revista portugesa de - Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos
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Rev Port Med Int 2009; 16(2)<br />
Figura 6: HDFVVC com citrato <strong>de</strong> sódio<br />
Nos doentes submetidos a TCSR com citrato<br />
<strong>de</strong> sódio <strong>de</strong>vemos estar atentos às<br />
complicações <strong>de</strong>scritas na literatura.<br />
Assim avaliamos com frequência:<br />
- pH<br />
- Electrólitos<br />
- Eventuais efeitos secundários:<br />
Hipernatrémia, Alcalose metabólica,<br />
Hipocalcémia e Intoxicação por citrato<br />
A intoxicação pelo citrato po<strong>de</strong> surgir quando<br />
este não é metabolizado. Esta complicação<br />
<strong>de</strong>ve ser suspeitada sempre que o ratio Ca<br />
total/Cai > 2,5.<br />
RESULTADOS<br />
Iniciámos esta anticoagulação em 2006 e até<br />
Agosto <strong>de</strong> 2009 utilizámo-la em 30 doentes: 18<br />
em HFVVC e 12 em HDFVVC<br />
Realizaram-se 84 sessões num total <strong>de</strong> 4.516<br />
h <strong>de</strong> TCSR. O tempo médio <strong>de</strong> filtro foi 53,7 h<br />
(8-140 h). Observámos um controle metabólico<br />
a<strong>de</strong>quado com diminuição da retenção<br />
azotada em todos os doente, bom equilíbrio<br />
ácido-base, com evolução <strong>de</strong> pH para valores<br />
clinicamente aceitáveis em todos os doentes,<br />
sem modificação da PaCO2 e com elevação<br />
<strong>de</strong> HCO3. Não se observaram alterações da<br />
coagulação.<br />
Como complicações registou-se num doente<br />
hipocalcémia com tetania e outro com alcalose<br />
metabólica, ambos na primeira sessão.<br />
O controlo do Cai foi fácil <strong>de</strong> estabelecer com<br />
estabilização <strong>de</strong>ntro dos valores pretendidos<br />
logo após o início da técnica dialítica.<br />
A mortalida<strong>de</strong> na UCI foi <strong>de</strong> 50% e hospitalar<br />
<strong>de</strong> 69% inferior à do grupo da heparina mas<br />
sem peso estatístico.<br />
CONCLUSÃO<br />
Revendo a literatura e pela experiência<br />
adquirida nestes 3 anos po<strong>de</strong>mos concluir que<br />
a evolução na anticoagulação com citrato <strong>de</strong><br />
Na tem sido muito positiva. È actualmente<br />
segura, com baixo risco <strong>de</strong> complicações,<br />
nomeadamente hemorrágicas <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong><br />
apenas fazer anticoagulação regional. As<br />
novas soluções permitem uma utilização fácil,<br />
com monitorizações simples e <strong>de</strong> fácil acesso<br />
em ambiente <strong>de</strong> Medicina Intensiva.<br />
Consegue-se aumento do tempo <strong>de</strong> filtro,<br />
aumento da eficiência da técnica, redução na<br />
carga <strong>de</strong> trabalho a nível da equipa <strong>de</strong><br />
enfermagem e possivelmente com impacto<br />
positivo nos custos.<br />
É uma boa opção no doente com risco<br />
hemorrágico assim como alternativo à<br />
heparina nos doentes em que o filtro coagula<br />
com frequência.<br />
Outros caminhos <strong>de</strong> investigação vão surgindo<br />
como o seu eventual papel na<br />
imunomo<strong>de</strong>lação e interferência no outcome.<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
1. Wan L e al. The pathogenesis of septic acute<br />
renal failure. Curr Opin Crit Care. 2003 Dec; 9 (6):<br />
496-502.<br />
2. P. Metnitze al. Effect of acute renal failure<br />
requiring renal replacement therapy on outcome in<br />
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