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46-Relatório de Avaliação do Impacto PARPA II.pdf - UNICEF ...

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11/11/2009<br />

REPÚBLICA DE<br />

MOÇAMBIQUE<br />

República <strong>de</strong> Moçambique<br />

Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong> <strong>Impacto</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, 2006-2009<br />

Maputo<br />

23 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2OO9


11/11/2009<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

As partes envolvidas na coor<strong>de</strong>nação da elaboração <strong>do</strong> Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> expressam o seu profun<strong>do</strong> agra<strong>de</strong>cimento aos Grupos <strong>de</strong> Trabalho temáticos e sectoriais<br />

que se enquandram <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mecanismo <strong>de</strong> consulta <strong>do</strong>s Pilares, pela sua valiosa colaboração. Em<br />

particular, agra<strong>de</strong>cem a to<strong>do</strong>s os pontos focais a nível das instituições <strong>do</strong> Governo, <strong>do</strong>s Parceiros <strong>de</strong><br />

Cooperação e da Socieda<strong>de</strong> Civil que contribuiram para a realização e o enriquecimento <strong>de</strong>sta<br />

avaliação.<br />

A sua gratidão também vai aos membros <strong>do</strong>s Grupos Técnicos que acompanharam a realização <strong>do</strong>s<br />

estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aprofundamento. Às agencias <strong>de</strong> cooperação que financiaram estes estu<strong>do</strong>s,<br />

nomeadamente a Cooperação Suíça (SDC), DANIDA, DFID, FAO, PNUD, <strong>UNICEF</strong>, UNIFEM,<br />

USAID, en<strong>de</strong>reçam o seu sincero reconhecimento.<br />

1


11/11/2009<br />

Acrónimos<br />

AAE<br />

AIA<br />

AIDI<br />

ANE<br />

AT<br />

BdPES<br />

CAF<br />

CCOM<br />

CEDAW<br />

CERUM<br />

CFMP<br />

CGE<br />

CIRESP<br />

CENOE<br />

COE<br />

CNCS<br />

C,T&I<br />

CUT<br />

DHAA<br />

DNA<br />

DNEAP<br />

DNP<br />

EAC<br />

EADS<br />

EGFAE<br />

EITI<br />

e-SIP<br />

FFH<br />

GCCC<br />

GdM<br />

GFP<br />

IAS/IFRS<br />

IASB<br />

IDG<br />

IDS<br />

IGF<br />

IFPRI<br />

INAS<br />

INE<br />

INGC<br />

InSAN<br />

Avaliação Ambiental Estratégica<br />

Avaliação <strong>Impacto</strong> Ambiental<br />

Atenção Integrada das Doenças da Infância<br />

Administração Nacional <strong>de</strong> Estradas<br />

Autorida<strong>de</strong> Tributária<br />

Balanço <strong>do</strong> Plano Economico e Social<br />

Cadastro <strong>de</strong> Funcionários e Agentes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Caixa Comunitária <strong>de</strong> Microfinanças<br />

Convenção sobre a Eliminação <strong>de</strong> Todas as Formas <strong>de</strong> Discriminação Contra as<br />

Mulheres<br />

Centro <strong>de</strong> Recursos <strong>de</strong> Uso Múltiplo<br />

Cenário Fiscal <strong>de</strong> Meio Prazo<br />

Conta Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Comissão Interministerial da Reforma <strong>do</strong> Sector Público<br />

Centro Nacional Operativo <strong>de</strong> Emergência<br />

Centro Operativo <strong>de</strong> Emergência<br />

Conselho Naiconal <strong>de</strong> Combate ao HIV SIDA<br />

Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

Conta Única <strong>do</strong> Tesouro<br />

Direitos Humanos à Alimentação A<strong>de</strong>quada<br />

Direcção Nacional <strong>de</strong> Aguas<br />

Direcção Nacional <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s e Análises <strong>de</strong> Políticas<br />

Direcção Nacional <strong>de</strong> Planificação<br />

Estratégica Anti-Corrupção<br />

Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável <strong>de</strong> Moçambique<br />

Estatuto Geral <strong>do</strong>s Funcionários e Agentes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Extractive Industries Transparency Initiative<br />

Subsistema Electrónico <strong>de</strong> Informação e Agentes <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fomento da Habitação<br />

Gabinete Central <strong>de</strong> Combate à Corrupção<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique<br />

Gestão das Finanças Públicas<br />

International Accounting Standard / International Financial Reporting Standard<br />

International Accounting Standards Boards<br />

Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Género<br />

Inquérito Demográfico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Instituto Geral das Finanças<br />

International Food Policy Research Institute<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Acção Social<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatísticas<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Gestão das Calamida<strong>de</strong>s<br />

Insegurança Alimentar e Nutricional<br />

2


11/11/2009<br />

IOF<br />

IPAJ<br />

IRPS<br />

ISPC<br />

IVA<br />

LOT<br />

MAE<br />

MDL<br />

MEC<br />

MF<br />

MFP<br />

MIC<br />

MICS<br />

MINAG<br />

MJ<br />

MOPH<br />

MPD<br />

M&A<br />

NAPA<br />

OCI<br />

OE<br />

O<strong>II</strong>L<br />

OLE<br />

OMS<br />

PAMA<br />

PAMS<br />

<strong>PARPA</strong><br />

PAP<br />

PECODA<br />

PEDD<br />

PEFA<br />

PEEC<br />

PEI<br />

PES<br />

PESA-ASR<br />

PESOD<br />

PIB<br />

PIC<br />

PQG<br />

PPCR<br />

PRM<br />

PTV<br />

PVHS<br />

QAD<br />

Inquérito <strong>de</strong> Orçamento Familiar<br />

Instituto <strong>do</strong> Patrocínio e Assistência Judicial<br />

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares<br />

Imposto Simplifica<strong>do</strong> para Pequenos Contribuintes<br />

Imposto sobre o Valor Agrega<strong>do</strong><br />

Lei <strong>do</strong> Or<strong>de</strong>namento Territorial<br />

Ministério da Administração Estatal<br />

Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo<br />

Ministério da Educação e Cultura<br />

Ministério das Finanças<br />

Ministério da Função Pública<br />

Ministério da Industria e Comércio<br />

Multiple Indicator Cluster Survey (Inquérito <strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Múltiples)<br />

Ministério da Agricultura<br />

Ministério da Justiça<br />

Ministério das Obras Públicas e Habitação<br />

Ministério da Planificação e Desenvolvimento<br />

Monitoria e Avaliação<br />

Programa <strong>de</strong> Acção Nacional para a Adaptação às Mudanças Climáticas<br />

Orgão <strong>de</strong> Controle Interno<br />

Orçamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Orçamento <strong>de</strong> Investimento <strong>de</strong> Iniciativa Local<br />

Orgãos Locais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Organisação Mundial da Saú<strong>de</strong><br />

Programa <strong>de</strong> Apoio aos Merca<strong>do</strong>s Rurais<br />

Poverty Analysis & Monitoring Systems (Análise da Pobreza e Sistemas <strong>de</strong> Monitoria)<br />

Plano <strong>de</strong> Acção para a Redução da Pobreza Absoluta<br />

Parceiros <strong>de</strong> Apoio Programatico<br />

Programa <strong>de</strong> Educação,Comunicação e Divulgação Ambiental<br />

Plano Estratégico Distrital <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Public Expenditure & Financial Accountability<br />

Plano Estratégico <strong>do</strong> sector da Educação e Cultura<br />

Plano Estratégico e Integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector da Justiça<br />

Plano Económico e Social<br />

Plano Estratégico <strong>do</strong> Sector <strong>de</strong> Aguas componente <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> A&S Rural<br />

Plano Económico Social e Orçamento Distrital<br />

Produto Interno Bruto<br />

Política <strong>de</strong> Investigação Criminal<br />

Plano Quinquenal <strong>do</strong> Governo<br />

Programa Piloto para Resiliência Climática<br />

Polícia da República <strong>de</strong> Moçambique<br />

Prevenção da Transmissão Vertical<br />

Pessoas Viven<strong>do</strong> com HIV/SIDA<br />

Quadro <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong> Desempenho<br />

3


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QUIBB Questionário <strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Básicos <strong>de</strong> Bem-Estar<br />

RAI Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong><br />

REDD UN Collaborative Programme on Reducing Emissions from Deforestation and Forest<br />

Degradation in Developing Countries<br />

REO Relatório <strong>de</strong> Execução Orçamental<br />

SAAJ Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Amigos <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lescentes e Jovéns<br />

SAN Segurança Alimentar e Nutricional<br />

SC Socieda<strong>de</strong> Civil<br />

SETSAN Secretaria<strong>do</strong> Técnico <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Nutrição<br />

SIAB Imposto Simplifica<strong>do</strong><br />

TARV Tratamento Anti-Retro Viral<br />

TA Tribunal Administrativo<br />

TIA Trabalho <strong>de</strong> Inquérito Agrícola<br />

UGEA Unida<strong>de</strong> Gestora Executora das Aquisições<br />

UFSA Unida<strong>de</strong> Funcional <strong>de</strong> Supervisão das Aquisições<br />

UNAPROC Unida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Protecção CivilUS Unida<strong>de</strong> Sanitária<br />

UTRAFE Unida<strong>de</strong> Técnica da Adminsitração Financeira <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

UTRESP Unida<strong>de</strong> Técnica da Reforma <strong>do</strong> Sector Público<br />

4


11/11/2009<br />

Índice<br />

Sumário Executivo ............................................................................................................................... 6<br />

I. Introdução ....................................................................................................................................... 12<br />

<strong>II</strong>. Meto<strong>do</strong>logia da elaboração <strong>do</strong> Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> ................. 13<br />

<strong>II</strong>I. Avaliação <strong>do</strong>s Pilares .................................................................................................................. 16<br />

Macro-economia e Análise da Pobreza ............................................................................................ 16<br />

Governação ....................................................................................................................................... 29<br />

Capital Humano ................................................................................................................................ 38<br />

Desenvolvimento Económico .......................................................................................................... 50<br />

Assuntos Transversais ...................................................................................................................... 58<br />

IV. Monitoria e Avaliação ................................................................................................................. 69<br />

V. Recomendações para o próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> Programa Quinquenal <strong>do</strong><br />

Governo ............................................................................................................................................... 71<br />

Bibliografia ......................................................................................................................................... 81<br />

Anexos<br />

A1. Sumários <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aprofundamento<br />

A2. Matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

A3. Estatísticas <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s Pilares<br />

A4. Propostas <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res para o próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PGQ<br />

5


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Sumário Executivo<br />

1. O Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong> <strong>Impacto</strong> (RAI) <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Acção para a Redução da Pobreza<br />

Absoluta 2006-2009 (<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>) verifica a efectivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta estratégia para alcançar a redução<br />

<strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> pobreza absoluta, para a promoção <strong>do</strong> crescimento económico rápi<strong>do</strong>, sustentável e<br />

abrangente, bem como informar sobre as melhores abordagens a seres seguidas no próximo<br />

<strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> Programa Quinquenal <strong>do</strong> Governo (PQG). A avaliação <strong>do</strong> impacto<br />

está organizada por cada um <strong>do</strong>s pilares <strong>do</strong>s <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

Macroeconomia e Pobreza<br />

2. Indica<strong>do</strong>res aproxima<strong>do</strong>s sobre as condições <strong>de</strong> vida da população <strong>de</strong>monstram uma melhoria no<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vigência <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>). O<br />

rendimento per capita médio anual <strong>de</strong> 5% no perío<strong>do</strong> 2006-2008 foi superior a 4,8%, previsto<br />

para este perío<strong>do</strong>. Quanto à <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> na distribuição <strong>do</strong> rendimento, não há evidência <strong>de</strong> uma<br />

alteração às previsões <strong>de</strong> uma maior diferenciação.<br />

3. A economia cresceu a um ritmo acelera<strong>do</strong> (7,6%), ligeiramente acima <strong>do</strong> previsto. A priorida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong> e rural, ao nível <strong>do</strong>s distritos contribuiu para uma maior<br />

abrangência <strong>do</strong> crescimento. Contu<strong>do</strong>, esta dimensão <strong>do</strong> crescimento, bem como a sua<br />

sustentabilida<strong>de</strong> continuam a ser <strong>de</strong>safios para o perío<strong>do</strong> seguinte.<br />

4. A evolução da incidência da pobreza absoluta entre 2003 e 2009 será conhecida com a<br />

publicação da Terceira Avaliação da Pobreza no primeiro trimestre <strong>de</strong> 2010. A ausência <strong>de</strong>ste<br />

indica<strong>do</strong>r nesta fase, reflecte a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aperfeiçoar o sistema <strong>de</strong> estatística para se<br />

assegurar a monitoria da evolução da pobreza <strong>de</strong> cinco em cinco anos, com base nos inquéritos<br />

aos orçamentos familiares.<br />

5. A gestão das finanças públicas obteve avanços nas várias componentes <strong>de</strong> receitas, <strong>de</strong>spesas,<br />

sistema informático, contabilístico, <strong>de</strong> procurement, e <strong>de</strong> auditoria interna e externa. A criação da<br />

Autorida<strong>de</strong> Tributária e as reformas legais conduziram para que as receitas totais como<br />

percentagem <strong>do</strong> Produto Interno Bruto (PIB) passasse <strong>de</strong> 14% em 2005 para 16,3% em 2008. O<br />

<strong>de</strong>sempenho das <strong>de</strong>spesa contribuiu para que 67% <strong>do</strong> Orçamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> fosse executa<strong>do</strong> nos<br />

sectores tradicionalmente prioritários. Apesar <strong>do</strong>s avanços, alguns <strong>de</strong>safios permanecem como é<br />

o caso da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se flexibilizar o processo <strong>de</strong> concursos e contratações, asseguran<strong>do</strong> o<br />

cumprimento da legislação.<br />

Governação<br />

6. A Boa Governação é uma das condições fundamentais para o sucesso da estratégia <strong>de</strong> redução da<br />

pobreza absoluta. No perío<strong>do</strong> em referência <strong>de</strong>sta avaliação, foram regista<strong>do</strong>s avanços, não<br />

obstante ainda haver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforço das acções para o alcance <strong>do</strong>s objectivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s<br />

no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

7. No <strong>do</strong>mínio da Reforma <strong>do</strong> Sector Público, o processo <strong>de</strong> preparação <strong>de</strong> uma reforma<br />

salarial até 2006 foi menos rápi<strong>do</strong> <strong>do</strong> que o previsto e com resulta<strong>do</strong>s mistos. Várias<br />

6


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iniciativas facultaram o potencial para elevar a qualida<strong>de</strong> no serviço público, tais como a<br />

formação, o sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> recursos humanos e a produção <strong>de</strong> estatísticas anuais sobre<br />

os recursos humanos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. No concernente ao combate à corrupção e com base nos<br />

indica<strong>do</strong>res internacionais, o <strong>de</strong>sempenho não tem mostra<strong>do</strong> melhorias no perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong><br />

apesar <strong>de</strong> se ter nota<strong>do</strong> uma maior <strong>de</strong>terminação no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> disciplinar os funcionários<br />

públicos.<br />

8. No sector da Justiça, Legalida<strong>de</strong>, Or<strong>de</strong>m e Segurança Pública, o Governo <strong>de</strong> Moçambique<br />

tem vin<strong>do</strong> a implementar reformas, mas os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stas estão aquém <strong>de</strong> satisfazer a<br />

<strong>de</strong>manda social <strong>do</strong>s serviços, prevalecen<strong>do</strong> constrangimentos claramente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s que<br />

<strong>de</strong>vem continuar a merecer a atenção <strong>do</strong> Sector.<br />

9. Na área da Descentralização, importa referir que houve aprofundamento <strong>do</strong> quadro legal<br />

atinente a este processo e a <strong>de</strong>scentralização financeira em particular está na sua fase inicial.<br />

Contu<strong>do</strong>, ainda prevalece a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundar e acelerar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s Órgãos Locais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e Autarquias e <strong>de</strong> assegurar a capacida<strong>de</strong> local <strong>de</strong><br />

gestão <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s com vista a conferir maior sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Capital Humano<br />

10. No perío<strong>do</strong> da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, foram observa<strong>do</strong>s progressos significativos no<br />

pilar <strong>de</strong> Capital Humano, particularmente em termos <strong>de</strong> expansão e cobertura <strong>do</strong>s serviços<br />

básicos aos cidadãos. Embora tenha havi<strong>do</strong> avanços significativos na maioria <strong>do</strong>s<br />

indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> pilar, os progressos, em alguns casos, não alcançaram as metas estabelecidas.<br />

11. O Serviço Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> teve uma evolução positiva <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> através<br />

da promoção <strong>do</strong> bem estar físico, mental e social <strong>do</strong>s cidadãos. A sua expansão resultou em<br />

melhorias nas taxas <strong>de</strong> cobertura vacinal, como também na taxa <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> partos<br />

institucionais, redução <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos e <strong>de</strong> mortes por malária e a prevenção da<br />

transmissão vertical <strong>do</strong> HIV/SIDA. No entanto, o rácio população por profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

ainda é baixo e ainda persistem <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre as provincias em termos <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong><br />

recursos, volume <strong>de</strong> serviços e relação população por profesional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

12. O sistema <strong>de</strong> Educação expandiu-se em termos <strong>de</strong> escolas e da participação <strong>do</strong>s alunos em<br />

to<strong>do</strong>s os níveis. Mas a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino não melhorou ao mesmo ritmo que a expansão<br />

como mostra a evolução das taxas <strong>de</strong> aproveitamento, conclusão, repetência e <strong>de</strong>sistência.<br />

O bom <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector <strong>de</strong> Água e Saneamento resultou num melhor acesso a água potável e<br />

a serviços <strong>de</strong> saneamento, seja nas zonas rurais, seja nas zonas urbanas. Apesar da existência das<br />

infra-estruturas, o seu uso permanece abaixo da quantida<strong>de</strong> disponível, particularmente nas zonas<br />

rurais.<br />

13. Na área <strong>de</strong> Habitação, os resulta<strong>do</strong>s no concernente à <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> talhões para a<br />

habitação são positivos, contribuin<strong>do</strong> para a garantia <strong>de</strong> disponibilização <strong>de</strong> terra<br />

infrestruturada para a construção <strong>de</strong> habitação. Mas, a falta <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong> Recursos<br />

7


11/11/2009<br />

(concebi<strong>do</strong>s para a difusão e <strong>de</strong>ssiminação <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> construção) na área, limitou a<br />

disseminação <strong>de</strong> tecnologias e outros conhecimentos para melhoria habitacional.<br />

14. Na área <strong>de</strong> Acção Social, o número <strong>do</strong>s beneficiários <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> protecção social<br />

aumentou gradualmente com <strong>de</strong>staque para o Programa Subsídio <strong>de</strong> Alimentos, reflectin<strong>do</strong><br />

a preocupação <strong>do</strong> Governo com os mais vulneráveis. Apesar <strong>de</strong>stes avanços, o número <strong>de</strong><br />

pessoas viven<strong>do</strong> em condições <strong>de</strong> pobreza absoluta que necessitam <strong>de</strong> apoio continua<br />

superior ao número coberto pelas acções <strong>de</strong> protecção social implementadas.<br />

Desenvolvimento Económico<br />

15. No perío<strong>do</strong> em análise, verificou-se um <strong>de</strong>sempenho médio no pilar <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

económico e precisa <strong>de</strong> reforçar as acções para o alcance <strong>do</strong>s objectivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s no <strong>PARPA</strong><br />

<strong>II</strong>. Em relação ao ambiente <strong>de</strong> negócios, o Governo <strong>de</strong> Moçambique (GdM) tem feito esforços<br />

para melhorar o ambiente <strong>de</strong> negócios. No âmbito <strong>do</strong> relatório <strong>do</strong> <strong>do</strong>ing business, Moçambique<br />

passou da posição 110 num total <strong>de</strong> 145 países em 2005, para 135 num total <strong>de</strong> 183 países em<br />

2009. Progressos foram regista<strong>do</strong>s nos indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> negócios mas Moçambique<br />

ainda é consi<strong>de</strong>rada uma das economias mais difíceis em termos <strong>de</strong> ambiente <strong>de</strong> negócios. Há<br />

uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acelerar o ritmo das reformas para melhorar o ambiente <strong>de</strong> negócios.<br />

16. O sector agrícola fez melhorias institucionais durante o perio<strong>do</strong>, mas teve um impacto mo<strong>de</strong>sto<br />

no terreno em termos <strong>de</strong> produção, produtivida<strong>de</strong> e acesso e uso <strong>de</strong> insumos. Maiores esforços<br />

precisam ser feitos para promover este sector vital.<br />

17. O investimento em infraestruturas públicas contribuiu para a soli<strong>de</strong>z <strong>do</strong> crescimento económico<br />

orienta<strong>do</strong> para o merca<strong>do</strong> interno, complementan<strong>do</strong> o investimento na construção privada,<br />

incluin<strong>do</strong> <strong>de</strong> habitação.<br />

18. O baixo nível <strong>de</strong> bancarização da economia moçambicana continua a ser a gran<strong>de</strong><br />

preocupação. Acesso ao crédito é baixo quan<strong>do</strong> está disponível o custo é muitas vezes<br />

proibitivo. Uma série <strong>de</strong> reformas <strong>de</strong>vem ser aplicadas para aumentar o acesso ao crédito e<br />

para reduzir as taxas <strong>de</strong> juros.<br />

Assuntos Transversais<br />

19. O <strong>de</strong>sempenho da área <strong>do</strong>s assuntos transversais mostrou-se positivo ao longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da<br />

vigência <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong><strong>II</strong>, em várias das suas componentes. Esta posição é sustentada pelo<br />

alcance das metas que na maioria das áreas temáticas foram cumpridas e ultrapassadas, à<br />

excepção <strong>de</strong> algumas áreas cujos progressos foram mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s anos –<br />

HIV/SIDA e Género.<br />

20. Algumas áreas temáticas cumpriram em plenitu<strong>de</strong> as realizações à luz <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res e<br />

metas projectadas, haven<strong>do</strong> que se equacionar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se propor novas metas e<br />

indica<strong>do</strong>res, através da reformulação <strong>do</strong>s objectivos e <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o quadro <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

acção sectorial, como são os casos <strong>do</strong> Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural.<br />

8


11/11/2009<br />

Recomendações<br />

21. Há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma boa harmonização entre os diferentes instrumentos anuais e <strong>de</strong><br />

médio prazo <strong>de</strong> planificação, orçamentação e monitoria no nível macro e sectorial, é chave<br />

para um melhor <strong>de</strong>sempenho ao nível <strong>do</strong>s sectores e <strong>de</strong> reduzir o número <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res no<br />

sistema <strong>de</strong> monitoria da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>.<br />

Macroeconomia e Análise da Pobreza<br />

22. É necessário estabelecer fortes ligações entre a <strong>de</strong>spesa e os resulta<strong>do</strong>s através <strong>do</strong><br />

aprofundamento da meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> planificação e orçamentação por programa.<br />

23. É necessário melhorar a integração <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> informação da AT e o aprofundamento<br />

das reformas na área tributária e aduaneira para garantir um ritmo <strong>de</strong> crescimento real das<br />

receitas esteja em linha com o crescimento das fontes internas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> receitas, sem<br />

por em causa a viabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sectores dinâmicos da economia.<br />

24. É necessário consolidar o <strong>de</strong>senvolvimento e a implantação <strong>do</strong> e-SISTAFE a nível nacional<br />

e o prosseguimento da <strong>de</strong>scentralização da execução orçamental para aqueles órgãos e<br />

instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que ainda são apoiadas pelas Unida<strong>de</strong>s Gestoras Executoras<br />

EspeciaisO sistema <strong>de</strong> procurement <strong>de</strong>ve ser mais eficiente.<br />

25. O número <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res na matriz estratégica <strong>do</strong> próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong><br />

Programa Quinquenal <strong>do</strong> Governo <strong>de</strong>ve ser muito inferior ao <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>; a sua qualida<strong>de</strong><br />

e relação com os objectivos <strong>de</strong>ve ser melhorada e evi<strong>de</strong>nte; as fontes estatísticas <strong>de</strong>vem estar<br />

asseguradas em tempo oportuno.<br />

26. O trabalho <strong>de</strong> campo <strong>do</strong> próximo Inquérito aos Orçamentos Familiares <strong>de</strong>ve terminar não<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Março 2014, para permitir obter resulta<strong>do</strong>s sobre a avaliação da pobreza no 3º<br />

trimestre <strong>de</strong> 2014.<br />

Governação<br />

27. É necessário ter informação pontual e exacta, sen<strong>do</strong> igualmente crucial o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> gestão da mesma para que se possa controlar a informação inter-sectorial<br />

assim como a <strong>de</strong> partes externas interessadas e <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> fornecer uma base para um<br />

melhor diálogo <strong>de</strong>ntro e com os sectores.<br />

28. É necessário haver uma apropriação mais forte <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res da matriz estratégica <strong>de</strong>ntro<br />

das instituições da Justiça. Os indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> futuro <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG para o<br />

sector da Justiça <strong>de</strong>veriam estar alinha<strong>do</strong>s com os <strong>do</strong> Plano Estratégico Integra<strong>do</strong> (PEI) e os<br />

mecanismos <strong>de</strong> monitoria <strong>do</strong> PEI <strong>de</strong>veriam envolver todas as instituições <strong>do</strong> Sector.<br />

9


11/11/2009<br />

29. Na área da Descentralização, recomenda-se que a Estratégia Nacional <strong>de</strong> Descentralização, em<br />

elaboração, sirva como base para <strong>de</strong>finir indica<strong>do</strong>res para uma eficiente Monitoria e Avaliação da<br />

implementação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> Descentralização.<br />

Capital Humano<br />

30. A Vulnerabilida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> acesso aos serviços básicos está muito ligada ao nível <strong>de</strong><br />

pobreza absoluta. Neste contexto é necessário assegurar: (i) A expansão <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong><br />

protecção social já existentes e garantir que os beneficiários <strong>do</strong> programa mantenham o seu<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra; (ii) Um melhor alinhamento e coor<strong>de</strong>nação entre os diferentes sectores<br />

para assegurar o acesso <strong>do</strong>s mais vulneráveis aos serviços básicos através <strong>de</strong> uma monitoria<br />

mais integrada <strong>do</strong>s aspectos <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> no nível <strong>do</strong>s sectores.<br />

31. To<strong>do</strong>s os programas prioritários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> exigem um reforço drástico em recursos<br />

humanos. O próximo <strong>PARPA</strong> <strong>de</strong>verá dar maior <strong>de</strong>staque ao planeamento familiar, à Saú<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente e Jovem, à criação <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por serviços e a áreas mais estruturais como<br />

o reforço <strong>do</strong> sistema logístico <strong>do</strong> sector e a M&A. Recomenda-se também incluir a redução<br />

da <strong>de</strong>snutrição crónica como um objectivo específico no próximo plano para o combate à<br />

pobreza.<br />

32. No contexto da elaboração <strong>do</strong> próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG recomenda-se que o<br />

sector da Educação assegure um <strong>de</strong>senvolvimento equilibra<strong>do</strong> em cada nível, através <strong>de</strong><br />

uma implementação ainda mais <strong>de</strong>scentralizada, com enfoque na melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

ensino primário.<br />

Desenvolvimento Económico<br />

33. Para promover o Sector priva<strong>do</strong>, há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acelerar o ritmo das reformas para<br />

melhorar o ambiente <strong>de</strong> negócios.<br />

34. Na Agricultura, maiores investimentos <strong>de</strong>vem ser feitos em tecnologias <strong>de</strong> conservação da<br />

água e <strong>de</strong> promoção das sementes melhoradas tolerantes à seca. Planos <strong>de</strong> redução da<br />

pobreza posteriormente terão <strong>de</strong> assegurar que o acesso à tecnologia agrícola e <strong>de</strong><br />

informação seja entregue aos agricultores <strong>de</strong> Moçambique, em particular os agricultores<br />

pobres.<br />

Assuntos Transversais<br />

35. Deve-se intensificar o programa <strong>de</strong> combate ao HIV-SIDA, até se garantir uma tendência<br />

<strong>de</strong>crescer nos níveis <strong>de</strong> prevalência, no médio e longo prazo.<br />

10


11/11/2009<br />

36. Na área <strong>do</strong> Género, é necessário (i) Dar continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s esforços <strong>de</strong> consolidação <strong>do</strong><br />

sistema nacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para maior cobertura e cuida<strong>do</strong> da mulher e da população, em<br />

geral; (ii) Priorizar o preenchimento das lacunas estatísticas existentes em relação a<br />

<strong>de</strong>sagregação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s por sexo.<br />

37. É fundamental que a área <strong>do</strong> Ambiente seja colocada no topo da agenda <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento a nível das estratégias <strong>do</strong>s sectores para enfrentar os <strong>de</strong>safios das<br />

mudanças climáticas, <strong>de</strong>gradação ambiental e gestão sustentável <strong>de</strong> recursos naturais. Para<br />

reforçar a elaboração <strong>do</strong> próximo <strong>do</strong>cumento operacional recomenda-se estabelecimento <strong>de</strong><br />

maior visão ambiental entre os pilares.<br />

11


11/11/2009<br />

I. Introdução<br />

38. O Plano <strong>de</strong> Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2006-2009, instrumento <strong>de</strong><br />

programação <strong>de</strong> médio prazo <strong>do</strong> Governo, apresenta a visão, as estratégias, objectivos e<br />

acções principais para a redução da pobreza. Este plano foi operacionaliza<strong>do</strong> através <strong>do</strong><br />

Plano Económico e Social e o respectivo balanço. No âmbito <strong>do</strong>s Mecanismos e<br />

Instrumentos <strong>de</strong> Monitoria e Avaliação, o <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> prevê a preparação <strong>de</strong> um Relatório <strong>de</strong><br />

Avaliação <strong>do</strong> <strong>Impacto</strong> (RAI). Este sintetiza informação sobre pobreza e evolução <strong>de</strong><br />

indica<strong>do</strong>res sócio-económicos a partir <strong>de</strong> fontes disponíveis e analisa esta informação com<br />

uma visão particular para atribuir causa e efeito (<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, parágrafos 632-634).<br />

39. O objectivo geral <strong>do</strong> RAI é <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a efectivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> como quadro para<br />

alcançar a redução <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> pobreza absoluta, para a promoção <strong>do</strong> crescimento<br />

económico rápi<strong>do</strong>, sustentável e abrangente, bem como <strong>de</strong> informar sobre as melhores<br />

abordagens a serem seguidas no próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG.<br />

40. Mais especificamente o RAI:<br />

• Avalia os progressos <strong>de</strong> cada pilar em relação aos objectivos estabeleci<strong>do</strong>s no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

e em particular na sua matriz estratégica, basea<strong>do</strong> na avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s,<br />

factores-chaves que contribuíram ou serviram <strong>de</strong> obstáculo para o alcance <strong>de</strong>stes<br />

resulta<strong>do</strong>s.<br />

• Faz uma avaliação breve <strong>do</strong> quadro legal e <strong>de</strong> políticas <strong>do</strong>s sectores. Avalia o sistema <strong>de</strong><br />

monitoria e avaliação em alguns casos, propõe-se novos indica<strong>do</strong>res e apresenta<br />

recomendações a nível <strong>do</strong>s sectores e pilares.<br />

• Apresenta sumários <strong>de</strong> análises mais aprofundadas <strong>de</strong> um número limita<strong>do</strong> <strong>de</strong> assuntos<br />

temáticos <strong>de</strong> importância estratégica.<br />

• Apresenta uma análise <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> Monitoria e Avaliação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

• Apresenta recomendações que po<strong>de</strong>m contribuir na formulação <strong>do</strong> novo <strong>do</strong>cumento<br />

operacional <strong>do</strong> PQG com o objectivo <strong>de</strong> acelerar o <strong>de</strong>sempenho na promoção <strong>do</strong><br />

crescimento económico, a diminuição das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s quanto à redução <strong>do</strong>s<br />

rendimentos e o combate à pobreza.<br />

41. Em termos <strong>de</strong> estrutura, O RAI apresenta um capítulo <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logia, outro para<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s pilares (macroeconomia e pobreza; governação; capital humano;<br />

<strong>de</strong>senvolvimento económico; e assuntos transversais), um capítulo para a Monitoria e<br />

Avaliação e outro <strong>de</strong> Recomendações. Os anexos incluem a matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

com informação sobre o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res, os sumários <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

aprofundamento e propostas <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res para o próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG.<br />

12


11/11/2009<br />

<strong>II</strong>. Meto<strong>do</strong>logia da Elaboração <strong>do</strong> Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

42. O processo <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> (RAI) <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> foi<br />

leva<strong>do</strong> a cabo <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os critérios <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s nos Termos <strong>de</strong> Referência e no Guião<br />

Geral para os Grupos <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong>s Pilares. Estes <strong>do</strong>cumentos foram prepara<strong>do</strong>s em<br />

conjunto pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento e os Parceiros <strong>de</strong> Cooperação<br />

através <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Análise e Monitoria da Pobreza – (PAMS) e aprova<strong>do</strong>s a 16 <strong>de</strong> Março<br />

<strong>de</strong> 2009.<br />

43. A coor<strong>de</strong>nação da implementação da avaliação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> foi assegurada pelo Grupo <strong>de</strong><br />

Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> RAI (GCRAI), forma<strong>do</strong> por elementos <strong>do</strong> MPD e <strong>do</strong> Grupo PAMS. O<br />

GCRAI reuniu-se <strong>de</strong> maneira periódica para apreciar a evolução da avaliação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>,<br />

analisar os diferentes relatórios e pesquisas em processo <strong>de</strong> elaboração e coor<strong>de</strong>nar os passos<br />

a seguir. Em várias ocasiões, o GCRAI convi<strong>do</strong>u os representantes da Socieda<strong>de</strong> Civil a<br />

particpar nos seus encontros.<br />

44. Este exercício envolveu várias etapas paralelas e complementares, nomeadamente a Préavaliação<br />

<strong>do</strong>s Grupos <strong>de</strong> Trabalho e a realização <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Aprofundamento, que<br />

constituiram a base para a elaboração <strong>do</strong>s Relatórios <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong>s Pilares.<br />

Pré-avaliação <strong>do</strong>s Grupos <strong>de</strong> Trabalho<br />

45. O processo <strong>de</strong> Pre-avaliação <strong>de</strong>correu em conformida<strong>de</strong> com os mecanismos <strong>de</strong> consulta<br />

existentes no âmbito da Parceiria <strong>de</strong> Apoio Prográmatico (PAP), em particular através <strong>do</strong>s<br />

quatro Pilares temáticos (Macroeconomia e Análise da Pobreza, Governação, Capital<br />

Humano e Desenvolvimento Económico) e <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Assuntos Transversais. Mais<br />

especificamente, solicitou-se a to<strong>do</strong>s os Grupos <strong>de</strong> Trabalho sectoriais ou temáticos fazer<br />

uma avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho da sua área ao longo <strong>do</strong> perio<strong>do</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, incluin<strong>do</strong> os seguintes elementos <strong>de</strong> análise: i) uma avaliação geral <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006 <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os objectivos e alvos estabeleci<strong>do</strong>s no<br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> e a evolução das metas em cada ano, ii) os factores-chave que contribuiram ou<br />

serviram <strong>de</strong> obstáculo para a realização <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, iii) uma breve avaliação <strong>do</strong> quadro<br />

político e legal <strong>do</strong> sector, iv) referência à questão <strong>de</strong> aprofundamento (caso for pertinente),<br />

v) a parte relevante da matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> completada com os da<strong>do</strong>s<br />

actualiza<strong>do</strong>s, vi) uma proposta <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res para o próximo Documento operacional <strong>do</strong><br />

PQG <strong>do</strong> Programa Quinquenal <strong>do</strong> Governo.<br />

<strong>46</strong>. Para cada sector ou área tematica, o Anexo 3 <strong>do</strong> RAI apresenta uma análise da estatística<br />

<strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res da matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.<br />

