: a preocupação com o
meio ambiente (maneira correta de
descontaminação de materiais) e o
destino das peças de segurança,
que não podem ser recolocadas
no mercado.
"A questão do meio ambiente
deve ser o principal fator a ser levado
em consideração, assim como acontece
na Europa. É por essa linha que o
Brasil deve seguir, pois será necessário
implantar um programa que dê a
destinação correta das peças, assim
como já é feito com óleo lubrificante
que tem legislação específica e controle
da ANP (Agência Nacional do
Petróleo). Deve haver um sistema de
rastreamento das peças, bem como
deverá existir um órgão para acreditar
e fiscalizar todo o processo".
Segundo Fiola, há várias maneiras
de combater o comércio ilegal de
autopeças no Brasil, uma delas é a
certificação compulsória acreditada
pelo INMETRO (Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial).
"Já existe um grupo de fabricantes
do Sindipeças (Sindicato Nacional da
Indústria de Componentes para
Veículos Automotores) que começou
o estudo de alguns componentes e a
ideia é, com o tempo, expandir para
todas as peças de reposição. A reciclagem
de veículos também pode ajudar
a combater o comércio de autopeças,
desde que seja feito um trabalho
muito bem estruturado e que o projeto
tenha acreditação de um órgão
como INMETRO", conta.
Por fim, o presidente do
Sindirepa-SP comenta a razão de o
Brasil ainda não ter um modelo de
reciclagem veicular, diferente do que
acontece na Espanha e Argentina, que
têm modelos próprios de reciclagem.
"Ainda não temos um modelo
definido para adotar. Esses países
estão mais avançados. Há muito para
fazer, é preciso estudar e avaliar um
projeto que seja coerente com a nossa
realidade, assim como acontece em
outras áreas, como a inspeção
ambiental veicular que já existe em
muitos países e só agora começa a ser
implantada no país".
Iniciativas no Brasil
Tanto em Brasília como em São
Paulo, dois projetos tratam o tema
reciclagem. Um deles, de autoria de
Reinaldo Nogueira (Projeto de Lei
4538/08), proíbe que carros considerados
como perda total sejam desmontados
e suas peças vendidas.
Assim, o carro segurado só poderá
ser vendido como sucata. Já o projeto
do deputado estadual Vanderlei
Siraque (nº 13.546/09) visa a legalizar
o funcionamento de estabelecimentos
comerciais de desmonte de
veículos automotores no Estado de
São Paulo. Pelo projeto, as autopeças
usadas e recondicionadas destinadas
à comercialização deverão ser gravadas
com os 17 caracteres integrantes
do número do chassi do veículo
(VIN) em baixo relevo.
Segundo o diretor de operações
do CESVI Brasil, José Aurélio
Ramalho, também existe uma premissa
para que seja criada uma lei
RAMALHO, DO CESVI BRASIL, DIZ QUE O
ASSUNTO É DISCUTIDO NO CENTRO DESDE 2001