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Diz-lhe Jesus : Sou eu, aquele que fala contigo - Equipes Notre-Dame

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COLLEGE ROMA<br />

21 de janeiro de 2009<br />

P.Angelo Epis<br />

- “Eu sou”<br />

A resposta: "<strong>Sou</strong> <strong>eu</strong>, <strong>a<strong>que</strong>le</strong> <strong>que</strong> <strong>fala</strong> <strong>contigo</strong>", não significa simplesmente: <strong>eu</strong> sou o Messias,<br />

por<strong>que</strong> nós sabemos <strong>que</strong> na Bíblia o nome "Eu sou" é o nome de D<strong>eu</strong>s. É na profundidade do s<strong>eu</strong> mistério,<br />

<strong>que</strong> <strong>Jesus</strong> se apresenta: ele está no mesmo plano de D<strong>eu</strong>s. O dom <strong>que</strong> <strong>lhe</strong> promet<strong>eu</strong>, portanto, não é uma<br />

"coisa"; a água viva não é uma coisa, mas é <strong>Jesus</strong> Cristo revelador do Pai; <strong>a<strong>que</strong>le</strong> “Eu sou" <strong>que</strong> no Éxodo<br />

tinha se manifestado no fogo, agora está aqui, tornado visível no rosto de <strong>Jesus</strong>.<br />

É uma solene proclamação messiânica, uma explicita auto-revelação de <strong>Jesus</strong>, <strong>que</strong> ousa fazer sua<br />

uma expressão com a qual JHWH se revelava a Israel. <strong>Jesus</strong> declara ser <strong>a<strong>que</strong>le</strong> <strong>que</strong> cumpre as<br />

expectativas dos samaritanos. Eles se inspiravam em modo particular no D<strong>eu</strong>teronômio (18, 15-18): «Um<br />

profeta dos t<strong>eu</strong>s, dentre t<strong>eu</strong>s irmãos, como <strong>eu</strong>, o Senhor t<strong>eu</strong> D<strong>eu</strong>s suscitará para ti; vós o escutareis. O<br />

Senhor me disse: suscitarei um profeta como tu, dentre s<strong>eu</strong>s irmãos. Porei minhas palavras em sua boca,<br />

ele <strong>lhe</strong>s dirá o <strong>que</strong> <strong>eu</strong> <strong>lhe</strong> mandar». Eles esperam o Messias como o novo Moisés: será profeta, indicará a<br />

verdade, revelará cada coisa <strong>que</strong> agora está escondida, ensinará a lei aos jud<strong>eu</strong>s e a todo o mundo. E o<br />

esperavam como um líder político, o restaurador do estado de Israel.<br />

«<strong>Sou</strong> <strong>eu</strong>», não é, portanto, uma simples declaração de identidade, é uma declaração teológica. Ela<br />

deve ser compreendida à luz de Éxodo 3,13ss. «Quando fores ao faraó, ao t<strong>eu</strong> povo, dirás: "Eu sou o <strong>que</strong><br />

sou, Eu sou». Deve ser entendida também à luz dos acontecimentos no Jardim das Oliveiras quando os<br />

soldados do templo estão para prender <strong>Jesus</strong>: «<strong>Sou</strong> <strong>eu</strong>», responde. Os soldados caem por terra; estão na<br />

presença de D<strong>eu</strong>s. (Jo 18,5). «Eu sou», «<strong>Sou</strong> <strong>eu</strong>» é o nome de D<strong>eu</strong>s.<br />

É a identidade profunda de <strong>Jesus</strong>, <strong>Jesus</strong> filho de D<strong>eu</strong>s, <strong>Jesus</strong> D<strong>eu</strong>s, isto é diz à mu<strong>lhe</strong>r de Samaria:<br />

«Não só esperas o Messias <strong>que</strong> revelará tudo, mas "Eu sou o Messias", "<strong>Sou</strong> D<strong>eu</strong>s"». Estamos na mesma<br />

revelação da sarça ardente. Assim <strong>que</strong> vai se abrindo ao Espírito, a Samaritana descobre no jud<strong>eu</strong> <strong>que</strong> <strong>lhe</strong><br />

pede água, um personagem misterioso maior <strong>que</strong> o Pai Abraão, um profeta capaz de ler em s<strong>eu</strong> coração e<br />

na sua vida, o Messias <strong>que</strong> deve vir. E fica claro, então, <strong>que</strong> a esta altura a Samaritana não tem mais saída,<br />

por<strong>que</strong> está diante da Verdade absoluta. Ou aceita a pessoa de <strong>Jesus</strong> Cristo por aquilo <strong>que</strong> é ou a recusa.<br />