47. A fim <strong>de</strong> assegurar o cumprimento <strong>do</strong>s prazos, respon<strong>de</strong>r às questões levantadas pelas<br />

diferentes contrapartes e monitorar a evolução <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> Pré-avaliação, foram<br />

13


11/11/2009<br />

realiza<strong>do</strong>s vários encontros com representantes <strong>do</strong> Governo e <strong>do</strong>s Parceiros <strong>de</strong> Cooperação e<br />

da Socieda<strong>de</strong> Civil, quer a nivel <strong>do</strong>s Grupos <strong>de</strong> Trabalho, quer a nivel <strong>do</strong>s Pilares.<br />

Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Aprofundamento<br />

48. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> questões chave a ser aprofundadas no âmbito <strong>do</strong> RAI <strong>de</strong>correu a nivel <strong>de</strong><br />

cada Pilar em coor<strong>de</strong>nação com os Grupos <strong>de</strong> Trabalho. Cada Pilar apresentou propostas <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>s ao GCRAI e após um tempo <strong>de</strong> análise e esforços para criar sinergias entre as várias<br />

opções <strong>de</strong> pesquisa, foram selecciona<strong>do</strong>s onze estu<strong>do</strong>s a serem realiza<strong>do</strong>s. Em paralelo,<br />

foram sensibiliza<strong>do</strong>s os Parceiros <strong>de</strong> Cooperação para i<strong>de</strong>ntificar o interesse e a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes <strong>de</strong> financiarem as pesquisas e proce<strong>de</strong>r com a contratação <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong> terceiros. Também foram criadas equipas técnicas constituidas por representantes <strong>do</strong><br />

Governo, <strong>do</strong>s Parceiros <strong>de</strong> Cooperação e da Socieda<strong>de</strong> Civil para a elaboração <strong>do</strong>s Termos<br />

<strong>de</strong> Referência e o acompanhamento <strong>de</strong> cada estu<strong>do</strong> e assegurar o cumprimento <strong>do</strong>s prazos.<br />

49. O conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s é da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus autores. Os participantes na elaboração<br />

<strong>do</strong> RAI fizeram uso das contribuições <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s, nas partes que consi<strong>de</strong>raram úteis e<br />

relevantes, se as houve.<br />

Elaboração <strong>do</strong>s Relatórios <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong>s Pilares<br />

50. A partir <strong>do</strong>s relatórios <strong>de</strong> Pré-avaliação elabora<strong>do</strong>s pelos Grupos <strong>de</strong> Trabalho, elaborou-se o<br />

Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong> Pilar incluin<strong>do</strong> os sumários <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aprofundamento para<br />

trazer uma análise adicional em certas áreas <strong>do</strong> Pilar em referência.<br />

51. O processo <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong>s Relatórios <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong>s Pilares efectivou-se através da<br />

coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> vários encontros a nível <strong>de</strong> cada Pilar (Grupo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Pilar).<br />

52. Em finais <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009, foi organiza<strong>do</strong> um seminário <strong>de</strong> consulta para a<br />

apresentação <strong>do</strong> relatório <strong>de</strong> cada Pilar. Participaram neste encontro elementos <strong>do</strong> Governo,<br />

<strong>do</strong>s Parceiros <strong>de</strong> Cooperação e da Socieda<strong>de</strong> Civil envolvi<strong>do</strong>s no exercicio <strong>de</strong> pré-avaliação<br />

ou no acompanhamento <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aprofundamento. Neste encontro foram apresenta<strong>do</strong>s<br />

os passos seguintes para a elaboração <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento <strong>do</strong> RAI, prevên<strong>do</strong> um tempo para a<br />

circulação <strong>do</strong> primeiro esboço <strong>do</strong> relatório e a entrega <strong>de</strong> comentários adicionais antes <strong>de</strong> 30<br />

<strong>de</strong> Outubro, o prazo previsto para a finalização <strong>do</strong> RAI.<br />

Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Referência <strong>do</strong> RAI<br />

53. O perío<strong>do</strong> em análise foi <strong>de</strong> 2006 a 2009. Uma vez que o RAI foi elabora<strong>do</strong> em 2009, o<br />

perío<strong>do</strong> comum <strong>de</strong> referência foi <strong>de</strong> 2006-2008. Quan<strong>do</strong> possível, fez-se referência aos<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2009, em particular o 1º semestre. Nesta avaliação, compararam-se vários<br />

perío<strong>do</strong>s: <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is <strong>PARPA</strong> (I e <strong>II</strong>), 2006-2009 versus 2001-2005; um ano específico<br />

referente a cada <strong>PARPA</strong>, como por exemplo 2008 versus 2003; cada um <strong>do</strong>s anos <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

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11/11/2009<br />

<strong>II</strong>I. Avaliação <strong>do</strong>s Pilares<br />

Pilar <strong>de</strong> Macroeconomia e Pobreza<br />

1. Introdução<br />

54. Os objectivos gerais <strong>do</strong> PAPRA <strong>II</strong> são a redução <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> pobreza absoluta e a<br />

promoção <strong>do</strong> crescimento económico rápi<strong>do</strong>, sustentável e abrangente. A avaliação <strong>de</strong>stes<br />

objectivos é feita neste pilar.<br />

2. Análise <strong>do</strong> Desempenho<br />

Crescimento e Estabilida<strong>de</strong> Macroeconómica<br />

55. O perío<strong>do</strong> 2006-2008 foi marca<strong>do</strong> por uma conjuntura internacional adversa, exacerbada<br />

pela crise internacional <strong>do</strong>s combustíveis e alimentos e a crise financeira internacional. Estes<br />

choques constituíram um <strong>de</strong>safio para a condução da política monetária e fiscal por forma a<br />

evitar pressões inflacionárias e, mais recentemente com a crise económica mundial, evitar a<br />

<strong>de</strong>saceleração significativa <strong>do</strong> crescimento. Apesar <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>safios, a economia nacional<br />

mostrou-se robusta durante o perío<strong>do</strong> 2006-2008, cumprin<strong>do</strong> com as previsões <strong>de</strong><br />

crescimento <strong>do</strong> PIB, no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> (Tabela 1).<br />

Tabela 1: Resumo das Projecções Macroeconómicas <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

2006<br />

2007<br />

2008 Média 2006-2008<br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> Actual <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> Actual <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> Actual <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> Actual<br />

PIB real, crescimento (%) 7,9 8,7 7,0 7,4 7,0 6,7 7,3 7,6<br />

PIB real per capita, crescimento (%) 5,2 6,1 4,9 4,8 4,4 4,2 4,8 5,0<br />

Taxa <strong>de</strong> inflação (%) média 9,5 13,2 8,0 8,2 5,7 10,3 7,7 10,6<br />

(milhões <strong>de</strong> USD, preços correntes)<br />

Exportações sem MPs 588 692 684 569 790 777 687 679<br />

Crescimento nominal (%) 21,8 43,4 16,4 -17,9 15,5 36,7 17,9 20,7<br />

Crescimento real (%) - 37,2 - -9,1 - 30,1 - 19,4<br />

Importações sem MPs 2.213 2.011 2.193 2.184 2.322 2.724 2.243 2.306<br />

Crescimento nominal (%) 19,1 8,3 -0,9 8,6 5,9 24,7 8,0 13,9<br />

Crescimento real (%) - 3,6 - 20,2 - 30,1 - 17,9<br />

Balança comercial com MPs -840 -268 -579 -399 -567 -805 -662 -490<br />

Balança comercial sem MPs -1.625 -1.319 -1.509 -1.616 -1.531 -1.947 -1.555 -1.627<br />

Milhões <strong>de</strong> MT (2006=100)<br />

Total <strong>de</strong> recursos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> 52.881 52.400 56.641 58.929 59.066 58.339 56.196 56.556<br />

Receitas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> incl. Priv. 27.017 28.399 29.510 31.872 32.633 32.773 29.720 31.015<br />

% <strong>do</strong> PIB 14,9 15,8 15,3 16,6 15,8 16,3 15,3 16,2<br />

Recursos externos 25.864 24.001 27.132 27.056 26.433 25.566 26.476 25.541<br />

% <strong>do</strong> PIB 14,3 13,3 14,0 14,1 12,8 12,8 13,7 13,4<br />

Crédito interno líqui<strong>do</strong> -1.332 -6.168 -802 1.302 -1.061 -915 -1.065 -1.927<br />

Fonte: <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>/MPD-Quadro Macro/BM/MF<br />

56. O crescimento médio anual <strong>do</strong> PIB real entre 2006 e 2008 foi <strong>de</strong> 7,6%, acima da previsão <strong>de</strong><br />

7,3%. Este crescimento continuou sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela expansão <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s económicas<br />

primárias, entre as quais a agricultura, pecuária e silvicultura <strong>do</strong>minaram com um crescimento<br />

médio <strong>de</strong> 10,1%. O crescimento da produção agrícola foi uma pré-condição importante para a<br />

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11/11/2009<br />

criação <strong>de</strong> emprego e dinamização da comercialização agrícola nas zonas rurais. Entre 2006 e<br />

2008 a produção familiar para comercialização cresceu (15,2%) mais <strong>do</strong> que a produção para o<br />

auto-consumo (5,6%), reflectin<strong>do</strong> a crescente orientação da produção familiar para o merca<strong>do</strong>.<br />

57. As estatísticas agrícolas têm principalmente duas fontes, o Trabalho <strong>de</strong> Inquérito Agrícola (TIA)<br />

e o Aviso Prévio, o que tem origina<strong>do</strong> séries temporais da produção agrícola com diferenças em<br />

volume e tendência <strong>de</strong> crescimento (Kiregyera et al 2007). Devi<strong>do</strong> à relevância populacional e<br />

económica da produção agrícola, é necessário que as estatísticas agrícolas sejam enquadradas<br />

num único organismo insitucional usan<strong>do</strong> uma meto<strong>do</strong>logia reconhecida e sólida. Neste<br />

momento, as estatísticas oficiais <strong>do</strong> Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística divergem <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> TIA.<br />

Este inquérito é usa<strong>do</strong> como base no relatório <strong>do</strong> Pilar <strong>de</strong> Desenvolvimento Económico.<br />

58. A maior produção agrícola para o merca<strong>do</strong> influenciou parcialmente o crescimento <strong>do</strong> sector <strong>do</strong><br />

comércio que situou-se em 12,0% em média entre 2006 e 2008. No sector <strong>do</strong>s serviços, a<br />

expansão da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportes e comunicações, em 11,5% em média entre 2006 e 2008,<br />

foi notável e contribuiu para aumentar a integração da economia. Reflectin<strong>do</strong> principalmente a<br />

expansão <strong>do</strong> investimento público em infra-estruturas sociais, o sector da construção mostrou-se<br />

dinâmico, com um crescimento real médio <strong>de</strong> 10,2% entre 2006 e 2008.<br />

59. A inflação média na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maputo entre os anos 2006 e 2008 situou-se em 10,6%, acima da<br />

previsão <strong>de</strong> 7,7%. Este incumprimento reflectiu a acentuada subida <strong>de</strong> preços internacionais <strong>de</strong><br />

combustíveis e cereais, com maior incidência em 2008. Numa apreciação global, as políticas<br />

monetária e fiscal foram pru<strong>de</strong>ntes, permitin<strong>do</strong> que a taxa <strong>de</strong> inflação se mantivesse próxima da<br />

banda <strong>de</strong> um dígito.<br />

60. A inércia da transformação estrutural da economia, com o limita<strong>do</strong> crescimento das agroindústrias,<br />

os custos <strong>de</strong> transacção ainda eleva<strong>do</strong>s, o fraco dinamismo das pequenas e médias<br />

empresas formais continuaram-se reflectin<strong>do</strong> na fraca competitivida<strong>de</strong> da economia nacional e,<br />

por conseguinte, na <strong>de</strong>terioração da balança comercial.<br />

61. A ambição <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> <strong>de</strong> reduzir o défice da balança comercial, expressa em dólares<br />

americanos, em cerca <strong>de</strong> 6% <strong>de</strong> 2006 a 2008 na base <strong>de</strong> expansão sustentável da economia e <strong>do</strong><br />

aumento <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> das pequenas e médias indústrias não foi sucedida. O défice da<br />

balança comercial incluin<strong>do</strong> os mega projectos foi em média <strong>de</strong> 552 milhões <strong>de</strong> USD, abaixo <strong>do</strong><br />

previsto no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. Excluin<strong>do</strong> os mega projectos o défice passa para 1692 milhões <strong>de</strong> USD,<br />

superan<strong>do</strong> o previsto no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. Por um la<strong>do</strong>, apreciação da taxa <strong>de</strong> câmbio real efectiva <strong>do</strong><br />

Metical entre 2006 e 2008 contribuiu para a fraca competitivida<strong>de</strong> da economia. Por outro la<strong>do</strong>, a<br />

<strong>de</strong>terioração da balança comercial <strong>de</strong>veu-se à fraca diversificação das exportações nacionais, o<br />

que reduz a capacida<strong>de</strong> da balança comercial em absorver os efeitos <strong>de</strong> choques externos.<br />

62. Apesar da <strong>de</strong>terioração da balança comercial, a economia nacional registou um influxo líqui<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

reservas internacionais acima da previsão <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. Em termos <strong>de</strong> meses <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong><br />

importações, as reservas aumentaram <strong>de</strong> 3,1 em 2006 para 5,5 em 2008. Este influxo aju<strong>do</strong>u a<br />

financiar o défice da balança comercial e reflectiu principalmente a manutenção <strong>do</strong> influxo <strong>de</strong><br />

ajuda externa.<br />

16


11/11/2009<br />

63. A política monetária teve um papel importante na acomodação <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> crescimento da<br />

economia e, <strong>de</strong> forma pru<strong>de</strong>nte e consistente com o crescimento da economia, expandiu a massa<br />

monetária 1 em 34% <strong>de</strong> 2006 para 2008, acima da previsão <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, as taxas<br />

<strong>de</strong> juro para empréstimos, embora tenham permaneci<strong>do</strong> altas e constrange<strong>do</strong>ras para o sector<br />

priva<strong>do</strong> - cerca <strong>de</strong> 23% em média entre 2006 e 2008 para a maturida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1 ano, mantiveram-se<br />

relativamente estáveis.<br />

64. As reformas actualmente em curso, em particular na área tributária, contribuíram para reduzir<br />

ligeiramente o défice orçamental antes <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nativos, <strong>de</strong> 12,4% <strong>do</strong> PIB em 2005 para 12,1% em<br />

2008. Moçambique tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir o défice orçamental após os <strong>do</strong>nativos para<br />

cumprir com convergência macroeconómica no âmbito da integração regional na SADC.<br />

Análise da Pobreza e Sistemas <strong>de</strong> Monitoria<br />

65. No momento da elaboração <strong>de</strong>ste relatório, a principal fonte <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para analisar a<br />

evolução da pobreza, o Inquérito aos Orçamentos Familiares (IOF), não estava disponível. A<br />

Terceira Avaliação da Pobreza, a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em 2010, irá analisar se foi alcança<strong>do</strong> o<br />

objectivo principal <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, Redução <strong>do</strong>s Níveis <strong>de</strong> Pobreza Absoluta. O Questionário<br />

<strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Básicos <strong>de</strong> Bem-Estar (QUIBB) também não foi realiza<strong>do</strong> como previsto<br />

durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

66. A evolução <strong>do</strong> PIB per capita po<strong>de</strong> ser toma<strong>do</strong> como uma proxy para medir a variação nas<br />

condições <strong>de</strong> vida, na falta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s mais abrangentes. O crescimento médio <strong>do</strong> PIB per<br />

capita real foi <strong>de</strong> 5% entre 2006 e 2008, pouco acima da projecção no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> <strong>de</strong> 4,8%<br />

(Tabela 1). Este crescimento, alia<strong>do</strong> ao bom <strong>de</strong>sempenho na produção agrícola, po<strong>de</strong>rá<br />

indicar que po<strong>de</strong> ter havi<strong>do</strong> melhorias em termos <strong>de</strong> rendimento nas zonas rurais, assim<br />

como ter contribuí<strong>do</strong> para a melhoria da situação da segurança alimentar. No entanto, da<strong>do</strong> o<br />

alto nível <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> a choques externos, em particular às condições climáticas,<br />

torna-se ainda necessário confirmar se esta possível melhoria foi sustentada durante este<br />

perío<strong>do</strong>.<br />

67. O Coeficiente <strong>de</strong> Gini, uma medição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, é basea<strong>do</strong> nos da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IOF e,<br />

portanto, não está disponível. Os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aprofundamento <strong>do</strong> RAI, basea<strong>do</strong>s nos da<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

MICS e TIA indicam que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter subi<strong>do</strong> em Moçambique durante o perío<strong>do</strong><br />

tanto em termos <strong>de</strong> renda como <strong>de</strong> acesso aos serviços básicos. Por outro la<strong>do</strong>, estu<strong>do</strong>s<br />

qualitativos realiza<strong>do</strong>s mostram que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> tem evoluí<strong>do</strong> principalmente nas áreas<br />

urbanas com <strong>de</strong>staque para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maputo. Igualmente, estu<strong>do</strong>s sobre a vulnerabilida<strong>de</strong><br />

e pobreza crónica indicam que 34,8% <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s familiares em Moçambique estão<br />

submeti<strong>do</strong>s a uma situação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> à insegurança alimentar. 2 Estas<br />

tendências <strong>de</strong>verão ser confirmadas com da<strong>do</strong>s qualitativos a serem disponibiliza<strong>do</strong>s em<br />

2010. Deve-se notar que não há consenso sobre a soli<strong>de</strong>z da meto<strong>do</strong>logia e da evidência <strong>de</strong><br />

ambos os estu<strong>do</strong>s, referi<strong>do</strong>s no início <strong>de</strong>ste parágrafo.<br />

1 Massa monetária refere-se aqui ao M2 (notas e moedas em circulação na economia).<br />

2 (SETSAN, 2006; Selvester e Fidalgo, 2006).<br />

17


11/11/2009<br />

68. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s no âmbito <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação indicam que os<br />

níveis <strong>de</strong> privações severas entre as crianças reduziram, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 59% em 2003 para<br />

48% em 2008, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS, 2008. Foram principalmente o bom<br />

<strong>de</strong>sempenho nos sectores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação que contribuíram para a redução <strong>de</strong>sta<br />

proporção. A nutrição e saneamento mostraram melhorias mo<strong>de</strong>radas. Constatou-se também<br />

uma redução na prevalência da <strong>de</strong>snutrição crónica em crianças menores <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong><br />

48% (IDS 2003) para 44% (MICS 2008).<br />

69. Des<strong>de</strong> 2005, o Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano (IDH) <strong>de</strong> Moçambique tem registra<strong>do</strong><br />

uma ligeira melhoria, <strong>de</strong> 0.390 (2005) para 0.402 (2007). Das três componentes que<br />

sumarizam o IDH, é particularmente na esperança <strong>de</strong> vida que o progresso tem si<strong>do</strong><br />

registra<strong>do</strong>. Em termos <strong>de</strong> posicionamento, Moçambique mantém-se no 172º lugar, embora<br />

tenham havi<strong>do</strong> algumas mudanças na meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> cálculo <strong>do</strong> IDH. 3<br />

70. No âmbito <strong>do</strong> reforço <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Planificação, Monitoria & Avaliação, ao longo <strong>do</strong><br />

perío<strong>do</strong> em análise constataram-se gran<strong>de</strong>s avanços, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a melhoria da estrutura <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> PES e <strong>do</strong> BdPES, seu alinhamento com o <strong>PARPA</strong>, bem como a introdução<br />

da abordagem <strong>de</strong> orçamentação por programa ao nível <strong>do</strong> CFMP a partir <strong>de</strong> 2007 e sua<br />

expansão às províncias.<br />

71. Relativamente às melhorias na estrutura e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> PES e <strong>do</strong> BdPES, po<strong>de</strong>-se concluir<br />

que estas se verificaram na: i) tendência <strong>de</strong> alinhamento com os pilares <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>; ii)<br />

integração com maior ênfase <strong>do</strong>s assuntos transversais na vertente sectorial; iii) na análise<br />

sobre os Objectivos <strong>do</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Milénio; iv) introdução da Matriz Estratégica<br />

<strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> como anexo <strong>do</strong> PES e <strong>do</strong> BdPES. Foi realiza<strong>do</strong> um trabalho <strong>de</strong> melhoramento<br />

<strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>, incluin<strong>do</strong> a preparação <strong>de</strong> fichas técnicas para os diferentes<br />

indica<strong>do</strong>res sectoriais, através <strong>do</strong>s quais os sectores actualizaram as notas técnicas <strong>do</strong>s<br />

indica<strong>do</strong>res da matriz.<br />

72. Anualmente, ao nível central e <strong>de</strong> cada província foi realiza<strong>do</strong> pelo menos um Observatório<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento (OD) no qual é feita a monitoria e avaliação <strong>do</strong>s progressos alcança<strong>do</strong>s<br />

na implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> através <strong>do</strong>s principais instrumentos operacionais (Balanço<br />

<strong>do</strong> PES e Relatório <strong>de</strong> Execução Orçamental). Contu<strong>do</strong>, ainda não existe um sistema<br />

eficiente <strong>de</strong> monitoria sobre o nível <strong>de</strong> acolhimento das observações e recomendações por<br />

parte <strong>do</strong>s sectores visa<strong>do</strong>s, nem <strong>de</strong> feedback para as instâncias requerentes. Persiste também<br />

o <strong>de</strong>safio na melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s relatórios/sínteses no que se refere à sua estrutura e<br />

apresentação sistemática da informação. Estes <strong>de</strong>safios estão intrinsecamente liga<strong>do</strong>s à<br />

disseminação <strong>do</strong> Guião <strong>de</strong> Orientação <strong>do</strong>s OD’s que foi recentemente <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> e<br />

aprova<strong>do</strong> para melhor captar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes fóruns, no que respeita, <strong>de</strong> entre muitos<br />

outros itens, a observação <strong>do</strong> calendário <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> planificação nacional, a periodicida<strong>de</strong><br />

das sessões - uma ou duas vezes por ano- e o controlo da matriz <strong>de</strong> recomendações para um<br />

melhor enquadramento e maior contribuição ao exercício <strong>de</strong> planificação a to<strong>do</strong>s os níveis.<br />

3 Devi<strong>do</strong> a mudanças meto<strong>do</strong>lógicas no recurso <strong>do</strong>s anos não e possível efectuar una comparação directa entre os índices<br />

<strong>do</strong> PIB <strong>de</strong> 2005 a 2007. O ranking <strong>de</strong> Moçambique tem-se manti<strong>do</strong> no 172 lugar (<strong>de</strong> 182) quan<strong>do</strong> no entanto em 2005 o<br />

ranking foi 172 <strong>de</strong> 177.<br />

18


11/11/2009<br />

73. A monitoria e avaliação consubstanciada no BdPES não contempla gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong><br />

informações <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> M&A existentes e não é suportada por um sistema estatístico<br />

forte. A falta <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> estatística forte tem implicações sobre a eficiência, o<br />

timelinesse e a precisão da sistema da M&A. Permanecem também como <strong>de</strong>safios o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> um cronograma com acções específicas <strong>de</strong> médio e curto prazos, para<br />

implementação <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> acção para a melhoria <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong> Planificação,<br />

Monitoria & Avaliação. Também é importante <strong>de</strong>senvolver um sistema unifica<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Monitoria e Avaliação que integre os restantes sistemas.<br />

Gestão das Finanças Públicas<br />

74. A melhoria da gestão financeira <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, aliada à gestão sólida das variáveis monetárias e<br />

fiscais, são apresentadas no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> como condições necessárias para o <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

estabilida<strong>de</strong> macroeconómica. Neste contexto, enfoque particular é da<strong>do</strong> à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

utilização eficiente e eficaz <strong>do</strong>s recursos, implican<strong>do</strong> o aumento <strong>do</strong> reforço das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

inspecção e auditoria, revisão sistemática das <strong>de</strong>spesas públicas e a reforma profunda da<br />

administração financeira <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

75. Em termos gerais, a área da Gestão das Finanças Públicas registou progressos durante o perío<strong>do</strong><br />

2006-8, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca a criação da Autorida<strong>de</strong> Tributária (AT), o aumento das receitas totais<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> como proporção <strong>do</strong> PIB, a expansão <strong>do</strong> e-SISTAFE com o uso da execução por via<br />

directa, que tem si<strong>do</strong> crucial para os progressos observa<strong>do</strong>s e a melhoria da disciplina fiscal<br />

agregada, trazen<strong>do</strong> gradualmente maior transparência, responsabilida<strong>de</strong> e reforço <strong>do</strong> controlo da<br />

execução <strong>do</strong> Orçamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. A consolidação <strong>de</strong> reformas e melhorias introduzidas nos<br />

processos <strong>de</strong> orçamentação, contabilização, auditoria e controlo, assim como na gestão <strong>de</strong><br />

receitas e <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> aquisições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> tem complementa<strong>do</strong> o reforço da Gestão <strong>de</strong><br />

Finanças Públicas (GFP).<br />

76. Os riscos <strong>do</strong> sistema da GFP têm tendência a diminuir, mas ainda são consi<strong>de</strong>ráveis, notan<strong>do</strong>-se<br />

algumas áreas que ainda carecem <strong>de</strong> melhorias como: i) necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior integração,<br />

coor<strong>de</strong>nação, fortalecimento e afirmação das funções e responsabilida<strong>de</strong>s entre o sistema <strong>de</strong><br />

controlo interno, auditoria interna e auditoria externa, ii) melhoria <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />

aquisições e da sua própria segurança e a garantia <strong>de</strong> que a fiscalização prévia não seja um<br />

impedimento para o funcionamento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> aquisições públicas, e iii)<br />

aumento da inclusão, cobertura e contabilização das receitas próprias, assim como o registo e<br />

contabilização <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> capital (concessões, privatizações e participações <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em<br />

empresas públicas e privadas) visan<strong>do</strong> aumentar a transparência na gestão financeira tanto como<br />

diminuir o risco <strong>de</strong> corrupção.<br />

77. Constata-se ainda que a afectação estratégica <strong>de</strong> recursos para alcançar uma melhor equida<strong>de</strong><br />

regional e uma ligação mais estreita aos resulta<strong>do</strong>s preconiza<strong>do</strong>s no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, aliada à prestação<br />

eficiente <strong>de</strong> serviços, são <strong>do</strong>is objectivos fundamentais que merecem maior atenção, em em<br />

particular uma maior capacida<strong>de</strong> para a análise <strong>de</strong> políticas e seus resulta<strong>do</strong>s.<br />

78. Em seguida são analisa<strong>do</strong>s mais em <strong>de</strong>talhe os principais progressos e <strong>de</strong>safios nas diferentes<br />

componentes <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> GFP.<br />

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11/11/2009<br />

Análise <strong>do</strong> Orçamento<br />

79. Progressos significativos foram verifica<strong>do</strong>s na meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> preparação e elaboração <strong>do</strong><br />

CFMP com uma maior ligação estrutural entre a matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> e o processo<br />

<strong>de</strong> planificação anual, maior envolvimento das instituições centrais e provinciais na<br />

formulação e fundamentação das propostas, assim como uma inclusão mais abrangente da<br />

previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos externos.<br />

Resulta<strong>do</strong>s Principais <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong>: Análise da Despesa Pública<br />

Os resulta<strong>do</strong>s das análises efectuadas mostram que a estrutura da <strong>de</strong>spesa pública seguiu as linhas gerais<br />

<strong>de</strong>finidas no <strong>PARPA</strong>.<br />

Apesar <strong>do</strong>s <strong>de</strong>svios no início <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> em análise, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a problemática da projecção <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> e <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> impacto das contribuições off-budget particularmente no sector da Saú<strong>de</strong>, concluiuse<br />

com esta revisão <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e respectiva análise que as linhas <strong>de</strong> orientação estabelecidas no <strong>PARPA</strong><br />

foram seguidas pelo Governo.<br />

Os recursos externos para apoio geral ao orçamento, fun<strong>do</strong>s comuns e projectos públicos constituíram<br />

42,2% <strong>do</strong>s recursos totais em 2008, contra 47,2% em 2005 apesar das melhorias na captação da <strong>de</strong>spesa<br />

realizada com fun<strong>do</strong>s externos em projectos e o crescimento da ajuda externa em termos absolutos.<br />

Não se verificou muito progresso na <strong>de</strong>scentralização <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s. A parte da <strong>de</strong>spesa institucional<br />

interna gerida pelas províncias diminuiu <strong>de</strong> 41,0% em 2005 para cerca <strong>de</strong> 39% em 2007 e 2008.<br />

80. O nível agrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> OE tem esta<strong>do</strong> em linha com o CFMP aprova<strong>do</strong>, mas ao nível <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong><br />

por classificação económica da <strong>de</strong>spesa (Despesas <strong>de</strong> Capital e Despesas <strong>de</strong> Investimento) e por<br />

sectores, constataram-se algumas diferenças não explicadas no orçamento, entretanto explicadas<br />

pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incluir <strong>de</strong>spesas adicionais resultantes <strong>de</strong> choques tanto na conjuntura<br />

nacional, como internacional.<br />

81. O nível da execução orçamental foi em geral bom e, nas análises regulares (trimestrais e anuais)<br />

efectuadas pelo Grupo <strong>de</strong> Análise <strong>do</strong> Orçamento (BAG, em Inglês), po<strong>de</strong> ser verifica<strong>do</strong> que a<br />

taxa <strong>de</strong> execução orçamental nos chama<strong>do</strong>s sectores prioritários foi em geral elevada no perío<strong>do</strong> -<br />

muito próximo <strong>do</strong>s 65% em cada ano - e que o conjunto <strong>do</strong>s sectores <strong>de</strong> Educação e Saú<strong>de</strong><br />

consumiram em geral uma percentagem elevada da <strong>de</strong>spesa corrente disponível.<br />

82. Orçamento e os <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> relatório <strong>de</strong> execução, nomeadamente os REOs, incluíram ao<br />

longo <strong>do</strong>s anos informação cada vez mais <strong>de</strong>talhada sobre o orçamento por nível geográfico. O<br />

nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização da <strong>de</strong>spesa corrente para os níveis provincial e distrital foi crescen<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

ano para ano, sen<strong>do</strong> sempre superior ao anterior. A mesma tendência não foi ainda acompanhada<br />

20


11/11/2009<br />

pela <strong>de</strong>spesa <strong>de</strong> investimento. Assume-se que o estu<strong>do</strong> se refere esta última categoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas<br />

(Caixa acima).<br />

83. Apesar <strong>do</strong>s progressos alcança<strong>do</strong>s, persistem alguns <strong>de</strong>safios, tais como a) Clarificação das<br />

opções, ou o cumprimento <strong>do</strong> calendário <strong>de</strong> preparação, aprovação e divulgação <strong>do</strong> CFMP, tal<br />

como está previsto, ou alinhamento entre o primeiro ano <strong>do</strong> CFMP e o OE ; b) Criação <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> para o exercício ao nível <strong>do</strong>s sectores e ao nível <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong> (nomeadamente<br />

províncias); c) Decisão sobre a forma <strong>de</strong> inclusão ou não <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s externos no CFMP; d) Um<br />

melhor custeamento <strong>do</strong>s planos <strong>do</strong>s sectores; e) Aprofundamento <strong>do</strong>s critérios <strong>de</strong> afectação intersectorial<br />

e territorial (incluin<strong>do</strong> elementos <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> regional) <strong>de</strong> recursos públicos; f)<br />

Necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Governo e os Parceiros reverem as suas práticas e mecanismos existentes <strong>de</strong><br />

registo <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s externos no OE e os mecanismos <strong>de</strong> execução <strong>do</strong>s mesmos. g) Previsibilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sembolsos <strong>do</strong>s parceiros (AGO, mas também fun<strong>do</strong>s e projectos) <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a integra-los no<br />

ciclo orçamental consolida<strong>do</strong>; h) Registo e contabilização <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> concessões,<br />

privatizações e participações <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em empresas públicas e privadas e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reforçar a programação e a monitoria da execução <strong>de</strong> receitas próprias para minimizar as<br />

flutuações na execução <strong>de</strong>sta rubrica, tal como sublinha<strong>do</strong> pelo próprio TA nos seus pareceres<br />

sobre a CGE; i) A expansão da orçamentação por programa e seu reflexo nos Relatórios <strong>de</strong><br />

Execução Orçamental.<br />

84. O sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas foi um <strong>do</strong>s temas selecciona<strong>do</strong>s para estu<strong>do</strong>s mais aprofunda<strong>do</strong>s<br />

como parte da avaliação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> (Caixa nesta secção). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stes estu<strong>do</strong>s<br />

são apresesenta<strong>do</strong>s no anexo 1.<br />

Reforma Tributária<br />

85. O Governo tem feito progressos notáveis, em particular na melhoria da administração fiscal, uma<br />

vez criada a AT em 2006. Como resulta<strong>do</strong>, a maioria <strong>do</strong>s objectivos fiscais <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> foram<br />

alcança<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> o objectivo central <strong>de</strong> aumentar as receitas totais como proporção <strong>do</strong> PIB,<br />

<strong>de</strong> 14,0% em 2005 para 16,3% em 2008. A fonte mais importante <strong>de</strong> receita continua a ser <strong>de</strong><br />

impostos sobre bens e serviços, apesar <strong>de</strong> se manter estável em torno <strong>do</strong>s 8% <strong>do</strong> PIB neste<br />

perío<strong>do</strong>. Os impostos sobre o rendimento indicam um ligeiro crescimento, <strong>de</strong> 3,5% para 4,9% <strong>do</strong><br />

PIB, ten<strong>do</strong> os impostos sobre o rendimento das empresas cresci<strong>do</strong> mais rapidamente.<br />

86. Um aspecto <strong>de</strong>ficiente durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> no que concerne ao estabelecimento da<br />

autorida<strong>de</strong> tributária foi a integração <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> informação para gestão, que já <strong>de</strong>veria ter<br />

resulta<strong>do</strong> em sistemas integra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> informação em plena operação em 2009, incluin<strong>do</strong> o módulo<br />

<strong>de</strong> colecta e gestão <strong>de</strong> receitas por via bancária. Esta meta não foi atingida.<br />

87. Algumas realizações se <strong>de</strong>stacam neste perío<strong>do</strong>, como uma nova Lei Fiscal Geral que<br />

clarifica as regras sobre a cobrança <strong>de</strong> impostos e os direitos <strong>do</strong>s contribuintes; a<br />

racionalização <strong>do</strong>s benefícios fiscais, que põe fim a um regime especial para os gran<strong>de</strong>s<br />

projectos; a aprovação <strong>de</strong> uma nova Lei das Finanças Municipais; a redução <strong>do</strong> peso que<br />

recai sobre as pequenas empresas, aumentan<strong>do</strong> os limites fiscais e a entrada em vigor <strong>de</strong> um<br />

21


11/11/2009<br />

um Imposto Simplifica<strong>do</strong> para os Pequenos Contribuintes (ISPC); o fortalecimento <strong>do</strong><br />

regime fiscal para os sectores mineiro e petrolífero. Adicionalmente, foi aberto um tribunal<br />

fiscal em Maputo, mas este está ainda em processo para o seu pleno funcionamento,<br />

enquanto os restantes ainda <strong>de</strong>vem começar com as suas operações.<br />

88. Por se reconhecer a importância da introdução <strong>de</strong> tecnologias mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> informação no<br />

sistema <strong>de</strong> impostos (e-Tributação) e já começaram o processo <strong>de</strong> planificação e implementação<br />

<strong>de</strong>stas reformas. No entanto, as iniciativas sobre TI também necessitam <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação com a<br />

UTRAFE, representan<strong>do</strong> um nível adicional <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação. Compara<strong>do</strong> com os processos<br />

existentes, sistemas <strong>de</strong> e-Tributação oferecem um enorme potencial para aumentar as receitas<br />

através da melhoria da eficiência das operações <strong>de</strong> AT, enquanto reduz os custos <strong>de</strong><br />

conformida<strong>de</strong> para o sector priva<strong>do</strong>. No entanto, estas reformas <strong>de</strong>vem ser cuida<strong>do</strong>samente<br />

planificadas e sequenciadas, bem geridas, <strong>de</strong>vidamente financiadas e eficazmente coor<strong>de</strong>nadas<br />

com o apoio técnico, para evitar perigos potencialmente graves que po<strong>de</strong>riam prejudicar as<br />

operações <strong>de</strong> receita permanente, ou o bloqueio em sistemas que não vai aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s<br />

futuras.<br />

89. O principal <strong>de</strong>safio que se coloca é o cumprimento com as provisões <strong>do</strong> quadro legal, pois<br />

há eleva<strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> cumprimento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> código fiscal. São ainda<br />

necessárias simplificações adicionais para uma a<strong>do</strong>pção mais ampla das novas leis.<br />

90. No que se refere ao quadro político e legal <strong>do</strong> sector, a introdução <strong>de</strong> tributação e sistemas<br />

mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> risco <strong>de</strong>ve simplificar o cumprimento das obrigações fiscais e reduzir os<br />

problemas <strong>de</strong> pagamento para muitos contribuintes.<br />

91. A AT registou progressos impressionantes na melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>do</strong>s contribuintes,<br />

mas ainda persistem <strong>de</strong>safios. Melhor prestação <strong>de</strong> informações é uma parte central <strong>do</strong><br />

problema. Um problema que persiste é a preocupação <strong>do</strong>s contribuintes, <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong><br />

em particular, sobre as práticas <strong>de</strong> execução imprevisíveis e punitivas por agentes fiscais,<br />

principalmente em reacção a erros insignificantes ou infracções não intencionais causadas<br />

por falta <strong>de</strong> informação sobre os <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> código <strong>de</strong> imposto. Esse comportamento cria<br />

um relacionamento <strong>de</strong> adversários, incentivo para práticas corruptas e conflito, on<strong>de</strong> o apoio<br />

educativo <strong>de</strong> oficiais <strong>de</strong> imposto seria mais produtivo.<br />

22


11/11/2009<br />

Resulta<strong>do</strong>s principais <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>: Análise <strong>do</strong> impacto da política tributária (parte sobre o<br />

sistema tributário)<br />

Des<strong>de</strong> 1998, to<strong>do</strong>s os principais instrumentos fiscais têm si<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s a reformas profundas. As<br />

principais características <strong>do</strong> sistema estão bem alinha<strong>do</strong>s com as melhores práticas para os países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, nomeadamente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar com um imposto sobre o valor<br />

acrescenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> base ampla e um imposto mo<strong>de</strong>rno sobre os rendimentos, suplementa<strong>do</strong> por impostos<br />

sobre a produção e o consumo <strong>de</strong> produtos selecciona<strong>do</strong>s e direitos <strong>de</strong> importação mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s.<br />

O sistema fiscal em Moçambique é razoavelmente progressivo. Os pobres sentem pouco o far<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

encargos fiscais em resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s limites eleva<strong>do</strong>s estabeleci<strong>do</strong>s para se entrar na re<strong>de</strong> tributária<br />

(relativa ao rendimento per capita), da taxa fiscal reduzida aplicada aos pequenos contribuintes através<br />

<strong>do</strong> ISPC, da estrutura progressiva no âmbito <strong>do</strong> imposto sobre os rendimentos <strong>de</strong> pessoas singulares e<br />

da estrutura <strong>de</strong> isenção completa para os bens indispensáveis ao abrigo <strong>do</strong> IVA. Todavia, os direitos<br />

<strong>de</strong> importação e os impostos sobre a produção e o consumo aplica<strong>do</strong>s aos bens consumi<strong>do</strong>s pelos<br />

pobres possuem efeitos regressivos.<br />

Há pouco espaço para ganhos <strong>de</strong> receita por meio <strong>de</strong> medidas adicionais <strong>de</strong> política fiscal, mas um<br />

gran<strong>de</strong> potencial para aumentar as receitas através <strong>do</strong> alargamento eficaz da base tributária, na<br />

alocação <strong>de</strong> recursos mais eficientemente e facilitação no cumprimento das obrigações <strong>do</strong>s<br />

contribuintes através <strong>de</strong> novas medidas para mo<strong>de</strong>rnizar a administração tributária. Ao <strong>de</strong>finir a meta<br />

<strong>de</strong> receitas a médio prazo, o governo <strong>de</strong>ve procurar conseguir um equilíbrio entre as necessida<strong>de</strong>s em<br />

termos <strong>de</strong> recursos <strong>do</strong>s sectores público e priva<strong>do</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento nacional, a criação <strong>de</strong><br />

postos <strong>de</strong> trabalho e o crescimento sustentável.<br />

92. O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> aprofundamento sobre tributação encontra-se no anexo 1 (Caixa nesta secção).<br />

A visão sobre reformas é distinta entre vários profissionais que lidam com finanças públicas.<br />

Uma alternativa é consi<strong>de</strong>rar a implementação da legislação existente, fazen<strong>do</strong> as alterações<br />

necessárias às normas e às institucionais. Há países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s que continuam a usar o<br />

imposto sobre vendas, semelhante ao antigo imposto <strong>de</strong> circulação em Moçambique, com<br />

sucesso.<br />

SISTAFE<br />

93. A reforma <strong>do</strong> SISTAFE contribuiu para melhorar a eficiência e eficácia da gestão das finanças<br />

públicas, um <strong>do</strong>s objectivos genéricos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>. As acções<br />

levadas a cabo para assegurar o alcance <strong>de</strong>ste objectivo <strong>de</strong> 2006 a 2009, incluem a<br />

disponibilização <strong>de</strong> ferramentas para massificar a Execução Orçamental por via directa, e a<br />

elaboração <strong>do</strong> orçamento por programa.<br />

94. O e-SISTAFE foi expandi<strong>do</strong> para to<strong>do</strong>s os ministérios a nível central e provincial, 26 Instituições<br />

Autónomas e 50 administrações distritais, totalizan<strong>do</strong> 338 Unida<strong>de</strong>s Gestoras e Executoras a<br />

executar o orçamento pela via directa. Assim, até finais <strong>de</strong> 2008, 95% da execução orçamental<br />

23


11/11/2009<br />

total das unida<strong>de</strong>s que possuíam o e-SISTAFE foi executada pela via directa, cumprin<strong>do</strong> com a<br />

meta.<br />

95. Por outro la<strong>do</strong>, com objectivo <strong>de</strong> aumentar o volume da <strong>de</strong>spesa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> a ser contabilizada no<br />

e-SISTAFE e buscar mecanismos que incentivem os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res a incorporarem no OE e/ou CUT<br />

os fun<strong>do</strong>s extra-orçamentais em particular <strong>de</strong> financiamento externo, o Governo <strong>de</strong>cidiu a<br />

implementar a CUT ME como um instrumento cataliza<strong>do</strong>r para o efeito. Isto resultou na inclusão<br />

<strong>de</strong> quase toda a componente externa no OE como também um aumento significativo <strong>do</strong> uso da<br />

CUT para execução directa.<br />

96. O Módulo <strong>de</strong> Elaboração <strong>do</strong> Orçamento <strong>do</strong> e-SISTAFE foi adapta<strong>do</strong> para aten<strong>de</strong>r à<br />

Orçamentação por Programa. O conceito <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> garante uma ligação lógica entre PQG,<br />

<strong>PARPA</strong>, CFMP, PES, OE. A implementação <strong>do</strong> orçamento programa para o OE 2009 foi<br />

estendida para to<strong>do</strong>s os sectores, ten<strong>do</strong>-se também inicia<strong>do</strong> a sua execução.<br />

97. No referente aos <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> SISTAFE foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os seguintes. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mais funcionalida<strong>de</strong>s além das nucleares não foi ao ritmo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, pois há que consi<strong>de</strong>rar a<br />

consolidação <strong>do</strong>s instrumentos já disponíveis, em particular o Módulo <strong>de</strong> Elaboração e Execução<br />

Orçamental e a gestão da Conta Única <strong>do</strong> Tesouro. Porém a conclusão <strong>de</strong> outras funcionalida<strong>de</strong>s<br />

é importante para se po<strong>de</strong>r tirar maior proveito <strong>do</strong> investimento já realiza<strong>do</strong>.<br />

98. Nesta fase o foco foi na formação <strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res para po<strong>de</strong>rem operar o sistema. Porém<br />

enten<strong>de</strong>-se que é necessário assegurar que os utiliza<strong>do</strong>res explorem mais o potencial <strong>do</strong> sistema,<br />

na análise e uso <strong>de</strong> informação para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, pelo que há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> levantar com<br />

mais profundida<strong>de</strong> as necessida<strong>de</strong>s específicas <strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res, como também <strong>de</strong>senvolver<br />

capacida<strong>de</strong>s mais viradas para análise da informação disponível no sistema.<br />

99. O custo da reforma ficou mais oneroso <strong>do</strong> que previsto. Porém o impacto também é notório,<br />

tanto no controlo da execução, na transparência, encerramento <strong>do</strong>s processos<br />

administrativos, disponibilização atempada <strong>do</strong>s relatórios e nos níveis <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Procurement<br />

100. Em relação ao procurement o principal objectivo da criação <strong>do</strong> quadro legislativo e<br />

insitutional para a aquisição foi realiza<strong>do</strong>, mas o CPAR <strong>de</strong> 2008 mostrou que existem<br />

<strong>de</strong>safios graves na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementar e gerir o sistema <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, que terá<br />

<strong>de</strong> melhorar no futuro. Entre os anos 2006 e 2008, o Governo continuou a implementação <strong>de</strong><br />

uma estratégia abrangente <strong>de</strong> reforma <strong>do</strong> sector público, que foi lançada em 2001. A<br />

implementação <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> reforma exige uma nova forma <strong>de</strong> organização e <strong>de</strong><br />

estabelecimento <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação.<br />

101. Na implementação da reforma <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> procurement <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> verificaram-se<br />

alguns <strong>de</strong>safios, nomeadamente:<br />

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11/11/2009<br />

• Apesar das UGEAS terem si<strong>do</strong> estabelecidas, ainda é necessário treinar <strong>do</strong>s funcionários.<br />

O treino precisa ser estendi<strong>do</strong> para outras posições relevantes fora das UGEAS (ex:<br />

auditores internos <strong>do</strong> nível provincial, etc.).<br />

• Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um programa <strong>de</strong> certificações para um grupo <strong>de</strong> especialistas<br />

em procurement da função pública e <strong>de</strong>senvolver a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> trabalho para as funções<br />

mais importantes com o UGEA e o Júri, em coor<strong>de</strong>nação com o Ministério da Função<br />

Pública.<br />

• Ainda se precisa <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dum sistema a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> monitoria e avaliação,<br />

incluin<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s sistematiza<strong>do</strong>s e credíveis, que permite também medir o <strong>de</strong>sempenho e a<br />

reforma <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> procurement.<br />

102. No referente ao quadro político e legal <strong>do</strong> sector os seguintes passos foram<br />

realiza<strong>do</strong>s: criação, estruturação e funcionamento da Unida<strong>de</strong> Funcional <strong>de</strong> Supervisão das<br />

Aquisições (UFSA); i<strong>de</strong>ntificação das Unida<strong>de</strong>s Gestoras Executoras <strong>de</strong> Aquisições<br />

(UGEAs) e criação das primeiras UGEAs ao nível central e provincial; estabelecimento <strong>de</strong><br />

um vasto programa <strong>de</strong> capacitação que permitiu a formação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2000 técnicos (nível<br />

central, provincial, distrital e autarquias locais); aprova<strong>do</strong> o Decreto nº 54/2005, que<br />

regulamenta o procurement; acções <strong>de</strong> capacitação para o sector priva<strong>do</strong> nesta matéria.<br />

Auditoria<br />

103. O <strong>de</strong>sempenho na globalida<strong>de</strong> na área <strong>de</strong> auditoria é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> positivo,<br />

fundamentalmente na vertente <strong>de</strong> auditoria externa. Foram realiza<strong>do</strong>s esforços para a<br />

revitalização e criação <strong>de</strong> Órgãos <strong>de</strong> Controlo Interno (OCIs). Como corolário <strong>de</strong>ste esforço,<br />

passou-se <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> 21 OCIs em funcionamento em 2007 para 73 OCI 4 em<br />

funcionamento até ao 1º semestre <strong>de</strong> 2009.<br />

104. Houve também um aumento no número <strong>de</strong> auditorias internas realizadas entre 2007 e 2009.<br />

Em 2008 to<strong>do</strong>s os OCIs realizaram 1209 auditorias contra 883 realizadas em 2007. O<br />

financiamento ao SCI continua a constituir entrave na implementação <strong>de</strong> algumas activida<strong>de</strong>s<br />

planificadas.<br />

105. As “Auditorias <strong>de</strong> Desempenho” são consi<strong>de</strong>radas relevantes para a redução da pobreza, em<br />

última instância. Estas já foram realizadas nos seguintes sectores; estrada, águas, justiça e<br />

agricultura (fase preparatória), sen<strong>do</strong> a IGF a entida<strong>de</strong> responsável pelo seguimento e monitoria<br />

da implementação das auditorias feitas pelos respectivos sectores e com impacto ao nível<br />

sectorial.<br />

106. Os relatórios sobre a Conta Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (CGE) e respectivos “pareceres” foram emiti<strong>do</strong>s<br />

pelo Tribunal Administrativo <strong>de</strong> forma regular e segun<strong>do</strong> os preceitos constitucionais. Estes<br />

<strong>do</strong>cumentos representam uma base essencial para alimentar o diálogo entre os Parceiros <strong>de</strong><br />

4 Destes 73 OCIs, 16 não fazem parte da base <strong>de</strong>finida no QAD. São os casos <strong>de</strong> OCIs <strong>do</strong> MAE e Agricultura que já<br />

estão em funcionamento em todas as provincias.<br />

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11/11/2009<br />

Apoio Programático e o Governo sobre assuntos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> finanças públicas, em particular as<br />

alocações <strong>do</strong> orçamento, sua execução e transparência das contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano anterior. Têm<br />

se regista<strong>do</strong> melhorias graduais tanto na abrangência, análise e conteú<strong>do</strong>, como no nível <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>cumentos. Os <strong>de</strong>safios continuam a ser o acesso público aos acórdãos,<br />

relatórios e pareceres da CGE, implementação <strong>do</strong>s vários <strong>do</strong>cumentos normativos, bem como o<br />

seguimento das constatações e recomendações feitas. Constituem ainda <strong>de</strong>safios para o Tribunal<br />

Administrativo, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgamento face ao incremento substancial <strong>de</strong> auditorias<br />

realizadas e concluídas, a cobertura geográfica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nível central até ao distrito, a fraca cultura<br />

<strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas ainda prevalecente e o aumento <strong>de</strong> cobertura resultante <strong>do</strong>s projectos<br />

outrora não inscritos no Orçamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (“off-budget”).<br />

107. No referente aos <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> sector foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os seguintes:<br />

• Relativamente à auditoria interna, falta <strong>de</strong> clareza sobre os conceitos <strong>de</strong> “auditoria<br />

interna” e ”controlo interno”, “órgão <strong>de</strong> controlo interno (OCI)”, “inspecção”,<br />

“fiscalização” e respectivas responsabilida<strong>de</strong>s (p.e. existe diferença entre “fortalecer os<br />

sistemas <strong>de</strong> controlo interno” conforme <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> no <strong>PARPA</strong>, e “fortalecer as auditorias e<br />

inspecções” segun<strong>do</strong> as práticas induzidas pelo postula<strong>do</strong> na lei <strong>do</strong> SISTAFE);<br />

• Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> actualizar o plano <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> SCI, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os recursos<br />

financeiros disponíveis, bem como <strong>de</strong>finir uma estratégia clara para a sua implementação;<br />

• Os indica<strong>do</strong>res continuam váli<strong>do</strong>s mas existe necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar a base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> auditoria interna operacionais;<br />

• Na área <strong>do</strong> controlo externo seria necessário <strong>de</strong>senvolver e implementar uma meto<strong>do</strong>logia<br />

<strong>de</strong> “avaliação <strong>de</strong> risco”, para melhorar o enfoque das auditorias;<br />

• O esboço <strong>do</strong> Manual Básico <strong>de</strong> Auditoria Interna foi partilha<strong>do</strong> com as diversas<br />

instituições, mas existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentação e discussão <strong>do</strong> manual, antes da<br />

sua finalização;<br />

• Sobre auditoria externa, existe um gran<strong>de</strong> fosso entre os relatórios elabora<strong>do</strong>s e os<br />

julga<strong>do</strong>s, bem como na clareza <strong>do</strong> tratamento a dar aos <strong>do</strong>is níveis <strong>de</strong> relatórios, e acesso<br />

público.<br />

108. Durante o perío<strong>do</strong> 2006-2009, foram empreendidas acções no <strong>do</strong>mínio da GFP, cujo objectivo<br />

geral foi melhorar os padrões <strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> sistema. O Governo está empenha<strong>do</strong> na<br />

continuação e aprofundamento <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>senvolvimentos e ten<strong>do</strong> constata<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

estratégia <strong>de</strong> longo prazo, <strong>de</strong>cidiu elaborar uma Visão Estratégica da Gestão <strong>de</strong> Finanças<br />

Públicas, a ser finalizada durante 2009, toman<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração as recomendações das<br />

avaliações PEFA, ROSC, CPAR, Tribunal Administrativo e Assembleia da República. Neste<br />

contexto seria importante uma perspectiva clara <strong>do</strong> Governo sobre como a reforma <strong>de</strong> GFP po<strong>de</strong><br />

ter impacto positivo sobre aspectos como a <strong>de</strong>scentralização, transparência e processos <strong>de</strong><br />

prestação <strong>de</strong> contas, a redução <strong>do</strong> risco fiduciário e luta contra a corrupção, assim como a<br />

realização <strong>do</strong>s objectivos globais da política fiscal.<br />

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11/11/2009<br />

Pilar da Governação<br />

1. Introdução<br />

109. O <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> <strong>de</strong>fine os seguintes objectivos para a Governação: i) A consolidação da unida<strong>de</strong><br />

nacional, da paz, da justiça e da <strong>de</strong>mocracia; ii) O combate à corrupção, burocratismo e<br />

criminalida<strong>de</strong>; iii) O reforço da soberania e da cooperação internacional, e; iv) O<br />

<strong>de</strong>senvolvimento harmonioso <strong>do</strong> país.<br />

2. Avaliação <strong>do</strong> Desempenho<br />

Reforma <strong>do</strong> Sector Publico<br />

110. A Reforma <strong>do</strong> Sector Público foi iniciada há <strong>de</strong>z anos, com base na "Estratégia Global da<br />

Reforma <strong>do</strong> Sector Público", cuja implementação encontra-se na sua segunda fase (2006-2011).<br />

O objectivo geral <strong>de</strong>sta reforma, menciona<strong>do</strong> no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> e na fase <strong>II</strong> <strong>do</strong> programa, é<br />

“Melhorar a Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Prestação <strong>do</strong>s serviços públicos ao cidadão”.<br />

111. Durante o perío<strong>do</strong> em referência, o Governo implementou diversas políticas, estratégias e<br />

planos que contribuíram para a melhoria <strong>do</strong>s serviços públicos presta<strong>do</strong>s aos cidadãos, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stacar: a criação <strong>de</strong> balcões únicos, o que proporcionou aos cidadãos um acesso mais fácil a<br />

vários serviços, embora ainda limita<strong>do</strong>; o estabelecimento <strong>do</strong> GOVNET, que melhorou a<br />

comunicação entre as instituições governamentais, assim como o acesso à informação para o<br />

público que tem acesso à internet; e uma maior <strong>de</strong>scentralização administrativa, provi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong><br />

alguns serviços mais próximos <strong>do</strong> público. Muitas das iniciativas tomadas ainda precisam <strong>de</strong><br />

aperfeiçoamento, melhoria e reforço.<br />

112. No âmbito da avaliação <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> em referência, especial atenção é dada às seguintes áreas:<br />

• Política Salarial <strong>de</strong> Médio Prazo - o processo <strong>de</strong> preparação <strong>de</strong> uma reforma salarial até<br />

2006 foi lento. No entanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007 tem se verifica<strong>do</strong> um maior dinamismo na<br />

<strong>de</strong>finição e <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s princípios da reforma salarial. A<strong>de</strong>mais, em 2008, o Conselho<br />

<strong>de</strong> Ministros aprovou a Política Salarial <strong>de</strong> Médio Prazo e está em curso uma estratégia <strong>de</strong><br />

operacionalização da reforma salarial, que inclui vários estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diagnóstico. Um<br />

diálogo mais frequente entre o Governo e os parceiros po<strong>de</strong>rá contribuir para maiores<br />

consensos sobre os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stes estu<strong>do</strong>s. Ainda no âmbito <strong>de</strong>sta política, está em<br />

curso a preparação da a estratégia <strong>de</strong> habitação para a função pública e também foi revista<br />

a base para os subsídios <strong>de</strong> localização para além <strong>de</strong> que estão a ser estuda<strong>do</strong>s os impactos<br />

<strong>de</strong> uma reforma das pensões. Em 2009, proce<strong>de</strong>u-se a <strong>de</strong>scompressão salarial com<br />

aumentos que variam <strong>de</strong> 14% para os funcionários públicos com menos qualificações à<br />

28% para os que possuem mais qualifica<strong>do</strong>s em termos académicos.<br />

• Plano <strong>de</strong> Acção Anti-Corrupção - A Estratégia Anti-Corrupção foi aprovada em 2006 e<br />

os aspectos inerentes à sua materialização foram incluí<strong>do</strong>s no Plano <strong>de</strong> Acção Nacional <strong>de</strong><br />

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11/11/2009<br />

Combate à Corrupção. De acor<strong>do</strong> com indica<strong>do</strong>res internacionais 5 , o <strong>de</strong>sempenho no<br />

combate à corrupcao nao tem mostra<strong>do</strong> melhorias no perio<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>. Um estu<strong>do</strong><br />

recente sobre a execução <strong>de</strong>ste plano sugeriu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forte priorização das<br />

iniciativas mais relevantes e da melhoria <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> acompanhamento, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong><br />

uma base <strong>de</strong> referência para to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res. O estu<strong>do</strong> sugere ainda a capacitação<br />

<strong>do</strong>s agentes liga<strong>do</strong>s aos Observatórios <strong>de</strong> Desenvolvimento a nível provincial e conselhos<br />

consultivos distritais por forma a que o acompanhamento e a implementação <strong>do</strong>s planos<br />

<strong>de</strong> acção sejam melhores. O estu<strong>do</strong> refere-se tambem a aspectos na Lei Anti-Corrupção<br />

(LAC) que <strong>de</strong>vem estar alinha<strong>do</strong>s à legislação actual mais ampla e aos instrumentos<br />

internacionais ratifica<strong>do</strong>s - Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção, a<br />

Convenção da União Africana contra a Corrupção e o Protocolo da SADC Contra a<br />

Corrupção.<br />

• Desenvolvimento <strong>de</strong> Recursos Humanos e Reestruturação Organizacional – A<br />

existência <strong>de</strong> recursos humanos competentes, qualifica<strong>do</strong>s e bem geri<strong>do</strong>s é um requisito<br />

para a melhoria <strong>do</strong>s serviços públicos. As várias iniciativas implementadas, tais como a<br />

formação (IFAPAs e ISAP), a criação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> recursos humanos<br />

(Cadastro <strong>do</strong>s Funcionários e Agentes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, CAF; Sistema Electrónico <strong>de</strong><br />

Informação <strong>do</strong> Pessoal, e-SIP), e produção <strong>do</strong> anuário estatístico <strong>de</strong> 2008, sobre os<br />

recursos humanos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (Funcionários e Agentes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>), facultaram o potencial<br />

para elevar a qualida<strong>de</strong> no serviço público.<br />

113. Entre os factores críticos para o sucesso da Análise Funcional e Reestruturação (AF&R) são<br />

<strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s os seguintes: (a) a existência <strong>de</strong> uma meto<strong>do</strong>logia clara sobre o enfoque <strong>do</strong> exercício,<br />

bem como recursos financeiros para custear a assistência técnica necessária (b) a li<strong>de</strong>rança ao<br />

nível da CIRESP; (c) a existência nos sectores <strong>de</strong> equipes técnicas e contrapartes capazes <strong>de</strong><br />

interagir e apropriar-se <strong>do</strong> processo. A avaliação feita ao processo constatou que alguns <strong>do</strong>s<br />

principais resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s neste <strong>do</strong>mínio foi a redifinição <strong>do</strong> papel <strong>do</strong>s Ministérios e a<br />

<strong>de</strong>scentralização e <strong>de</strong>sconcentração <strong>de</strong> competências. Contu<strong>do</strong>, reconhecem-se limitações da<br />

abordagem quanto à promoção <strong>de</strong> melhoria da prestação <strong>de</strong> serviços ao cidadão, haven<strong>do</strong> a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abordagens complementares visan<strong>do</strong> assegurar este aspecto. Neste senti<strong>do</strong>, o<br />

Governo aprovou o SIGEDAP para a Função Pública, que combina a avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

institucional e a avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho individual, crian<strong>do</strong> as condições para aprofundar a<br />

cultura <strong>de</strong> valorização <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho individual <strong>do</strong>s funcionários e <strong>de</strong> excelência na prestação<br />

<strong>de</strong> serviços ao cidadão.<br />

114. No que se refere ao quadro político e legal <strong>do</strong> sector, os factores <strong>de</strong> sucesso para as acções<br />

no quadro <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> políticas públicas pren<strong>de</strong>m-se à consolidação <strong>de</strong> um Governo Central<br />

eficiente e eficaz, cujo instrumento principal da acção governativa são os processos <strong>de</strong><br />

formulação, implementação e monitoria <strong>de</strong> políticas públicas. O Ministério da Função Pública<br />

constituiu um factor chave para a aprovação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> políticas para a gestão estratégica<br />

5 Mocambique continua estático, 2.8 nos ultimos 4 anos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Transparency International<br />

Perceptions of Corruption In<strong>de</strong>x e caiu 15 pontos <strong>de</strong> 126 para 111 em 2008<br />

28


11/11/2009<br />

<strong>do</strong>s recursos humanos, no que diz respeito ao <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong> institucional <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>. Neste perío<strong>do</strong> foram aprova<strong>do</strong>s: o Estatuto Geral <strong>do</strong>s Funcionários e Agentes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

(EGFAE); o Subsistema Electrónico <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Pessoal (e-SIP); o Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos; a Política Salarial <strong>de</strong> Médio Prazo o Regulamento da Activida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Fiscalização e Inspecção Administrativa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

115. No concernente a questão <strong>de</strong> aprofundamento 6 , foi encomendada uma consultoria com o<br />

objectivo principal <strong>de</strong> avaliar o impacto das medidas a<strong>do</strong>ptadas no âmbito <strong>do</strong> combate à<br />

corrupção, com enfoque nos mecanismos <strong>de</strong> controle (inspecções e auditorias), relacionan<strong>do</strong> com<br />

a quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos humanos existentes, o <strong>de</strong>sempenho e impacto <strong>do</strong> Gabinete<br />

Central <strong>de</strong> Combate à Corrupção (GCCC). O estu<strong>do</strong> constatou que há uma tendência claramente<br />

crescente da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auditoria <strong>do</strong> TA, que supera em gran<strong>de</strong> medida o planea<strong>do</strong>. Nota-se<br />

simultaneamente um progresso na elaboração da CGE pelo Ministério das Finanças e na<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua análise pelo TA e AR, haven<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Governo imprimir uma<br />

maior celerida<strong>de</strong> no seguimento às constatações <strong>do</strong> TA, na tomada <strong>de</strong> medidas e melhoria da<br />

divulgação das medidas <strong>de</strong> correcção e punição.<br />

O Relatório e parecer <strong>do</strong> TA quanto à CGE tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> uma série <strong>de</strong> actos lesivos ao bem<br />

público. Da análise feita às contas <strong>de</strong> 2006 e 2007, constatou muitas situações que po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>terminar a intervenção <strong>do</strong> MP ou <strong>do</strong> GCCC.<br />

Este estu<strong>do</strong> constatou ainda a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se rever as competências <strong>do</strong> GCCC que pela sua<br />

natureza jurídica administrativa e não jurisdicional, não incluiu po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> acusação, não<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> investigar crimes como enriquecimento ilícito, conflitos <strong>de</strong> interesse, nepotismo e<br />

corrupção no sector priva<strong>do</strong> e ser mais interventivo no combate a corrupção.<br />

Justiça, Legalida<strong>de</strong>, Or<strong>de</strong>m e Segurança Pública<br />

116. De 2006 à 2008, o Governo <strong>de</strong> Moçambique tem vin<strong>do</strong> a implementar reformas na área da<br />

justiça, legalida<strong>de</strong>, or<strong>de</strong>m e segurança pública. Contu<strong>do</strong>, os seus resulta<strong>do</strong>s estão aquém <strong>de</strong><br />

satisfazer a <strong>de</strong>manda social <strong>do</strong>s serviços, prevalecen<strong>do</strong> constrangimentos claramente<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vem continuar a merecer a atenção <strong>do</strong> Sector. A avaliação das metas<br />

<strong>de</strong>finidas pelo <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, indica ainda um progresso mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> no sector. Durante este perío<strong>do</strong>,<br />

foram iniciadas algumas reformas estruturais ten<strong>de</strong>ntes ao aperfeiçoamento da organização<br />

judiciária, à simplificação <strong>do</strong>s procedimentos e à melhoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e alargamento da re<strong>de</strong><br />

das instituições <strong>de</strong> justiça até aos Distritos.<br />

117. No âmbito da Assistência Jurídica e Judiciária foram regista<strong>do</strong>s progressos, no entanto<br />

persiste a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover a formação e aperfeiçoamento profissional <strong>do</strong>s funcionários.<br />

Na área <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> actos <strong>de</strong> cidadania e mais especificamente no que se refere aos<br />

registos <strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong>stacam-se progressos, mas na área <strong>de</strong> emissão <strong>do</strong> BI registou-se fraca<br />

produtivida<strong>de</strong>. Na área <strong>de</strong> Provisão <strong>do</strong>s Serviços <strong>de</strong> Justiça e Movimento Processual foram<br />

6 Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Aprofundamento (Anexo 1).<br />

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11/11/2009<br />

implementadas reformas estruturais ten<strong>de</strong>ntes à melhorar a organização judiciária, simplificar e<br />

mo<strong>de</strong>rnizar os procedimentos e instrumentos da administração da justiça. Nesta área, houve<br />

progressos durante o perío<strong>do</strong> em referência, mas nota-se que ainda persistem fraquezas,<br />

sobretu<strong>do</strong> no que diz respeito ao número <strong>de</strong> casos julga<strong>do</strong>s e a ina<strong>de</strong>quação das infra-estruturas<br />

no sector. Entretanto, na área <strong>do</strong>s Recursos Humanos tem vin<strong>do</strong> a ser reforçada a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> da administração da justiça, através <strong>do</strong> recrutamento, formação e<br />

aperfeiçoamento <strong>do</strong>s recursos humanos. No concernente ao Sistema Prisional, regista-se um<br />

atraso na aprovação das reformas legislativas visan<strong>do</strong> a operacionalização efectiva <strong>do</strong> sistema<br />

prisional unifica<strong>do</strong> com o objectivo <strong>de</strong> padronizar a sua gestão. No que se refere à melhoria das<br />

condições habitacionais <strong>do</strong> sistema prisional há que registar acções <strong>de</strong> construção e reabilitação<br />

<strong>de</strong> algumas infra-estruturas prisionais, prevalecen<strong>do</strong> porém alguns constrangimentos que são<br />

necessários ultrapassar, tais como a superlotação, precárias condições <strong>de</strong> dieta alimentar, <strong>de</strong><br />

higiene e sanitárias, a falta <strong>de</strong> estabelecimentos para separação <strong>de</strong> adultos e menores, e <strong>de</strong> centros<br />

<strong>de</strong> recuperação juvenil, <strong>de</strong> vocação e formação. Contu<strong>do</strong>, é <strong>de</strong> notar que ainda não foi aprova<strong>do</strong> e<br />

orçamenta<strong>do</strong> um plano <strong>de</strong> reabilitação, como o previsto no <strong>PARPA</strong>. No Domínio da Or<strong>de</strong>m e<br />

Segurança Pública, foi elaborada uma proposta <strong>de</strong> reforma da Polícia <strong>de</strong> Investigação Criminal<br />

(PIC), aguardan<strong>do</strong> a sua aprovação pela Assembleia da República. Contu<strong>do</strong>, notou-se fraco<br />

progresso, em especial no referente a elevação da produtivida<strong>de</strong> da PRM.<br />

118. O <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector foi influencia<strong>do</strong> pelos seguintes factores positivos: a) A formação<br />

<strong>de</strong> magistra<strong>do</strong>s em matérias <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> menores e a sua afectação nos tribunais e<br />

procura<strong>do</strong>rias provinciais e distritais, ten<strong>do</strong> contribuí<strong>do</strong> para a melhoria da activida<strong>de</strong><br />

jurisdicional; b) A atribuição <strong>de</strong> uma linha orçamental específica para o IPAJ, a partir <strong>de</strong> 2008, o<br />

que se reflectiu no aumento da eficiência na implementação das activida<strong>de</strong>s; c) A aprovação <strong>de</strong><br />

diversos diplomas legais a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> a legislação à dinâmica sócio-económica <strong>do</strong> País, ten<strong>do</strong> no<br />

entanto se constata<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar a base social <strong>de</strong> consulta em relação aos Códigos<br />

Penal e <strong>de</strong> Processo Penal para a<strong>de</strong>quá-los à realida<strong>de</strong> nacional, e para além disso, verificar o<br />

impacto orçamental no caso da Lei <strong>do</strong>s Tribunais Comunitários; d) A elaboração e aprovação <strong>do</strong><br />

Plano Estratégico Integra<strong>do</strong> da Justiça (PEI), concorren<strong>do</strong> para a harmonização da planificação<br />

<strong>do</strong> Sector ao sistema nacional <strong>do</strong> País.<br />

119. Apesar <strong>do</strong>s progressos alcança<strong>do</strong>s, subsistem alguns <strong>de</strong>safios, tais como: i) Melhorar o grau<br />

<strong>de</strong> confiança <strong>do</strong> público na administração da justiça, tida como baixa no âmbito da pesquisa da<br />

UTRESP; ii) Expandir os serviços <strong>de</strong> assistência e <strong>de</strong>fesa legal para os necessita<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong><br />

crianças; iii) Melhorar as condições da população prisional, especialmente no que concerne ao<br />

estabelecimento <strong>de</strong> locais separa<strong>do</strong>s para adultos e crianças; iv) Melhorar a tramitação e<br />

conclusão <strong>de</strong> processos; v) Melhorar a qualida<strong>de</strong> da informação e das estatísticas, <strong>de</strong>sagregan<strong>do</strong><br />

os da<strong>do</strong>s por nível territorial, critérios <strong>de</strong> género, ida<strong>de</strong> e outros relevantes; vi) Melhorar o fluxo<br />

<strong>de</strong> informação, assim como a recepção atempada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s que permitam uma comparação com o<br />

perío<strong>do</strong> anterior e um diálogo cada vez mais construtivo entre o GdM, os parceiros <strong>de</strong><br />

cooperação e da socieda<strong>de</strong> civil no âmbito das revisões semestrais e conjuntas e <strong>do</strong>s<br />

Observatórios <strong>de</strong> Desenvolvimento; vii) Reforçar as equipas <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> inspecção das<br />

instituições, inclusive <strong>do</strong>s Tribunais; viii) Melhorar a gestão <strong>de</strong> informação necessária para a<br />

monitoria e avaliação <strong>do</strong> sector em tempo útil, assim como os mecanismos e procedimentos <strong>de</strong><br />

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11/11/2009<br />

planificação, monitoria <strong>de</strong> execução e <strong>de</strong> balanço das activida<strong>de</strong>s planificadas, principalmente o<br />

PES e Plano Orçamental global; ix) Consolidar a intervenção da socieda<strong>de</strong> civil através <strong>do</strong>s<br />

