NOV | DEZ 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE ... - Unimep
NOV | DEZ 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE ... - Unimep
NOV | DEZ 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE ... - Unimep
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
OPINIÃO<br />
7<br />
SOBRE EDUCAÇÃO<br />
Edivaldo Bortoleto<br />
O ato de educar é essencialmente<br />
humano. Educar (do latim educare) significa:<br />
criar, alimentar, amamentar; ter<br />
cuidado com, cuidar de; educar, instruir,<br />
ensinar. Estes gestos que o signo verbal<br />
educar sugerem são gestos, atos e formas<br />
do humano. Somente o homem e,<br />
tão somente ele, carece destes gestos para<br />
poder manter-se e prosseguir enquanto<br />
espécie. Diferentemente dos animais que,<br />
em mesmo alimentando, amamentando,<br />
cuidando de suas crias, não o fazem num<br />
universo culturalmente simbólico e de intencionalidades.<br />
O ser humano, desde os seus primórdios<br />
nas comunidades tribais até hoje, sempre<br />
necessitou da educação – em suas formas<br />
mais difusas e em suas formas mais formais<br />
e sistematizadas – da mediação de um<br />
alguém para o gesto do ensinar enquanto<br />
ato de cuidado.<br />
A educação em sociedade humana, é<br />
sempre relação de influências entre grupos,<br />
indivíduos que afeta o desenvolvimento das<br />
pessoas. É portanto, uma prática social<br />
que afeta a personalidade das pessoas. E,<br />
a mediação de um alguém, aí na relação de<br />
influências no âmbito do tecido social, será<br />
o professor. A figura do professor terá ao<br />
longo da história humana, principalmente<br />
no horizonte do mundo ocidental, muitas<br />
imagens, sentidos e significações.<br />
Entre os séculos 16 ao 18 na Europa<br />
ocidental, a educação estava nas mãos<br />
das ordens religiosas, responsáveis pela<br />
formação dos primeiros mestres e das primeiras<br />
escolas. Já, a partir do século 19, o<br />
Estado começa a se interessar pela escola<br />
e pela formação do professor, dando aí<br />
um caráter mais público.<br />
No Brasil, tem-se que reconhecer que,<br />
será com os jesuítas, que a “primeira educação”<br />
será realizada no período colonial<br />
até, praticamente, no período imperial.<br />
Mas, será a partir de 1835, com a criação<br />
da Escola Normal de Niterói, então capital<br />
da Província do Rio de Janeiro, que<br />
poderemos começar a falar da formação e<br />
da profissionalização do professor.<br />
Na <strong>Unimep</strong>, com sua vocação para<br />
o ensino e à formação de professores,<br />
vamos encontrar em sua Política de Licenciaturas,<br />
esta marca que a liga à longa<br />
tradição ocidental e à longa tradição<br />
brasileira, descritas acima, de se colocar<br />
ética e cuidadosamente, no zelo de defesa<br />
da escola para todos com qualidade, e,<br />
fundamentalmente, em seu compromisso<br />
ético e político de formar professores com<br />
qualidade em seus aspectos pedagógico,<br />
antropológico, ético e político.<br />
A sua marca e traço presentes em sua<br />
Política Acadêmica faz da <strong>Unimep</strong> uma<br />
Instituição que quer contribuir à realidade<br />
brasileira na formação do professor, cuja<br />
profissionalização e vocação, passam pela<br />
necessidade da formação de professores<br />
entendidos como intelectuais transformadores,<br />
portanto. A <strong>Unimep</strong> vê na imagem<br />
do professor, um sujeito cuja prática, é<br />
fundamentalmente social e transformadora,<br />
principalmente no contexto da escola<br />
para todos, em que sua ação se desenvolve<br />
na perspectiva de uma sociedade<br />
aprendente, cuja tarefa do professor é aí,<br />
a de auxiliar na mediação dos saberes e na<br />
construção de outras realidades saídas das<br />
mãos dos alunos.<br />
Edivaldo Bortoleto<br />
Coordenador do curso de filosofia<br />
Ilustração: Leo Zandoval