Deve rever toda a sua vida à luz do encontro feito. <strong>Jesus</strong> não aceita as meias medidas. Ao fim do encontro<br />

se proclamará o Salvador do mundo. Portanto, <strong>Jesus</strong> não é somente <strong>a<strong>que</strong>le</strong> através do qual D<strong>eu</strong>s salva,<br />

mas é ele mesmo o Salvador do mundo. E revela à Samaritana <strong>que</strong> não só D<strong>eu</strong>s dá a vida por meio dele,<br />

mas <strong>que</strong> a dá ele mesmo. É ele <strong>que</strong> dá a vida, é a água viva <strong>que</strong> mata a sede, <strong>que</strong> tira toda sede. Isto é<br />

muito importante também para nós por<strong>que</strong> o Senhor nos coloca diante de uma pergunta <strong>que</strong> o próprio<br />

<strong>Jesus</strong> foi o primeiro a fazer aos s<strong>eu</strong>s apóstolos. Em Cesaréia de Felipe, um dia perguntou: «Quem dizem os<br />

homens <strong>que</strong> <strong>eu</strong> sou?». E logo depois: «E vós, <strong>que</strong>m dizeis <strong>que</strong> <strong>eu</strong> sou?». Eis a profissão de fé de Pedro:<br />

«Tu és o Cristo, o filho de D<strong>eu</strong>s» (Mt 16,13-20).<br />

- Encontrar <strong>Jesus</strong> Cristo.<br />

O encontro pessoal com <strong>Jesus</strong> muda a vida da mu<strong>lhe</strong>r de Samaria. A pergunta: “E vós, <strong>que</strong>m dizeis<br />

<strong>que</strong> <strong>eu</strong> sou?”, é a<strong>que</strong>la <strong>que</strong> todos os cristãos devem necessariamente se pôr, para poder viver a própria<br />

experiência de fé, isto é: <strong>que</strong>m é <strong>Jesus</strong> Cristo para mim, por<strong>que</strong> devo recebê-lo em minha vida? Por<strong>que</strong> a<br />

Samaritana deve aco<strong>lhe</strong>r a revelação <strong>que</strong> <strong>lhe</strong> faz <strong>Jesus</strong>? «Quem é este <strong>Jesus</strong>?»: é a pergunta fundamental<br />

da nossa experiência de fé. Se não a enfrentarmos, será difícil levar adiante uma experiência significativa<br />

de fé. A nossa experiência nas equipes, escreve p. Caffarel, nos deve conduzir ao encontro pessoal com<br />

<strong>Jesus</strong>. “Contentar-se em permanecer na multidão <strong>que</strong> rodeia Cristo sem procurar ter um contato pessoal<br />

com Ele, sem tecer relações pessoais com Ele, seria mostrar muita indiferença (carta de maio de 1954)”.<br />

O cristianismo não é só uma religião, mas é o encontro com uma pessoa. A religião é o esforço do<br />

homem para alcançar D<strong>eu</strong>s, um caminho <strong>que</strong> vai do homem até D<strong>eu</strong>s. O cristianismo é D<strong>eu</strong>s <strong>que</strong> alcança o<br />

homem, é D<strong>eu</strong>s <strong>que</strong> encontra o homem. E não é possível viver a experiência de fé a não ser realizando um<br />

encontro. Muitas vezes também a nossa preparação catequística e catequética, o nosso conhecimento da<br />

fé, chega ao ponto de não dizer mais nada: por<strong>que</strong> o cristianismo não pode ser reduzido a uma doutrina. O<br />

cristianismo é um encontro, é o encontro entre <strong>eu</strong> e <strong>Jesus</strong>, pessoalmente.<br />

Muitas vezes o nosso ser equipe pára na aplicação de um método como se fosse um remédio da<br />

vida. É Cristo a curar, confortar, dar força à nossa vida! A respeito de uma fé superficial, escreve p. Caffarel:<br />

« Este sintoma inquietante estará em sua vida cristã – <strong>que</strong> é, <strong>que</strong> deve ser união com Cristo ? O Cristo <strong>lhe</strong>s<br />

<strong>fala</strong>, Estão escutando? Lêem e relêem o Evangelho, a sua mensagem, para entrar em comunicação com<br />

Ele? O essencial de uma mensagem é tornar praticável um percurso rumo aos sentimentos e aos<br />

pensamentos profundos do s<strong>eu</strong> autor: É assim <strong>que</strong> vocês lêem o Evangelho? Para além das palavras e dos<br />

exemplos, descobrem o pensamento vivo do Filho de D<strong>eu</strong>s, percebem as batidas do Coração eterno,<br />

estabelecem uma relação pessoal com <strong>Jesus</strong> Cristo? A<strong>que</strong>le <strong>que</strong> freqüenta o Evangelho não apenas com o<br />

s<strong>eu</strong> raciocínio, mas com uma atenção particular do espírito, no silêncio interior, não demora para encontrar<br />

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