Observatórios <strong>de</strong> Desenvolvimento e outros mecanismos <strong>de</strong> monitoria <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> combate à<br />

corrupção; x) Acelerar a institucionalização e operacionalida<strong>de</strong> da função <strong>de</strong> Prove<strong>do</strong>r da Justiça.<br />

120. No referente ao quadro político e legal <strong>do</strong> sector, a avaliação indica que a aprovação <strong>do</strong><br />

Plano Estratégico Integra<strong>do</strong> da Justiça (PEI) foi um passo importante para o alinhamento das<br />

acções <strong>do</strong> sector com as políticas nacionais e a sua M&A, sen<strong>do</strong> também importante para<br />

melhorar os mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação intersectorial no que respeita a planificação, monitoria<br />

e avaliação <strong>do</strong> cumprimento <strong>do</strong> plano sectorial e <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>. Na produção legislativa é <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stacar a aprovação da Lei da Organização Judiciária, Lei Orgânica <strong>do</strong> Ministério Público e<br />

respectivo Estatuto <strong>do</strong>s Magistra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ministério Público, Lei sobre a Promoção e Protecção<br />

<strong>do</strong>s Direitos da Criança, Lei sobre a Organização Jurisdicional <strong>do</strong>s Menores, Lei sobre a<br />

Violência Doméstica contra a Mulher, Lei <strong>do</strong> Tráfico <strong>de</strong> Pessoas, em particular Mulheres e<br />

Crianças, entre outros diplomas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. Nota-se ainda atrasos na reforma<br />

legislativa prevista, por exemplo a não aprovação da Lei <strong>do</strong> IPAJ, Lei <strong>do</strong>s Tribunais<br />

Comunitários, Código das Custas Judiciais, Código Penal e Código <strong>de</strong> Processo Penal. Os<br />

resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s na implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, neste <strong>do</strong>mínio constam da matriz em<br />

anexo.<br />

121. O objectivo da questão <strong>do</strong> aprofundamento 7 escolhida <strong>do</strong> sector é: avaliar se as reformas e<br />

intervenções com vista a melhoria <strong>do</strong> acesso à justiça conseguiram tornar a justiça mais<br />

acessível, célere, transparente e inclusiva para to<strong>do</strong>s cidadãos, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. A análise teve em conta a perspectiva <strong>do</strong> género, <strong>do</strong>s direitos da criança e <strong>do</strong>s<br />

cidadãos mais vulneráveis.<br />

Descentralização<br />

122. Uma governação eficiente, <strong>de</strong>scentralizada e transparente constitui um requisito fundamental<br />

para a redução da pobreza absoluta, consolidação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> paz e reconciliação nacional e<br />

aprofundamento da <strong>de</strong>mocracia. No contexto da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> houve progressos<br />

no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização, apesar da persistência <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>safios. Importa referir o<br />

aprofundamento <strong>do</strong> quadro legal atinente ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e à <strong>de</strong>scentralização<br />

financeira que está na sua fase inicial. No entanto, ainda prevalecem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundar<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s Órgãos Locais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e Autarquias e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

assegurar a capacida<strong>de</strong> local <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s com vista a conferir maior<br />

sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

123. O GdM está a envidar esforços significativos no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> aumentar o nível <strong>de</strong><br />

transferências fiscais intergovernamentais. Reconhece-se que um <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios continua a ser<br />

elevar o nível da proporção <strong>de</strong> transferências <strong>do</strong> OE <strong>de</strong>stinadas ao nível local, face às<br />

responsabilida<strong>de</strong>s atribuídas a estes níveis <strong>de</strong> Governação. Actualmente, uma gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> OE<br />

7 Anexo 1: Sumários <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Aprofundamento<br />

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11/11/2009<br />

ainda é gerida a nível central. A implementação <strong>do</strong> Orçamento <strong>de</strong> Investimento <strong>de</strong> Iniciativa<br />

Local (O<strong>II</strong>L), efectivo a partir 2006, representa um progresso significativo no processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scentralização fiscal e na transformação <strong>do</strong>s Distritos em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planificação e<br />

orçamentação no País. No entanto, o O<strong>II</strong>L encerra em si um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios na área <strong>de</strong><br />

planificação, orçamentação e participação comunitária, especialmente a nível meto<strong>do</strong>lógico e <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> local <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> risco. Decorri<strong>do</strong>s três anos <strong>de</strong>ste exercício, o Governo iniciou a<br />

formulação <strong>de</strong> um pacote específico com vista a regulamentação e orientação meto<strong>do</strong>lógica para<br />

mitigar os problemas existentes e assegurar a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta iniciativa. Para garantir o<br />

sucesso da <strong>de</strong>scentralização é necessário prosseguir com a capacitação <strong>do</strong>s Órgãos Locais <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> na planificação estratégica e gestão financeira. Houve avanços no <strong>de</strong>senho <strong>do</strong> Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> Planificação e Finanças Descentralizadas. Como <strong>de</strong>safios permanecem a fraca<br />

interligação <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s com os instrumentos <strong>de</strong> planificação e orçamentação,<br />

assim como a implementação <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> controlo interno e <strong>de</strong> monitoria a nível local.<br />

124. Na área <strong>de</strong> participação e consulta comunitária, houve progresso no estabelecimento <strong>de</strong><br />

Conselhos Locais (CLs) em to<strong>do</strong>s os Distritos. O impacto <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong>s CLs reflecte-se<br />

no processo <strong>de</strong> elaboração e avaliação <strong>do</strong>s Planos Económicos Sociais e Orçamento Distritais<br />

(PESODs) e Planos Estratégicos Distritais <strong>de</strong> Desenvolvimento (PEDDs). No entanto, neste<br />

processo há <strong>de</strong>safios relaciona<strong>do</strong>s com a necessida<strong>de</strong> da consolidação e institucionalização <strong>do</strong>s<br />

CLs, a abrangência da sua representativida<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> da sua contribuição nos processos <strong>de</strong><br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. As dinâmicas produzidas na <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> incremento da participação<br />

comunitária <strong>de</strong>terminarão os aperfeiçoamentos e a<strong>de</strong>quações que se impõem a nível <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> regulamentação legal. Existe algum <strong>de</strong>sfasamento <strong>do</strong> Guião <strong>de</strong> Funcionamento<br />

<strong>do</strong>s Conselhos Locais em relação a LOLE e seu regulamento, estan<strong>do</strong> a ser da<strong>do</strong>s passos<br />

necessários para corrigir esta situação.<br />

125. Houve progressos significativos na expansão e consolidação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> autarcização<br />

através da criação <strong>de</strong> 10 novas autarquias e revisão <strong>do</strong> pacote autárquico. Além disso, em Agosto<br />

<strong>de</strong> 2006 foi aprova<strong>do</strong> o <strong>de</strong>creto que estabelece o quadro das transferências <strong>de</strong> funções e<br />

competências <strong>do</strong>s órgãos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para as autarquias locais. No entanto, a sua implementação<br />

ainda está numa fase inicial, constatan<strong>do</strong>-se que várias autarquias ainda não iniciaram e outras<br />

ainda não finalizaram o processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> funções e competências, o que justificou a<br />

recente <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Ministros referente a prorrogação <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vigência <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>creto. Como <strong>de</strong>safios, prevalecem a aceleração da elaboração da Política e Estratégia <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Urbano e Habitacional que está atrasada, o ineficiente sistema da<br />

administração e gestão <strong>do</strong>s cadastros municipais, e o atraso da implementação <strong>do</strong> e-SISTAFE ao<br />

nível municipal.<br />

126. Para o alcance <strong>do</strong>s objectivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s no âmbito <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, no <strong>do</strong>mínio da<br />

<strong>de</strong>scentralização, diversos factores contribuíram positivamente, <strong>de</strong> entre os quais: A aprovação<br />

e implementação <strong>de</strong> instrumentos legais, resultan<strong>do</strong> na melhoria <strong>do</strong> quadro legal para o processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização; O reforço <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na coor<strong>de</strong>nação das acções <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento a nível local, através da elaboração <strong>do</strong>s planos provinciais e distritais e da<br />

melhoria da sua ligação com os instrumentos <strong>de</strong> orçamentação; O início da <strong>de</strong>scentralização <strong>do</strong>s<br />

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11/11/2009<br />

fun<strong>do</strong>s a nível <strong>do</strong>s sectores <strong>de</strong> Estradas, Águas, Agricultura, construção <strong>de</strong> infra-estruturas <strong>de</strong><br />

Educação e Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>cidida em 2007 pelo Conselho <strong>de</strong> Ministros; A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração<br />

da gestão <strong>do</strong>s recursos humanos para o nível local (provincial e distrital) com a aprovação <strong>do</strong><br />

Decreto 5/2006, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Abril, ten<strong>do</strong> aos Governa<strong>do</strong>res Provinciais e Administra<strong>do</strong>res Distritais<br />

si<strong>do</strong> atribuí<strong>do</strong>s a competência <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos humanos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>; A institucionalização e<br />

implementação <strong>do</strong> O<strong>II</strong>L que criou uma dinâmica participativa nos Distritos e tem contribuí<strong>do</strong><br />

para o incremento da produção <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e renda no campo, não<br />

obstante os <strong>de</strong>safios existentes.<br />

127. Todavia, ainda existem alguns <strong>de</strong>safios, a saber: Ten<strong>do</strong> havi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> Distrito como<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planificação, existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prosseguir com o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s mesmos para garantir o sucesso da <strong>de</strong>scentralização. A implantação e<br />

consolidação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> monitoria das unida<strong>de</strong>s territoriais <strong>de</strong>scentralizadas <strong>de</strong>ve continuar a<br />

merecer uma atenção especial (nomeadamente, o aperfeiçoamento <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> recolha e<br />

tratamento <strong>de</strong> informação fiável e em tempo útil, a melhoria da coor<strong>de</strong>nação intersectorial na<br />

M&A, e a <strong>de</strong>sagregação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s na perspectiva <strong>do</strong> género); Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a<br />

proporção das transferências <strong>do</strong> OE <strong>do</strong> nível central para o nível provincial, distrital e autárquico,<br />

face às responsabilida<strong>de</strong>s atribuídas a estes níveis <strong>do</strong> Governo; A fraca a interligação <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s com os instrumentos <strong>de</strong> planificação e orçamentação (PESODs, PEDDs e<br />

Planos Estratégicos Provinciais, Sectoriais e Centrais), assim como a implementação <strong>do</strong>s<br />

mecanismos <strong>de</strong> controlo interno e <strong>de</strong> monitoria a nível local; Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concluir a<br />

elaboração <strong>do</strong> pacote específico <strong>de</strong> regulamentação e reforçar a capacida<strong>de</strong> local <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />

risco para segurar a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> O<strong>II</strong>L.<br />

128. No que diz respeito a evolução <strong>do</strong> quadro político e legal <strong>do</strong> sector, durante o perío<strong>do</strong> 2005<br />

a 2009, o GdM continuou a envidar esforços no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> consolidar e aprofundar o processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scentralização. Toman<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração que os princípios da política <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização<br />

estão plasma<strong>do</strong>s na Constituição da República e noutros instrumentos legais, o GdM está<br />

empenha<strong>do</strong> em elaborar uma estratégia <strong>de</strong> operacionalização da política. É necessário assegurar a<br />

existência e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mecanismos institucionais efectivos e fortes que li<strong>de</strong>rem e<br />

coor<strong>de</strong>nem o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização. Ainda é necessário melhorar continuamente o diálogo<br />

efectivo entre o GdM, a socieda<strong>de</strong> civil e os parceiros <strong>de</strong> cooperação sobre os assuntos <strong>de</strong><br />

governação, no caso vertente, no referente a <strong>de</strong>scentralização. Houve um aperfeiçoamento<br />

significativo <strong>do</strong> quadro legal concernente a <strong>de</strong>scentralização, através da aprovação <strong>de</strong> diversos<br />

instrumentos legais. Contu<strong>do</strong>, é ainda necessário aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong>s<br />

coman<strong>do</strong>s legais.<br />

129. No que diz respeito a questão <strong>de</strong> aprofundamento 8 , foi encomendada uma consultoria com<br />

o objectivo <strong>de</strong> avaliar a prestação <strong>de</strong> serviços ao cidadão como resulta<strong>do</strong> da <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong><br />

fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estradas para as Províncias, Distritos e Autarquias, e <strong>de</strong> águas e <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />

infra-estruturas <strong>de</strong> Educação para as Províncias e Distritos.<br />

8 Anexo 1: Sumário <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Aprofundamento<br />

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11/11/2009<br />

Resulta<strong>do</strong>s Principais <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>; Descentralização <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong>s Sectoriais <strong>de</strong> Estradas, Águas e <strong>de</strong><br />

Construção Acelerada <strong>de</strong> Salas <strong>de</strong> Aulas<br />

Finais <strong>de</strong> 2007, o Conselho <strong>de</strong> Ministros tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar os fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s sectores <strong>de</strong><br />

Estradas, Águas, Agricultura, e Infra-estruturas <strong>de</strong> Educação e Saú<strong>de</strong> para garantir a implementação<br />

efectiva da Lei 8/2003 sobre os Órgãos Locais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e materializar os objectivos estratégicos<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> e no Plano Quinquenal <strong>do</strong> Governo. Os resulta<strong>do</strong>s das análises efectuadas<br />

mostram que a estrutura da <strong>de</strong>spesa pública seguiu as linhas gerais <strong>de</strong>finidas no <strong>PARPA</strong>.<br />

Os consultores <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> concluíram que: (1) a <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s sectoriais ainda não é<br />

efectiva; (2) o envolvimento das instituições <strong>de</strong> planificação e consulta comunitária é efectivo; (3) o<br />

sistema <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas é complexo, moroso e contraproducente; (4) o sistema <strong>de</strong> monitoria e<br />

avaliação ao nível distrital po<strong>de</strong> ainda ser melhora<strong>do</strong>; (5) a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção ao nível distrital<br />

precisa <strong>de</strong> fortalecimento; (6) há fraco envolvimento <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong> na prestação <strong>de</strong> alguns serviços;<br />

(7) há <strong>de</strong>sarticulação institucional na aplicação <strong>de</strong> alguma legislação; (8) os critérios <strong>de</strong> atribuição <strong>de</strong><br />

fun<strong>do</strong>s sectoriais são inconsistentes e pouco divulga<strong>do</strong>s; e (9) há, nos distritos, falta <strong>de</strong> uma perspectiva<br />

multi-sectorial e sistemática <strong>de</strong> planificação.<br />

Face aos problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, os consultores recomendam: nova abordagem sobre os fun<strong>do</strong>s<br />

sectoriais, particularmente a sua integração nos PESOD; alinhamento <strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> planificação<br />

estratégicos locais com os nacionais; regulação em legislação própria <strong>do</strong>s critérios <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong><br />

fun<strong>do</strong>s, capacitação institucional entre outras acções.<br />

Assuntos Transversais <strong>do</strong> pilar<br />

130. Género: Houve um crescimento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento especial às mulheres<br />

e crianças vítimas <strong>de</strong> violência, <strong>de</strong> 95 unida<strong>de</strong>s em 2005 para 197 em 2007. Em 2008, foram<br />

atendidas 2436 crianças e 9224 mulheres vítimas <strong>de</strong> abuso e violência. No que concerne a<br />

integração das medidas da estratégia <strong>do</strong> género no processo <strong>de</strong> planificação e orçamentação ao<br />

nível local, há que referir que, conforme o estabeleci<strong>do</strong> por lei, no mínimo 30% <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong><br />

Conselhos Locais são <strong>do</strong> sexo feminino. Nesta perspectiva reconhece-se que a participação no<br />

processo <strong>de</strong> planificação <strong>de</strong>scentralizada ao nível provincial e distrital é fundamental.<br />

131. HIV/SIDA: No âmbito da prevenção e combate ao HIV/SIDA foram realizadas medidas <strong>de</strong><br />

capacitação <strong>do</strong>s recursos humanos, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar o seminário <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

directores <strong>do</strong>s estabelecimentos prisionais em matéria <strong>do</strong> HIV/SIDA. Foram capacita<strong>do</strong>s<br />

funcionários <strong>do</strong>s Governos Distritais e membros <strong>do</strong>s Conselhos Locais em matérias <strong>de</strong> prevenção<br />

e combate ao HIV/SIDA. Como <strong>de</strong>safio, existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se tomar em conta o impacto <strong>do</strong><br />

HIV/SIDA na planificação <strong>de</strong> Recursos Humanos.<br />

132. Porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Deficiência: Foi aprova<strong>do</strong> pelo Conselho <strong>de</strong> Ministros a Estratégia para o<br />

Porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Deficiência na Função Pública.<br />

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Pilar <strong>de</strong> Capital Humano<br />

1. Introdução<br />

133. Para o pilar <strong>de</strong> Capital Humano os seguintes objectivos foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no âmbito <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>: (i) aumentar e melhorar os níveis <strong>de</strong> educação; (ii) melhorar e aumentar o acesso a<br />

cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; (iii) melhorar e aumentar o acesso à água potável e ao saneamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>;<br />

(iv) promover e consolidar o espírito <strong>de</strong> auto-estima <strong>do</strong>s cidadãos; (v) valorizar a cultura <strong>do</strong><br />

trabalho, zelo, honestida<strong>de</strong> e prestação <strong>de</strong> contas, e; (vi) potenciar o jovem moçambicano para a<br />

realização das suas potencialida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong>s criativas, empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras e <strong>de</strong> espírito<br />

voluntarista 9 .<br />

134. Este relatório avalia, <strong>de</strong> uma forma sintética, o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> Governo no fim <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />

com o objectivo <strong>de</strong> ilustrar o impacto da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong> país.<br />

Análise da pobreza medida em privações (crianças <strong>de</strong> 0 a 5 anos)<br />

• Os Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Bristol envolvem sete medidas <strong>de</strong> privação severa: nutrição, água potável<br />

segura, saneamento, saú<strong>de</strong>, habitação, educação e informação. A abordagem <strong>de</strong>fine a proporção<br />

<strong>de</strong> crianças que vivem em pobreza absoluta como aquelas crianças enfrentan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is ou mais tipos<br />

<strong>de</strong> privação severa. Neste âmbito, foram compara<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IDS 2003 e <strong>do</strong> MICS 2008.<br />

• A proporção <strong>de</strong> crianças que experimentam duas ou mais privações severas diminuiu: 59%<br />

(2003), 48% (2008)<br />

• Em 2008, 22% das crianças urbanas enfrentavam privação severa, contra 60% em crianças rurais<br />

• Bom <strong>de</strong>sempenho nos sectores da saú<strong>de</strong> e da educação contribuiu para a redução da proporção <strong>de</strong><br />

crianças que enfrentam privação severa<br />

• Nutrição e saneamento mostraram melhorias mo<strong>de</strong>radas entre 2003 e 2008. Privações severas <strong>de</strong><br />

informação e habitação não mostraram mudanças significativas<br />

2. Análise <strong>do</strong> Desempenho<br />

Saú<strong>de</strong><br />

135. As áreas estratégicas <strong>do</strong> sector da Saú<strong>de</strong> no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> são i) a melhoria <strong>do</strong> acesso aos<br />

serviços, ii) o fortalecimento <strong>de</strong> programas prioritários (Saú<strong>de</strong> Reprodutiva/SR, Saú<strong>de</strong><br />

Infantil/SI, Saú<strong>de</strong> Escolar, Nutrição; Gran<strong>de</strong>s en<strong>de</strong>mias), iii) a melhoria da qualida<strong>de</strong> e iv) o<br />

aumento da eficiência no uso <strong>de</strong> recursos pelo sector.<br />

136. Em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, a matriz no anexo 1 apresenta com <strong>de</strong>talhes os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> processo alcança<strong>do</strong>s entre 2006 e 2009.<br />

9 Governo da República <strong>de</strong> Moçambique. 2006. Plano <strong>de</strong> Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2006-2009, pág. 33<br />

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11/11/2009<br />

137. De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Inquérito <strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Múltiplos (MICS), a taxa <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong> infanto-juvenil reduziu para 154/1000, verifican<strong>do</strong>-se uma redução mais acentuada<br />

nas zonas rurais. A taxa <strong>de</strong> cobertura vacinal com a terceira <strong>do</strong>se <strong>de</strong> DPT/Hep B e a percentagem<br />

<strong>de</strong> crianças menores <strong>de</strong> um ano completamente imunizadas situou-se acima da meta até 2007<br />

(100% em 2007), com uma queda em 2008 (83.4%) a qual foi associada à introdução <strong>de</strong> novos<br />

instrumentos <strong>de</strong> registo provavelmente resultan<strong>do</strong> na recolha <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s mais fiáveis (GM-BdPES,<br />

2007 e 2008). A taxa <strong>de</strong> imunização contra a pólio aumentou <strong>de</strong> 63% em 2003 para 70% em<br />

2008 (MICS, 2008) enquanto a que cobertura da terceira <strong>do</strong>se <strong>de</strong> DPT3 aumentou <strong>de</strong> 67% em<br />

2003 para 71% em 2008 (MICS, 2008).<br />

138. A proporção <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s sanitárias (US) que implementaram a estratégia <strong>de</strong> Atenção<br />

Integrada das Doenças da Infância (AIDI) esteve sempre acima das previsões ( i.é 90% em 2008,<br />

para a meta <strong>de</strong> 75%). Na área <strong>de</strong> nutrição o esforço foi maiorimente orienta<strong>do</strong> para a<br />

revitalização das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reabilitação nutricional , existin<strong>do</strong> um total <strong>de</strong> 54 centros <strong>de</strong><br />

reabilitação nutricional funcionais 10 . Apesar <strong>do</strong> lento avanço na criação <strong>de</strong> postos sentinela, os<br />

da<strong>do</strong>s actualiza<strong>do</strong>s <strong>do</strong> programa indicam terem si<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s até ao 1º semestre <strong>de</strong> 2009, 32 postos<br />

sentinela.<br />

139. A prevalência da <strong>de</strong>snutrição crónica em crianças menores <strong>de</strong> cinco anos apesar da redução<br />

<strong>de</strong> 48% (IDS 2003) para 44% (MICS, 2008), continua muito alta <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas da<br />

Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> (OMS).<br />

Análise das Taxas <strong>de</strong> Desnutrição Crónica nas Crianças<br />

• Em Moçambique, o problema da <strong>de</strong>snutrição crónica manifesta-se muito ce<strong>do</strong> (antes<br />

<strong>do</strong>s seis meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>).<br />

• Uma análise <strong>de</strong> regressão multivariada usan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS 2008 para<br />

<strong>de</strong>terminar alguns possiveis <strong>de</strong>terminantes da <strong>de</strong>snutrição crónica em criancas<br />

menores <strong>de</strong> 5 anos, mostrou que <strong>do</strong>s factores analisa<strong>do</strong>s, aqueles que<br />

influenciam mais na <strong>de</strong>snutrição crónica são: um baixo nível <strong>de</strong> educação da<br />

mãe e uma baixa qualida<strong>de</strong> da água e <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saneamento. A pobreza<br />

é um factor subjacente grave."<br />

• Uma série <strong>de</strong> políticas e estratégias foi implementada nos últimos cinco anos nas<br />

áreas relacionadas com as causas da <strong>de</strong>snutrição nos diferentes sectores (saú<strong>de</strong>,<br />

agricultura, segurança alimentar, obras públicas, acção social). Mas não houve uma<br />

priorização nem uma coor<strong>de</strong>nação das intervenções na área da <strong>de</strong>snutrição crónica<br />

• A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos humanos na área <strong>de</strong> Nutrição é muito baixa (apenas<br />

está disponível um terço <strong>do</strong> pessoal planifica<strong>do</strong> para esta área).<br />

10 Governo <strong>de</strong> Moçambique, Balanço <strong>do</strong> PES <strong>de</strong> 2008<br />

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11/11/2009<br />

140. Embora não se dispõe <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> inquérito para avaliar a meta sobre a mortalida<strong>de</strong> materna,<br />

a taxa <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> partos institucionais teve uma evolução positiva durante o perío<strong>do</strong> em<br />

análise, e segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS, foi <strong>de</strong> 58% com um importante crescimento nas áreas rurais,<br />

mercê <strong>do</strong> aumento <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> espera da mulher grávida <strong>de</strong> 15% <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s Sanitárias<br />

localizadas nas se<strong>de</strong>s distritais em 2005 para 75% em 2008, e <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>sto crescimento da<br />

prestação <strong>de</strong> Cuida<strong>do</strong>s Obstétricos Essenciais Básicos e <strong>de</strong> Emergência.. Os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS em<br />

relação ao Planeamento Familiar mostram uma situação preocupante para uma intervenção que<br />

tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> impacto na redução <strong>de</strong> mortes associadas a abortos inseguros e gravi<strong>de</strong>zes <strong>de</strong><br />

alto risco sen<strong>do</strong> que 83.8% <strong>de</strong> mulheres <strong>de</strong> 15-49 anos casadas ou em união marital nem os seus<br />

mari<strong>do</strong>s não usa nenhum méto<strong>do</strong> contraceptivo e o uso <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> PF é <strong>de</strong> 12.2%.<br />

141. O Tratamento Intermitente Preventivo contra a malária na mulher grávida mostrou valores<br />

acima das metas <strong>do</strong> respectivo programa <strong>de</strong> controlo; contu<strong>do</strong>, a proporção <strong>de</strong> mulheres grávidas<br />

e crianças menores <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong>tentoras <strong>de</strong> pelo menos uma re<strong>de</strong> mosquiteira impregnada<br />

com insecticida esteve abaixo das metas. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS indicam que em 2008, 65% <strong>do</strong>s<br />

agrega<strong>do</strong>s familiares com crianças <strong>do</strong>s 0-5 anos tem pelo menos uma re<strong>de</strong> mosquisteira. Em<br />

2003, 18% das mulheres com ida<strong>de</strong> entre 15-49 possuíam uma re<strong>de</strong> mosquiteira 11 .Usan<strong>do</strong> a<br />

prevalência da febre entre crianças menores <strong>de</strong> 5 anos como indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> malária, observa-se<br />

uma ligeira redução nos menores <strong>de</strong> 5 anos que tiveram febre <strong>de</strong> 27% em 2003 para 24% em<br />

2008 12 . A percentagem <strong>de</strong> crianças menores <strong>de</strong> 5 anos que teve malária não complicada e foi<br />

tratada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas em vigor nas US <strong>do</strong> país foi <strong>de</strong> 82% 13 . A percentagem <strong>de</strong><br />

população que beneficia <strong>de</strong> pulverizações intra-<strong>do</strong>miciliares passou <strong>de</strong> 18% em 2005 para 37.7%<br />

em 2008 o que representa um aumento significativo embora não se tenha atingi<strong>do</strong> a meta para<br />

2008 (45%).<br />

142. Na área <strong>do</strong> combate ao HIV/SIDA, em relação a prevenção da transmissão <strong>do</strong> HIV/SIDA da<br />

mãe para o filho, atingiu-se a meta, isto é, 32% <strong>de</strong> mulheres grávidas HIV+ receberam<br />

tratamento <strong>de</strong> profilaxia completa nos últimos 12 meses 14 nas unida<strong>de</strong>s sanitárias; o número <strong>de</strong><br />

Unida<strong>de</strong>s Sanitárias (US) com capacida<strong>de</strong> para realizar a prevenção da transmissão vertical <strong>do</strong><br />

HIV aumentou consi<strong>de</strong>ravelmente (<strong>de</strong> 96 em 2005 a 744 em 2008), a par <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong><br />

número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s sanitárias com capacida<strong>de</strong> para administrar o TARV que aumentou <strong>de</strong> 32 em<br />

2005 para 215 em 2008 15 .Em termos <strong>de</strong> beneficiários <strong>do</strong> tratamento, tanto o número <strong>de</strong> adultos<br />

como o <strong>de</strong> crianças subiu <strong>de</strong> forma consistente: em 2005, 15 900 adultos beneficiavam <strong>de</strong> TARV<br />

ten<strong>do</strong> o número aumenta<strong>do</strong> para 118 937 em 2008 16 , no entanto, este número está abaixo da<br />

meta estabelecida para 2008 (132 280 pacientes). Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s da Ronda Epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong><br />

2007, entre jovens <strong>de</strong> 15-19 e 20-24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> não houve mudança <strong>de</strong> 2005 para 2009 na<br />

prevalência estima<strong>do</strong> <strong>de</strong> HIV, manten<strong>do</strong>-se em 3.8% e 9.0%, respectivamente. O número <strong>de</strong> US<br />

com serviços amigos <strong>de</strong> a<strong>do</strong>lescentes e jovens foi incrementa<strong>do</strong> em mais <strong>de</strong> uma vez e meia,<br />

11 INE, IDS 2003.<br />

12 INE, MICS 2008.<br />

13 Governo <strong>de</strong> Moçambique, Balanço <strong>do</strong> PES <strong>de</strong> 2008.<br />

14 QAD Saú<strong>de</strong>, ACA V<strong>II</strong>I, 2009.<br />

15 Governo <strong>de</strong> Moçambique, Balanço <strong>do</strong> PES <strong>de</strong> 2008.<br />

16 Governo <strong>de</strong> Moçambique, Balanço <strong>do</strong> PES <strong>de</strong> 2008.<br />

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contu<strong>do</strong> aquém das metas estabelecidas para 2008 (150 US com SAAJ 17 em 2005 para 229 em<br />

2008).<br />

143. Em relação a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> no acesso e utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, o<br />

número <strong>de</strong> US que foram construídas, reabilitadas e re-funcionalizadas ultrapassou em larga<br />

medida as metas com 442 intervenções na re<strong>de</strong> sanitária (meta 141), contrariamente ao número<br />

insuficiente <strong>de</strong> armazéns para medicamentos. O acesso aos cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mostrou evolução<br />

positiva, contu<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>sta, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o rácio <strong>de</strong> consultas externas por habitante que passou<br />

<strong>de</strong> 1.01 em 2005 para 1.15 em 2008. Quanto a percentagem <strong>de</strong> US com utilida<strong>de</strong>s básicas como<br />

água e energia pretendia-se atingir uma meta <strong>de</strong> 50% em 2008, ten<strong>do</strong>-se atingi<strong>do</strong> 52,1% o que<br />

significa que a meta foi atingida. 18<br />

144. Persistem as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s no volume <strong>de</strong> serviços, na alocação <strong>de</strong> recursos e no rácio<br />

população por profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com as províncias <strong>de</strong> Nampula e da Zambézia sen<strong>do</strong> as mais<br />

<strong>de</strong>sfavorecidas.<br />

145. O sector não dispõe <strong>de</strong> informação referente a alguns indica<strong>do</strong>res a saber: i) a percentagem <strong>de</strong><br />

US com o quadro tipo <strong>de</strong> pessoal e ii) a percentagem <strong>de</strong> US que obe<strong>de</strong>cem à carga tipo; iii) % da<br />

população que beneficia <strong>de</strong> pulverização intra<strong>do</strong>miciliária; iv) taxa <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> malária em<br />

crianças menores <strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> ; v) % da população com fácil acesso à 1 US, ou seja, resi<strong>de</strong><br />

a menos <strong>de</strong> 30 minutos ; e vi) rácio <strong>de</strong> consultas externas por habitante entre os distritos rurais e<br />

urbanos. Para a não disponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s acima referi<strong>do</strong>s contribuiu o facto <strong>de</strong> alguns não<br />

serem colhi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma rotineira pelo Sistema <strong>de</strong> Informação para a Saú<strong>de</strong> mas por inquéritos<br />

bianuais e por Inquéritos aos Agrega<strong>do</strong>s Familiares.<br />

1<strong>46</strong>. Como factores chave <strong>de</strong> sucesso, po<strong>de</strong>-se referir ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> políticas que<br />

melhorou consi<strong>de</strong>ravelmente no perío<strong>do</strong> em avaliação. A inclusão da Saú<strong>de</strong> Reproductiva e da<br />

Saú<strong>de</strong> Infantil nas agendas nacionais, com <strong>de</strong>staque para a elaboração <strong>do</strong> Plano Integra<strong>do</strong> para o<br />

Alcance <strong>do</strong>s Objectivos <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Milénio 4&5, <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong><br />

Recursos Humanos, o <strong>de</strong>senvolvimento e a implementação <strong>de</strong> estratégias tais como a <strong>do</strong> Género<br />

e Saú<strong>de</strong>, a formação contínua <strong>de</strong> pessoal em cuida<strong>do</strong>s obstétricos e infantis, a expansão <strong>de</strong> infraestruturas<br />

(US e <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> espera para as grávidas) e a participação financeira e técnica <strong>do</strong>s<br />

parceiros <strong>do</strong> sector, foram factores favoráveis ao <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector.<br />

147. Os factores <strong>de</strong>sfavoráveis incluíram a insuficiência <strong>de</strong> recursos humanos, agravada pela<br />

gran<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e dificulda<strong>de</strong>s da retenção <strong>do</strong> mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Serviço<br />

Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. A insuficiente cobertura da re<strong>de</strong> sanitária, o envolvimento comunitário ainda<br />

aquém <strong>do</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> e constrangimentos na logística, planificação e monitorização das<br />

activida<strong>de</strong>s, constituíram igualmente factores <strong>de</strong>sfavoráveis ao <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector.<br />

148. No que diz respeito à avaliação <strong>do</strong> quadro político e legal, o sector <strong>de</strong>senvolveu a Estratégia<br />

<strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> género no sector saú<strong>de</strong>, restan<strong>do</strong> a garantia <strong>de</strong> uma resposta efectiva <strong>do</strong>s PES e<br />

planos às expectativas. Constata-se um importante alinhamento entre os <strong>do</strong>cumentos estratégicos<br />

17 Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Amigos <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lescentes e Jovens.<br />

18 Governo <strong>de</strong> Moçambique, Balanço <strong>do</strong> PES <strong>de</strong> 2008.<br />

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<strong>do</strong> sector da saú<strong>de</strong> (Plano Estratégico <strong>do</strong> Sector/PESS 2007-2012, Plano Económico e<br />

Social/PES <strong>de</strong> 2006 a 2008) e os conteú<strong>do</strong>s estratégicos <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> no perío<strong>do</strong> 2006-2009.<br />

Educação<br />

149. A Estratégia <strong>do</strong> Governo na área da Educação e Cultura estabeleceu como sua principal<br />

priorida<strong>de</strong> o Ensino Básico, com o objectivo <strong>de</strong> assegurar que, em 2015, todas as crianças<br />

completem um ensino básico <strong>de</strong> sete classes. No contexto duma visão holística <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong><br />

educação, outros subsistemas e níveis <strong>de</strong> ensino, igualmente, tiveram atenção com vista a<br />

<strong>de</strong>senvolver o capital humano, reconheci<strong>do</strong> como vital, no combate contra a pobreza e na<br />

promoção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento nacional. A integração da Cultura tem como objectivo<br />

<strong>de</strong>senvolver e reforçar a unida<strong>de</strong> nacional.<br />

150. Em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho 19 entre 2005 e 2008, o sector da Educação e Cultura registou<br />

progressos substantivos na implementação <strong>do</strong> seu plano estratégico.<br />

151. Na área <strong>do</strong> ensino primário, a taxa líquida da escolarização <strong>de</strong> 99% 20 , em 2009 superou a<br />

meta <strong>de</strong> 93%. Progressos significativos foram alcança<strong>do</strong>s na redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

género. Isto é resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong>s ingressos na 1ª classe <strong>de</strong> crianças com a ida<strong>de</strong> certa, isto<br />

é aos 6 anos, <strong>de</strong> 56% em 2005 para 75,5% em 2009.<br />

152. O quase alcance da meta <strong>de</strong> conclusão (taxa bruta <strong>de</strong> conclusão) 21 no ensino primário [Ep2]<br />

por raparigas – 42,9% em 2008 (meta: 44%) contra 27% em 2005 - mostra que o sector teve<br />

progressos significativos, resultan<strong>do</strong> em cada ano mais crianças que concluem o ensino primário.<br />

