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Língua Portuguesa e Literaturas em Língua ... - Colégio Platão

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GABARITO 1 - <strong>Língua</strong> <strong>Portuguesa</strong> e <strong>Literaturas</strong> <strong>em</strong><br />

<strong>Língua</strong> <strong>Portuguesa</strong>, <strong>Língua</strong> Estrangeira e Redação<br />

13. Leia as informações a seguir sobre a narrativa literária e<br />

assinale o que for correto.<br />

A Teoria da Literatura chama de narrativa literária o texto<br />

que, organizado <strong>em</strong> torno de um conflito ou mais de<br />

um, confere tratamento particular a el<strong>em</strong>entos que lhe<br />

são constitutivos, como narrador, personagens, espaço/<br />

ambiente, t<strong>em</strong>po e história. Tal tratamento constitui fator<br />

de distinção entre o que é considerado, ou não, literatura,<br />

<strong>em</strong> determinados momentos históricos.<br />

01) Toda narrativa pressupõe a figura de um narrador,<br />

ou seja, qu<strong>em</strong> conta a história, responsável por<br />

estabelecer o foco narrativo a partir do qual a<br />

história vai ser contada. Isso implica dizer que,<br />

n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre, o foco narrativo é o ponto de vista<br />

do narrador. A história pode ser contada por um<br />

narrador onisciente a partir do ponto de vista<br />

de uma personag<strong>em</strong> qualquer, b<strong>em</strong> como por<br />

um narrador <strong>em</strong> primeira pessoa, a partir de seu<br />

próprio ponto de vista ou de outr<strong>em</strong>. O romance<br />

Dom Casmurro, de Machado de Assis, é narrado<br />

<strong>em</strong> primeira pessoa pelo protagonista Bentinho.<br />

02) Considerada pela Teoria Literária um dos mais<br />

importantes el<strong>em</strong>entos constitutivos da narrativa,<br />

a personag<strong>em</strong> consiste na transposição de pessoas<br />

reais para o universo ficcional do texto. Assim, cada<br />

personag<strong>em</strong> de ficção encontra seu correspondente<br />

na realidade extraliterária. Isso, no entanto, não<br />

interfere na leitura, já que todas as informações<br />

necessárias à compreensão do texto estão nele<br />

presentes. Em O cobrador, de Rub<strong>em</strong> Fonseca, boa<br />

parte das personagens que integram os contos aí<br />

enfeixados é transposição direta de figuras reais<br />

marginalizadas, moradoras da periferia dos grandes<br />

centros.<br />

04) Uma das possíveis maneiras de se analisar o<br />

t<strong>em</strong>po de uma narrativa é a partir da duração da<br />

história. O narrador, no entanto, pode se posicionar<br />

de diferentes maneiras <strong>em</strong> relação ao t<strong>em</strong>po dos<br />

acontecimentos: pode narrar os fatos no mesmo<br />

t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que eles estão acontecendo; pode<br />

apresentá-los como já concluídos, intercalando<br />

presente e passado (flashback); ou, entre outras<br />

maneiras, pode adiantar acontecimentos (prolepses).<br />

Em Os ratos, de Dyonélio Machado, a história se<br />

passa num intervalo de aproximadamente vinte e<br />

quatro horas e é narrada <strong>em</strong> terceira pessoa de<br />

maneira presentificada; isso implica dizer que os<br />

fatos são narrados s<strong>em</strong> que haja distanciamento<br />

t<strong>em</strong>poral entre o momento <strong>em</strong> que ocorreram e o<br />

momento <strong>em</strong> que são contados.<br />

08) O espaço/ambiente consiste no cenário por onde<br />

circulam as personagens e onde se desenrola a<br />

história. Em alguns casos, pode alcançar status de<br />

personag<strong>em</strong>, como ocorre <strong>em</strong> O cortiço, de Aluísio<br />

