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Comportamentos (des)adaptados - Escola Superior de Educação ...

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nando, por sua vez, a obtenção <strong>de</strong> uma nova visão sobre<br />

a mesma.<br />

Inserido numa abordagem educativa, este artigo tem<br />

como enfoque principal as crianças com <strong>de</strong>ficiência<br />

mental, pois acredita-se que a «educação é tida hoje<br />

como um valor inquestionável» (Vieira, 2003: 20), contribuindo<br />

para a modificação <strong>de</strong> certas posturas. Daí que<br />

a intervenção educativa se constitua como um meio a<strong>de</strong>quado<br />

na promoção das capacida<strong><strong>de</strong>s</strong> globais <strong><strong>de</strong>s</strong>te tipo<br />

<strong>de</strong> crianças. Paralelamente, preten<strong>de</strong>-se que este mesmo<br />

artigo possa, <strong>de</strong> alguma forma, contribuir para uma<br />

mudança <strong>de</strong> atitu<strong><strong>de</strong>s</strong> da própria socieda<strong>de</strong>. Pois, ao<br />

tomar conhecimento dos motivos inerentes à manifestação<br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado comportamento social pela<br />

pessoa com <strong>de</strong>ficiência mental, permite uma melhor<br />

aceitação da mesma, contribuindo para a sua integração<br />

na socieda<strong>de</strong>.<br />

Sendo assim, <strong>de</strong>ver-se-á referir a íntima ligação entre o<br />

atraso mental e a adopção <strong>de</strong> comportamentos <strong><strong>de</strong>s</strong><strong>adaptados</strong><br />

pela criança com <strong>de</strong>ficiência mental. Neste sentido,<br />

ter-se-á em mente a abordagem geral à problemática da<br />

<strong>de</strong>ficiência mental, tendo em consi<strong>de</strong>ração as <strong>de</strong>finições<br />

mais recentes e suas classificações, preconizadas pela<br />

Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, pela Associação Americana<br />

para a Deficiência Mental e pela Associação Psiquiátrica<br />

Americana, uma vez que, actualmente,<br />

enten<strong>de</strong>-se a <strong>de</strong>ficiência mental numa perspectiva multidimensional.<br />

Pois, ao incluir o comportamento adaptativo<br />

como elemento prepon<strong>de</strong>rante para a sua <strong>de</strong>finição,<br />

cessa <strong>de</strong> conferir relevância apenas ao défice cognitivo,<br />

passando valorizar outros domínios, nomeadamente as<br />

competências pessoais e sociais. Na verda<strong>de</strong>, a introdução<br />

do conceito «comportamento adaptativo» permitiu a<br />

mudança <strong>de</strong> paradigma (Verdugo, 2001), na medida em<br />

que trouxe consigo novas variáveis no momento da i<strong>de</strong>ntificação<br />

da <strong>de</strong>ficiência mental, nomeadamente a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> funcionamento do indivíduo face às exigências<br />

ambientais.<br />

Assim, esta nova dimensão implica perspectivar o comportamento<br />

<strong><strong>de</strong>s</strong>adaptado como um conflito capaz <strong>de</strong> ser<br />

resolvido mediante a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociação do indivíduo.<br />

Deste modo, tendo em linha <strong>de</strong> pensamento a<br />

<strong>de</strong>ficiência mental, verificar-se-á que a resolução <strong><strong>de</strong>s</strong>se<br />

conflito não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente da sua capacida<strong>de</strong><br />

cognitiva, mas fundamentalmente das suas competências<br />

sócio-afectivas.<br />

Deste modo, analisar-se-á o <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento cognitivo,<br />

pessoal e social e seus défices, constituindo-se estes<br />

como elementos manipuladores da adopção <strong>de</strong> comportamentos<br />

<strong><strong>de</strong>s</strong>ajustados. Assim, analisar-se-á os enviesamentos<br />

cognitivos e certas características individuais ao<br />

nível do domínio afectivo e social. Posteriormente, face<br />

ao quadro teórico apresentado, verificar-se-á a pertinência<br />

da intervenção, nas áreas da prevenção e da<br />

remediação. De facto, a nova concepção sobre a <strong>de</strong>ficiência<br />

mental aposta na a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> apoios, como<br />

meio <strong>de</strong> promoção das áreas fortes da criança e a revitalização<br />

das suas áreas fracas. Em última estância a intervenção<br />

tem como finalida<strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r à criança as<br />

condições necessárias para que esta consiga respon<strong>de</strong>r às<br />

exigências ambientais, integrando-se no meio ecológico<br />

<strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada.<br />

A <strong>de</strong>ficiência mental e o<br />

comportamento (<strong><strong>de</strong>s</strong>)adaptado<br />

Tal como foi anteriormente referido, a problemática<br />

relativa à <strong>de</strong>ficiência mental foi sendo teorizada através<br />

<strong>de</strong> sucessivas conceptualizações e abordagens, passando -<br />

-se do mo<strong>de</strong>lo médico-diagnóstico que assentava apenas<br />

na valorização do QI, enquanto elemento prepon<strong>de</strong>rante<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação da <strong>de</strong>ficiência mental, subestimando<br />

as potencialida<strong><strong>de</strong>s</strong> do indivíduo, para um<br />

mo<strong>de</strong>lo multidimensional, tendo como princípio básico<br />

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