Os factores que contribuem para o não alcance da meta são múltiplos, principalmente liga<strong>do</strong>s à<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino, que não melhorou ao mesmo ritmo que a expansão, resultan<strong>do</strong> em taxas <strong>de</strong><br />

repetição e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistências mais altas <strong>do</strong> que as previstas. Isto <strong>de</strong>ve-se ao eleva<strong>do</strong> rácio alunos<br />

por professor, às condições <strong>de</strong> aprendizagem nas salas <strong>de</strong> aula, ao pouco tempo lectivo, entre<br />

outros aspectos.<br />

153. Os progressos alcança<strong>do</strong>s no ensino primário levaram ao crescimento <strong>do</strong>s ingressos no nível<br />

pós-primário. A taxa bruta <strong>de</strong> escolarização no Ensino Secundário <strong>do</strong> 1º ciclo registada em 2009<br />

foi <strong>de</strong> 44,7%, contra 24,6% em 2005. Registou-se um aumento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições <strong>do</strong> ensino<br />

técnico-profissional e superior no âmbito da estratégia <strong>de</strong> levar o ensino pós-primário para mais<br />

perto das comunida<strong>de</strong>s.<br />

19 As fontes <strong>de</strong> informação usadas são os da<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s pelo MEC através <strong>do</strong> levantamento anual <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> Março. As<br />

taxas <strong>de</strong> cobertura são calculadas usan<strong>do</strong> como referência as projecções populacionais elaboradas com base no censo <strong>de</strong><br />

1997 pelo facto <strong>de</strong> ainda não estarem disponíveis os da<strong>do</strong>s finais <strong>do</strong> censo <strong>de</strong> 2007. Estes da<strong>do</strong>s foram a base para o<br />

processo <strong>de</strong> planificação e monitoria ao longo <strong>do</strong>s anos da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>. Por essa razão não foram usa<strong>do</strong>s<br />

os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS, que reflectem melhor a realida<strong>de</strong> actual, particularmente em relação às taxas <strong>de</strong> escolarização. No<br />

caso da taxa <strong>de</strong> conclusão o MICS usou uma outra <strong>de</strong>finição, dificultan<strong>do</strong> a sua comparação com a informação <strong>do</strong> MEC.<br />

Logo que os da<strong>do</strong>s finais <strong>do</strong> censo <strong>de</strong> 2007 estiverem disponíveis o MEC reconstituirá a sua base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e ajustará os<br />

valores <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cobertura.<br />

20 MICS (2008), 81,3%; IAF (2002-3), 65,8%; MEC (2002), 64,1%; MEC (2003), 68,4% (veja a nota 1.).<br />

21 Como se po<strong>de</strong> verificar nas notas técnicas, os valores observa<strong>do</strong>s para o indica<strong>do</strong>r “taxa bruta <strong>de</strong> conclusão” é sempre<br />

<strong>do</strong> ano anterior comparativamente aos valores observa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s outros indica<strong>do</strong>res.<br />

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154. A meta <strong>de</strong> reduzir o rácio alunos por professor <strong>de</strong> 74 em 2005 para 68 em 2009 (nova meta)<br />

foi atingida <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento <strong>do</strong>s recursos financeiros para a contratação <strong>de</strong> novos professores<br />

e <strong>de</strong> melhorias na gestão <strong>de</strong> recursos humanos que foi a razão principal para que as metas para os<br />

anos <strong>de</strong> 2006, 2007 e 2008 não fossem atingidas.<br />

155. Apesar <strong>do</strong>s progressos positivos na redução <strong>de</strong> analfabetismo <strong>de</strong> 53,6% em 2002/3 (IAF) para<br />

48,1% em 2008 (MICS), <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos progressos no ensino primário e à introdução <strong>de</strong> novos<br />

programas <strong>de</strong> Alfabetização (p.e. Alfa-Rádio, Família sem Analfabetismo), a meta prevista <strong>de</strong><br />

43% para 2009 não será atingida.<br />

156. Na área da cultura, <strong>de</strong> 2005 a 2008, maior enfoque foi da<strong>do</strong> à promoção da cultura, da<br />

preservação e valorização <strong>do</strong> Património Cultural, <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e fortalecimento da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infra-estruturas e ao fortalecimento <strong>de</strong> parcerias com os diversos intervenientes.<br />

157. Em termos <strong>de</strong> factores chave <strong>de</strong> sucesso, os resulta<strong>do</strong>s acima menciona<strong>do</strong>s foram atingi<strong>do</strong>s,<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à implementação <strong>do</strong>s programas concebi<strong>do</strong>s no Plano Estratégico <strong>do</strong> Sector (PEEC) para<br />

melhorar a eficiência e eficácia <strong>do</strong> sistema, <strong>do</strong> aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação, em<br />

consequência da crescente <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s e responsabilida<strong>de</strong>s, da introdução <strong>do</strong><br />

e-SISTAFE, e <strong>do</strong> enfoque na melhoria da gestão financeira e da capacitação <strong>do</strong>s quadros. Os<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sector foram acompanha<strong>do</strong>s pelo incremento anual <strong>do</strong> orçamento, tanto interno<br />

como externo, e da sua execução.<br />

158. Ao mesmo tempo, ainda se mantêm <strong>de</strong>safios nas áreas <strong>de</strong> i) qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino; ii) a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong>s programas em to<strong>do</strong>s níveis, e<br />

sobretu<strong>do</strong> nos distritos e na área <strong>de</strong> construções, on<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> ainda é fraca, o que se<br />

reflecte nos actuais índices <strong>de</strong> cumprimento das metas das construções aceleradas e a prestação<br />

das contas; iii) expansão <strong>do</strong> ensino pós primário numa maneira sustentável, garantin<strong>do</strong> a sua<br />

qualida<strong>de</strong>, cuja procura aumentou substancialmente, sem que tenham aumenta<strong>do</strong><br />

proporcionalmente os recursos disponíveis para estes níveis; iv) financiamento sustentável e<br />

previsível, toman<strong>do</strong> em conta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir a futura manutenção e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong> sistema.<br />

159. Uma breve avaliação <strong>do</strong> quadro político e legal indica que a implementação <strong>do</strong> PEEC<br />

beneficiou com a sua aprovação em Conselho <strong>de</strong> Ministros em Junho <strong>de</strong> 2006 o que indicou o<br />

compromisso político para assegurar a implementação das reformas concebidas, principalmente<br />

nas áreas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores, <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> salas <strong>de</strong> aulas e <strong>do</strong> ensino pós-primário.<br />

Isto requereu ao mesmo tempo a criação <strong>de</strong> novas instituições e quadros legais, como, entre<br />

outros o Quadro Nacional <strong>de</strong> Qualificações Profissionais e a Autorida<strong>de</strong> Nacional para a<br />

Educação Profissional no contexto da reforma da Educação Técnico-Profissional, o Sistema<br />

Nacional <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> e o Instituto <strong>de</strong> Bolsas, principalmente servin<strong>do</strong> o Ensino<br />

Superior.<br />

160. Contu<strong>do</strong>, a relativa lentidão, na maior <strong>do</strong>s casos, na aprovação das estratégias e quadros<br />

legais específicos criou às vezes alguns atrasos na sua implementação.<br />

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Agua e Saneamento<br />

161. O <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> <strong>de</strong>finiu quatro objectivos para o Sector <strong>de</strong> Águas e saneamento entre 2006-2009,<br />

nomeadamente, i) aumentar o acesso da água potável a população que vive nas zonas rurais <strong>de</strong><br />

41% para 53%, ii) aumentar o acesso da água potável a população que vive nas zonas urbanas<br />

37% para 53%, iii) aumentar o acesso ao serviço <strong>de</strong> saneamento á população que vive nas zonas<br />

rurais <strong>de</strong> 35% para 37%, iv) aumentar o acesso ao serviço <strong>de</strong> saneamento á população que vive<br />

nas zonas urbanas <strong>de</strong> 38% para 40%.<br />

162. Em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, durante o perío<strong>do</strong> em análise e tal como ilustra a Matriz <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, em anexo, as metas foram alcançadas. O Sector <strong>de</strong>senvolveu todas as acções previstas<br />

na Matriz, ten<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong> na sua maioria as metas anuais estabelecidas. Assim, os resulta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s permitiram elevar a taxa <strong>de</strong> cobertura <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água nas zonas rurais <strong>de</strong> 41%<br />

para 52% em 2008; nas zonas urbanas <strong>de</strong> 37% para 50% em 2008. Também permitiram elevar a<br />

taxa <strong>de</strong> cobertura em saneamento básico <strong>de</strong> 35% em 2005 para 40% nas zonas rurais e <strong>de</strong> 38%<br />

para 50% nas zonas urbanas 22 . As acções em curso no sector em 2009 são anima<strong>do</strong>ras pelo que<br />

irão contribuir significativamente na melhoria <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s acima menciona<strong>do</strong>s.<br />

163. O sector registou progressos significativos durante o perío<strong>do</strong> em análise. Todavia, os<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s inquéritos aos agrega<strong>do</strong>s familiares 23 realiza<strong>do</strong>s no país pelo Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Estatística (INE), têm mostra<strong>do</strong> que apesar da existência das infra-estruturas seguras <strong>de</strong><br />

abastecimento <strong>de</strong> água e saneamento, o número <strong>de</strong> pessoas que na realida<strong>de</strong> usam estas infraestruturas<br />

melhoradas não correspon<strong>de</strong> com a quantida<strong>de</strong> das infra-estruturas existentes<br />

principalmente nas zonas rurais. Por outro la<strong>do</strong>, estes inquéritos também <strong>de</strong>monstram que nas<br />

zonas urbanas a percentagem <strong>de</strong> pessoas que usam estas infra-estruturas parece ser maior em<br />

relação ao reporta<strong>do</strong>. A Tabela apresenta os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS 2008.<br />

Situação <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e saneamento usan<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MICS, 2008<br />

Tabela 1 :<br />

Rural (%) Urbano (%) Total (%)<br />

Abastecimento <strong>de</strong> água 29,9 69,9 43,0<br />

Saneamento 5,8 47,1 19,3<br />

164. O sector <strong>de</strong> Águas no <strong>de</strong>senvolvimento das suas acções conta com diferentes actores. Os<br />

factores chave que contribuíram para os bons resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sector po<strong>de</strong>m ser aponta<strong>do</strong>s como os<br />

seguintes: (i) Uma visão clara <strong>do</strong> sector, sobre a sua missão no quadro <strong>do</strong> Programa Quinquenal<br />

<strong>do</strong> Governo e que foi materializa<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s planos estratégicos <strong>do</strong>s sub-sectores; (ii) Uma<br />

planificação anual (PES) integrada, coerente e consistente, observan<strong>do</strong> as metas preconizadas no<br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>; (iii) Melhoria nos mecanismos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> sector, através <strong>de</strong> 3 principais fóruns<br />

(Retiros <strong>do</strong> Sector, Reuniões mensais <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Água e Saneamento–GAS e reuniões<br />

22 Relatórios da DNA, 2008 e 2009.<br />

23 IDS 1997, IDS 2003, MICS 2008.<br />

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semestrais e anuais <strong>de</strong> Revisão conjunta); (iv) Melhoria na coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong>s projectos <strong>do</strong> sector;<br />

(v) No quadro da orientação <strong>do</strong> Governo, a <strong>de</strong>scentralização <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s para os Distritos e<br />

Províncias contribuiu para reduzir custos <strong>de</strong> construção, garantir a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s projectos<br />

e acelerar as taxas <strong>de</strong> cobertura e (vi) No <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s Recursos Humanos, o sector prosseguiu<br />

com a sua política <strong>de</strong> formação <strong>do</strong>s técnicos a to<strong>do</strong>s os níveis e nos vários <strong>do</strong>mínios,<br />

enquadramento <strong>do</strong>s técnicos da DNA e contratação <strong>de</strong> novos técnicos.<br />

165. A avaliação <strong>do</strong> quadro político e legal mostra que no quadro da reforma institucional e no<br />

quadro <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização, foram aprova<strong>do</strong>s importantes instrumentos legais que<br />

representam uma viragem na forma <strong>de</strong> actuação <strong>do</strong> sector, nomeadamente, a Política <strong>de</strong> Água,<br />

que vem reforçar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>do</strong> sector com enfoque para os distritos, a<br />

Estratégia Nacional <strong>de</strong> Gestão Integrada <strong>do</strong>s Recursos Hídricos, que estabelece mecanismos <strong>de</strong><br />

licenciamento <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res priva<strong>do</strong>s, o Plano Estratégico <strong>do</strong> Sector <strong>de</strong> Aguas Componente <strong>de</strong><br />

Abastecimento <strong>de</strong> Agua e Saneamento Rural (PESA-ASR), que atribui papéis e<br />

responsabilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s vários níveis, bem como os mo<strong>de</strong>los financeiros nos níveis centrais,<br />

provinciais e distritais, os regulamentos das ARAs que reforçam a <strong>de</strong>scentralização da gestão<br />

operacional das bacias hidrográficas.<br />

166. Com relação ao processo <strong>de</strong> Procurement o sector harmonizou os <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> concurso a<br />

aplicar a to<strong>do</strong>s os níveis e sobre diferentes componentes.<br />

Habitação<br />

167. No perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2006 a 2009, as acções <strong>do</strong> sector da habitação estiveram orientadas para a<br />

realização <strong>do</strong>s seguintes objectivos: (i) Assegurar o acesso à terra infra-estrurada para habitação<br />

através <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> urbanização (ii) Reduzir o número <strong>de</strong> Agrega<strong>do</strong>s<br />

Familiares sem acesso a talhão para a habitação; e (iii) Garantir a durabilida<strong>de</strong> da habitação<br />

através <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> melhoramento habitacional 24 .<br />

168. Na implementação das acções preconizadas no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, o sector da Habitação realizou o<br />

levantamento da situação técnica nos distritos <strong>de</strong> Mutarara na província <strong>de</strong> Tete; Tambara na<br />

província <strong>de</strong> Manica e esten<strong>de</strong>u o levantamento e acompanhamento da execução <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong><br />

urbanização em Nicoadala, Mopeia, Morumbala e Chin<strong>de</strong> na província da Zambézia; Buzi, Caia,<br />

Chemba e Marromeu na província <strong>de</strong> Sofala.<br />

169. Para assegurar a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço para a construção <strong>de</strong> habitação pela população, o<br />

sector privilegiou ao longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> talhões para habitação. Este processo<br />

culminou com a disponibilização <strong>de</strong> 74.892 talhões significan<strong>do</strong> mais 41.487 talhões em relação<br />

aos 33.395 planifica<strong>do</strong>s, o que representa um sobre cumprimento da meta em cerca <strong>de</strong> 45%. O<br />

alcance <strong>de</strong>ste indica<strong>do</strong>r foi impulsiona<strong>do</strong> pela disponibilização <strong>de</strong> mais meios em apoio às<br />

famílias afectadas pelas calamida<strong>de</strong>s naturais (cheias, ciclones e explosões <strong>do</strong> Paiol <strong>de</strong> Malhazine<br />

em Maputo).<br />

24 <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> parágrafos 477, 478 e 479.<br />

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170. No âmbito da assistência aos órgãos locais nas acções <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> solo, o sector<br />

registou avanços significativos, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 14 órgãos apoia<strong>do</strong>s em 2006 para 16 em 2008 nas<br />

Províncias <strong>de</strong> Gaza, Inhambane, Sofala, Zambézia e Cabo Delga<strong>do</strong>, o que representa um<br />

crescimento em 2% em relação ao ano base.<br />

171. A instalação <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong> Recursos e a formação <strong>de</strong> extensionistas mereceram atenção <strong>do</strong><br />

sector neste perío<strong>do</strong>, pois constituem uma estratégia importante para a disseminação <strong>de</strong><br />

tecnologias e outros conhecimentos no seio das comunida<strong>de</strong>s locais. Dos 6 centros programa<strong>do</strong>s<br />

apenas 1 foi instala<strong>do</strong> em Namialo, Distrito <strong>de</strong> Meconta, Província <strong>de</strong> Nampula, representan<strong>do</strong><br />

um <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> apenas 16.7%, enquanto que em relação a formação <strong>de</strong> extensionistas a<br />

realização foi <strong>de</strong> <strong>de</strong> 33%, o que correpon<strong>de</strong> a 24 <strong>do</strong>s 72 extensionistas planifica<strong>do</strong>s<br />

172. Perspectiva-se que até ao final <strong>de</strong> 2009 seja elaborada a proposta <strong>de</strong> Política <strong>de</strong> Habitação<br />

para Moçambique, Transformação <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fomento para Habitação (FFH) em Instituição<br />

Financeira (Banco); Criação <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong> Recursos; e a continua disponibilização <strong>de</strong> talhões<br />

infra-estrutura<strong>do</strong>s, a mobilização <strong>de</strong> recursos financeiros e a <strong>de</strong>scentralização das acções <strong>de</strong><br />

planificação <strong>do</strong> sector.<br />

173. Em termos <strong>de</strong> factores-chave, os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s são assinala<strong>do</strong>s no concernente à<br />

<strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> talhões para a habitação. Este resulta<strong>do</strong> foi possível <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao incremento <strong>de</strong><br />

meios necessários <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong> apoio às famílias afectadas pelas<br />

calamida<strong>de</strong>s naturais. O mesmo não se verificou na formação <strong>de</strong> extensionistas; apoio aos órgãos<br />

locais e na construção <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a limitações financeiras.<br />

174. Na componente <strong>do</strong> quadro politico e legal, apenas foi possível a aprovação <strong>do</strong> Regulamento<br />

<strong>do</strong> Uso <strong>do</strong> Solo Urbano, através <strong>do</strong> Decreto nº60/2006, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Dezembro. Destaca-se também a<br />

aprovação da Lei nº 19/ 2007, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> Julho, Lei <strong>do</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> Território e seu<br />

Regulamento que concorrem para a materialização <strong>do</strong>s programas inerentes à habitação no País,<br />

estan<strong>do</strong> em curso a preparação da proposta da Política <strong>de</strong> Habitação.<br />

Acção Social<br />

175. O <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> na componente da Acção Social centra a atenção nas formas <strong>de</strong> solução <strong>do</strong><br />

baixo nível <strong>de</strong> vida das camadas mais <strong>de</strong>sfavorecidas, que actualmente correspon<strong>de</strong> ao nível <strong>de</strong><br />

pobreza absoluta.<br />

Durante os anos <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, através das acções estratégicas da área da<br />

mulher e da acção social, foi possível verificar o melhoramento <strong>do</strong> atendimento aos grupos alvo e<br />

o aumento gradual <strong>do</strong>s beneficiários <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> protecção social básica 25 , passan<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

25 Subsídio <strong>de</strong> Alimentos, Apoio Social Directo, Programa Benefício Social pelo Trabalho, Programa Geração <strong>de</strong><br />

Rendimento e Assistencia Institucional (infantários, centros <strong>de</strong> apoio a velhice, centros <strong>de</strong> transito e centros <strong>de</strong><br />

acolhimento <strong>de</strong> crianças da/na rua).<br />

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11/11/2009<br />

100.153 em 2005 para 181.304 em 2008, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a uma evolução <strong>de</strong> 81.03%., o que<br />

representa contu<strong>do</strong> 64,8% das metas previstas no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

176. A sucessiva redução das metas <strong>do</strong>s beneficiários inicialmente previstas no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> para os<br />

anos <strong>de</strong> 2007, 2008 e 2009, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 243.300, 279.800 e 294.400 para 120.437, 152.763 e<br />

204.827 beneficiários, respectivamente, ocorreu em função <strong>do</strong>s limites orçamentais fixa<strong>do</strong>s ao<br />

longo <strong>do</strong>s anos para o sector. As metas reajustadas foram todas sobre-cumpridas, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong><br />

que o número <strong>de</strong> pessoas viven<strong>do</strong> em condições <strong>de</strong> pobreza absoluta e necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> apoio é<br />

superior ao que foi fixa<strong>do</strong> como meta anual para os programas <strong>do</strong> sector.<br />

177. Por outro la<strong>do</strong>, foram assistidas até 2008 17,26% das crianças vulneráveis em serviços<br />

básicos (no âmbito <strong>do</strong>s PACOVs) e 5066 pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência em meios <strong>de</strong><br />

compensação.<br />

178. A priorização da protecção social básica evi<strong>de</strong>nciada no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, com a fixação <strong>do</strong><br />

indica<strong>do</strong>r e respectivas metas no QAD para o acompanhamento <strong>do</strong>s progressos realiza<strong>do</strong>s nesta<br />

área foi um factor relevante que permitiu uma melhoria gradual <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação e articulação<br />

entre os intervenientes e <strong>do</strong> alinhamento <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> planificação e implementação das<br />

activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector.<br />

179. A criação <strong>de</strong> 11 novas Delegações <strong>do</strong> Instituto Nacional <strong>de</strong> Acção Social (INAS), passan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> um total 19 para 30, permitiu a aproximação <strong>do</strong>s serviços aos beneficiários e a redução <strong>de</strong><br />

custos administrativos.<br />

180. A medição <strong>do</strong> impacto <strong>do</strong> atendimento às pessoas em situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> (crianças<br />

em situação difícil, mulheres, pessoas i<strong>do</strong>sas e pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência) foi e continua<br />

ser um <strong>de</strong>safio para o sector, pois a inexistência <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sobre o universo <strong>do</strong>s potenciais<br />

beneficiários em cada grupo alvo dificulta o processo <strong>de</strong> programação, orçamentação e<br />

priorização <strong>de</strong> intervenções <strong>do</strong> sector.<br />

181. Efeitos <strong>de</strong> fenómenos como o HIV e SIDA, das alterações climatéricas e <strong>de</strong> crises externas<br />

sobre os mais vulneráveis, têm contribuí<strong>do</strong> para o reconhecer <strong>do</strong> aumento das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

cobertura <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> protecção social. Neste contexto, a expansão <strong>do</strong>s limites<br />

orçamentais, bem como uma utilização ainda mais eficiente e com mais impacto <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s<br />

disponíveis (o que inclui a institucionalização <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s<br />

subsídios e o reforço <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação), surgem como os principais <strong>de</strong>safios para o<br />

Sector.<br />

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11/11/2009<br />

Revisão da Literatura sobre a Vulnerabilida<strong>de</strong> e a Pobreza Crónica em Moçambique<br />

• Estu<strong>do</strong>s sobre a vulnerabilida<strong>de</strong> indicam que 34,8% <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s familiares em<br />

Moçambique estão submeti<strong>do</strong>s a uma situação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> à<br />

insegurança alimentar (SETSAN, 2006; Selvester e Fidalgo, 2006).<br />

• Os choques mais comuns (no meio rural ou urbano) são a <strong>do</strong>ença e a morte <strong>de</strong> um<br />

membro <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong> familiar e acontecimentos liga<strong>do</strong>s ao clima, como a seca ou as<br />

cheias. Nos meios urbanos, o aumento <strong>de</strong> preços constitui também um choque<br />

importante.<br />

• A vulnerabilida<strong>de</strong> e a pobreza <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m também da composição <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong><br />

familiar. Os agrega<strong>do</strong>s familiares chefia<strong>do</strong>s por mulheres e por i<strong>do</strong>sos são<br />

particularmente vulneráveis.<br />

• Estu<strong>do</strong>s qualitativos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aumento <strong>do</strong> rendimento<br />

familiar e <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> social ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da natureza e da extensão das<br />

relações sociais.<br />

182. No referente ao quadro politico e legal, ao longo da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

foram levadas a cabo, nas áreas da mulher e da acção social, as seguintes as acções <strong>de</strong> maior<br />

<strong>de</strong>staque: i) Aprovação e implementação <strong>de</strong> políticas/planos na área da mulher e da acção<br />

social (Política <strong>de</strong> Género e Estratégia da sua implementação, Plano Nacional para Criança,<br />

Plano <strong>de</strong> Acção para as Crianças Órfãs e Vulneráveis, Plano Nacional <strong>de</strong> Acção para a Área<br />

da Deficiência, Plano Nacional para as Pessoas I<strong>do</strong>sas; Plano Nacional <strong>de</strong> Acção para a<br />

Prevenção e Combate à Violência Contra a Mulher; Plano Nacional para o Avanço da<br />

Mulher; ii) Aprovação da Lei <strong>de</strong> Protecção Social, Lei <strong>de</strong> Protecção e Promoção <strong>do</strong>s<br />

Direitos da Criança; iii) Ratificação <strong>do</strong> Protocolo Opcional à Convenção para a Eliminação<br />

<strong>de</strong> Todas as Formas <strong>de</strong> Discriminação contra as Mulheres e aprovação da Estratégia para o<br />

cumprimento das recomendações ao relatório <strong>de</strong> Moçambique sobre a implementação da<br />

Convenção – CEDAW 26 ; iv) Ratificação <strong>do</strong> Protocolo da Carta Africana aos Direitos <strong>do</strong>s<br />

Homens e <strong>do</strong>s povos relativos aos direitos da Mulher em África e lançada a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Mulheres Ministras e Parlamentares; v) Lançamento da Constituição da República no<br />

sistema <strong>de</strong> Leitura em Braille e reintrodução da Interpretação <strong>do</strong>s programas televisivos em<br />

Língua <strong>de</strong> Sinais.<br />

26 Convenção sobre a Eliminação <strong>de</strong> Todas as Formas <strong>de</strong> Discriminação Contra as Mulheres.<br />

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11/11/2009<br />

Pilar <strong>de</strong> Desenvolvimento Económico<br />

1. Introdução<br />

183. O <strong>de</strong>senvolvimento económico sustentável é uma das condições necessárias e conducentes à<br />

redução da pobreza absoluta. Na área <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico, o Plano <strong>de</strong> Acção para<br />

Redução da Pobreza Absoluta <strong>de</strong> 2005-2009 (<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>) visa melhorar as condições básicas da<br />

prossecução da activida<strong>de</strong> produtiva, como a melhoria das infra-estruturas, a redução <strong>do</strong>s<br />

entraves burocráticos, e o estabelecimento <strong>de</strong> legislação que garanta os direitos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> e<br />

incentive o progresso da produtivida<strong>de</strong>, e inovação. Adicionalmente, dar priorida<strong>de</strong> à articulação<br />

intersectorial para garantir o crescimento da produtivida<strong>de</strong> na agricultura e <strong>do</strong>s sectores a ela<br />

liga<strong>do</strong>s. Bem como promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sistema bancário e financeiro para<br />

cumprirem com as funções <strong>de</strong> retenção da poupança e financiamento activo das operações<br />

produtivas, em particular das Pequenas e Médias Empresas (PMEs).<br />

184. O pilar <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico é composto por cinco sectores, nomeadamente:<br />

financeiro, sector priva<strong>do</strong>, agricultura, infra-estrutura e energia. O Relatório <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong><br />

<strong>Impacto</strong> <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> (RAI) tem como objectivo principal <strong>de</strong>terminar a eficácia <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

em alcançar os objectivos gerais <strong>do</strong> pilar bem como específicos <strong>de</strong> cada sector.<br />

185. No perío<strong>do</strong> em analise, no pilar <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico verificou-se um <strong>de</strong>sempenho<br />

médio e ainda é preciso reforçar as acções para o alcance <strong>do</strong>s objectivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

Em relação ao ambiente <strong>de</strong> negócios, o Governo tem feito esforços para promover o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> nacional. No âmbito <strong>do</strong> relatório <strong>do</strong> <strong>do</strong>ing business <strong>do</strong> Banco<br />

Mundial, Moçambique passou da posição 110 num total <strong>de</strong> 145 economias em 2005, para 135<br />

num total <strong>de</strong> 183 economias em 2009.Embora os indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> negócios registaram<br />

progressos significativos, em comparação com as outras económias, Moçambique ainda é<br />

consi<strong>de</strong>rada uma das economias mais difíceis para fazer negócios. Deste mo<strong>do</strong>, há uma<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acelerar o ritmo <strong>de</strong> implementação das reformas <strong>de</strong>signadas para melhorar o<br />

ambiente <strong>de</strong> negócios.<br />

186. O sector agrícola registrou melhorias institucionais durante o perío<strong>do</strong>, mas teve um impacto<br />

mo<strong>de</strong>sto no terreno em termos <strong>de</strong> produção, produtivida<strong>de</strong> e acesso e uso <strong>de</strong> insumos agrícolas.<br />

Maiores esforços precisam ser feitos para promover este sector vital.<br />

187. O baixo nível <strong>de</strong> bancarização da economia moçambicana continua a ser uma gran<strong>de</strong><br />

preocupação. O acesso ao crédito é baixo e quan<strong>do</strong> disponível o custo é muitas vezes proibitivo.<br />

188. A secção que se segue consiste em apresentar uma avaliação geral <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s<br />

nos sectores <strong>de</strong>ste pilar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. Adicionalmente, são também<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e discuti<strong>do</strong>s os factores chaves que contribuíram ou serviram <strong>de</strong> obstáculos para<br />

realização <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s. No concernente a questão <strong>de</strong> aprofundamento, para pesquisa adicional<br />

foram recomendadas conduzir uma análise mais aprofundada <strong>de</strong> um número <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>de</strong> assuntos<br />

temáticos <strong>de</strong> importância estratégica para o crescimento económico e redução da pobreza. No<br />

pilar <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico, foram feitos três estu<strong>do</strong>s nomeadamente: i) análise <strong>do</strong><br />

<strong>46</strong>


11/11/2009<br />

impacto <strong>de</strong> política tributária no crescimento económico e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong>;<br />

ii) análise nas tendências no rendimento rural; e iii) análise <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho no sector da<br />

agricultura. Os resulta<strong>do</strong>s principais <strong>de</strong>stes estu<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s nas respectivas secções.<br />

2. Análise <strong>do</strong> Desempenho<br />

Sector Financeiro<br />

189. O <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector financeiro no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2006 à 2009 po<strong>de</strong> ser avalia<strong>do</strong> como<br />

médio. Contu<strong>do</strong>, a monitoria e avaliação <strong>do</strong> sector é problemática, com os da<strong>do</strong>s para um número<br />

significativo <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res não disponíveis. Apesar <strong>do</strong>s avanços no sector, persiste o <strong>de</strong>safio<br />

principal <strong>de</strong> aumentar a bancarização da economia 27 , tornar o sector mais inclusivo e baixar os<br />

custos <strong>de</strong> acesso aos serviços financeiros.<br />

190. O crédito ao sector priva<strong>do</strong> em percentagem <strong>do</strong> PIB durante o perío<strong>do</strong> em análise cresceu, <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 13,9% em 2005 para 18,4% 28 em 2008. Contu<strong>do</strong>, não é possível avaliar este indica<strong>do</strong>r<br />

visto que a meta não foi <strong>de</strong>finida. Registou-se também uma redução insignificante no spread das<br />

taxas <strong>de</strong> juro, que oscilaram entre 10,8% e 10,2% ao longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> em análise.<br />

191. A nível <strong>do</strong> sistema bancário foi introduzi<strong>do</strong> o IFRS 29 . Ainda nesta área, registou-se um<br />

alargamento <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> cobertura territorial por agências bancárias. Contu<strong>do</strong>, a a<strong>do</strong>pção <strong>do</strong> IFRS<br />

no sector <strong>de</strong> seguros não ocorreu, conforme o previsto em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> IASB 30 não ter ainda<br />

estabeleci<strong>do</strong> a normalização da IFRS 4 relativa ao contrato <strong>de</strong> seguro.<br />

192. A auditoria forense ao Banco Austral foi realizada durante este perío<strong>do</strong>. A lei cambial foi<br />

revista e aprovada estan<strong>do</strong> em curso a elaboração <strong>do</strong> respectivo regulamento. A mo<strong>de</strong>rnização <strong>do</strong><br />

sistema nacional <strong>de</strong> pagamentos foi um <strong>do</strong>s acontecimentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, o qual conferiu uma<br />

nova dinâmica ao sistema financeiro tornan<strong>do</strong>-o mais seguro e eficiente, através da introdução<br />

das re<strong>de</strong>s electrónicas <strong>de</strong> pagamentos, as ATM e EFT/POS em quase to<strong>do</strong> o país.<br />

193. O sector <strong>de</strong> micro finanças registou um crescimento no número <strong>de</strong> clientes e no número <strong>de</strong><br />

instituições, ten<strong>do</strong> como <strong>de</strong>staque a fusão <strong>de</strong> algumas associações e consequente criação das<br />

Caixas Comunitárias (CCOM).<br />

194. A nível <strong>do</strong> sector segura<strong>do</strong>r registou-se o reforço da transparência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mediante<br />

publicação <strong>do</strong>s relatórios e contas auditadas <strong>de</strong> todas as segura<strong>do</strong>ras e consolidação da supervisão<br />

baseada no risco usan<strong>do</strong>-se o mo<strong>de</strong>lo CARAMELS.<br />

195. Aspectos positivos que contribuíram para o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>ste sector durante o perío<strong>do</strong><br />

em análise incluem, a mo<strong>de</strong>rnização <strong>do</strong> sistema nacional <strong>de</strong> pagamentos, a introdução no leque<br />

das prestações <strong>do</strong> subsídio <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>, a articulação entre os diferentes regimes <strong>de</strong> protecção<br />

social e o alargamento <strong>do</strong> âmbito para as categorias <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> conta própria.<br />

27 Dos 128 distritos <strong>do</strong> país, apenas 44 possuíam agências bancárias.<br />

28 Crédito à econominia como percentagem <strong>do</strong> PIB a preços correntes.<br />

29 International Financial Reporting Standards.<br />

30 International Accounting Standards Board<br />

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11/11/2009<br />

196. Por outro la<strong>do</strong>, o sector <strong>de</strong>monstrou um fraco <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao baixo nível <strong>de</strong><br />

bancarização da economia que continua a ser preocupante, ausência <strong>de</strong> infra-estruturas nas zonas<br />

rurais para facilitar a expansão da re<strong>de</strong> bancária, falta <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> alguns pacotes legislativos<br />

para permitir a implementação da articulação <strong>de</strong> regimes e <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res por conta própria, e a<br />

falta <strong>de</strong> informatização <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> segurança social.<br />

197. No que refere a avaliação <strong>do</strong> quadro político e legal <strong>do</strong> sector financeiro ao longo <strong>do</strong><br />

perío<strong>do</strong> em análise, registaram-se novos <strong>de</strong>senvolvimentos no quadro legal, o que permitiu <strong>de</strong><br />

entre outros, o surgimento <strong>de</strong> novos tipos <strong>de</strong> instituições financeiras a<strong>de</strong>quadas ao meio rural,<br />

expansão <strong>do</strong>s serviços financeiros, maior abrangência <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> segurança social, etc.<br />

Sector Priva<strong>do</strong><br />

198. O sector priva<strong>do</strong> visa proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> nacional e<br />

estrangeiro. Este sector representa uma área crucial para o sucesso <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, pois,<br />

compreen<strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s económicas <strong>de</strong> produção que contribuem para geração <strong>de</strong> rendimentos -<br />

empresarial e familiar. As priorida<strong>de</strong>s fundamentais <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong> na óptica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

são: i) O aumento da produtivida<strong>de</strong> e níveis <strong>de</strong> rendimentos económicos, ii) o melhoramento das<br />

interligações entre os diversos sectores (económicos) produtivos, iii) a criação <strong>de</strong> emprego e<br />

auto-emprego, e iv) o melhoramento <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> negócios, para incentivar o investimento<br />

nacional e estrangeiro.<br />

199. Durante o perío<strong>do</strong> em referência,, o sector priva<strong>do</strong> teve um <strong>de</strong>sempenho médio. Apenas meta<strong>de</strong><br />

das metas <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong> e <strong>de</strong> produto foram atingidas. Moçambique não teve um<br />

<strong>de</strong>sempenho satisfatório no posicionamento <strong>do</strong> Doing Business. Esta é uma questão que requer<br />

uma atenção séria no <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG subsequente, dada a priorida<strong>de</strong> que o<br />

Governo colocou na melhoria <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> negócios.<br />

200. O Governo tem vin<strong>do</strong> a implementar diversas políticas e estratégias que contribuíram para a<br />

realização <strong>de</strong>stes resulta<strong>do</strong>s. Outros factores que influenciaram positivamente o sector são: o<br />

diálogo entre o sector priva<strong>do</strong> e o Governo sobre a melhoria da legislação e <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong><br />

negócios, os investimentos <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong>; potencial <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> para vários sectores; forças<br />

