TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece
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informações distorcidas da realidade e apenas reproduzem o que lhes é conveniente, portanto,<br />
há o cuidado com a utilização desse recurso metodológico e a importância da confrontação<br />
com o empírico.<br />
Assim, os trabalhos de campo proporcionaram a aproximação com o cotidiano no<br />
perímetro irrigado, bem como em suas áreas ao entorno. Observamos a infraestrutura dos<br />
sistemas técnicos utilizados na agricultura irrigada, a dinâmica econômica no Distrito de<br />
Irrigação Baixo Acaraú – DIBAU e sua relação com os produtores, a localização estratégica<br />
de estabelecimentos comerciais relacionados à atividade agrícola nos municípios onde o<br />
projeto está localizado e os conflitos existentes no objeto em estudo, resultando, dessas<br />
visitas, mapas 11 , vídeos-documentários, registros fotográficos e entrevistas.<br />
As longas horas de entrevistas foram transcritas, em parte, durante o texto. Todas<br />
foram identificadas em notas de rodapé ao longo da dissertação, indicando o local, período e<br />
participação do entrevistado no perímetro irrigado. Pelo intenso e interessante conteúdo<br />
político que elas possuem, optamos por preservar a identidade de alguns entrevistados, por<br />
acreditarmos que as informações lhes pudessem prejudicar de alguma forma. Outras pessoas,<br />
entretanto, por consentimento das próprias ou, ainda, por não apresentarem informações<br />
comprometedoras, foram citadas no transcorrer do trabalho.<br />
Percebemos que, no lugar de apenas interpretá-los, utilizar as falas desses agentes<br />
sociais, com a riqueza de detalhes que repassam e com a ideologia que demonstram,<br />
colaboraria significativamente para o entendimento do real, com base neles mesmos,<br />
envolvidos na teia da modernização da agricultura, dando-lhes “voz”.<br />
Assim, durante os meses, principalmente, de agosto e dezembro de 2009,<br />
concentraram-se as entrevistas. Percorrendo as instituições públicas, os municípios atingidos e<br />
os lotes agrícolas, foram abordados representantes do Estado, líderes comunitários, população<br />
local, empresários de estabelecimentos comerciais relacionados à agricultura irrigada,<br />
trabalhadores rurais, agricultores familiares camponeses, profissionais agrícolas (técnicos<br />
agropecuários) e empresários do agronegócio. Os três últimos compõem o grupo de irrigantes<br />
do Perímetro Irrigado Baixo Acaraú, onde entrevistamos 56 pessoas.<br />
11 A fim de espacializar e sintetizar as informações levantadas e discutidas em campo, elaboramos dois mapas.<br />
O primeiro é o mapa de localização e acesso ao Perímetro Irrigado Baixo Acaraú, destacando a delimitação da<br />
área, sua abrangência nos municípios e as principais vias de acesso, em escala de 1:30.000. O segundo é o mapa<br />
representando o território do perímetro irrigado, que agrupa os principais agentes sociais presentes, em escala<br />
1:50.000. Tais representações tiveram como principais bases: a planta do perímetro irrigado obtida junto ao<br />
DIBAU, referente ao ano de 2008, a divisão municipal do Estado do Ceará (IBGE) e a divisão das bacias e<br />
principais rios do Ceará, junto à COGERH.