<strong>Cruzeiro</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> __________Instituto de investigação para o desenvolvimento José Negrão ABREVIATURAS: CAN CMC EDR JFS ONG INAS Companhia Algo<strong>do</strong>eira de Moçambique Coorative Muratori e Carpentieri Estratégia de Desenvolvimento Rural João Ferreira <strong>do</strong>s Santos Organização Não Governamental Instituto Nacional para Acção Social av. 24 de julho nº 285, 2º andar flat 3, maputo. tel/fax 258-21-493561. e-mail: cruzeiro<strong>do</strong>sul.iid@tvcabo.co.mz 4
<strong>Cruzeiro</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> __________Instituto de investigação para o desenvolvimento José Negrão 1. INTRODUÇÃO No quadro das conclusões <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> sobre “A Análise Multidimensional da Pobreza em Três Aldeias <strong>do</strong> Norte de Moçambique” apresenta<strong>do</strong> em 2005, uma das questões que permanecia sem da<strong>do</strong>s comprovativos era a terceira hipótese que diz: As redes sociais intracomunitárias não incentivam atitudes para saírem da pobreza, e aumento <strong>do</strong>s rendimentos familiares. Só as redes sociais extra-comunitárias são capazes de levar a uma redução da pobreza. Esta hipótese destaca o papel das redes extra comunitárias ou “bridging social capital” na criação de oportunidades da família rural desenvolver uma atitude empreende<strong>do</strong>ra, que permite a poupança e acumulação para ser usada como poupança e investimento o que, eventualmente, conduziria a saída <strong>do</strong> ciclo de pobreza. O “bridging social capital” é entendi<strong>do</strong> aqui como as redes extra comunitárias <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong> que possibilitem o acesso a merca<strong>do</strong>s, informação, nova tecnologia e ligações com instituições externas, com o potencial de permitir um desenvolvimento sustentável. Neste senti<strong>do</strong>, a combinação de “bridging e bonding social capital” pode aumentar a riqueza para as comunidades rurais. Granovetter (1973) argumenta que o desenvolvimento económico acontece através de um mecanismo que permite aos indivíduos desenhar, inicialmente, os benefícios da comunidade fechada, mas depois é necessário adquirir as ferramentas e os recursos para participar em redes para além da comunidade, e assim, progressivamente, integrar-se na estrutura económica. Por exemplo, camponeses pobres, inicialmente, dependem <strong>do</strong>s seus familiares e amigos “bonding social capital” para iniciar um negócio, mas para a expansão <strong>do</strong>s seus rendimentos é necessário ampliar os seus contactos e acesso aos merca<strong>do</strong>s e instituições. Estes elementos no seu conjunto concorrem para a criação de um quadro de referência que, eventualmente, conduzem, a uma atitude empreende<strong>do</strong>ra da família rural, que envolva a identificação de áreas de investimento, ter capital ou acesso a capital para investir, com a assumpção de riscos inerentes ao investimento, ter habilidade para o fazer render, para além de ter cometimento com o trabalho e ter hábitos de poupança. Antes de prosseguirmos gostaríamos de enunciar as conclusões principais da primeira fase da pesquisa (hipótese 1 e 2). As conclusões resumem-se no seguinte: • A variação <strong>do</strong> capital económico, designa<strong>do</strong> por índice de posse é, fundamentalmente, explicada pela variação dentro de cada aldeia e não pela variação entre as aldeias, embora o nível de acesso a infra-estruturas nas aldeias seja diferente. O que parece sugerir que o acesso a infra-estruturas básicas poden<strong>do</strong> ser condição necessária, não é contu<strong>do</strong> suficiente para engendrar o processo de acumulação de riqueza. • O capital social (grupos e redes intracomunitárias) está correlaciona<strong>do</strong>, positivamente, com o índice de posse. As famílias mais pobres são, geralmente, as que pertencem a av. 24 de julho nº 285, 2º andar flat 3, maputo. tel/fax 258-21-493561. e-mail: cruzeiro<strong>do</strong>sul.iid@tvcabo.co.mz 5