<strong>de</strong> merca<strong>do</strong> induzin<strong>do</strong> políticas e investimentos; reformas gerais no sector público.<br />

201. Por outro la<strong>do</strong>, alguns indica<strong>do</strong>res da matriz <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> não foram atingi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a<br />

alguns obstáculos enfrenta<strong>do</strong>s na economia, nomeadamente: Ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s recursos (financeiros e<br />

humanos), resistência à mudança, serviços <strong>de</strong> apoio ineficientes (sobretu<strong>do</strong> para exportação); a<br />

responsabilida<strong>de</strong> pela realização <strong>de</strong> um indica<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser repartida entre várias instituições; falta<br />

da coor<strong>de</strong>nação inter-institucional; ina<strong>de</strong>quadas infra-estruturas; forças <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

202. No referente ao quadro político e legal, um número <strong>de</strong> legislação tem si<strong>do</strong> promulga<strong>do</strong>,<br />

contribuin<strong>do</strong> para materialização <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s acima <strong>de</strong>scritos. Durante o perío<strong>do</strong> em análise,<br />

no sector priva<strong>do</strong>, foram tomadas as seguintes medidas políticas e legais: o licenciamento<br />

simplifica<strong>do</strong>, a criação <strong>de</strong> Balcões <strong>de</strong> Atendimento Únicos (BAÚs), eliminação da exigência <strong>de</strong><br />

capital mínimo. Adicionalmente, um número significativo <strong>de</strong> novas políticas estão a ser<br />

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formuladas, nomeadamente: a Lei <strong>de</strong> falência e inspecção única. Para prossecução <strong>do</strong>s objectivos<br />

<strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, afigura-se importante assegurar a implementação <strong>de</strong>stas novas políticas.<br />

Resulta<strong>do</strong>s principais <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>do</strong> Sistema Tributário no Desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong><br />

As preocupações sobre as práticas <strong>de</strong> execução arbitrárias e punitivas por funcionários da<br />

administração fiscal, a complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema fiscal, a falta <strong>de</strong> serviços ao contribuinte, e<br />

dificulda<strong>de</strong>s na recuperação das restituições são muito mais pre<strong>do</strong>minantes <strong>do</strong> que as queixas<br />

sobre o nível <strong>do</strong>s impostos. Estes problemas afectam particularmente as pequenas e medias<br />

empresas: o motor primário <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> emprego para a economia.<br />

As taxas <strong>de</strong> imposto, os custos <strong>de</strong> cumprimento e a complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema tributário também<br />

afectam as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> pequenas empresas para formalizar.<br />

Agricultura<br />

203. A agricultura é a activida<strong>de</strong> económica pre<strong>do</strong>minante em Moçambique, empregan<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong><br />

80 por cento da população. O <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> prevê uma transformação estrutural <strong>do</strong> sector agrícola,<br />

aumentan<strong>do</strong> a produção e a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s agricultores. O sector da agricultura é<br />

prepon<strong>de</strong>rante para erradicação da pobreza absoluta no País, visto que gran<strong>de</strong> proporção da<br />

população vive na base <strong>do</strong> rendimento <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> económica.<br />

204. No geral, o sector agrícola teve um <strong>de</strong>sempenho médio em relação aos indica<strong>do</strong>res<br />

estabeleci<strong>do</strong>s na matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. O sector atingiu apenas três <strong>do</strong>s cinco<br />

indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>. Os factores que contribuíram positivamente para o alcance <strong>de</strong> alguns<br />

<strong>do</strong>s objectivos estabeleci<strong>do</strong>s no sector, são: aumento investimento no sector <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007,<br />

particularmente através <strong>de</strong> alocação <strong>do</strong> Orçamento <strong>de</strong> Investimento <strong>de</strong> Iniciativa Local (O<strong>II</strong>L) e<br />

para o PAPA 31 , <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> aumentan<strong>do</strong> a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta e a prestação <strong>de</strong> maior<br />

número <strong>de</strong> serviços. A melhoria da coor<strong>de</strong>nação entre o nível central – MINAG e as Direcções<br />

Províncias <strong>de</strong> Agricultura, resultou na disponibilização atempada <strong>do</strong>s recursos necessários, e<br />

acesso aos insumos pecuários, tecnologias e informação <strong>de</strong> extensão.<br />

31 Segun<strong>do</strong> a CGE (2006,2007) e o REO IV 2008, o MINAG no perío<strong>do</strong> apresentou as seguintes <strong>do</strong>tações orçamentais:<br />

2006 (884.862 Milhões MT), 2007 (1.164.<strong>46</strong>0 Milhões MT), 2008 (1.244.290 Milhões MT).<br />

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11/11/2009<br />

Resulta<strong>do</strong>s principais <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> rendimento agrícola e <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector agrícola<br />

Os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> TIA (anos) foram analisa<strong>do</strong>s para avaliar as tendências <strong>de</strong> rendimento, produção,<br />

produtivida<strong>de</strong> agrária e uso <strong>do</strong>s insumos agrários.<br />

Não há nenhuma evidência <strong>de</strong> que a renda média <strong>do</strong>s produtores agrícolas aumentou. No<br />

entanto, na ausência <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IOF não é possível apresentar resulta<strong>do</strong>s conclusivos sobre a<br />

evolução da pobreza rural durante a vigência <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. Uma análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> TIA<br />

sugere que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> renda po<strong>de</strong> ter aumenta<strong>do</strong> entre 2005 e 2008.<br />

Enquanto as análises mostraram um aumento na produção <strong>de</strong> milho durante o perío<strong>do</strong>, a<br />

produção <strong>de</strong> milho per capita diminuiu. Uso <strong>de</strong> tecnologias e melhor acesso aos insumos pelos<br />

agricultores permanece baixo e, no agrega<strong>do</strong> diminuiu. A análise mostra que a principal fonte<br />

<strong>de</strong> variação para a produção <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> milho é chuva. Menos <strong>de</strong> cinco por cento <strong>do</strong>s<br />

agricultores moçambicanos irrigam os seus campos. Maiores investimentos <strong>de</strong>vem, portanto, ser<br />

feitos em tecnologias <strong>de</strong> conservação da água e <strong>de</strong> promoção das sementes melhoradas<br />

tolerantes à seca.<br />

205. No perío<strong>do</strong> em análise, foram realizadas diversas activida<strong>de</strong>s, como é o caso <strong>do</strong> treinamento<br />

<strong>de</strong> técnicos e sensibilização <strong>de</strong> produtores em diversas áreas no que se refere: i) fomento <strong>de</strong><br />

culturas tolerantes à seca, ii) promoção da utilização <strong>de</strong> insumos e tecnologias melhoradas, iii)<br />

aproveitamento das zonas baixas e recursos hídricos existentes para agricultura. A aprovação <strong>do</strong><br />

Plano <strong>de</strong> Acção para a Produção <strong>de</strong> Alimentos (2008-2011) com maior impacto em 2008,<br />

permitiu o fortalecimento da extensão agrária através <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> número, da capacida<strong>de</strong> e<br />

<strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> trabalho para os extensionistas, bem como a provisão <strong>de</strong> sementes e outros insumos<br />

<strong>de</strong> impacto na produção em áreas <strong>de</strong> alto potencial agro-ecológico.<br />

206. Por outro la<strong>do</strong>, alguns <strong>de</strong>safios encontra<strong>do</strong>s no sector dificultaram o alcance das metas<br />

estabelecidas. Visto que o alcance <strong>de</strong> muitos objectivos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> outros sectores (Por exemplo:<br />

obras públicas, energias e finanças), a fraca coor<strong>de</strong>nação inter-institucional contribuiu<br />

negativamente para o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector; ii) A dispersão <strong>do</strong>s camponeses crian<strong>do</strong> dificulda<strong>de</strong><br />

na assistência aos mesmos, iii) Falta <strong>de</strong> transparência na distribuição <strong>de</strong> insumos, levan<strong>do</strong> ao não<br />

cumprimento da totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s objectivos; iv) Limitação <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> produção (técnicas e<br />

tecnologias), infra-estruturas e recursos financeiros; v) Efeitos calamitosos; cheias, secas, pestes<br />

e regimes pluviométricos irregulares; vi) Dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso aos merca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produtos e<br />

insumos; vii) Fraca capacida<strong>de</strong> técnica <strong>do</strong> sector para respon<strong>de</strong>r a to<strong>do</strong>s os objectivos<br />

estabeleci<strong>do</strong>s; e viii) Processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> regadios morosos: em média 3 anos, dificultan<strong>do</strong><br />

a mensuração <strong>de</strong>ste objectivo;<br />

207. No âmbito da avaliação <strong>do</strong> quadro político e legal, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a superar os <strong>de</strong>safios<br />

encontra<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> levaram a que o Esta<strong>do</strong> repensasse em novas<br />

dinâmicas e <strong>de</strong>senvolvesse ao longo <strong>do</strong>s anos planos <strong>de</strong> acção e estratégias para o sector, a<br />

<strong>de</strong>stacar: O PROAGRI <strong>II</strong>, a Estratégia <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural (com o objectivo <strong>de</strong> promover<br />

a coerência nas iniciativas <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento rural e na coor<strong>de</strong>nação das priorida<strong>de</strong>s<br />

nacionais, regionais, distritais e locais), a Estratégia <strong>de</strong> Revolução Ver<strong>de</strong> que visa o aumento da<br />

produção e produtivida<strong>de</strong> agrária <strong>de</strong> forma competitiva e sustentável e o Plano <strong>de</strong> Acção para a<br />

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Produção <strong>de</strong> Alimentos (PAPA) que surge com vista a mitigar o efeito da crise <strong>do</strong>s cereais. Este<br />

quadro <strong>de</strong> políticas e estratégias incorporam a visão <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> e garantem o cumprimento <strong>do</strong>s<br />

objectivos estabeleci<strong>do</strong>s no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>. No entanto, a operacionalização das políticas no sector da<br />

agricultura é baixo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a diversos factores, com <strong>de</strong>staque para: Insuficiência <strong>de</strong> recursos<br />

humanos capacita<strong>do</strong>s; Dependência financeira para a implementação das políticas <strong>de</strong>senhadas;<br />

Atrasos no <strong>de</strong>sembolso <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s; Falta <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação inter e intra-institucional.<br />

Estradas<br />

208. Na área <strong>de</strong> infra-estruturas, a priorida<strong>de</strong> nacional estipulada no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> consiste em<br />

continuar a reabilitação e manutenção <strong>de</strong> estradas e pontes, <strong>de</strong> forma a melhorar a transibilida<strong>de</strong><br />

no território nacional. Durante o perío<strong>do</strong> em análise, o sector <strong>de</strong> estradas teve um <strong>de</strong>sempenho<br />

médio. A re-classificação da re<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> estradas em 2005, veio alterar a base para o cálculo<br />

<strong>de</strong>ste indica<strong>do</strong>r nos anos 2006-2009. 32<br />

209. Os factores positivos <strong>do</strong> sector das estradas incluem os seguintes: Obras feitas na estrada N1,<br />

a espinha <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> país, asseguraram boas condições <strong>de</strong> transitabilida<strong>de</strong> ao longo da maior parte<br />

<strong>de</strong>sta importante via. Contu<strong>do</strong>, algumas secções estão ainda por concluir. A construção e<br />

reabilitação <strong>de</strong> pontes registou também um <strong>de</strong>sempenho positivo, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> concluídas a<br />

construção e a reabilitação <strong>de</strong> seis gran<strong>de</strong>s. As intervenções <strong>de</strong> “Melhoramentos Localiza<strong>do</strong>s”<br />

a<strong>do</strong>ptadas para o nível provincial, resultaram em melhoria significativa na transitabilida<strong>de</strong> das<br />

estradas classificadas. De 64% <strong>de</strong> estradas transitáveis em 2006 passaram para 89% em 2008. O<br />

programa <strong>de</strong> manutenção e reabilitação das estradas urbanas, inicia<strong>do</strong> em 2004, já está<br />

consolida<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> 33 para 43 municípios em 2009. O <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> cada<br />

município varia bastante, no entanto, o resulta<strong>do</strong> final <strong>do</strong> Programa é encoraja<strong>do</strong>r neste quinto<br />

ano <strong>de</strong> operação.<br />

210. No que diz respeito aos <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> sector incluem os seguintes; a <strong>de</strong>mora no arranque das<br />

obras <strong>de</strong> reabilitação <strong>do</strong>s troços: N11: Mocuba – Milange, N14:Montepuez – Lichinga;<br />

N13:Nampula – Cuamba. Bem como, a fraca capacida<strong>de</strong> técnica e financeira <strong>do</strong>s empreiteiros<br />

nacionais continua a ser um obstáculo no cumprimento <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> manutenção da re<strong>de</strong><br />

nacional, contribuíram para o fraco <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector durante o perío<strong>do</strong> em analise.<br />

211. Em relação a avaliação <strong>do</strong> quadro politico e legal <strong>do</strong> sector, no âmbito da implementação <strong>do</strong><br />

Programa Integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sector <strong>de</strong> Estradas (PISE), foi aprovada a Política <strong>de</strong> Estradas em 2008,<br />

que reflecte os avanços tecnológicos e novas formas <strong>de</strong> gestão baseadas numa abordagem<br />

integrada <strong>do</strong> sector, harmonização <strong>do</strong>s procedimentos <strong>de</strong> contratação, gestão financeira e sistema<br />

<strong>de</strong> informação, bem como, monitoria e avaliação das activida<strong>de</strong>s, através <strong>de</strong> um quadro <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> Sector <strong>de</strong> Estradas.<br />

32 Os valores a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s para a matriz estratégica estão apresenta<strong>do</strong>s entre parênteses na matriz <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>,<br />

que mostra o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sector.<br />

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Energia<br />

212. Neste sector, os principais objectivos são o <strong>de</strong> melhorar a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sector e expandir<br />

o acesso <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> energia para os diversos sectores da economia. Este sector teve um<br />

<strong>de</strong>sempenho médio durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> realização.<br />

213. Em relação a meta <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> percentagem <strong>de</strong> pessoas com acesso sustentável aos<br />

serviços <strong>de</strong> energia mo<strong>de</strong>rna, foi superada em 2008 ten<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong> 13,5% <strong>de</strong> população com<br />

acesso à energia eléctrica quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com os 10% da meta a atingir em 2009. Com<br />

relação aos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> produto, o número <strong>de</strong> novos clientes conecta<strong>do</strong>s à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia<br />

eléctrica em 2008 atingiu cerca <strong>de</strong> 105.000 sen<strong>do</strong> o acumula<strong>do</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 615.000 clientes O<br />

indica<strong>do</strong>r número <strong>de</strong> escolas e hospitais com acesso aos serviços <strong>de</strong> energia mo<strong>de</strong>rna, e com<br />

contratos <strong>de</strong> manutenção para sistemas isola<strong>do</strong>s ficou muito aquém da sua meta, não ten<strong>do</strong><br />

alcança<strong>do</strong> quase nenhum impacto em 2006 e 2007. Destacar que apesar <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sempenho baixo,<br />

o objectivo preconiza<strong>do</strong> na Matriz <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, que é o <strong>de</strong> expandir os serviços <strong>de</strong> energia para<br />

saú<strong>de</strong> e educação esta sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> electrifica<strong>do</strong> 266 escolas e centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

rurais contra a meta <strong>de</strong> 400 escolas e centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> programa<strong>do</strong>s em 2008.<br />

214. Este <strong>de</strong>sempenho foi alcança<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a criação <strong>do</strong> Ministério da Energia, proven<strong>do</strong> o<br />

Ministério da Energia <strong>de</strong> instalações próprias, visan<strong>do</strong> dar maior enfoque ao sector. O início da<br />

implementação <strong>do</strong> Plano Director <strong>de</strong> Electricida<strong>de</strong> em 2005, o estabelecimento <strong>de</strong> um Contrato-<br />

Programa entre a Electricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moçambique (EDM) e o Governo, conten<strong>do</strong> claramente os<br />

indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho e facilmente verificáveis da empresa na execução <strong>do</strong><br />

programa <strong>de</strong> electrificação rural, a a<strong>do</strong>pção e implementação duma política tarifária realista e<br />

consentânea com a realida<strong>de</strong> económica e social <strong>do</strong> País, priorisan<strong>do</strong> investimentos no <strong>do</strong>mínio<br />

da energia orienta<strong>do</strong>s para o combate à pobreza e à criação <strong>de</strong> riqueza, em especial nas zonas<br />

rurais.<br />

215. O <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res nesta área <strong>de</strong> energia é positivo, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> a eficiência em<br />

relação a pontualida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>sembolso <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>, na aprovação e <strong>de</strong>cisão sobre sem objecção (no<br />

objection) aos projectos. O aumento <strong>de</strong> investimento na expansão da re<strong>de</strong> eléctrica nacional e na<br />

intensificação <strong>de</strong> novas ligações que contou com a injecção <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s parceiros<br />

<strong>de</strong> cooperação que tem ti<strong>do</strong> uma contribuição substancial no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector.<br />

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Assuntos Transversais<br />

1. Introdução<br />

216. A avaliação da componente <strong>do</strong>s assuntos transversais inerente ao <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s<br />

subsectores na concretização <strong>do</strong>s propósitos centrais <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> baseou-se nos compromissos<br />

assumi<strong>do</strong>s através das metas e indica<strong>do</strong>res para comensurar as realizações nesse perío<strong>do</strong>. Seguem<br />

os resumos <strong>de</strong> cada subgrupo, anexan<strong>do</strong>-se o relatório mais <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cada área<br />

temática.<br />

2. Avaliação <strong>do</strong> Desempenho<br />

HIV e SIDA<br />

217. O enquadramento <strong>do</strong> HIV/SIDA no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> - 2005-2009 é multisectorial. O objectivo da<br />

luta contra o SIDA é a redução da incidência <strong>de</strong> 500 novos casos diários, então em 2004, para<br />

350, em 2009, e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas viven<strong>do</strong> com HIV e SIDA e seus<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Em 2004, a sero-prevalência nacional pon<strong>de</strong>rada era <strong>de</strong> 16.2%.<br />

218. Em 2007, os da<strong>do</strong>s da vigilância epi<strong>de</strong>miológica <strong>do</strong> HIV – rastreio <strong>de</strong> mulheres grávidas nos<br />

postos <strong>de</strong> sentinela espalha<strong>do</strong>s pelo país – estimavam em 16% a prevalência nacional <strong>de</strong> HIV em<br />

mulheres grávidas. A epi<strong>de</strong>mia assumia uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> feminina, com uma proporção estimada<br />

<strong>de</strong> 58% <strong>de</strong> infecta<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> mulheres e 42% homens 33 . Enquanto isso, o número <strong>de</strong> crianças<br />

órfãs estimava-se em 1,793,426 34 em 2008, <strong>do</strong>s quais uma cifra <strong>de</strong> <strong>46</strong>2,880 representan<strong>do</strong> 26%<br />

<strong>de</strong>rivava <strong>do</strong>s efeitos directos <strong>do</strong> HIV e SIDA 35 .<br />

219. Apesar <strong>do</strong>s esforços investi<strong>do</strong>s, ainda não há provas <strong>de</strong> que a epi<strong>de</strong>mia está a <strong>de</strong>crescer em<br />

termos gerais. Há em termos relativos alguma estabilização ao Norte <strong>do</strong> País e redução <strong>de</strong> novas<br />

infecções nas províncias <strong>do</strong> Centro, excluin<strong>do</strong> Zambézia. No Sul a epi<strong>de</strong>mia continua a crescer.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, o impacto macro-económico <strong>do</strong> HIV e SIDA, bem como as suas repercussões no<br />

capital humano precisam <strong>de</strong> ser redimensiona<strong>do</strong>s.<br />

220. Apesar <strong>de</strong>sse facto, houve gran<strong>de</strong>s progressos nos últimos cinco anos, nomeadamente (i) a<br />

inserção <strong>do</strong> HIV e SIDA nos sectores, através <strong>de</strong> planos orçamenta<strong>do</strong>s; (ii) a expansão <strong>do</strong><br />

financiamento da prevenção, cuida<strong>do</strong>s e mitigação aos níveis provincial e distrital; (iii) a inserção<br />

da componente <strong>de</strong> mitigação <strong>do</strong> HIV e SIDA nas zonas afectadas por calamida<strong>de</strong>s naturais; (iv) a<br />

expansão <strong>do</strong> tratamento antiretroviral para to<strong>do</strong>s os distritos; (v) o lançamento da iniciativa <strong>de</strong><br />

aconselhamento e testagem comunitários; (vi) o lançamento da Iniciativa Presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> Luta<br />

contra o HIV e SIDA; (vii) a aprovação <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> comunicação para a luta contra o<br />

HIV e SIDA inspirada da moçambicanização das mensagens <strong>de</strong>fendida pela Iniciativa<br />

Presi<strong>de</strong>ncial; (viii) a aprovação da estratégia <strong>de</strong> aceleração da prevenção da Infecção <strong>do</strong> HIV;<br />

(xix) a aprovação da Lei contra a Estigmatização <strong>de</strong> PVHS, etc.<br />

33 INE e tal., <strong>Impacto</strong> Demográfico <strong>de</strong> HIV e SIDA, 2008.<br />

34 Órfãos <strong>de</strong> mãe ou <strong>de</strong> pai, ou ambos, sem, todavia, incluir outras crianças vulneráveis.<br />

35 INE et al., <strong>Impacto</strong> Demográfico <strong>de</strong> HIV e SIDA, 2008.<br />

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221. Os progressos alcança<strong>do</strong>s na área <strong>de</strong>rivaram <strong>do</strong> esforço investi<strong>do</strong> para concretização das<br />

linhas estratégicas contidas nos planos sectoriais, da disponibilida<strong>de</strong> numa fase inicial <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s<br />

para dinamizar os investimentos na área e <strong>do</strong> cometimento das li<strong>de</strong>ranças, a começar pelo ímpeto<br />

trazi<strong>do</strong> pela iniciativa Presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> Luta contra o SIDA.<br />

222. Enquanto isso, a fraca capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta das organizações que se manifesta em baixa<br />

absorção <strong>do</strong>s recursos investi<strong>do</strong>s, por um la<strong>do</strong> e, por outro, o fraco <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> sistemas<br />

fiduciários refrearam os ritmos <strong>de</strong> implementação e com eles a redução acentuada <strong>do</strong>s ganhos no<br />

investimento. É útil também acrescentar a questão da qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos<br />

humanos disponíveis para lidar com a multifacetada problemática que o HIV e SIDA dinamizam<br />

na comunida<strong>de</strong>.<br />

223. Enquanto isso, contribuíram também para o rol <strong>de</strong> constrangimentos enfrenta<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong><br />

perío<strong>do</strong> em avaliação as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se trabalhar em novos mol<strong>de</strong>s, o que se traduziu na<br />

persistência em muitos casos <strong>de</strong> investimentos em acções verticais, isoladas e não alinhadas com<br />

as principais priorida<strong>de</strong>s e fluxos aprova<strong>do</strong>s pelo Governo.<br />

224. Por último e não menos importante, nos últimos 3 anos dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m financeira<br />

reduziram a extensão <strong>do</strong>s programas e os progressos que se pretendiam alcançar, sen<strong>do</strong><br />

importante o contínuo diálogo <strong>de</strong> parceira financeira com potenciais financia<strong>do</strong>res para optimizar<br />

a mobilização e disponibilização <strong>de</strong> recursos junto <strong>de</strong>stes para as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>fendidas pelo<br />

Governo.<br />

Dos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> luta contra o SIDA na Matriz <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong><br />

225. As metas estabelecidas para este indica<strong>do</strong>r foram sen<strong>do</strong> alcançadas progressivamente ao<br />

longo <strong>do</strong>s cinco anos. Com efeito, se em 2005 registávamos no balanço <strong>do</strong> PES daquele ano, que<br />

7.297 mulheres e 5.381 <strong>do</strong>s seus recém-nasci<strong>do</strong>s haviam recebi<strong>do</strong> a profilaxia para PTV –<br />

atingin<strong>do</strong> menos <strong>de</strong> 50% da meta <strong>do</strong> PES para 2005 (15.000 mulheres e seus recém-nasci<strong>do</strong>s),<br />

em finais <strong>de</strong> 2008 registavam-se 54,749 a meta era <strong>de</strong> 42,000) mulheres grávidas HIV+ que<br />

haviam recebi<strong>do</strong> tratamento ARV para a prevenção da transmissão <strong>do</strong> vírus <strong>de</strong> mãe para filho<br />

(PTV).<br />

Género<br />

226. Em geral, a maior parte das 35 acções sobre género contidas no <strong>PARPA</strong> foram realizadas e as<br />

suas metas atingidas (17 acções). Houve uma melhoria na situação económica e social da mulher.<br />

As estimativas <strong>do</strong> Indice <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Género 36 que reflectem, <strong>de</strong> forma combinada, o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> capital humano (a saú<strong>de</strong> e a educação) e o rendimento, indicam uma<br />

melhoria <strong>de</strong> 0.3 em 2003 para 0.404 em 2008 37 . O <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> escolheu o IDG como um <strong>do</strong>s 11<br />

indica<strong>do</strong>res globais que servem <strong>de</strong> resumo <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> país no combate à pobreza.<br />

36 O IDG avalia as diferenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento humano em três dimensões e variáveis a saber: uma vida longa e saudável,<br />

medida pela esperança <strong>de</strong> vida à nascença <strong>de</strong> homens e mulheres; o conhecimento traduzi<strong>do</strong> pelas taxas <strong>de</strong> alfabetização <strong>de</strong><br />

adultos e escolarização bruta e um nível <strong>de</strong> vida digno, avalia<strong>do</strong> pelo rendimento auferi<strong>do</strong> estima<strong>do</strong> para homens e mulheres<br />

37 Anexo 1: Sumários <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Aprofundamento<br />

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227. Contu<strong>do</strong>, neste momento existe um déficit <strong>de</strong> informação em relação várias das acções a nível<br />

<strong>do</strong>s sectores, especialmente na saú<strong>de</strong> e na educação (7 acções).<br />

228. As áreas que registaram maiores progressos foram o ensino primário e a elaboração <strong>de</strong><br />

estratégias sobre género em distintos sectores.<br />

229. As áreas <strong>de</strong> fraco <strong>de</strong>sempenho (11 acções) foram a insuficiência <strong>de</strong> esforços na luta contra a<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> género na expansão <strong>do</strong> HIV/SIDA, a falta <strong>de</strong> preenchimento das lacunas <strong>de</strong><br />

da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>s por sexo, e a escassa ou nula inclusão <strong>de</strong> género nos sectores económicos<br />

incluin<strong>do</strong> o Orçamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e a inexistência <strong>de</strong> um sistema eficaz <strong>de</strong> monitoria e avaliação<br />

<strong>do</strong>s assuntos <strong>de</strong> género.<br />

230. As áreas <strong>de</strong> melhor <strong>de</strong>sempenho foram: i) a aprovação da politica <strong>de</strong> género e estratégia da<br />

sua implementação; (ii) Integração da perspectiva <strong>de</strong> género nas politicas, programas e projectos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento nacional <strong>de</strong> alguns sectores; (iii) A<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> nova legislação<br />

particularmente contra a violência <strong>do</strong>méstica e criação <strong>de</strong> condições para a sua implementação<br />

efectiva; (iv) Taxa líquida <strong>de</strong> escolarização aos 6 anos na 1ª classe – Raparigas (meta para 2009:<br />

80%) (Atingida a meta <strong>do</strong> QAD para 2008: 73% em 2008); (v) Taxa <strong>de</strong> Cobertura da Partos<br />

Institucionais (meta para 2009: 56%, meta <strong>do</strong> QAD para 2009: 60%); (vi) Percentagem <strong>de</strong><br />

mulheres HIV+ e recém-nasci<strong>do</strong>s recebem profilaxia para a prevenção da transmissão vertical <strong>do</strong><br />

HIV meta para 2009: 22%, situação em 2007: 24.4%; e (vii) A promoção <strong>do</strong> equilíbrio <strong>de</strong><br />

género nos cargos <strong>de</strong> chefia.<br />

231. Factores <strong>de</strong>terminantes: (i) Fortalecimento da interação entre os diversos intervenientes na<br />

área <strong>do</strong> género e aprovação <strong>de</strong> instrumentos legais e orienta<strong>do</strong>res para a efectiva implementação<br />

das acções dirigidas ao aumento da equida<strong>de</strong> social entre homens e mulheres.<br />

232. Em termos <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> fraco <strong>de</strong>sempenho, é importante notar que permanecem as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>: (i) <strong>de</strong>senhar e iniciar a implementação <strong>de</strong> uma estratégia para preencher as<br />

lacunas <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>s por sexo <strong>de</strong> forma sistemática; (ii) implementar acções ten<strong>de</strong>ntes<br />

a reduzir a prevalência <strong>do</strong> HIV/SIDA entre mulheres e raparigas, incluin<strong>do</strong> a promoção <strong>do</strong> papel<br />

<strong>do</strong> homem; (iii) incluir os assuntos transversais no Orçamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

233. Factores <strong>de</strong>terminantes: (i) eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> acções e sua dispersão, (ii) lacunas na<br />

integração <strong>do</strong> género no Orçamento Público, (iii) fraca cobertura e capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r<br />

judiciário (principalmente nas zonas rurais) <strong>de</strong> implementar a legislação vigente relativa ao<br />

género.<br />

234. Em certas áreas, há informação insuficiente neste momento para saber se as metas foram<br />

atingidas ou não: (i) Percentagem <strong>de</strong> mulheres grávidas e crianças menores <strong>de</strong> 5ª nos que<br />

possuem pelo menos uma re<strong>de</strong> mosquiteira “REMTILD” em cada distrito sem pulverização<br />

(meta para 2009 ≥95%); (ii) Percentagem <strong>de</strong> mulheres grávidas que recebem pelo menos uma<br />

<strong>do</strong>se <strong>de</strong> Tratamento Intermitente Preventivo da Malária <strong>de</strong>ntre as utentes da consulta pré-natal;<br />

(iii) Redução <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> abuso sexual nas escolas; (iv) Redução <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência <strong>de</strong><br />

raparigas.<br />

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11/11/2009<br />

Ambiente<br />

235. Da análise <strong>do</strong> cumprimento das metas a nível <strong>do</strong> Sector <strong>do</strong> Ambiente, importa salientar que<br />

foram aprova<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> em referência, a Estratégia Ambiental para o<br />

Desenvolvimento Sustentável <strong>de</strong> Moçambique (EADS), a Política e a Lei <strong>do</strong> Or<strong>de</strong>namento<br />

Territorial (LOT) bem como a respectiva regulamentação e houve um apoio na operacionalização<br />

<strong>de</strong> 5 unida<strong>de</strong>s ambientais e outras formas <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação em sectores como agricultura, energia,<br />

turismo, minas, obras públicas e habitação, saú<strong>de</strong>, indústria entre outras. Foram assisti<strong>do</strong>s 40<br />

Governos Distritais no âmbito <strong>do</strong>s Planos <strong>de</strong> Estratégia <strong>de</strong> Desenvolvimento Distrital (PEDDs)<br />

na integração da componente espacial. Está em curso a elaboração <strong>de</strong> 03 planos <strong>de</strong><br />

requalificação em zonas <strong>de</strong> assentamentos informais nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Maputo, Tete e Xai-Xai.<br />

236. Esforços nas áreas <strong>de</strong> educação ambiental (PECODA), promoção <strong>de</strong> gestão e conservação <strong>de</strong><br />

recursos naturais (combate a erosão <strong>de</strong> solo e queimadas, a elaboração da proposta da política <strong>de</strong><br />

áreas <strong>de</strong> conservação, bem como a promoção <strong>de</strong> novos instrumentos como a Avaliação<br />

Estratégica Ambiental (AAE) resultaram numa mudança <strong>do</strong>s paradigmas <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sectorial, em benefício <strong>de</strong> abordagens integradas <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

237. Sen<strong>do</strong> Moçambique um <strong>do</strong>s países mais expostos aos efeitos das mudanças climáticas e <strong>do</strong>s<br />

riscos <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s foi elabora<strong>do</strong> e aprova<strong>do</strong> o Programa <strong>de</strong> Acção Nacional para a Adaptação<br />

as Mudanças Climáticas (NAPA). Os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por diferentes actores mostram que a<br />

<strong>de</strong>gradação ambiental po<strong>de</strong> afectar até 6% no PIB, o que traz <strong>de</strong>safios consi<strong>de</strong>ráveis para<br />

Moçambique, particularmente em termos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação intersectorial, implementação da<br />

legislação ambiental, e <strong>de</strong> capacitação institucional. Os recursos continuam exíguos para<br />

colmatar estes <strong>de</strong>safios que se colocam ao país.<br />

238. Em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e perspectivas, é necessário colocar a área <strong>do</strong> ambiente no topo da<br />

agenda <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da estratégia <strong>de</strong> Governo para enfrentar os <strong>de</strong>safios das mudanças<br />

climáticas, <strong>de</strong>gradação ambiental e gestão sustentável <strong>de</strong> recursos naturais é gran<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>.<br />

Neste âmbito, o esforço <strong>do</strong> sector concentrar-se-á nas seguintes acções: i) aprofundar o processo<br />

<strong>de</strong> integração da agenda ambiental nas políticas, programas e planos sectoriais a to<strong>do</strong>s níveis; ii)<br />

educação e sensibilização ambiental (PECODA); iii) combate <strong>de</strong> erosão e queimadas<br />

<strong>de</strong>scontroladas; iv) a ligação entre pobreza e ambiente, v) or<strong>de</strong>namento territorial relaciona<strong>do</strong><br />

com o melhoramento <strong>do</strong>s assentamentos informais e planeamento <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> terra; vi) Avaliação<br />

Ambientais Estratégica (AAE); vii) implementação e monitoria <strong>do</strong>s instrumentos legais; viii)<br />

adaptação e mitigação <strong>do</strong>s efeitos das Mudanças Climáticas; ix) uniformizar e sistematizar a<br />

recolha <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ambientais; x) reforço institucional (capacitação, monitoria e avaliação) a nível<br />

<strong>do</strong> MICOA, outros Ministérios e instituições e socieda<strong>de</strong> civil; xi) optimização <strong>do</strong>s instrumentos<br />

<strong>de</strong> financiamento disponíveis ao nível internacional (MDL, PPCR, REDD 38 entre outros).<br />

38 Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL), Programa Piloto <strong>de</strong> Resiliência Climática (PPCR), Reduction<br />

of Emission from Deforestation in Developing Countries (REDD)<br />

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Desminagem<br />

239. De 2005 a 2009, a implementação <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Acção contra Minas em Moçambique<br />

registou <strong>de</strong>senvolvimentos satisfatórios, principalmente no <strong>do</strong>mínio da <strong>de</strong>sminagem em que<br />

foram clarifica<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> <strong>46</strong> milhões <strong>de</strong> m 2 , localizadas e <strong>de</strong>struídas 62,748 minas e 4,626<br />

engenhos não explodi<strong>do</strong>s. Durante este perío<strong>do</strong> foram também aprova<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is instrumentos<br />

principais <strong>de</strong> programação da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sminagem em Moçambique, o novo Plano<br />

Nacional <strong>de</strong> Acção contra Minas 2008-2012 e o Pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Extensão <strong>do</strong> prazo para a conclusão da<br />

<strong>de</strong>sminagem no país <strong>de</strong> 2009 para 2014, no âmbito da Convenção <strong>de</strong> Ottawa.<br />

240. Um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque neste perío<strong>do</strong> foi a conclusão em mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2007 da <strong>de</strong>sminagem das<br />

