You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
14<br />
liberda<strong>de</strong>, que surge como necessida<strong>de</strong> do indivíduo para a preservação dos seus<br />
interesses na Socieda<strong>de</strong> Civil. Neste sentido, ele é a vonta<strong>de</strong> do hom<strong>em</strong> enquanto<br />
quer ser livre, a própria manifestação do Espírito Objetivo, da vonta<strong>de</strong> regida pela<br />
razão que lhe confere liberda<strong>de</strong>:<br />
[...] é o racional <strong>em</strong> si e para si: esta unida<strong>de</strong> substancial é um fim próprio<br />
absoluto, imóvel, nele a liberda<strong>de</strong> obtém o seu valor supr<strong>em</strong>o, e assim este<br />
último fim possui um direito soberano perante os indivíduos que <strong>em</strong> ser<strong>em</strong><br />
m<strong>em</strong>bros do Estado têm o seu mais elevado <strong>de</strong>ver. (HEGEL, 1997, p. 217)<br />
Se o Estado é a própria razão encarnada no mundo, não há verda<strong>de</strong> fora<br />
<strong>de</strong>le, e o indivíduo só atinge seus fins como m<strong>em</strong>bro do Estado, que é seu fim<br />
supr<strong>em</strong>o, condição e fim <strong>de</strong> quaisquer outros fins. No entanto, no Estado:<br />
[...] n<strong>em</strong> o universal t<strong>em</strong> valor e é realizado s<strong>em</strong> o interesse, a consciência e<br />
a vonta<strong>de</strong> particulares, n<strong>em</strong> os indivíduos viv<strong>em</strong> como pessoas privadas<br />
unicamente orientadas pelo seu interesse e s<strong>em</strong> relação com a vonta<strong>de</strong><br />
universal; <strong>de</strong>ste fim são conscientes <strong>em</strong> sua ativida<strong>de</strong> individual. (HEGEL,<br />
1997, p. 225-226).<br />
Isto significa que o Estado só existe <strong>de</strong>vido ao interesse dos indivíduos, e<br />
o interesse <strong>de</strong>stes só po<strong>de</strong> ser realizado porque existe o Estado. Como este é a<br />
própria concretização da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada pela razão, os <strong>de</strong>veres que <strong>de</strong>le<br />
advêm são necessários e incondicionados, enquanto todas as necessida<strong>de</strong>s<br />
individuais são meramente contingentes, pois advêm do instinto “purificado”, que<br />
condiciona a vonta<strong>de</strong> humana. Isto porque no <strong>de</strong>ver para com o Estado, “o que<br />
importa é a relação do princípio, que não repousa <strong>em</strong> ‘coisas’, mas num universal, o<br />
da liberda<strong>de</strong> do hom<strong>em</strong>.” (SOARES, 2009, p. 189).<br />
Disto se segue que “o Estado é a marcha <strong>de</strong> Deus no mundo e o seu<br />
fundamento é o po<strong>de</strong>r da razão que se realiza como vonta<strong>de</strong>.” (HEGEL, 1997, apud<br />
SOARES, 2009, p. 186). Ele se manifesta subjetivamente como patriotismo, que é o<br />
sentimento: