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revista portugesa de - Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos

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Rev Port Med Int 2009; Vol 16(2)<br />

equipamento utilizado (semelhante ao utilizado<br />

na HDI), prestando assistência nas 24h à<br />

equipa <strong>de</strong> enfermagem da UCI. Esta é uma<br />

técnica inovadora e simples <strong>de</strong> manusear, que<br />

implica uma menor carga <strong>de</strong> trabalho para os<br />

enfermeiros da unida<strong>de</strong>, comparativamente às<br />

técnicas contínuas. Por outro lado, ao utilizar o<br />

mesmo equipamento da HDI, permite um<br />

gasto económico substancialmente inferior ao<br />

das técnicas contínuas.<br />

MÉTODOS<br />

Foi realizado um inquérito duplamente cego a<br />

todos os médicos que trabalham em UCI no<br />

nosso hospital e que estiveram envolvidos em<br />

processos <strong>de</strong> início <strong>de</strong> SLED na sua UCI<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2006 até Setembro <strong>de</strong><br />

2007. Foram envolvidos os clínicos das duas<br />

UCIs do nosso centro, on<strong>de</strong> a técnica <strong>de</strong><br />

SLED está implementada. A cada médico foi<br />

entregue um questionário escrito com seis<br />

perguntas <strong>de</strong> resposta múltipla on<strong>de</strong> o clínico<br />

era indagado sobre as vantagens da<br />

realização <strong>de</strong> SLED em UCI, a importância<br />

<strong>de</strong>sta técnica comparativamente com outras<br />

existentes, o grau <strong>de</strong> conhecimentos em<br />

relação à SLED após 12 meses <strong>de</strong> contacto<br />

com a técnica e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação<br />

dirigida.<br />

RESULTADOS<br />

Realizaram-se 329 tratamentos em 43 doentes<br />

durante o período <strong>de</strong> 12 meses consi<strong>de</strong>rado.<br />

Foram entregues 14 questionários aos<br />

médicos das duas UCIs que utilizam a SLED.<br />

Após recolha e uniformização dos dados<br />

recolhidos, verificou-se que todos os médicos<br />

consi<strong>de</strong>raram haver benefícios no uso <strong>de</strong><br />

SLED no doente crítico. A maioria dos<br />

médicos (71,4%) consi<strong>de</strong>rou que a técnica<br />

seria mais económica e menos “labour<br />

intensive” (64,2%), em comparação com as<br />

técnicas contínuas. Uma outra vantagem<br />

apontada por 35,7% dos indagados, foi o facto<br />

da SLED, sendo um tratamento intermitente,<br />

permitir a <strong>de</strong>slocação do doente para fora da<br />

UCI. Por último, um melhor controlo da<br />

volemia foi referido por 28,6% dos médicos.<br />

Dez clínicos (71,4%) consi<strong>de</strong>raram que a<br />

SLED po<strong>de</strong>ria substituir uma percentagem<br />

significativa das técnicas contínuas e 8<br />

(57,1%) referiram que po<strong>de</strong>ria ter um papel<br />

intermédio entre as técnicas contínuas e a<br />

diálise intermitente. Dez dos 14 médicos<br />

questionados (71,4%) consi<strong>de</strong>raram ter um<br />

grau <strong>de</strong> conhecimentos insuficiente em relação<br />

à SLED e todos acharam fundamental a<br />

existência <strong>de</strong> sessões <strong>de</strong> formação em SLED.<br />

Foi também unânime a opinião <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a<br />

SLED como opção perante um doente com<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> substituição da<br />

função renal, mas tendo sempre presente o<br />

estado hemodinâmico e volémico do mesmo.<br />

DISCUSSÃO<br />

A SLED constitui uma alternativa eficaz,<br />

segura e vantajosa relativamente às<br />

estratégias clássicas <strong>de</strong> substituição da função<br />

renal em doentes críticos [3] . Sendo uma<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento intermitente, facilita<br />

a <strong>de</strong>slocação dos pacientes, permitindo uma<br />

melhor compliance na realização <strong>de</strong> exames<br />

ou procedimentos fora da UCI, sem interferir<br />

com a dose <strong>de</strong> diálise fornecida. Por outro<br />

lado, a utilização <strong>de</strong> baixos débitos<br />

sanguíneos e baixas taxas <strong>de</strong> ultrafiltração,<br />

permite uma mais fácil manutenção do<br />

equilíbrio hemodinâmico e <strong>de</strong> solutos, factores<br />

que são essenciais ao tratamento do doente<br />

crítico. Para que a implementação <strong>de</strong>sta<br />

técnica seja simples e bem sucedida, é<br />

fundamental uma cooperação sinérgica entre<br />

as diversas partes intervenientes no processo,<br />

nomeadamente os intensivistas, nefrologistas<br />

e ambas as equipas <strong>de</strong> enfermagem. A<br />

aquisição <strong>de</strong> conhecimentos e formação dos<br />

profissionais sobre o funcionamento e<br />

manuseamento da técnica são essenciais para<br />

uma correcta prática médica e para uma<br />

implementação com sucesso da SLED na UCI.<br />

1. Marshall MR, Golper TA, Shaver MJ, Alam MG,<br />

Chatoth DK. Sustained low-efficiency dialysis for<br />

critically ill patients requiring renal replacement<br />

therapy. Kidney Int 2001;60:777 -785<br />

2. Marshall MR, Ma T, Galler D, Rankin APN,<br />

Williams AB. Sustained low-efficiency daily<br />

diafiltration (SLEDD -f) for critically ill patients<br />

requiring renal replacement therapy: towards an<br />

a<strong>de</strong>quate therapy. Nephrol Dial Transplant<br />

2004;19:877 -884<br />

3. Vanhol<strong>de</strong>r R, Van Biesen Wim, Lameire N. What<br />

Is the Renal Replacement Method of First Choice<br />

for Intensive Care Patients? JASN 2001;12:S40-<br />

S43<br />

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