áreas minadas conhecidas nas províncias <strong>de</strong> Cabo Delga<strong>do</strong>, Niassa, Nampula e Zambézia. Neste<br />

perío<strong>do</strong>, o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes reduziu <strong>de</strong> 23 em 2005 para 3 aci<strong>de</strong>ntes em 2008, enquanto que o<br />

número <strong>de</strong> vítimas reduziu também <strong>de</strong> 57 para 7 vítimas. Estas reduções <strong>de</strong>veram-se em parte aos<br />

intensos trabalhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sminagem e <strong>de</strong> sensibilização sobre o perigo <strong>de</strong> minas.<br />

241. Ainda no mesmo perío<strong>do</strong>, foi realizada a pesquisa <strong>de</strong> base que permitiu i<strong>de</strong>ntificar e<br />

confirmar, nas províncias <strong>de</strong> Tete, Manica, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo, 541 áreas<br />

minadas, estimadas em 12.1 milhões <strong>de</strong> m 2 e 33 estradas perfazen<strong>do</strong> 688 km <strong>de</strong> extensão suspeita<br />

<strong>de</strong> estar minada. Como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho realiza<strong>do</strong> em 2008, a situação actualmente<br />

prevalecente indica a existência <strong>de</strong> 386 áreas correspon<strong>de</strong>s a 10,6 milhões <strong>de</strong> m². O gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safio consiste na mobilização sustentável <strong>de</strong> recursos financeiros até então estima<strong>do</strong>s em cerca<br />

<strong>de</strong> 28.6 milhões <strong>de</strong> dólares americanos para concluir a <strong>de</strong>sminagem no país.<br />

Ciência e Tecnologia<br />

242. As acções <strong>do</strong> Sector da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no quadro da implementação<br />

<strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> <strong>de</strong>senvolveram-se em torno da formação orientada para o suporte das Instituições<br />

<strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> CT&I, criação da capacida<strong>de</strong> no uso <strong>de</strong> Tecnologias apropriadas e massificação <strong>do</strong><br />

uso das Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação (TICs).<br />

243. Assim, foi prova<strong>do</strong>, pelo Conselho <strong>de</strong> Ministros na 6ª Sessão Ordinária <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong><br />

2006, o “Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Recursos Humanos na Área <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia<br />

(PDRHC&T)” resultan<strong>do</strong> na concessão <strong>de</strong> 207 Bolsas <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s para Mestra<strong>do</strong>s e<br />

Doutoramentos, 4 Bolsas <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong> no âmbito da troca <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> Investiga<strong>do</strong>res<br />

Nacionais em outros países.<br />

244. Ten<strong>do</strong> em vista a inserção gradual <strong>de</strong> Estudantes <strong>do</strong> Ensino Superior em activida<strong>de</strong>s<br />

científicas foi cria<strong>do</strong> o “Programa Iniciação Científica”, ten<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> na concessão <strong>de</strong> 104<br />

Bolsas. Ten<strong>do</strong> em conta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer uma ligação entre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

competências técnicas com base em experiências práticas e académicas, foi cria<strong>do</strong> o “Programa<br />

Moçambique Tecnológico, o que resultou na integração <strong>de</strong> 50 Estudantes <strong>de</strong> Ensino Superior <strong>de</strong><br />

licenciatura em estagios nas empresas <strong>de</strong> base tecnológica. Ainda no que concerne a formação<br />

com enfoque no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia foram capacita<strong>do</strong>s 223<br />

técnicos em Meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> Investigação, como forma <strong>de</strong> garantir a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

projectos <strong>de</strong> investigação.<br />

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245. Relactivamente a criação da capacida<strong>de</strong> no uso <strong>de</strong> Tecnologias apropriadas para resolução <strong>de</strong><br />

problemas locais, foi cria<strong>do</strong> o “Programa Expedições Científicas” o que resultou na realização<br />

<strong>de</strong> 139 Expedições. Relactivamente a massificação <strong>do</strong> uso das Tecnologias <strong>de</strong> Informação e<br />

Comunicação (TICs) foram Interligadas através da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Governo Electrónico (GovNet) 154<br />

Instituições <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> 56 a nível central, 93 a nível provincial, 3 a nível distrital e 02 a<br />

nível municipal, garanti<strong>do</strong> o uso <strong>do</strong> Sistema Centraliza<strong>do</strong> <strong>de</strong> Correio Electrónico <strong>do</strong> Governo<br />

(SCCEG) da GovNet que envolve 3916 Funcionários Públicos e Dirigentes, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> o<br />

Portal <strong>do</strong> Governo (www.portal<strong>do</strong>governo.gov.mz) que é visita<strong>do</strong>, em média por 2.500.000 por<br />

<strong>de</strong> pessoas mês <strong>do</strong>s quais 850.000 (34%) o fazem a partir <strong>de</strong> Moçambique, criadas 26 Páginas<br />

Web <strong>de</strong> Ministérios, forma<strong>do</strong>s 4<strong>46</strong>0 funcionários públicos no uso das TICs, distribuição <strong>de</strong> 3400<br />

licenças da Microsoft por Instituições Públicas e geridas pela GovNet, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s 25 Centros<br />

Multimédias Comunitários (CMCs) e evoluida a cobertura da existência <strong>de</strong> utilização da re<strong>de</strong><br />

fixa e móvel para 0.4% e 20.6%, respectivamente.<br />

2<strong>46</strong>. De acor<strong>do</strong> com a Matriz <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à exiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos financeiros e materiais,<br />

o Sector <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia teve fraco <strong>de</strong>sempenho em relação ao número <strong>de</strong> bolsas <strong>de</strong><br />

estágios concedidas no âmbito da implementação <strong>do</strong> Programa Moçambique Tecnológico e no<br />

número <strong>de</strong> Instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ligadas à re<strong>de</strong> <strong>do</strong> Governo Electrónico a nível distrital.<br />

247. O progresso regista<strong>do</strong> na implementação <strong>do</strong> PDRHCT <strong>de</strong>veu-se aos esforços envida<strong>do</strong>s no<br />

estabelecimento <strong>de</strong> diferentes parcerias com entida<strong>de</strong>s internacionais com vista à mobilização <strong>de</strong><br />

apoios materiais e financeiros. De igual mo<strong>do</strong>, o sucesso das expedições científicas <strong>de</strong>veu-se à<br />

implementação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s com enfoque no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s distritos.<br />

Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)<br />

248. Em 2007 o Conselho <strong>de</strong> Ministros aprovou a Estratégia e Plano <strong>de</strong> Acção <strong>de</strong> Segurança<br />

Alimentar e Nutricional (ESAN <strong>II</strong>), que incorpora os direitos humanos à alimentação a<strong>de</strong>quada<br />

(DHAA) e reconhece os seguintes pilares <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Nutricional (SAN):<br />

Produção e Disponibilida<strong>de</strong> suficiente <strong>de</strong> alimentos para o consumo, Acesso físico e económico<br />

aos alimentos; uso e utilização a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s alimentos, a<strong>de</strong>quação para que os alimentos sejam<br />

social, ambiental e culturalmente aceitáveis e a Estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> consumo alimentar em to<strong>do</strong> o<br />

ano.<br />

249. A análise da evolução da agenda <strong>de</strong> SAN no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> baseou-se na avaliação <strong>de</strong> três<br />

indica<strong>do</strong>res inscritos na matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, nomeadamente: (i) Peso para altura<br />

para crianças menores <strong>de</strong> 5 anos (<strong>de</strong>snutrição aguda) [IAF/IDS]; (ii) % <strong>de</strong> população com<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dieta aceitável [Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SETSAN]; e (iii) SETSAN eficiente e eficaz no<br />

cumprimento das funções [Balanço <strong>do</strong> Cumprimento <strong>do</strong> Plano Estratégico].<br />

250. Peso para altura para crianças menores <strong>de</strong> 5 anos (<strong>de</strong>snutrição aguda). A <strong>de</strong>speito da<br />

ocorrência <strong>de</strong> choques ambientais (ex. cheia, seca, ciclones), e prevalência <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s<br />

económicas (ex. altos níveis <strong>de</strong> pobreza, <strong>de</strong>semprego, alta <strong>de</strong> preços <strong>do</strong>s alimentos e<br />

combustíveis), infra-estruturas (ex. estradas, armazéns, merca<strong>do</strong>s, energia e irrigação), os da<strong>do</strong>s<br />

históricos da SAN mostram que houve uma redução <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> insegurança alimentar e<br />

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nutricional (InSAN) das populações, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 801,650 pessoas em extrema InSAN em 2005<br />

para 450,000 pessoas em 2008. Os da<strong>do</strong>s indicam uma redução <strong>de</strong> 57% em termos da população<br />

em situação <strong>de</strong> InSAN extrema aguda.<br />

251. A maior coor<strong>de</strong>nação entre a produção da informação (pelo menos nos meses <strong>de</strong> Maio,<br />

Outubro e Fevereiro <strong>de</strong> cada ano) e a implementação <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> SAN contribuiu para a<br />

redução da vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s eleva<strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> InSAN aguda e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida das populações, em particular daquelas mais vulneráveis.<br />

252. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito MICS <strong>de</strong> 2008 indicam que os nivéis <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição aguda (baixo<br />

peso para altura, mo<strong>de</strong>rada e grave) nas crianças <strong>de</strong> 0 a 5 anos baixaram até 4.2%, comparan<strong>do</strong><br />

com os 5.4% <strong>do</strong> IDS <strong>de</strong> 2003 (após reajustamento à mesma base populacional <strong>de</strong> 1997 e às novas<br />

curvas da OMS).<br />

Em 2006, o Governo com o apoio <strong>do</strong>s parceiros aprofun<strong>do</strong>u o conhecimento sobre o níveis <strong>de</strong><br />

InSAN crónica, sen<strong>do</strong> esta na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 35% da população. Neste ano foi feita a análise da<br />

tipificação da SAN, ten<strong>do</strong>-se i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> 9 grupos <strong>de</strong> SAN, <strong>do</strong>s quais, 3 são os grupos mais<br />

vulneráveis, nomeadamente, os agrega<strong>do</strong>s familiares (AFs) com subsistência muito <strong>de</strong>ficitária,<br />

AFs com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dieta pobre e AFs com membros sofren<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição. Neste estu<strong>do</strong> o<br />

SETSAN (re)confirmou a existência da estreita relação bipolar <strong>de</strong> causa e consequência entre a<br />

SAN e a Pobreza, sen<strong>do</strong> a InSAN tanto a causa a consequência da pobreza.<br />

253. Apesar <strong>do</strong>s esforços realiza<strong>do</strong>s pelo Governo nos últimos anos, urge a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

fortalecimento <strong>de</strong> avaliação e monitoria da situação <strong>de</strong> SAN com maior regularida<strong>de</strong> ao nível<br />

provincial, e expandir esta avaliação e monitoria para as zonas urbanas ten<strong>do</strong> em conta os<br />

<strong>de</strong>safios à SAN impostos pela crise financeira, a alta <strong>de</strong> preços <strong>do</strong>s alimentos e <strong>do</strong>s combustíveis.<br />

254. Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dieta. A avaliação indica que nos últimos anos, a diversida<strong>de</strong> da dieta das<br />

famílias tem vin<strong>do</strong> a melhorar paulatinamente, principalmente em áreas <strong>de</strong> boa produção<br />

agrícola, graças às acções tais como educação nutricional comunitária (MISAU), capacitação das<br />

populações para alimentação saudável (SETSAN), processamento <strong>de</strong> alimentos á baixo custo<br />

(INGC) e a cozinha móvel (MIC). Estas intervenções aliadas a maior disponibilização <strong>do</strong>s<br />

fun<strong>do</strong>s comunitários tem contribuí<strong>do</strong> para o combate à <strong>de</strong>snutrição e a fome, proporcionan<strong>do</strong> aos<br />

mais necessita<strong>do</strong>s uma melhoria parcial no acesso à alimentação a<strong>de</strong>quada, apesar da prevalência<br />

<strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> InSAN nos distritos ári<strong>do</strong>s e semi-ári<strong>do</strong>s <strong>do</strong> interior e em zonas afectadas por<br />

<strong>de</strong>sastres. Da<strong>do</strong>s recentes indicam que, em média as famílias tem ti<strong>do</strong> três refeições dia, contu<strong>do</strong><br />

no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> escassez <strong>de</strong> alimentos (Dezembro à Março) esta frequência ten<strong>de</strong> a baixar para 2<br />

ou mesmo 1 refeição diária, principalmente nas zonas on<strong>de</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estiagem é mais<br />

alarga<strong>do</strong> (Setembro à Março), compromenten<strong>do</strong> a frequência <strong>de</strong> refeições e causan<strong>do</strong> maior<br />

insegurança alimentar. A qualida<strong>de</strong> da dieta das famílias é bastante rica em cereais, verduras e<br />

tubérculos. Todavia é necessário re<strong>do</strong>brar estas acções por forma a acelerar a melhoria da<br />

diversida<strong>de</strong> dieta da população moçambicana, principalmente nas zonas on<strong>de</strong> há menos recursos<br />

hidrológicos.<br />

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255. SETSAN eficiente e eficaz no cumprimento das funções. O SETSAN recebeu reforço<br />

institucional ao nível central <strong>de</strong> 2005-2009, com 11 escritórios <strong>do</strong>s SETSAN-Provinciais<br />

estabeleci<strong>do</strong>s, permitin<strong>do</strong> que cinco intervenções importantes fossem realizadas para melhorar o<br />

<strong>de</strong>sempenho institucional <strong>do</strong> SETSAN e garantir a transversalida<strong>de</strong> da implementação da agenda<br />

<strong>de</strong> SAN, nomeadamente:<br />

• Elaboração <strong>do</strong> Estatutos Orgânico <strong>do</strong> SETSAN para posterior aprovação pelo<br />

Conselho <strong>de</strong> Ministros.<br />

• A capacitação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 300 técnicos <strong>do</strong>s diversos sectores <strong>do</strong> Governo e da<br />

Socieda<strong>de</strong> Civil em to<strong>do</strong> o território Moçambicano, 91 administra<strong>do</strong>res <strong>de</strong> províncias e<br />

36 profissionais da comunicação social e 25 membros <strong>do</strong> Governo Distritais visan<strong>do</strong> a<br />

melhoria <strong>do</strong> entendimento holístico da SAN.<br />

• A SAN foi incluída como uma formação <strong>de</strong> Licenciatura na Universida<strong>de</strong> Uni-Lúrio e<br />

como um curso <strong>de</strong> pós graduação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras e Ciências Sociais na UEM.<br />

• A formulação da Lei <strong>do</strong> Direito Humano à Alimentação A<strong>de</strong>quada on<strong>de</strong> o Governo e<br />

a Socieda<strong>de</strong> Civil têm a responsabilida<strong>de</strong> compartilhada <strong>de</strong> garantir que a alimentação é<br />

um direito fundamental á vida <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os cidadãos. O Projecto Lei <strong>do</strong> DHAA estará<br />

disponível em Julho <strong>de</strong> 2010 para aprovação junto a Assembléia da República.<br />

• Foi elaborada a meto<strong>do</strong>logia para a Inserção <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Nutricional<br />

nos Planos Estratégicos <strong>de</strong> Desenvolvimento Distrital (PEDD) visan<strong>do</strong> assegurar que as<br />

verda<strong>de</strong>iras causas <strong>de</strong> InSAN sejam consi<strong>de</strong>radas e estratégias com objectivos, acções e<br />

indica<strong>do</strong>res sejam incluí<strong>do</strong>s nos PEDD. Este resulta<strong>do</strong> permitirá uma maior alocação <strong>do</strong>s<br />

recurso distritais para a resolução <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> insegurança alimentar e nutricional<br />

crónicos ao nível distrital.<br />

256. No computo geral houve uma maior visibilida<strong>de</strong> ao tema <strong>de</strong> SAN ao nível nacional e<br />

observou-se melhorias significativas da vulnerabilida<strong>de</strong> aguda à InSAN, porém, ainda é<br />

necessário focalizar maior atenção ao <strong>de</strong>senvolvimento contínuo das actuais políticas <strong>de</strong> resposta<br />

longo-termo à InSAN nas zonas áridas e semi-áridas, <strong>de</strong>lineadas no Plano Director para<br />

Prevenção e Mitigação <strong>de</strong> Calamida<strong>de</strong>s e no Programa <strong>de</strong> Acção Nacional para a Adaptação às<br />

Mudanças Climáticas. A escassez hidrológica <strong>de</strong>stas zonas contribui para maior vulnerabilida<strong>de</strong><br />

às mudanças climáticas, exacerbada por práticas agrícolas nocivas ao ambiente tal como<br />

<strong>de</strong>rrubada e queimada, que contribue não somente para a <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s solos mas<br />

consequentemente à InSAN.<br />

Desenvolvimento Rural<br />

257. A meta prevista até 2009 sobre o número <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Desenvolvimento Económico Local<br />

em funcionamento era <strong>de</strong> 10 Agências estabelecidas e em funcionamento a nível Nacional. Esta<br />

meta foi atingida, com o estabelecimento <strong>de</strong> 10 Agências <strong>de</strong> Desenvolvimento Económica Local<br />

em 10 províncias <strong>do</strong> país, com a excepção da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maputo, que está em processo <strong>de</strong><br />

constituição.<br />

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258. No que concerne às Províncias com um programa <strong>de</strong> apoio aos merca<strong>do</strong>s rurais, na matriz <strong>do</strong><br />

<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, está prevista uma cobertura em 10 províncias até o ano <strong>de</strong> 2009. Esta meta foi<br />

cumprida na íntegra. Até 2008, foi implementa<strong>do</strong> com sucesso o Programa <strong>de</strong> Apoio aos<br />

Merca<strong>do</strong>s Agrícolas (PAMA) ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> em 3 Províncias a <strong>de</strong>stacar: (i) Cabo<br />

Delga<strong>do</strong> (Distritos <strong>de</strong> Ancuabe, Chiúre, Montepuez, Balama e Namuno); (ii) Niassa (Distritos <strong>de</strong><br />

Marrupa, Maúa e Cuamba) e Maputo (Distritos <strong>de</strong> Boane, Moamba e Manhica). Atraves da Re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Extensão Pública essa abordagem foi disseminada por to<strong>do</strong> o País.<br />

259. Até este momento, estão em implementação 3 gran<strong>de</strong>s projectos e um a iniciar em Agosto <strong>de</strong><br />

2009, nomeadamente : i) Projecto <strong>de</strong> Apoio aos Pequenos Produtores Orienta<strong>do</strong>s Para o<br />

Merca<strong>do</strong> no Vale <strong>do</strong> Zambeze (SMOLLHOLDER), que engloba as Províncias <strong>de</strong> Sofala<br />

(Chemba e Maríngue), Tete (Mutarara) e Zambézia (Murrumbala e Mopeia) ; ii) Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> Extensão Agrária (PRONEA), em implementação em todas as Províncias e<br />

Distritos <strong>do</strong> País com excepção <strong>do</strong>s Distritos <strong>de</strong> Namaacha e Mongicual ; iii) Projecto <strong>de</strong> Apoio<br />

ao Desenvolvimento Rural na Província <strong>de</strong> Zambézia (PRODEZA), que abrange os Distritos<br />

<strong>de</strong> Mocuba, Ile e Maganja da Costa.e ; iv) Programa <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Merca<strong>do</strong>s Rurais<br />

(PROMER), torna<strong>do</strong> efectivo a 26 <strong>de</strong> Abril e a seu lançamento formal ter si<strong>do</strong> a 17 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

2009, na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pemba, focaliza<strong>do</strong> na área mais abrangente <strong>do</strong> "Corre<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Nacala", em 15<br />

Distritos, nomeadamente: Balama, Chiúre, Montepuez, Namuno e Ancuabe, na província <strong>de</strong><br />

Cabo-Delga<strong>do</strong>, Cuamba, Maúa, Marrupa, Mandimba, Metarica, e Mecanhelas, na Província <strong>de</strong><br />

Niassa, Malema e Ribeué na Província <strong>de</strong> Nampula e Alto Molocué e Gurué, na Província da<br />

Zambézia.<br />

260. Enquanto isso, no que respeita ao número <strong>de</strong> Rádios e Televisões Comunitárias em<br />

funcionamento, foram, durante o quinquénio 2005-2009, instaladas 10 Rádios e uma Televisão<br />

Comunitária, sen<strong>do</strong>: i) Em 2005: RC <strong>de</strong> Mabalane em Gaza; ii) Em 2006: RC da Maganja da<br />

Costa na Zambézia e RC <strong>de</strong> Girimba – Montepuez, em Cabo Delga<strong>do</strong>; iii) Em 2007: RTVC <strong>de</strong><br />

Enkhanta- Chifun<strong>de</strong> em Tete e RC <strong>de</strong> Namapa – Eráti em Nampula; iv) Em 2008: RC <strong>de</strong><br />

Mossurize- Espungabera em Manica, RC <strong>de</strong> Matdjedje- Macomia em Cabo Delga<strong>do</strong>, RC <strong>de</strong><br />

Nipepe e RC <strong>de</strong> Majune em Niassa e, v) Em 2009: RC <strong>de</strong> Inhaca em Maputo e RC <strong>de</strong> Changara<br />

em Tete. De acor<strong>do</strong> com as metas <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, que previa a instalação <strong>de</strong> 10 Rádios e<br />

Televisões rurais estabelecidas e em funcionamento, esta meta foi cumprida em 110%.<br />

261. Relativamente à criação <strong>de</strong> um ambiente favorável para o exercício da activida<strong>de</strong> financeira<br />

rural, existem 95 instituições microfinanceiras das quais 80 são formais e 15 informais, o que<br />

mostra o cumprimento da meta estabelecida até 2009, que era <strong>de</strong> 45 instituições<br />

microfinanceiras. De salientar que 32 das 80 formais tem activida<strong>de</strong>s nas zonas rurais.<br />

262. A base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s da carteira <strong>de</strong> clientes comportava até Junho <strong>de</strong> 2009 um total <strong>de</strong> 243.293<br />

clientes <strong>do</strong>s quais 57.432 clientes, servi<strong>do</strong>s por 3.088 grupos <strong>de</strong> poupança e crédito baseadas na<br />

comunida<strong>de</strong>. Deste mo<strong>do</strong>, a meta estabelecida <strong>de</strong> 175.000 clientes <strong>de</strong> baixa renda foi atingida e<br />

ultrapassada.<br />

263. No que diz respeito às Associações em funcionamento, existem no país 4.929 registadas<br />

pertencentes aos pequenos camponeses rurais, das quais 1.841 estão legalizadas e 3.088 não estão<br />

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legalizadas. Nestas associações estão cerca <strong>de</strong> 85.304 membros, on<strong>de</strong> 37.134 homens e 48.170<br />

Mulheres.<br />

264. Como perspectivas, o sector tem projecta<strong>do</strong> uma continuida<strong>de</strong> na expansão <strong>do</strong>s serviços<br />

financeiros, merca<strong>do</strong>s rurais, rádios e televisões comunitárias e promoção das Associações nas<br />

zonas rurais on<strong>de</strong> paralelamente continuará a trabalhar com os Conselhos Consultivos Locais e<br />

promover formações para <strong>do</strong>tar os utentes <strong>de</strong> conhecimento e práticas para a sua sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Calamida<strong>de</strong>s Naturais<br />

265. Sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s países Africanos mais vulneráveis às alterações climáticas, o Governo <strong>de</strong><br />

Moçambique, reforçou a implementação <strong>de</strong> políticas específicas para gestão <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s. A<br />

gestão <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s foi integrada como assunto transversal no Programa Quinquenal 2005-<br />

2009 e no <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> 2006-2009 por forma a garantir a implementação das políticas para gestão<br />

<strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s. O Instituto Nacional <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Calamida<strong>de</strong>s (INGC) registou durante o<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> (2006-2009), progressos substanciais no seu<br />

enquadramento institucional. Entre as realizações <strong>do</strong> sector <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a<br />

aprovação <strong>do</strong> Plano Director <strong>de</strong> Prevenção e Mitigação <strong>de</strong> Calamida<strong>de</strong>s Naturais em 2006, um<br />

instrumento <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> carácter multisectorial sob responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> INGC. Na estrutura <strong>de</strong><br />

funcionamento técnico e administrativo e estrutura <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação da instituição <strong>de</strong>stacou-se a<br />

criação <strong>de</strong> novas Direcções, o Centro Nacional Operativo <strong>de</strong> Emergência – CENOE, o<br />

estabelecimento da Unida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Protecção Civil – UNAPROC e Centros Operativos <strong>de</strong><br />

Emergência - COE. A fim <strong>de</strong> prestar informação, promover a troca <strong>de</strong> experiências, <strong>de</strong>senvolver<br />

tecnologias e proce<strong>de</strong>r a gestão <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s foram estabeleci<strong>do</strong>s Centros <strong>de</strong> Recursos<br />

<strong>de</strong> uso Múltiplo – CERUM nas zonas áridas. A re-estruturação da instituição beneficiou o<br />

sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s permitin<strong>do</strong> dar resposta os <strong>de</strong>sastres <strong>de</strong> cheias e ciclones que<br />

ocorreram em 2007 e 2008. Nestas calamida<strong>de</strong>s, registou-se um óbito em cada 19050 pessoas das<br />

381.000 pessoas afectadas no País.<br />

266. Houve um crescimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 53% em 2006 para 74% em 2008, o número <strong>de</strong> pessoas<br />

assistidas com alimentos e outros bens. Entre as realizações no perío<strong>do</strong> contam-se as acções <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sastres naturais tais como acções <strong>de</strong> formação para comunida<strong>de</strong>s e outros<br />

sectores envolvi<strong>do</strong>s na redução <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s, criação <strong>de</strong> comités locais <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />

risco <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s e reassentamento <strong>de</strong> 44.000 famílias anteriormente a viver em zonas <strong>de</strong><br />

risco para zonas seguras. Este resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Governo com apoio <strong>de</strong> parceiros <strong>de</strong> cooperação indica<br />

a importância <strong>de</strong> tomar em consi<strong>de</strong>ração o impacto <strong>do</strong>s riscos <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s naturais na<br />

planificação como forma <strong>de</strong> reduzir a vulnerabilida<strong>de</strong> as calamida<strong>de</strong>s.<br />

267. Em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios, <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar:<br />

• Os fun<strong>do</strong>s aloca<strong>do</strong>s ao nível distrital e provincial no âmbito <strong>do</strong> PES têm si<strong>do</strong> insuficientes<br />

servin<strong>do</strong> apenas para monitoria e avaliação. Muitas activida<strong>de</strong>s correntes não são<br />

realizadas por escassez <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s, o que é exacerba<strong>do</strong> em situações <strong>de</strong> emergência.<br />

• Prevalecem dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração das acções <strong>do</strong> Plano Director no PES ao nível<br />

distrital e provincial e uso <strong>do</strong> Plano Director como guião técnico na sua planificação.<br />

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• Existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar em consi<strong>de</strong>ração a capacida<strong>de</strong> técnica ao nível local para<br />

gestão das calamida<strong>de</strong>s na perspectiva <strong>de</strong> redução <strong>do</strong> risco e vulnerabilida<strong>de</strong>.<br />

• Urge uma orientação para implementação <strong>do</strong> Plano Director ten<strong>do</strong> em conta os<br />

indica<strong>do</strong>res estabeleci<strong>do</strong>s, uma vez o INGC não ser o implementa<strong>do</strong>r único <strong>do</strong> Plano<br />

Director.<br />

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IV. Monitoria e Avaliação<br />

268. O objectivo da Monitoria e Avalição (M&A) é <strong>de</strong> criar condições para que o Governo<br />

mantenha a consistência na implementação <strong>do</strong>s obejctivos e acções previstas no <strong>PARPA</strong>.<br />

Mecanismos <strong>de</strong> Monitoria e Avaliação<br />

269. No perio<strong>do</strong> 2006-2008 os principais instrumentos <strong>de</strong> M&A (PES, BdPES, Matriz Estratégica<br />

<strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, REO, Reunião Anual, Reunião <strong>de</strong> Planificação e Observatórios <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento) registaram melhorias assinaláveis, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a uma maior e<br />

cada vez mais crescente <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> transparente aos cidadãos.<br />

270. Relativamente às melhoriais na estrutura e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> PES e <strong>do</strong> Balanço <strong>do</strong> PES, merecem<br />

<strong>de</strong>staque (i) o exercício <strong>de</strong> alinhamento da estrutura e da abordagem sectorial <strong>do</strong> PES e BdPES<br />

com os pilares <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, (ii) a integração com maior ênfase <strong>do</strong>s assuntos transversais na<br />

vertente sectorial, (iii) a análise sobre os Objectivos <strong>do</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Milénio e, (iv) a<br />

introdução da Matriz Estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> como anexo <strong>do</strong> PES e <strong>do</strong> BdPES reflectin<strong>do</strong> o<br />

controlo das activida<strong>de</strong>s a partir <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> produto e <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>. Assim o PES e o<br />

BdPES reflectem cada vez mas, e no senti<strong>do</strong> analítico, a ligação entre as activida<strong>de</strong>s programadas<br />

e planificadas e o ponto <strong>de</strong> siituação da sua realização anual.<br />

271. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um número eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res na matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> (200<br />

indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> produto) constituiu um constrangimento para uma avaliação mais precisa <strong>de</strong><br />

todas as metas <strong>de</strong>finidas. Neste contexto, há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma matriz<br />

estratégica mais concisa, dinâmica e objectiva.<br />

272. A M&A participativa registou progressos com a consolidação e institucionalização <strong>do</strong>s<br />

Observatórios <strong>de</strong> Desenvolvimento ao nível das Provincias, como forúns <strong>de</strong> participação<br />

proactiva <strong>de</strong> outros agentes (Parceiros e ONG’s) na monitoria das activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Governo em<br />

prol da redução da pobreza absoluta. A nível central os OD’s foram enquadra<strong>do</strong>s no processo da<br />

reunião anual, espaço <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas recíprocas entre o Governo e os Parceiros com base<br />

nos indica<strong>do</strong>res selecionadaos da matriz estratégica <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> para o Quadro <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong><br />

Desempenho. Persitem ainda <strong>de</strong>safios relacionadaos com a melhoria na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação<br />

das sinteses e a integração das recomendações, no processo <strong>de</strong> planificação sectorial.<br />

273. No quadro da avaliação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>, a não disponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Inquérito <strong>do</strong> Orçamento<br />

Familiar 2008-2009 e a não realização <strong>do</strong> QUIBB e <strong>do</strong> IDS previstos para gerarem a triangulação<br />

<strong>de</strong> informação quantitativa e qualitativa, constituiu um constrangimento para avaliação <strong>do</strong><br />

objectivo estratégico <strong>de</strong> redução da pobreza absoluta, feita com base nos índices <strong>de</strong> pobreza ao<br />

nível nacional, o que influenciou na análise <strong>de</strong> maior informação que reflecte o progresso na<br />

implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> e insuficiente informação <strong>de</strong> impacto. No entanto, os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

inquérito MICS (2008) forneceram muita informação sobre o acesso <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s familiares<br />

aos serviços básicos.<br />

274. Permanecem como <strong>de</strong>safios o <strong>de</strong>senho e estabelecimento <strong>de</strong> um sistema estatístico com<br />

implicações sobre a eficiência, o timeliness e a precisão <strong>do</strong> sistema da M&A e o estabelecimento<br />

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<strong>de</strong> um cronograma <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> inquérito integra<strong>do</strong> no processo <strong>de</strong> planificação, e<br />

implementação <strong>de</strong> politicas públicas.<br />

275. O mecanismo institucional estabeleci<strong>do</strong> no processo <strong>de</strong> M&A <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>, através <strong>do</strong>s grupos<br />

<strong>de</strong> trabalho organiza<strong>do</strong>s por pilares, permitiu uma maior flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação entre os<br />

diferentes intervenientes (Governo, Parceiros <strong>de</strong> Cooperação Internacional e Socieda<strong>de</strong> Civil).<br />

276. O fortalecimento <strong>do</strong> alinhamento <strong>do</strong>s objectivos e priorida<strong>de</strong>s para a redução da pobreza entre<br />

o Governo e os Parceiros, em consequência da participação conjunta e activa no processo da<br />

elaboração <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>.<br />

277. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma matriz estratégica <strong>de</strong> quadro lógico <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> processo e <strong>de</strong><br />

resulta<strong>do</strong> permitiu aprimorar o alinhamento <strong>do</strong>s objectivos <strong>do</strong> Governo, melhor<br />

acompanhamento das activida<strong>de</strong>s acometidas aos sectores.<br />

Evolução <strong>do</strong> contexto da Parceria <strong>de</strong> Apoio Programático<br />

278. Moçambique a<strong>do</strong>ptou, em 2005, a Declaração <strong>de</strong> Paris sobre a Eficácia <strong>de</strong> Ajuda Externa, e<br />

subsequente Agenda para Acção <strong>de</strong> Accra, proporcionou o contexto para as activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />

Governo no âmbito da cooperação durante o perio<strong>do</strong> 2006-09.<br />

279. Em termos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s específicas, <strong>de</strong>correu um processo <strong>de</strong> consulta e elaboração <strong>de</strong><br />

uma política <strong>de</strong> cooperação e a sua respectiva estratégia. Iniciou-se também o diálogo com a<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra, relativo à elaboração <strong>de</strong> um código <strong>de</strong> conduta que estabelece os princípios<br />

e arquitectura <strong>de</strong> cooperação no país. Foi elabora<strong>do</strong> e assina<strong>do</strong> um novo Memoran<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Entendimento (2009 – 2014) entre o Governo e o grupo <strong>de</strong> Parceiros <strong>de</strong> Apoio Programático<br />

(PAPs), o G19, que disponibilizam uma gran<strong>de</strong> parte da ajuda externa ao país. O Memoran<strong>do</strong><br />

estabelece princípios e condições para o Apoio Geral ao Orçamento, e <strong>de</strong>fine um sistema <strong>de</strong><br />

avaliação mútua, com indica<strong>do</strong>res e metas <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s e avalia<strong>do</strong>s para o Governo e para os PAPs.<br />

Também foram melhora<strong>do</strong>s os mecanismos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação em vários sectores.<br />

280. Moçambique participou em duas avaliações internacionais <strong>de</strong> implementação da Declaração<br />

<strong>de</strong> Paris (OECD-DAC), em 2006 e 2008, os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s quais mostraram que houve<br />

progressos significativos, no que diz respeito às activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Governo e <strong>do</strong>s Parceiros <strong>de</strong><br />

Cooperação no âmbito da eficácia da ajuda externa, mas salientou outras áreas que necessitam <strong>de</strong><br />

mais atenção.<br />

281. Um gran<strong>de</strong> avanço foi feito na inclusão <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s externos no sistemas <strong>do</strong> Governo, com a<br />

gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s agora inclusos no Orçamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. O perio<strong>do</strong> também viu um<br />

aumento na proporção <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s provi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio Geral ao Orçamento,<br />

<strong>de</strong> aproximadamente 25% em 2005 para mais <strong>do</strong> que 30%.<br />

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V. Recomendações para o Próximo Documento Operacional <strong>do</strong> PQG<br />

5.1. Recomendações Gerais<br />

Em termos <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> planificação, orçamentação e monitoria<br />

282. Uma boa harmonização entre os diferentes instrumentos anuais e <strong>de</strong> médio prazo <strong>de</strong><br />

planificação, orçamentação e monitoria no nível macro e sectorial, é chave para um melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho ao nível <strong>do</strong>s sectores.<br />

283. De maneira geral, há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir o número <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res no sistema <strong>de</strong><br />

monitoria da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>. A fraca qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, principalmente ao nível<br />

da linha <strong>de</strong> base inicial <strong>de</strong> alguns sectores resultou em ajustes aos indica<strong>do</strong>res e às metas ao<br />

longo da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong>. Ao mesmo tempo, a falta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>s por sexo<br />

nos principais <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> planificação e monitoria (PES e BdPES) continua a ser<br />

um gran<strong>de</strong> obstáculo para a análise <strong>do</strong> impacto das intervenções na área <strong>de</strong> promoção da<br />

igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> género e <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento da mulher.<br />

284. Neste âmbito, é recomenda<strong>do</strong> que:<br />

• As estratégias sectoriais que <strong>de</strong>veriam ser elaboradas e/ou harmonizadas no contexto da<br />

elaboração <strong>do</strong> novo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG, reflictam as recomendações no<br />

perío<strong>do</strong> da implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