Azevedo. Não raro, há relação entre a personag<strong>em</strong>,<br />

seu comportamento e o ambiente <strong>em</strong> que ela<br />

se insere. Em “Bugio moqueado”, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

conto de Monteiro Lobato, integrante da coletânea<br />

Negrinha, a sala de jantar, s<strong>em</strong>elhante a uma<br />

alcova, além de escura e abafada, rescendendo a<br />

um cheiro esquisito, nauseante, de carne mofada,<br />

exerce fundamental importância no modo como o<br />

protagonista avalia o anfitrião: “a secura e a má<br />

cara do facínora não davam azo à mínima expansão<br />

de familiaridade; e, ou fosse real ou efeito do<br />

ambiente, pareceu-me ele inda mais torvo <strong>em</strong> casa<br />

do que fora <strong>em</strong> pleno sol”.<br />

16) A história, também conhecida no âmbito da<br />

Teoria Literária como fábula, é o desenrolar dos<br />

acontecimentos. Geralmente, a história aparece<br />

centrada <strong>em</strong> um conflito, sendo este último<br />

responsável pelo nível de tensão da narrativa. Sendo<br />

assim, pode-se afirmar que a história do conto “O<br />

revólver da paixão”, de Nélida Piñon, integrante<br />

da coletânea O calor das coisas, gira <strong>em</strong> torno da<br />

paixão não correspondida da protagonista por um<br />

policial militar que acaba morto, vítima de crime<br />

passional executado com sua própria arma.<br />

Resposta: 13 - nível fácil.<br />

01) CORRETA. O comentário introdutório auxilia na<br />

resolução da questão, pois possibilita ao aluno lidar<br />

com as informações estabelecidas na cabeça da<br />

questão com o conhecimento que domina acerca<br />

da Teoria Literária. A proposição é bastante clara,<br />

objetiva e ex<strong>em</strong>plificativa.<br />

02) INCORRETA. Não há transposição de pessoas reais<br />

para o universo ficcional do texto, e <strong>em</strong> O Cobrador,<br />

Rub<strong>em</strong> Fonseca não faz a transposição direta de<br />

figuras reais marginalizadas.<br />

04) CORRETA. A proposição é bastante didática,<br />

descritiva e esclarecedora quanto à análise do<br />

t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> uma narrativa. A citação de Os ratos,<br />

de Dyonelio Machado, além de ex<strong>em</strong>plificar muito<br />

propriamente esse assunto, reforça e valoriza a<br />

presença do t<strong>em</strong>po na construção do enredo e suas<br />

implicações no desenrolar da história.<br />

08) CORRETA. Outra proposição muito b<strong>em</strong> criada,<br />

afinal além de clara, pontua com objetividade a<br />

importância do espaço dentro da narrativa. Ex<strong>em</strong>plo<br />

disso é o status de personag<strong>em</strong> conferido ao<br />

cortiço, na obra homônima, referência dentro do<br />

Naturalismo brasileiro. Tal importância é também<br />

constatada no conto Bugio Moqueado, de Monteiro<br />

Lobato, presente na coletânea Negrinha. Ali, o<br />

espaço é tão significativo que, a partir dele, t<strong>em</strong>-se<br />

uma gama de sensações que chegam a provocar<br />

náuseas no leitor.<br />

16) INCORRETA. Em O revólver da paixão, conto<br />

integrante de O calor das coisas, de Nélida Piñon,<br />

a história não “gira <strong>em</strong> torno da paixão não<br />

correspondida da protagonista por um policial militar<br />

que acaba morto”, mas sim <strong>em</strong> volta do sentimento<br />

singular que a amada t<strong>em</strong> pelo hom<strong>em</strong> a qu<strong>em</strong><br />

ama. O conto apresenta algumas das características<br />

marcantes da autora, como a introspecção e o fluxo<br />

de consciência, além da presença do intimismo na<br />

abordag<strong>em</strong> ou na apresentação das personagens.<br />

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