Presskit - Alambique Filmes

Sem ser um filme de época, My Little Princess evoca com subtileza esse momento de vertigem e encarna-o nesta estranha
mulher, filmada sem ódio e sem piedade. Neste retrato de época, a realizadora serve-se de uma galeria de papéis
secundários masculinos, entre os quais os personagens interpretados por Denis Lavant, Louis-Do de Lencquesaing ou Pascal
Bongard rivalizam em cobardia e hipocrisia.
Como em todos os contos de fadas, é preciso uma criança para enfrentar o monstro. Eva Ionesco encontrou em Anamaria
Vartolomei uma intérprete surpreendente. A actriz tem a idade do seu personagem no início do filme: 10 anos. O argumento
desenrola-se ao longo de vários anos e dir-se-ia que a vemos envelhecer. Violetta tem de perder a inocência e tirar as
medidas à mãe para se salvar. No castelo de um lorde inglês que se assemelha a uma estrela de rock decadente (a menos
que seja o contrário), acaba por encontrar coragem para enfrentar a mãe, como se a bela adormecida acordasse sozinha
e atravessasse a floresta de espinhos sem a ajuda do príncipe encantado.
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My Little Princess, o primeiro filme de Eva Ionesco, foi feito para dizer mal da sua mãe? Não é de excluir essa hipótese, é até
provável. Mas o sucesso do filme consiste em não se ficar por aí. - Les Inrocks
O sucesso da primeira longa-metragem de Eva Ionesco está muito para além da acusação incriminatória que parece ser.
Cahiers du Cinéma
Será por ser encarado como uma ficção que o filme consegue ter uma ginástica, à partida, impossível? Dizer tudo mas sem
incriminar totalmente, chegar ao cúmulo de mostrar e desmontar a manipulação insuportável, não deixando de partilhar
o perfume venenoso de uma época nesta aventura a dois (...) - Libération
Eva Ionesco nunca recuperou destas imagens diabólicas mas conseguiu filmar com distância e pudor consideráveis o seu
percurso doloroso, obtendo um conto de fadas horrendo, mordaz e aterrador. - Le Figaroscope