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07 e08 FEV08

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Fingal, op.26 (estreada em Londres, a 14 de Maio de 1832), enquadra-se<br />

no esquema da forma designada por allegro de sonata (então teorizada<br />

por alguns seguidores dos paradigmas beethovenianos), misturada com<br />

a circularidade introduzida pela utilização cíclica do motivo introdutório<br />

da obra. Nesta abertura, é de destacar a utilização dos recursos técnicos<br />

disponíveis na enfatização do Sublime, em especial pela valorização de<br />

alguns elementos na orquestração. Com A gruta de Fingal, o Sublime<br />

romântico começa a integrar os consumos musicais europeus das salas<br />

de concerto a partir das representações orquestrais do locus horrendus.<br />

Franz Schubert<br />

Viena, 31 de Janeiro de 1797<br />

Viena, 19 de Novembro de 1828<br />

Sinfonia N.º 3, em Ré maior, D.200<br />

(c. 25 min.)<br />

A sinfonia no início do Romantismo: entre Beethoven e o passado<br />

4<br />

A afirmação de Beethoven enquanto expoente máximo da produção<br />

sinfónica a partir do início do século XIX e a sua mitificação enquanto<br />

génio vivo impuseram relevantes constrangimentos à produção sinfónica<br />

vienense da época. Apesar de nessa cidade residirem alguns dos<br />

principais codificadores musicais do tardo-classicismo (o grupo posteriormente<br />

designado por Primeira Escola de Viena ou Clássicos Vienenses),<br />

esta encontrava-se afastada dos principais circuitos de apresentação<br />

associados à profissionalização das orquestras. Paralelamente, as estruturas<br />

sociais e culturais do Império Austro-Húngaro (no qual o mecenato<br />

aristocrático era central para a criação de contextos de apresentação<br />

musical) foram reconfiguradas com as Invasões Napoleónicas. A mudança<br />

dos públicos de Viena nas primeiras décadas do século XIX introduziu<br />

importantes alterações no panorama musical. A figura de Franz Schubert<br />

encontra-se associada aos novos paradigmas de socialização pós-napoleónica<br />

e à mudanças introduzidas no sistema de produção musical vienense.<br />

O compositor integrou na infância as estruturas imperiais de ensino<br />

e apresentação musical. Contudo, os anos imediatamente posteriores à<br />

sua saída do seminário foram determinantes para o seu percurso, pois o<br />

compositor criou uma rede de conhecimentos que se tornaram extremamente<br />

relevantes para a sua produção musical. O ambiente das tabernas<br />

e dos salões, bem como a integração e reformulação das músicas popular<br />

e militar na Viena do início do século XIX apresenta-se como o principal<br />

contexto de actividade do compositor à época.<br />

Deve ser destacada a relevância das microformas na produção<br />

schubertiana (lied, obras para piano de reduzidas dimensões – como

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