• Haja mais clareza sobre a hierarquia no nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe das diferentes políticas e os<br />

seus <strong>do</strong>cumentos operacionais. Neste contexto, seria importante:<br />

Um melhor uso <strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> médio prazo (estratégias sectoriais e os<br />

seus CFMPs) na planificação e orçamentação anual, uma vez que os planos<br />

sectoriais e os seus CFMPs estabelecem as linhas gerais baseadas nos gran<strong>de</strong>s<br />

objectivos e as suas metas) para o plano e orçamento anual.<br />

A continuação e consolidação duma orçamentação por programas, que <strong>de</strong>veria<br />

também estar reflectida em to<strong>do</strong>s os instrumentos <strong>de</strong> planificação,<br />

orçamentação e monitoria, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar um melhor alinhamento entre<br />

as políticas principais <strong>do</strong> Governo e a sua implementação e monitoria.<br />

• No contexto <strong>de</strong> uma melhor harmonização <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> monitoria aos diferentes<br />

níveis, seria importante assegurar um melhor alinhamento e hierarquia entre os<br />

diferentes indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s planos estratégicos sectoriais, o <strong>PARPA</strong> e o QAD,<br />

asseguran<strong>do</strong> que a avaliação no nível mais agrega<strong>do</strong> reflecte bem os progressos e os<br />

<strong>de</strong>safios chaves <strong>do</strong>s sectores<br />

• Para melhorar as projecções futuras das metas, seria importante ajustar os da<strong>do</strong>s<br />

existentes na base <strong>do</strong>s novos da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> população.<br />

• Para a avaliação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> próximo PQG (2010-2014), recomendase<br />

que o exercicio seja leva<strong>do</strong> a cabo por uma equipe <strong>de</strong> consultores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

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• De mo<strong>do</strong> atingir o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, os assuntos transversais <strong>de</strong>vem ser<br />

integra<strong>do</strong>s com <strong>de</strong>staque a nível <strong>do</strong>s pilares, incluin<strong>do</strong> as estratégias e activida<strong>de</strong>s<br />

sectoriais e prossegui<strong>do</strong>s com os <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> monitoria e avaliação.<br />

Em termos <strong>de</strong> cooperação entre o Governo e os seus Parceiros<br />

285. A aprovação da Política <strong>de</strong> Cooperação e a sua respectiva estratégia facilitará a coor<strong>de</strong>nação<br />

entre o Governo e os seus parceiros e <strong>de</strong>finirá a arquitectura da ajuda externa no país.<br />

Recomenda-se a elaboração <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> acção <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> eficácia <strong>de</strong> ajuda externa,<br />

liga<strong>do</strong> à implementacão da política, e <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Conduta que está em processo <strong>de</strong> elaboração.<br />

Não há dúvida que ao longo <strong>do</strong> perio<strong>do</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> foram reduzi<strong>do</strong>s os<br />

custos <strong>de</strong> transacção <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> planificação, monitoria e avaliação entre o Governo e o<br />

grupo <strong>do</strong>s PAPs (G19), e as melhorias <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> diálogo entre o Governo e os parceiros<br />

<strong>de</strong> cooperação ao nível sectorial facilitaram a implementação <strong>do</strong>s programas sectoriais numa<br />

maneira cada vez mais integrada. No entanto, os processos continuem pesa<strong>do</strong>s, especialmente<br />

para os sectores que possuem um quadro <strong>de</strong> pessoal limita<strong>do</strong> para as tarefas nas áreas <strong>de</strong><br />

planificação, orçamentação e monitoria.<br />

286. Será também importante continuar a investir na capacida<strong>de</strong> técnica para a coor<strong>de</strong>nação e<br />

gestão <strong>de</strong> ajuda externa ao nível central, e apoiar os sectores para que estes também tomam em<br />

conta os princípios <strong>de</strong> eficácia <strong>de</strong> ajuda externa no <strong>de</strong>correr das suas activida<strong>de</strong>s com os parceiros<br />

internacionais. No próximo perio<strong>do</strong> será também importante manter a ligação estreita entre a<br />

matriz estratégica <strong>do</strong> Governo, e o Quadro <strong>de</strong> Avaliação <strong>do</strong>s PAP <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar a<br />

li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong> Governo e alinhamento com os sistemas nacionais <strong>de</strong> monitoria e Avaliação.<br />

287. Apesar <strong>do</strong>s progressos observa<strong>do</strong>s na área da eficácia da ajuda externa, ela po<strong>de</strong> beneficiar<br />

ainda mais através <strong>de</strong> uma maior li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong> Governo para assegurar que haja uma distribuição<br />

a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s recursos financeiros entre e <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s sectores, em linha com as priorida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />

Governo.<br />

5.2. Recomendações <strong>do</strong>s Pilares<br />

Macro economia e Análise da Pobreza<br />

Crescimento e Estabilida<strong>de</strong> Macroeconómica<br />

288. A economia nacional mostrou-se robusta durante o perío<strong>do</strong> 2006-2009. A gestão pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

macro-economia <strong>de</strong>ve continuar no próximo plano.<br />

289. As <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> infra-estruturas na re<strong>de</strong> produtiva e comercial <strong>do</strong>mésticas <strong>de</strong>vem ser<br />

priorizadas para melhorar a competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos nacionais, o que constrange o comércio<br />

<strong>do</strong>méstico e externo.<br />

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Análise da pobreza e sistemas <strong>de</strong> monitoria<br />

290. Os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> TIA indicam que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter subi<strong>do</strong> em Moçambique durante o<br />

perío<strong>do</strong> tanto em termos <strong>de</strong> renda e acesso aos serviços básicos. Por outro la<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

qualitativos realiza<strong>do</strong>s mostram que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> tem evoluí<strong>do</strong>s principalmente nas áreas<br />

urbanas com <strong>de</strong>staque na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maputo. O próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>de</strong>ve incorporar<br />

medidas fortes para melhorar as condições da vida para os mais pobres.<br />

291. É necessário melhorar o sistema estatístico para se monitorar a evolução da pobreza <strong>de</strong> cinco<br />

em cinco anos. A monitoria <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res básicos das condições <strong>de</strong> vida usan<strong>do</strong> o QUIBB po<strong>de</strong><br />

ser útil neste senti<strong>do</strong>.<br />

Gestão das Finanças Públicas<br />

292. As principais áreas <strong>de</strong> concentração da acção das autorida<strong>de</strong>s governamentais nos próximos<br />

anos no intuito <strong>de</strong> elevar o <strong>de</strong>sempenho na gestão das finanças públicas são as seguintes:<br />

• Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão e prestação <strong>de</strong> contas <strong>do</strong>s recursos<br />

<strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s para as províncias e distritos, incluin<strong>do</strong> os recursos externos.<br />

• Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer fortes ligações entre a <strong>de</strong>spesa e os resulta<strong>do</strong>s através <strong>do</strong><br />

aprofundamento da meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> planificação e orçamentação por programa.<br />

• Melhorar a integração <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> informação da AT e o aprofundamento das<br />

reformas na área tributária e aduaneira para garantir um ritmo <strong>de</strong> crescimento real das<br />

receitas superior ao crescimento real <strong>do</strong> PIB. Precisa que se coloca é o cumprimento com<br />

as provisões <strong>do</strong> quadro legal (altos custos <strong>de</strong> cumprimento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

código fiscal).<br />

• Consolidar o <strong>de</strong>senvolvimento e implantação <strong>do</strong> e-SISTAFE a nível nacional e o<br />

prosseguimento da <strong>de</strong>scentralização da execução orçamental para aqueles órgãos e<br />

instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que ainda são apoiadas pelas Unida<strong>de</strong>s Gestoras Executoras<br />

Especiais; e<br />

• Aperfeiçoar o Regulamento <strong>do</strong> Decreto 54/2005 por forma a garantir maior celerida<strong>de</strong> ao<br />

processo <strong>de</strong> contratação e adjudicação <strong>de</strong> empreitadas <strong>de</strong> obras públicas e fornecimento<br />

<strong>de</strong> bens e serviços ao Esta<strong>do</strong>; <strong>de</strong>senvolver e implementar o módulo <strong>de</strong> e-Património e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dum Plano <strong>de</strong> Acção da Reforma <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Procurement<br />

abrangente para a superação <strong>do</strong>s constrangimentos <strong>de</strong>correntes da actual legislação. A<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementar e gerir o sistema <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada terá <strong>de</strong> melhorar no<br />

futuro.<br />

Governação<br />

293. Áreas com maior potencial <strong>de</strong> impacto na área da Boa Governação precisam <strong>de</strong> ser<br />

i<strong>de</strong>ntificadas e priorizadas no <strong>do</strong>cumento sucessor <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>.<br />

294. Há uma necessida<strong>de</strong> urgente <strong>de</strong> melhorar o sistema <strong>de</strong> monitoria <strong>de</strong> forma a se aferir com<br />

maior exactidão os progressos quantitativos e qualitativos nos sectores. Além disso, é necessário<br />

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ter informação pontual e exacta, sen<strong>do</strong> igualmente crucial o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

gestão da mesma para que se possa controlar a informação inter-sectorial assim como a <strong>de</strong> partes<br />

externas interessadas e <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> fornecer uma base para um melhor diálogo <strong>de</strong>ntro e com os<br />

sectores.<br />

Reforma <strong>do</strong> Sector Público<br />

295. A elaboração <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> impacto e ausconsultação aos cidadães em termos <strong>de</strong> avaliação<br />

<strong>do</strong> prestação <strong>do</strong>s servicos po<strong>de</strong>m ser instrumentos importantes no futuro.<br />

Justiça<br />

296. Na Matriz estratégica, é necessário haver uma apropriação mais forte <strong>do</strong>s mesmos <strong>de</strong>ntro das<br />

instituições da Justiça. Os indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> futuro <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG para o sector da<br />

Justiça <strong>de</strong>veriam estar alinha<strong>do</strong>s com os <strong>do</strong> Plano Estratégico Integra<strong>do</strong> (PEI) e os mecanismos<br />

<strong>de</strong> monitoria <strong>do</strong> PEI <strong>de</strong>veriam envolver todas as instituições <strong>do</strong> Sector.<br />

297. Na preparação <strong>do</strong> próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG, é fundamental <strong>de</strong>finir linhas <strong>de</strong><br />

base para os indica<strong>do</strong>res escolhi<strong>do</strong>s e provi<strong>de</strong>nciar as informações até agora lacunosas.<br />

Salientamos o mapeamentos das instituições da Justiça a nível distrital, em termos <strong>de</strong> infraestruturas<br />

e recursos humanos, em particular no caso <strong>do</strong>s Tribunais distritais e Comunitários, das<br />

Procura<strong>do</strong>rias, Ca<strong>de</strong>ias.<br />

Descentralização<br />

298. Na área da Descentralização, recomenda-se: (i) Uma maior harmonização <strong>do</strong>s Indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

PAF e a Matriz <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong> e outros instrumentos existentes; (ii) A a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res<br />

relevantes que permitam fazer analises mais qualitativas evitan<strong>do</strong> a proliferação <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res<br />

que somente fornecem números sem muito impacto para avaliação; (iii) A Estratégia Nacional <strong>de</strong><br />

Descentralização, em elaboração, que sirva como base para <strong>de</strong>finir indica<strong>do</strong>res para uma<br />

eficiente Monitoria e Avaliação da implementação <strong>do</strong> process <strong>de</strong> Descentralização; (iv) A<br />

melhoria da articulação e dialógo entre as equipas interministeriais, os Parceiros <strong>de</strong> Cooperação,<br />

e a Socieda<strong>de</strong> Civil no processo <strong>de</strong> avaliação conjunta, e disponibilização atempada <strong>de</strong><br />

informação.<br />

299. Além disso, o grupo salienta a neccessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar a ligação entre Pilar Capital<br />

Humano e a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização no Pilar <strong>de</strong> Governação, acolhen<strong>do</strong> as recomendações<br />

propostas pelo Pilar Capital Humano [parágrafo 295].<br />

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Capital Humano<br />

300. De maneira geral, o aumento <strong>do</strong>s recursos financeiros (internos e externos) e humanos para as<br />

áreas prioritárias e o seu melhor alinhamento com os planos e procedimentos <strong>do</strong> Governo,<br />

beneficiou a expansão <strong>do</strong>s serviços básicos. Ao mesmo tempo, a limitação na previsibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

fun<strong>do</strong>s externos <strong>de</strong> médio prazo põe em risco a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos expandi<strong>do</strong>s<br />

mais próximos das comunida<strong>de</strong>s, que requerem cada ano mais fun<strong>do</strong>s para o seu funcionamento<br />

em termos <strong>de</strong> pessoal, manutenção, aquisição <strong>de</strong> materiais, etc.<br />

301. O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização contribuiu positivamente para a expansão <strong>do</strong>s serviços na<br />

base. Ao mesmo tempo o processo não correu sem os seus problemas. Neste contexto:<br />

• É claramente necessário fazer um investimento significativo e sustenta<strong>do</strong> para<br />

fortalecer a capacida<strong>de</strong> institucional <strong>do</strong> Governo nos níveis sub-nacionais. Esta<br />

capacida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser melhorada através <strong>de</strong>, entre outras acções: (i) Alocação <strong>de</strong> ainda<br />

mais recursos (financeiros e humanos) nos níveis <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s; (ii) Incentivos<br />

para a transferência <strong>do</strong>s quadros qualifica<strong>do</strong>s para os distritos, (iii) Implementação da<br />

reforma salarial, (iv) Programas <strong>de</strong> capacitação orienta<strong>do</strong>s para o pessoal nos distritos<br />

• É necessária uma melhor harmonização e integração entre os processos <strong>de</strong><br />

planificação e financiamento sectoriais e territoriais, principalmente para assegurar a<br />

sua complementarida<strong>de</strong> e alinhamento com as priorida<strong>de</strong>s no nível básico ou seja, no<br />

nível distrital.<br />

• Ao mesmo tempo é importante que os ministérios no nível central, assumam o seu<br />

papel no contexto da <strong>de</strong>scentralização em termos <strong>de</strong> assegurar: i) Equida<strong>de</strong> entre as<br />

províncias no que diz respeito à distribuição <strong>do</strong>s recursos; ii) Elaboração e<br />

implementação <strong>de</strong> padrões mínimos que garanta o acesso a serviços públicos para<br />

to<strong>do</strong>s com uma qualida<strong>de</strong> mínima; iii) Um acompanhamento e monitoria da<br />

implementação a partir da base.<br />

302. Embora as estratégias principais <strong>do</strong>s sectores tenham como objectivo principal assegurar o<br />

acesso para to<strong>do</strong>s aos serviços públicos, ainda existem grupos alvos específicos que não<br />

beneficiam <strong>de</strong>sses serviços como seria <strong>de</strong>sejável. A vulnerabilida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> acesso aos<br />

serviços básicos está muito ligada ao nível <strong>de</strong> pobreza absoluta. Neste contexto é necessário<br />

assegurar:<br />

• A expansão <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> protecção social já existentes e garantir que os<br />

beneficiários <strong>do</strong> programa mantenham o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra.<br />

• Um melhor alinhamento e coor<strong>de</strong>nação entre os diferentes sectores para assegurar o<br />

acesso <strong>do</strong>s mais vulneráveis aos serviços básicos através <strong>de</strong> uma monitoria mais<br />

integrada <strong>do</strong>s aspectos <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> no nível <strong>do</strong>s sectores.<br />

Saú<strong>de</strong><br />

303. To<strong>do</strong>s os programas prioritários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> exigem um reforço drástico em recursos humanos.<br />

O foco no utente e na comunida<strong>de</strong> precisa <strong>de</strong> maior ênfase <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s programas. Há necessida<strong>de</strong><br />

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<strong>de</strong> uma maior operacionalização e visibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> género em todas as facetas <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong><br />

sector. O próximo <strong>PARPA</strong> <strong>de</strong>verá dar maior <strong>de</strong>staque ao planeamento familiar, à Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

A<strong>do</strong>lescente e Jovem, à criação <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por serviços e a áreas mais estruturais como o<br />

reforço <strong>do</strong> sistema logístico <strong>do</strong> sector e a M&A. Incluir a redução da <strong>de</strong>snutrição crónica como<br />

um objectivo específico no plano para o combate à pobreza absoluta e, rapidamente estabelecer<br />

um sistema <strong>de</strong> apoio para introduzir, expandir e intensificar intervenções prioritárias para a<br />

prevenção e redução da <strong>de</strong>snutrição crónica.<br />

304. Haven<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong> a integração das suas estratégias, o sector precisa <strong>de</strong> melhorar o<br />

alinhamento entre os relatórios <strong>de</strong> balanço <strong>do</strong>s PES e as avaliações e o processo <strong>de</strong> planificação<br />

<strong>do</strong> ano seguinte.<br />

Educação<br />

305. No contexto da elaboração <strong>do</strong> próximo <strong>do</strong>cumento operacional <strong>do</strong> PQG recomenda-se que o<br />

sector assegure um <strong>de</strong>senvolvimento equilibra<strong>do</strong> em cada nível, através <strong>de</strong> uma implementação<br />

ainda mais <strong>de</strong>scentralizada, com enfoque na melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino primário. Para a<br />

futura manutenção e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sistema, será necessária uma reavaliação <strong>do</strong><br />

financiamento ao sector consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a redução significativa <strong>do</strong> financiamento externo directo<br />

ao sector.<br />

Agua e Saneamento<br />

306. O sector <strong>de</strong> Águas continua a mostrar sinais encoraja<strong>do</strong>res em termos <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s. Preten<strong>de</strong>se<br />

continuar e na medida <strong>do</strong> possível elevar os índices actuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, pelo que<br />

recomenda-se:<br />

• O incremento <strong>do</strong> orçamento interno anual <strong>do</strong> sector para balancear com os investimentos<br />

externos. Anualmente o sector é aloca<strong>do</strong> fun<strong>do</strong>s abaixo das reais necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector.<br />

Neste momento o peso da estrutura <strong>de</strong> financiamento <strong>do</strong> sector com fun<strong>do</strong>s externos varia<br />

entre 80% a 92% <strong>do</strong> orçamento anual o que <strong>de</strong>monstra uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência externa.<br />

• Maior harmonização <strong>do</strong>s parceiros com o sector na planificação e na canalização <strong>de</strong><br />

informação sobre a execução <strong>do</strong>s seus projectos e execução financeira através da<br />

harmonização <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da planificação e prestação <strong>de</strong> contas entre os vários<br />

intervenientes, dada a gran<strong>de</strong>za das activida<strong>de</strong>s implementadas por parceiros <strong>de</strong><br />

implementação não se reflectirem na maioria <strong>do</strong>s casos nos balanços que o sector tem<br />

realiza<strong>do</strong>.<br />

Habitação<br />

307. O sector <strong>de</strong> Habitação continua a ser mais pressiona<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s. Da<strong>do</strong> que as<br />

acções realizadas têm natureza transversal e implementadas por vários segmentos da socieda<strong>de</strong>,<br />

aparentemente o seu impacto não tem ti<strong>do</strong> uma base suficiente para a sua avaliação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />

facto <strong>de</strong> se <strong>de</strong>compôr em duas compontes claramente distintas: i) disponibilização <strong>de</strong> lotes ou<br />

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talhões urbaniza<strong>do</strong>s sob responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e ii) construção da casa propriamente<br />

dita sob respnsabilida<strong>de</strong> directa <strong>do</strong> proprietário.<br />

308. Do ponto <strong>de</strong> vista político legal o sector <strong>de</strong> habitação ainda carece <strong>de</strong> istrumentos normativos<br />

<strong>de</strong> dimensão macro, exemplo a aprovação da política e estratégia da habitação.<br />

309. Nesta naturza <strong>de</strong> transversalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sector, muitas acções têm si<strong>do</strong> realizadas sem um<br />

sistema centraliza<strong>do</strong> <strong>de</strong> recolha e tratamento da informação, fican<strong>do</strong>-se sem da<strong>do</strong>s sobre o que<br />

realmente é feito nesta componente em to<strong>do</strong> o país em termos <strong>de</strong> disponibilização <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

habitacionais, ao que se recomenda:<br />

• Na operacionalização <strong>do</strong> próximo PQG sejam incluidas acções <strong>de</strong>scentralizadas que<br />

concorrem para o incremento <strong>de</strong> mais unida<strong>de</strong>s habitacionais e sistema <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong><br />

informação periódica;<br />

• Nos planos anuais seja consi<strong>de</strong>rada como uma das priorida<strong>de</strong>s a compente habitação<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a elaboração <strong>do</strong>s planos parciais <strong>de</strong> urbanização até á sua implementação ao nível<br />

da base, garantin<strong>do</strong> os meios financeiros necessários;<br />

• Se estabeleça uma articulação mais eficiente entre os actores público e priva<strong>do</strong> na<br />

provisão <strong>de</strong> habitação<br />

• O resforço da capacida<strong>de</strong> instituicional ao nível <strong>do</strong> distrito em termos humanos, materiais<br />

e financeiros.<br />

Acção Social<br />

310. Além da questão da melhoria <strong>do</strong> acesso das pessoas vulneravéis ao serviços <strong>de</strong> base, o sector<br />

recomenda o seguinte: (i) Elaborar e aprovar um plano que visualize as acções estratégicas <strong>do</strong><br />

sector e os respectivos planos operacionais com a indicação <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, metas e orçamentos;<br />

(ii) Prosseguir com o melhoramento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> monitoria e avaliação <strong>do</strong>s programas <strong>do</strong><br />

sector; (iii) Expandir a cobertura <strong>de</strong> proteccão social <strong>de</strong> forma substancial <strong>de</strong> forma a, ten<strong>do</strong> em<br />

conta os padrões <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> país, aproximar-se <strong>do</strong> número <strong>de</strong> pessoas realmente<br />

necessitadas; (iv) Assegurar a aplicação <strong>do</strong> mecanismo <strong>de</strong> actualização <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> subsídio,<br />

garantin<strong>do</strong> a manutenção <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>do</strong>s beneficiários.<br />

Desenvolvimento Económico<br />

Sector Priva<strong>do</strong><br />

311. Há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acelerar o ritmo das reformas para melhorar o ambiente <strong>de</strong> negócios.<br />

Moçambique passou da posição 110 num total <strong>de</strong> 145 países em 2005 para 135 num total <strong>de</strong> 183<br />

países em 2009.<br />

Agricultura<br />

312. Maiores investimentos <strong>de</strong>vem ser feitos em tecnologias <strong>de</strong> conservação da água e <strong>de</strong><br />

promoção das sementes melhoradas tolerantes à seca. Planos <strong>de</strong> redução da pobreza<br />

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posteriormente terão <strong>de</strong> assegurar que o acesso à tecnologia agrícola e <strong>de</strong> informação seja<br />

entregue aos agricultores <strong>de</strong> Moçambique, em particular os agricultores pobres.<br />

Sector Financeiro<br />

313. O baixo nível <strong>de</strong> bancarização da economia moçambicana continua a ser a gran<strong>de</strong><br />

preocupação. Acesso ao crédito é baixa quan<strong>do</strong> esta disponível o custo é muitas vezes proibitiva.<br />

Uma série <strong>de</strong> reformas <strong>de</strong>vem ser aplicadas para aumentar accesso ao crédito<br />

Assuntos Transversais<br />

314. Apesar <strong>do</strong>s progressos, aspectos há que merecem atenção, uma vez constituírem nós <strong>de</strong><br />

estrangulamento das expectativas e realizações que se preten<strong>de</strong>m. Em primeiro lugar, será útil<br />

melhor ajuizar-se o aproveitamento que se preten<strong>de</strong> que seja feito pelos pilares <strong>de</strong> matérias <strong>de</strong><br />

ín<strong>do</strong>le transversal. É que é notória a fraca sincronização e exploração <strong>de</strong> sinergias para que<br />

paulatinamente as matérias <strong>de</strong> cariz transversal seja cada vez mais assumida e dada o <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

tratamento nos vários pilares.<br />

315. Será importante, assim, redimensionar a forma como os grupos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>verão articularse<br />

para que a tal sincronização e sinergias sejam efectivamente exploradas.<br />

Género<br />

316. Na área <strong>do</strong> Género, será necessário (i) Dar continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s esforços <strong>de</strong> consolidação <strong>do</strong><br />

sistema nacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para maior cobertura e cuida<strong>do</strong> da mulher e da população, em geral;<br />

(ii) Priorizar o preenchimento das lacunas estatísticas existentes em relação a <strong>de</strong>sagregação <strong>do</strong>s<br />

da<strong>do</strong>s por sexo; (iii) Definir na próxima estratégia <strong>de</strong> redução da pobreza uma visão estratégica<br />

para a redução da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> género, incluin<strong>do</strong> a arquitectura institucional, <strong>de</strong> forma que as<br />

responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os actores no sector público sejam tangíveis e claras; (iv) Melhorar o<br />

sistema <strong>de</strong> monitoria e avaliação <strong>do</strong> género, na base <strong>de</strong> um número reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> acções<br />

prioritárias responsabilizadas a sectores específicos e introduzi<strong>do</strong>s nos PES e BdPES.<br />

Segurança Alimentar e Nutricional<br />

317. Embora houve alguma melhoria no quadro <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Nutricional, o facto<br />

permanence que 35% da população sofre <strong>de</strong> Insegurança Alimentar e Nutricional, situação<br />

agravada pela susceptibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> país às mudanças climáticas, e a alta prevalência <strong>do</strong><br />

HIV/SIDA. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter intervenções <strong>de</strong>senhadas especificamente para mitigar os efeitos<br />

da InSAN, em particular nas zonas áridas e semi-áridas como também nas áreas afectadas por<br />

<strong>de</strong>sastres, é urgente dar particular atenção às comunida<strong>de</strong>s afectadas e infectadas pelo<br />

HIV/SIDA, principalmente em áreas on<strong>de</strong> afectadas por <strong>de</strong>sastres naturais.<br />

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Neste contexto, recomenda-se: (i) Para a redução das elevadas cifras <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição e fome<br />

crónicas, colocar a SAN como um <strong>do</strong>s objectivos específicos da agenda <strong>do</strong> Governo para o<br />

combate a fome e pobreza absoluta; (ii) A aprovação <strong>do</strong> Estatuto Orgânico <strong>do</strong> Secretaria<strong>do</strong><br />

Técnico <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Nutriciona (SETSAN) pelo Conselho <strong>de</strong> Ministros, como<br />

forma <strong>de</strong> a fortelecer a coor<strong>de</strong>nação mustisectorial e interinstitucinal das intervenções <strong>de</strong><br />

SAN.<br />

Ambiente<br />

318. Fundamental será colocar a área <strong>do</strong> ambiente no topo da agenda <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento a nível<br />

das estratégias <strong>do</strong>s sectores para enfrentar os <strong>de</strong>safios das mudanças climáticas, <strong>de</strong>gradação<br />

ambiental e gestão sustentável <strong>de</strong> recursos naturais.<br />

319. Para reforçar a elaboração <strong>do</strong> próximo <strong>do</strong>cumento operacional recomenda-se estabelecimento<br />

<strong>de</strong> maior visão ambiental entre os pilares p.e.:<br />

Pilar <strong>de</strong> Governação<br />

• Reforma <strong>do</strong> Sector Público: Sessões GoM provincial sobre Ambiente,<br />

estabelecimento SDPI (nivel distrital)<br />

• Justiça, Legalida<strong>de</strong>, Or<strong>de</strong>m e Segurança Pública: Acesso informação (através <strong>do</strong><br />

Sistema <strong>de</strong> informação Ambiental, processos <strong>de</strong> AIA e zoneamento)<br />

• Descentralização: estabelecimento Serviços Distritais <strong>de</strong> Planeamento e Infraestrutura,<br />

reforço das inspecções ambientais e processo <strong>de</strong> AIA a nível provincial<br />

• A ligação e fortalecimento <strong>de</strong> mecanismos e iniciativas que promovem uso<br />

sustententavel <strong>do</strong>s recursos naturias (como EITI, REDD entre outras)<br />

Pilar <strong>de</strong> Capital Humano<br />

• Saú<strong>de</strong>: Maior ligação com or<strong>de</strong>namento territorial a nível urbano ( lixeiras, erosão<br />

e <strong>de</strong>gradação zonas, combate contaminação e poluição, queimadas<br />

<strong>de</strong>scontroladas);<br />

• Educação: Maior ligação campanhas <strong>de</strong> PECODA (Educação, comunicação e<br />

Divulgação Ambiental, e integração em matérias ambientais nos currículos;<br />

• Água e Saneamento: Tratamento das aguas, saneamento <strong>do</strong> meio;<br />

• Habitação: Ligação com or<strong>de</strong>namento territorial (ubanização, planos <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />

terra, assentamentos informais, segurança das zonas (inundações, erosão,<br />

ciclones));<br />

• Acção Social: Preocupação <strong>do</strong> Governo com os mais vulneráveis nas zonas<br />

informais e poluídas, HIV SIDA.<br />

Pilar <strong>de</strong> Desenvolvimento Económico<br />

• Sector Financeiro: Gestão das receitas geradas através <strong>de</strong> exploração sustentável<br />

<strong>de</strong> recursos naturais;<br />

• Sector Priva<strong>do</strong>: Controlo <strong>de</strong> licenças ambientais e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> AIA<br />

e AAE;<br />

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• Agricultura: Maior controlo no uso <strong>de</strong> agua pesticidas, gestão florestas e fauna,<br />

incluin<strong>do</strong> a gestão das concessões (DUAT);<br />

• Estradas: Avaliação da construção em áreas próprias (promover e facilitar AIA e<br />

AAE)<br />

• Energia: Maior visão ambiental na parte <strong>de</strong> exploração das energias renováveis,<br />

impacto <strong>de</strong> biocombustiveis (promover e facilitar AAE e AIA).<br />

Calamida<strong>de</strong>s<br />

320. Ten<strong>do</strong> em conta o reconhecimento <strong>do</strong> Governo da importância da redução <strong>de</strong> risco <strong>de</strong><br />

calamida<strong>de</strong>s naturais na agenda <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, e tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> uma questão transversal, i)<br />

<strong>de</strong>ve haver reforço na integração <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s e adaptação as<br />

mudanças climáticas na planificação e programas sectoriais, conforme preconiza<strong>do</strong> no Plano<br />

Director.; ii) esta integração <strong>de</strong>ve reflectir-se nos planos <strong>de</strong> orçamentos <strong>do</strong>s sectores envolvi<strong>do</strong>s<br />

recomendan<strong>do</strong>-se maior coor<strong>de</strong>nação intersectorial entre o Plano Director e os planos sectoriais<br />

das instituições envolvidas em acções <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> risco e vulnerabilida<strong>de</strong>; iii) recomenda-se o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res que permitam avaliar impactos sócio-económicos das acções <strong>do</strong><br />

Plano Director, nas abordagens <strong>de</strong> prevenção e mitigação, a abordagem <strong>de</strong> resposta a emergência<br />

e na abordagem <strong>de</strong> reconstrução pós-calamida<strong>de</strong>s; iv) recomenda-se a conclusão da Lei <strong>de</strong> gestão<br />

<strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s já iniciada pelo INGC; iv) o reforço <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s para fazer face as calamida<strong>de</strong>s a<br />

médio e longo prazo reduzin<strong>do</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> País.<br />

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Bibliografia<br />

Documentos gerais<br />

Banco Mundial. 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010.“Doing Business Report”.<br />

Conselho <strong>de</strong> Ministros. “Plano Quiquenal <strong>do</strong> Governo para 2005 – 2009”. Assembleia da República,<br />

Resolução n°16/2005 <strong>de</strong> 11 Maio, BR n°19, 1ª Série, Maputo.<br />

Governo da República <strong>de</strong> Moçambique. 2008. “Balanço <strong>de</strong> Meio-Termo <strong>do</strong> Programa <strong>do</strong> Governo<br />

2005-2009”. Aprova<strong>do</strong> em Março <strong>de</strong> 2008.<br />

Governo da República <strong>de</strong> Moçambique. “Plano Económico e Social”, 2006 até 2009<br />

Governo da República <strong>de</strong> Moçambique. “Balanço <strong>do</strong> Plano Económico e Social”, 2006 até 1er<br />

semestre 2009.<br />

Governo da República <strong>de</strong> Moçambique. 2006. “Plano <strong>de</strong> Acção para a Redução da Pobreza<br />

Absoluta, 2006 – 2009 (<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>)”. Aprova<strong>do</strong> em Maio <strong>de</strong> 2006.<br />

Governo da República <strong>de</strong> Moçambique. “Cénario Fiscal <strong>de</strong> Médio Prazo”. 2006-2008, 2007-2009,<br />

2008-2010.<br />

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INE. 1998. “Inquérito Demográfico e <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: 1997”.<br />

INE. 2005. “Inquérito Demográfico e <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: 2003”.<br />

INE e al. 2008. “<strong>Impacto</strong> Demográfico <strong>de</strong> HIV SIDA. Actualização: Ronda <strong>de</strong> Vigilância<br />

Epi<strong>de</strong>miológica 2007”.<br />

INE. 2009. “Inquérito sobre Indica<strong>do</strong>res Múltiplos (MICS), 2008 ”.<br />

INE. Trabalho <strong>de</strong> Inquérito Agricola: 2002, 2005, 2006, 2007, 2008.<br />

Kiregyera, Ben, D. Megill, D. Eding, B. José. 2007. “A Review of the National Agricultural<br />

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Ministério da Planificação e Desenvolvimento. 2009. “Termos <strong>de</strong> Referência para a Avaliação <strong>do</strong><br />

Plano <strong>de</strong> Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (<strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>)”. Aprova<strong>do</strong> em Março <strong>de</strong> 2009.<br />

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Ministério da Planificação e Desenvolvimento. 2009. “Guião Geral para os Grupos <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong>s<br />

Pilares (GGP) sobre a condução das avaliações sectoriais <strong>do</strong> <strong>PARPA</strong> <strong>II</strong>”. Aprova<strong>do</strong> em Março <strong>de</strong><br />

2009.<br />

PAP. 2006. “Revisão Semestral 2006: Ai<strong>de</strong> Mémoire”. Parceiros para o Apoio Programático ao<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique.<br />

PAP. 2007. “Revisão Semestral 2007: Ai<strong>de</strong> Mémoire”. Parceiros para o Apoio Programático ao<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique.<br />

PAP. 2008. “Revisão Semestral 2008: Ai<strong>de</strong> Mémoire”. Parceiros para o Apoio Programático ao<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique.<br />

PAP. 2009. “Revisão Semestral 2009: Ai<strong>de</strong> Mémoire”. Parceiros para o Apoio Programático ao<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique.<br />

PAP. 2007. “Revisão Conjunta 2006: Ai<strong>de</strong> Mémoire”. Parceiros para o Apoio Programático ao<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique.<br />

PAP. 2008. “Revisão Conjunta 2007: Ai<strong>de</strong> Mémoire”. Parceiros para o Apoio Programático ao<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique.<br />

PAP. 2009. “Revisão Conjunta 2008: Ai<strong>de</strong> Mémoire”. Parceiros para o Apoio Programático ao<br />

Governo <strong>de</strong> Moçambique.<br />

Documentos <strong>do</strong>s sectores<br />

MISAU<br />

Desempenho <strong>do</strong> sector da saú<strong>de</strong>, sexta avaliação conjunta anual - ACA VI, Março <strong>de</strong> 2007<br />

Desempenho <strong>do</strong> sector da saú<strong>de</strong>, sétima avaliação conjunta anual, ACA V<strong>II</strong>, Março <strong>de</strong> 2008<br />

Desempenho <strong>do</strong> sector da saú<strong>de</strong>, oitava avaliação conjunta anual, ACA V<strong>II</strong>I, Março <strong>de</strong> 2009<br />

MEC<br />

Plano Estratégico da Educação e Cultura (PEEC) 2006-2010/11<br />

MINAG<br />

MINAG. “Estratégia da Revolução Ver<strong>de</strong>”, 2007<br />

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