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<strong>Cruzeiro</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> __________Instituto de investigação para o desenvolvimento José Negrão<br />
existe no máximo o EP2. Neste senti<strong>do</strong>, as diferenças entre as aldeias e os distritos são<br />
consideráveis, sen<strong>do</strong> a aldeia de Ghiote e o seu distrito, Ancuabe, o lugar com menos infraestruturas.<br />
Esta constatação faz reflectir sobre a eficácia das políticas de erradicação da pobreza, ao nível<br />
da aldeia, isto é, apesar de que há distritos com mais infra-estruturas sociais (educação, saúde,<br />
comunicação) não significa que as aldeias sejam mais ricas <strong>do</strong> que aquelas que se encontram<br />
em distritos com menos infra-estruturas. Isto indica que as estratégias de desenvolvimento<br />
com base nas infra-estruturas, não são suficientes para o desenvolvimento das aldeias e<br />
constata-se que é necessário outro tipo de intervenções para o desenvolvimento ao nível da<br />
aldeia e da família rural moçambicana.<br />
Contu<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> sobre a “Análise Multidimensional da Pobreza em Três Aldeias <strong>do</strong> Norte<br />
de Moçambique (Parte 2) que teve como objectivo central testar a terceira hipótese pela qual:<br />
as redes sociais intracomunitárias não incentivam a atitudes para saírem da pobreza, e<br />
aumento <strong>do</strong>s rendimentos familiares. Só as redes sociais extra-comunitárias são capazes de<br />
levar a uma redução da pobreza. Concluiu que:<br />
O teci<strong>do</strong> institucional a nível micro está pouco desenvolvi<strong>do</strong> e tem poucas ligações com o<br />
Esta<strong>do</strong>. Pode ser que com a descentralização <strong>do</strong> poder local, que tem como um <strong>do</strong>s objectivos<br />
centrais, o melhoramento <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> institucional, permitirá que as famílias que têm bens e não<br />
podem sair fora da aldeia para os comercializar façam na aldeia. Se assim for não só as, elites<br />
locais poderão reproduzir-se mas também facilitará a mobilidade social.<br />
As famílias mais ricas são as famílias mais influentes (via redes sociais intra e extra<br />
comunitárias). Os agrega<strong>do</strong>s familiares <strong>do</strong> quinto quintil apostam em actividades produtivas<br />
que os seus familiares i<strong>do</strong>sos desenvolviam e tem ti<strong>do</strong> sucessos. Os agrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> quinto<br />
quintil dispõem de um capital social que usam em seu benefício e da comunidade. O<br />
problema é que os recursos que existem nas aldeias são parcos que não chegam para distribuir<br />
para os membros da comunidade.<br />
Os agrega<strong>do</strong>s familiares <strong>do</strong> terceiro e quarto quintis são os que mais pre<strong>do</strong>minam na aldeia.<br />
Entretanto, estes não têm ti<strong>do</strong> possibilidades de empreender, por um la<strong>do</strong>, porque estes têm<br />
poucas redes intra e extra comunitárias, por outro la<strong>do</strong> porque o que produzem não chega para<br />
consumir e vender. Porém encontramos um caso de um agrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> quarto quintil que tem<br />
ideias de como sair da pobreza por ter cria<strong>do</strong> associações de camponeses. Assim, o programa<br />
<strong>do</strong> governo que é o de apoiar a capacidade <strong>do</strong>s distritos torna-se, extremamente, relevante<br />
para que as comunidades se tornem cada vez mais fortes.<br />
Os “vientes” são os que investem mais nas culturas que exigem muito trabalho. Em alguns<br />
casos estes apostam em culturas como o tabaco que exigem muito esforço e dedicação <strong>do</strong><br />
camponês para produzir. Mas existe um problema de qualidade <strong>do</strong> tabaco produzi<strong>do</strong> que não<br />
permite aos camponeses de terem ganhos maiores. Porque a Tobaco Leave que é a única<br />
empresa que subsidia e compra o tabaco exige que o mesmo tenha qualidades que muitas<br />
vezes a maioria <strong>do</strong>s camponeses não conseguem atingir.<br />
av. 24 de julho nº 285, 2º andar flat 3, maputo. tel/fax 258-21-493561. e-mail: cruzeiro<strong>do</strong>sul.iid@tvcabo.co.mz<br />
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