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TEREZA SANDRA LOIOLA VASCONCELOS ... - Uece

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2.1 A reestruturação socioespacial do território cearense<br />

A evolução diferencial que marca as sociedades traz consigo características<br />

temporais específicas, expressas pela produção material e imaterial e pelas próprias relações<br />

sociais. Essa dinâmica acontece no espaço e é influenciada por ele mesmo, o que corresponde<br />

às palavras de Lefèbvre (2006, p. 9):<br />

Se o espaço (social) intervém no modo de produção, ao mesmo tempo efeito, causa<br />

e razão, ele muda com esse modo de produção! Fácil de compreender: ele muda<br />

com “as sociedades”, se se quiser exprimir assim. Há, pois, uma história do espaço.<br />

(Como do tempo, dos corpos, da sexualidade, etc.). História ainda por escrever.<br />

As diferenciações entre os espaços sociais produzidos constituem o que Santos<br />

(1980) denomina como formação socioespacial 12 de cada subespaço do Estado-Nação,<br />

formado pelo tripé: espaço, história e especificidades, com base no que Marx (1968, p. 204)<br />

compreende:<br />

(...) o que distingue as diferentes épocas econômicas não é o que se faz, mas como,<br />

com que meios de trabalho se faz. Os meios de trabalho servem para medir o<br />

desenvolvimento da força humana de trabalho e além disso, indicam as condições<br />

sociais em que se realiza o trabalho.<br />

Assim, para que se estabeleça a diferenciação entre uma sociedade e outra, é<br />

necessário o conhecimento dos meios de produção (técnicas) e do modo de produção,<br />

mediados pelo trabalho, interferindo nas relações sociais, ideia esclarecida por Moreira (2007,<br />

p. 65), ao nos dizer que<br />

(...) a formação espacial deriva de um duplo conjunto de interações que existem de<br />

forma necessariamente articulada: a) o conjunto das interações homem-meio; e b) as<br />

interações homem-homem. Tais interações ocorrem simultânea e articuladamente,<br />

sendo, na verdade, duas faces de um mesmo processo.<br />

12 Segundo Santos (1980, p. 192) “é através de cada Formação Social que se cria e recria, em permanência, uma<br />

ordem espacial de objetos que é paralela à ordem econômica, à ordem social, à ordem política, todas essas<br />

ordens atribuindo um valor próprio, particular, às coisas, aos homens e às ações promanando dela. Por isso, a<br />

Formação Social constitui o instrumento legítimo de explicação da sociedade e do espaço respectivo”. Conforme<br />

Moreira (2007, p. 67), “a formação espacial é o todo estrutural do espaço produzido. (...), é a própria formação<br />

econômica - social em sua expressão espacial, contendo a estrutura e as leis de movimento desta”. Para Lima<br />

(2008, p. 4), “o presente se faz no espaço produzido por gerações, tanto no uso do território vivido, como nas<br />

relações sociais e nos valores forjados no tempo. Isso pode se resumir como formação socioespacial, base para<br />

compreender o espaço social”.

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