Comportamentos (des)adaptados - Escola Superior de Educação ...
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Nesta linha <strong>de</strong> pensamento, um importante factor a ter<br />
em consi<strong>de</strong>ração na negociação, enquanto processo <strong>de</strong><br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, diz respeito ao <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento<br />
afectivo da pessoa, pois quanto maior for esse <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento,<br />
maior será a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> actuação <strong><strong>de</strong>s</strong>sa pessoa<br />
face às exigências pessoais e ambientais. Sendo<br />
assim, aquele consiste no <strong><strong>de</strong>s</strong>pertar, no <strong><strong>de</strong>s</strong>envolver e no<br />
controlar das emoções, sendo estas experimentadas pelo<br />
organismo e tendo uma relação directa com os sentimentos<br />
pessoais.<br />
Sendo assim, mediante uma educação afectiva, o indivíduo<br />
é levado a «explorar vários aspectos do mundo que<br />
o ro<strong>de</strong>ia, o seu universo interior, os seus sentimentos,<br />
aptidões e conhecimentos: é convidado a <strong>de</strong>finir-se em<br />
relação ao meio e a adaptar-se a ele» (Morissette, 1994:<br />
18). Numa palavra, o <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento afectivo da pessoa<br />
torna-a num ser mais feliz e melhor adaptado à<br />
socieda<strong>de</strong>.<br />
Tendo em linha <strong>de</strong> conta as pessoas com atraso mental,<br />
facilmente se apercebe que estas <strong>de</strong>monstram gran<strong><strong>de</strong>s</strong><br />
dificulda<strong><strong>de</strong>s</strong> na elaboração <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> conduta<br />
essenciais ao seu <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento pessoal e social, verificando-se<br />
a ocorrência <strong>de</strong> défices neste domínio. Por<br />
isso, é essencial proce<strong>de</strong>r a uma intervenção a<strong>de</strong>quada<br />
através da eliminação do comportamento <strong><strong>de</strong>s</strong>ajustado e<br />
a aquisição ou transformação <strong>de</strong> certas características<br />
afectivas.<br />
Deste modo, tal processo pressupõe, por exemplo, o<br />
reconhecimento e a afirmação do «eu», o <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento<br />
da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tolerância e adopção da perspectiva<br />
do outro, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser autónomo e o<br />
<strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento da responsabilida<strong>de</strong>. Por isso, Lee<br />
(1973) e Evans (1965), citados por Morissette (1994)<br />
realçam a vida familiar na primeira infância bem como<br />
as experiências vividas como importantes influências<br />
para todas as fases da aprendizagem da pessoa, ao ponto<br />
<strong>de</strong> haver aprendizagens a<strong>de</strong>quadas, feitas no meio, que<br />
são anuladas pela acção neutra ou negativa da família.<br />
Assim, as atitu<strong><strong>de</strong>s</strong> e os interesses não são inatos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
do meio em que a criança vive e cresce, assim como<br />
o modo como é tratada. A forma como a família e a<br />
socieda<strong>de</strong> premeiam as atitu<strong><strong>de</strong>s</strong> que merecem aprovação<br />
social, é <strong>de</strong>terminante no processo <strong>de</strong> aquisição das<br />
mesmas. Por outro lado, importa referir que as atitu<strong><strong>de</strong>s</strong><br />
<strong>de</strong> uma pessoa e suas motivações se <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvem através<br />
<strong>de</strong> interacções a<strong>de</strong>quadas com o meio, sobretudo o contexto<br />
social. Por isso, este tipo <strong>de</strong> interacção <strong><strong>de</strong>s</strong>empenha<br />
um papel importantíssimo, tanto na aquisição,<br />
como na transformação <strong>de</strong> certas atitu<strong><strong>de</strong>s</strong>, nomeadamente,<br />
aceitar o outro, adaptar-se, <strong><strong>de</strong>s</strong>envolver-se e ser<br />
autónomo sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> estar integrado.<br />
Na verda<strong>de</strong>, preparar-se para a vida é, sobretudo, preparar-se<br />
para enfrentar acontecimentos que, muitas<br />
vezes, põem à prova mais os traços afectivos da personalida<strong>de</strong><br />
do que os conhecimentos ou as aptidões físicas.<br />
Nesta perspectiva é essencial a aprendizagem e o ensino<br />
<strong>de</strong> elementos afectivos como a aceitação dos outros, a<br />
tolerância, a responsabilida<strong>de</strong>, a solidarieda<strong>de</strong> (Morissette,<br />
1994).<br />
O <strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento social e as<br />
competências sociais<br />
Tal como foi anteriormente evi<strong>de</strong>nciado, tendo em<br />
conta os comportamentos <strong><strong>de</strong>s</strong><strong>adaptados</strong>, é vital ter em<br />
consi<strong>de</strong>ração o domínio social, pois, ele constitui-se<br />
como elemento fundamental na <strong>de</strong>terminação <strong><strong>de</strong>s</strong>se<br />
tipo <strong>de</strong> comportamento.<br />
Assim, tendo em mente o que tem vindo a ser mencionado,<br />
há uma interligação entre comportamento adaptativo,<br />
<strong><strong>de</strong>s</strong>envolvimento social e competências sociais e<br />
<strong>de</strong>ficiência mental. Pois, as competências sociais dizem<br />
respeito à capacida<strong>de</strong> da pessoa em respon<strong>de</strong>r às exigências<br />
sociais do contexto ecológico. Paralelamente, os<br />
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